Livro:
A UDN e o Udenismo
Autora:
Maria Victoria Benevides
O Golpe Branco (queda de Getúlio Vargas) foi o evento mais marcante de 1954. Algumas características desse ano histórico são:
1. Agravamento da crise econômica;
2. Tensões sociais;
3. Intensificação da intervenção militar na política;
4. Radicalização da oposição parlamentar;
5. Aeronáutica investigando o atentado contra Lacerda.
Naquele tempo, Afonso Arinos (maestro da Banda da Música) juntar-se-ia com Júlio de Mesquita Filhos (de o Estado de São Paulo [jornal]) para um encontro com o General Juarez Távora onde pediriam um golpe.
Paralelamente, a UDN fez um processo de impeachment, mas que foi rejeitado pelas próprias parcelas da UDN que temiam a hegemonia do PSD.
Curiosamente, a UDN paulista alertava da atividade pré-revolucionária do sr. Getúlio Vargas. Segundo ela, Vargas preparava a luta de classes.
Aliomar Baleeiro cunha a expressão "mar de lama". Carlos Lacerda caracteriza o governo Vargas como imoral, ilegal, do banditismo e da loucura. Ao mesmo tempo, a Aeronáutica diz que o melhor caminho para a tranquilidade do povo e para manter unidas as Forças Armadas era a renúncia do Vargas. O suicídio do Vargas viria no dia 24 de agosto.
Café Filho assumiria o governo, ele teria uma maioria de tendências udenistas. Colocaria o Brigadeiro Eduardo Gomes como ministro da Aeronáutica.
Vários problemas surgirão a partir disso:
1. A UDN perderia a sua razão de ser;
2. O partido ficaria marcado por uma sensação de depressão e euforia;
3. O fantasma de Getúlio percorreria as ruas.
Gabriel Passos, um udenista, perceberia na Convenção Nacional que a UDN se tornara uma polia sem correia. Mangabeira diria que o mal de 24 de agosto foi fazer-se revolução pela metade. Em 1955, a vitória da aliança getulista apareceria mais uma vez. No dia 31 de março de 1964, o mesmo grupo de 24 agosto voltaria a aparecer.
