quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Acabo de ler "A UDN e o Udenismo" de Maria Victoria Benevides (Parte 15)


Livro:

A UDN e o Udenismo


Autora:

Maria Victoria Benevides


O Golpe Branco (queda de Getúlio Vargas) foi o evento mais marcante de 1954. Algumas características desse ano histórico são:

1. Agravamento da crise econômica;

2. Tensões sociais;

3. Intensificação da intervenção militar na política;

4. Radicalização da oposição parlamentar;

5. Aeronáutica investigando o atentado contra Lacerda.


Naquele tempo, Afonso Arinos (maestro da Banda da Música) juntar-se-ia com Júlio de Mesquita Filhos (de o Estado de São Paulo [jornal]) para um encontro com o General Juarez Távora onde pediriam um golpe.


Paralelamente, a UDN fez um processo de impeachment, mas que foi rejeitado pelas próprias parcelas da UDN que temiam a hegemonia do PSD.


Curiosamente, a UDN paulista alertava da atividade pré-revolucionária do sr. Getúlio Vargas. Segundo ela, Vargas preparava a luta de classes.


Aliomar Baleeiro cunha a expressão "mar de lama". Carlos Lacerda caracteriza o governo Vargas como imoral, ilegal, do banditismo e da loucura. Ao mesmo tempo, a Aeronáutica diz que o melhor caminho para a tranquilidade do povo e para manter unidas as Forças Armadas era a renúncia do Vargas. O suicídio do Vargas viria no dia 24 de agosto.


Café Filho assumiria o governo, ele teria uma maioria de tendências udenistas. Colocaria o Brigadeiro Eduardo Gomes como ministro da Aeronáutica.


Vários problemas surgirão a partir disso: 

1. A UDN perderia a sua razão de ser;

2. O partido ficaria marcado por uma sensação de depressão e euforia;

3. O fantasma de Getúlio percorreria as ruas.


Gabriel Passos, um udenista, perceberia na Convenção Nacional que a UDN se tornara uma polia sem correia. Mangabeira diria que o mal de 24 de agosto foi fazer-se revolução pela metade. Em 1955, a vitória da aliança getulista apareceria mais uma vez. No dia 31 de março de 1964, o mesmo grupo de 24 agosto voltaria a aparecer.