Mostrando postagens com marcador Memória Cadavérica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Memória Cadavérica. Mostrar todas as postagens

domingo, 5 de outubro de 2025

Memória Cadavérica #13 — Underground




Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Nunca ganhei um único centavo sendo escritor. Sempre fui escritor por hobby. Ou, talvez, por vocação. Quando vejo as pessoas dizendo: "não sei se me pociono ou deixo de me posicionar de tal forma", percebo que segui um caminho mais certo. Também pouco espero de apoio social ou financeiro.


O brasileiro está sempre quebrado, quem é independente precisa trabalhar na hora extra para não receber nenhum tostão.


Não espero fama, não espero viver bem. A única coisa que se acumula são as dores nas minhas costas e o cansaço para com o debate público. Debate público que, além de emburrecer cronicamente, piorou muito.


Tenho muitas opiniões extremamente polêmicas. Guardo comigo uma série de visões que escapam, seja do exuberante patrimonialismo intelectual brasileiro — o qual chamamos de universidades públicas —, seja da direita woke e mainstream que agora cresce que nem piolho.


Eu não espero compreensão. Muito pelo contrário, afasto-me de bandos tal como o diabo se afasta da cruz e o boêmio se afasta da carteira de trabalho.

sábado, 4 de outubro de 2025

Memória Cadavérica #12 — Política das Massas e Seitização

 



Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Marlon Victor⁩, creio que existe uma falta de "purificação" no nosso debate.


Existem vários modelos intelectuais e múltiplos pontos de vista. Quando você estuda a história a partir de diversos prismas ideológicos, você se depura da própria condição ideológica. Isso torna uma pessoa mais cética.


Note as distintas visões a respeito da União Soviética:

- As críticas anarquistas;

- As críticas socialistas;

- As críticas marxistas em suas mais variadas vertentes;

- As críticas conservadoras;

- As críticas sociais-democratas.


É o quadro amplo, o mosaico de cores, que nos permite analisar as conjunturas complexas da realidade.


Creio que estamos indo em uma direção muito baseada em "cada um no seu quadrado", o que leva as pessoas não verem um quadro plurissistemático dos seus caminhos.


Em vez disso, temos um adesismo absoluto e uma mania de ler só "intelectuais orgânicos" cuja única função não é exercer uma crítica e autocrítica, mas estabelecer uma visão sempre positiva e que estabeleça sempre um ponto de vista favorável.


Seguindo a lógica dos bandos, as pessoas sempre seguiram em uma postura irrefletida. Nunca navegando na complexidade.


A necessidade de vencer politicamente levou a ideia de nunca discordar com o grupo politicamente, sempre buscando uma justificava para todos os pontos. Além disso, a era da produção em massa de mensagens exigiu uma simplificação grosseira do debate público.


Como resultado, temos um combo: apologética em vez de análise intelectual com crítica e autocrítica + simplificação para mais fácil encaixe na massa.


Numa era em que há a troca da civilização pautada na leitura e escrita para a civilização pautada no audiovisual, além da necessidade de chamar atenção, vemos a emergência da política do megafone. Quem grita mais e de forma mais chamativa, é quem ganha mais.


Veja a política moderna:

1. Apologética disfarçada de intelectualidade ímpar;

2. Simplificação para penetrar nas massas;

3. Adesismo de bando;

4. Política de megafones.


Isso tudo gera uma seitização radical da vida política moderna, sendo algo radicalmente emburrecedor.

Memória Cadavérica #11 — Desenvolvimento Nacional e Guerra Identitária

 




Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


⁨Clarice, o que me surpreende é a quantidade de imbecis que vêm se apoderado do debate público brasileiro.


Hoje em dia, a ideia de que as pessoas poderiam ser privadamente mais "progressistas" ou mais "conservadoras" é vastamente ignorada pelas massas.


Torna-se a discutir se deveria existir ou não casamento "homoafetivo". Pessoas começam a atacar o poliamor, confundindo poliamor com poligamia. Em outras palavras, a intromissão na esfera privada se torna maior.


Enquanto essa série de intervenções nas vidas alheias surgem, com proibições e aceitações. Penso em como seria melhor se o país fizesse o básico:


1. Saneamento básico de qualidade;

2. Universalização do ensino técnico e superior;

3. Desenvolvimento das ferrovias;

4. Parcerias com transferência de tecnologia;

5. Desenvolvimento da indústria nacional;

6. Ligação efetiva entre pesquisa acadêmica e política pública. 


Em vez disso, monogâmicos militantes — a última moda de (pseudo)pensamento que a idiotice criou — unem-se para proibir o casamento poliamorista. Heterossexuais voltam a tramar o fim do casamento homoafetivo.


Eu não consigo acreditar que estamos vendo um país tão contente em interferir em planos individuais e tão pouco cuidadoso das questões que o tornariam mais desenvolvido.

Memória Cadavérica #10 — Questões de Gênero

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


⁨Clarice, devo confessar que acho grande parte dessa questão de gênero uma abstração tremenda.


O modelo de masculinidade da Atenas Clássica, o modelo de masculinidade romana, o modelo de masculinidade cristã, o modelo de masculinidade islâmica, o modelo de masculinidade atual... tudo isso é altamente variável.


Li bastante teoria queer, confesso que aprendi bastante de Gramsci indiretamente por essa via. Leio com grande prazer o Journal of Bisexuality. Foi dali que fui aprendendo modelos contrahegemônicos de masculinidade. Também tenho lá as minhas múltiplas fontes conservadoras.


Posso lhe dizer que a teoria bissexual, isto é, a forma com que bissexuais encaram a produção epistêmica dentro da academia é extremamente interessante. Podendo até mesmo adquirir a rigorosidade de uma escola de pensamento se bem estruturada e sistematizada.


O que posso dizer é que tem muita gente pegando a anatomia masculina e a anatomia feminina e, a partir disso, concluir que mulheres usam saias e homens usam calças ou que meninos vestem azul e meninas vestem rosa. Isso é uma conclusão estapafúrdia. Ademais, há gente que não sabe sequer diferenciar gênero de sexo. Não sabendo o que é uma questão biológica e o que é uma questão sociológica.


Muito do que chamamos de masculinidade e de feminilidade é uma questão de construções sociais. Isto é, como foram construídas sociologicamente certos comportamentos e vestimentas que consideramos como masculinas ou femininas.


Se tudo fosse tão estático como se supõe, não existiriam tantas variações históricas e temporais no tratante a questão de gênero.


Quando namorava uma mulher que fazia teatro, era mais comum eu usar saia e ela usar calça, por exemplo. Muitas vezes, achavam que ela era lésbica e eu era gay, sobretudo quando cruzávamos o Centro de São Paulo.


Eu não costumo me importar muito com as condições de gênero. Não sei como os outros veem pessoalmente essa questão. Creio que as pessoas criam alardes e regras demais para manter padrões historicamente construídos, mas que diferença faz uma mulher usando terno e um homem usando saia? Num país em que o saneamento básico é precário e que as ferrovias são quase inexistentes, as preocupações deveriam ser de outra ordem.

Memória Cadavérica #9 — Esfinge Catedrática

 



Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Lembro-me de quando eu era de um grupo de intelectuais dissidentes. Um dos membros, não me lembro o nome, dizia toda vez que eu chegava no bate-papo: "chegou nossa Esfinge Catedrática".


Outras definições era ele ficar dizendo "deixe a nossa Esfinge se posicionar".


Por algum motivo, ele tinha alguma espécie de admiração estranha por mim. Me considerava excêntrico. De qualquer forma, dos mais diversos títulos que recebi, a de "Esfinge Catedrática" é um dos mais enigmáticos.


A explicação vinha com a ideia de que eu lia bastante coisa e chegava a caminhos extremamente heterodoxos e inusitados. No começo, achei estranho, mas não disse nada. Era alguma espécie de carinhos e admirações bizarras que surgem em grupos intelectuais aleatórios.


Em uma brincadeira, usei o nome "Esfinge Catedrática" posteriormente em weblivro.

Memória Cadavérica #8 — Isolacionismo Pessimista

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Após ver as críticas negativas que se apresentam em quantidade nauseabunda e volumosa, questiono-me a respeito dos (des)caminhos que nosso país toma.


Acusam-me de ser uma nova espécie de Bruno Tolentino, por causa da bissexualidade, da libertinagem e da polêmica. Confesso que sou os três: um bissexual, um libertino e um polemista. Esse tipo de "ofensa comparativa" soa-me como um elogio. Um grande elogio, diga-se de passagem. Bruno Tolentino era cultíssimo. Um dos maiores intelectuais conservadores da nossa história. Tendo sido tristemente esquecido por essa geração de entusiastas que o único modelo de conservadorismo que conhecem é o reaganismo e o trumpismo.


Digo, em minha defesa — ou para mais uma acusação dos meus odiadores —, que quem lê Gustavo Corção, Nelson Rodrigues e Antônio Paim não precisa de figuras extravagantes como Bolsonaro. Estive trazendo mais conteúdo para o debate público do que múltiplos membros da chamada "direita nacional". Embora eu prefira chamá-la de "lobby americano" ou "geringonça tresloucada".


Até o presente momento, creio que eu fui o único que procurou trazer mais sobre a Tradição Red Tory (Conservadorismo Vermelho), sobre o neohamiltonianismo, sobre o distributismo de Chesterton, sobre o rurbanismo de Gilberto Freyre, além de análises mais completas sobre a UDN. Com essa ampla jornada, destaco-me como um dos mais odiados, com desafetos múltiplos na esquerda e na direita. Mesmo que, por algum motivo absolutamente aleatório, minhas últimas três namoradas eram todas comunistas. O que significa que já posso pedir música no Fantástico.


Por influência do meu pai, que era anarquista, e do meu tio, que era comunista, li muitos livros de Marx, Lênin, Bakunin, Proudhon, Kroptokin. Tudo isso já na minha adolescência. Um dos meus vira-latas chama-se Lênin em homenagem ao meu comunista favorito. Enquanto outros rapazes se preocupavam apenas em álcool e mulheres, preocupava-me com o renascimento, com o iluminismo, com as revoluções. Devo dizer que me tornei abstrato. Demasiadamente abstrato. Leio e converso com comunistas e anarquistas até hoje. Deng Xiaoping é pouco lido pelos comunistas brasileiros. Creio que canais como Second Throught e Red Pen demonstra que existem bons comunistas americanos, ambos canais com excelente qualidade.


Em meio a biblioteca, fui descobrindo vários livros. Li Pondé por acaso, depois li Nelson Rodrigues por causa do Pondé. Foram sendo apresentados outros: Theodore Dalrymple foi um que mais li. Natsume Soseki e Haruki Murakami, dois intelectuais fantásticos, foram descobertos por acaso em um passeio na biblioteca — embora não se possa chamá-los de conservadores, são grandes referências para mim. Atualmente leio bastante Christopher Buckley, Rick Wilson e Stuart Stevens foram de grande importância para minha formação mais recente.


Quanto as análises da América Latina, José Luis Romero, Carlos Rangel e Ernesto Sabato foram cruciais para para desenvolver muito do que presentemente penso. Carlos Taibo apresenta uma versão fascinante da história da União Soviética, tudo com uma lente anarquista de excelentíssima qualidade. Gilberto Freyre, excetuando-se as questões raciais, apresenta o rurbanismo que é uma das principais formas de redução das desigualdades regionais que já vi.


Em relação as polêmicas, faço todas elas em forma de ato filosófico. A filosofia é, em primeiro lugar, um ato de confissão. Confessar verdadeiramente e sinceramente o que pensa é elementar antes de qualquer construção filosófica. Sem esse requisito, constrói-se uma prisão mental que encarcera a alma nas paredes de uma linguagem que se constrói tão somente para se proteger das agonias do mundo real.


Escrever é, para mim, altamente terapêutico. Um hábito de higiene mental. Todo conservador deve ser, antes de tudo, um conservador da consciência pessoal. Aqueles que pretendem destruir a sinceridade ontológica jamais poderiam ser verdadeiramente conservadores. Muito pelo contrário, atentam contra o principal fator. Juntam-se ao coro que matou Sócrates e depois Jesus.


De qualquer modo, hoje em dia converso mais conservadores americanos, europeus e canadenses do que com conservadores brasileiros. Pouco me importo para os rumos do movimento, também não espero nada de bom. As gestões me parecem mais uma repetição monótona da fórmula reaganiana em economia (neoliberal), uma cópia discursiva da retórica beligerante de Trump e táticas militantes da direita woke. Muito longe do pessimismo, ceticismo e pragmatismo dos grandes conservadores.


Cresci na época em que o politicamente incorreto era predominante na Internet. Via-se uma direita que amava mais livros do que qualquer outra coisa.  O mais odiável era a redução do ser em prol dos bandos. Hoje em dia, a direita brasileira torna a si mesma numa cópia da direita woke americana. Por causa do grande atraso que há no nosso debate público, o termo "woke right" (direita woke) ainda não chegou. A direita de hoje se torna quase tudo que criticou.


Lembro-me que muitos concordavam com a ideia de que só imbecis andam em bandos. E vejam só como é: hoje a direita é uma cópia nefasta da esquerda das massas.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Memória Cadavérica #7 — Erros Históricos




Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Nota: texto expandido para efeito de melhor compreensão.


A direita precisa começar a aprender com os próprios erros.


O bolsonarismo tentou trazer o neoconservadorismo, que havia sido atacado por conservadores-populistas e neohamiltonianos nos Estados Unidos. No período em que há o auge do neoconservadorismo no Brasil (Bolsonaro eleito), o neoconservadorismo é massivamente rejeitado pelos próprios ciclos conservadores americanos.


Do mesmo modo, no período da covid, o bolsonarismo trouxe a mesma prática embusteira de Reagan na gestão da AIDS: teorias conspiratórias a rodo e ausência de forte base científica em suas decisões. A mesma procedência duvidosa de uma direita que cresce a margem da academia e se ancora no populismo e no reacionarismo. Os resultados foram milhares de mortes e o afastamento de vários acadêmicos do conservadorismo.


A UDN errou a trazer um liberalismo do século XIX, datadíssimo, nas eleições contra Vargas. Quando perdeu, contestou as eleições. Isso remete ao bolsonarismo trazendo o neoconservadorismo em vez do conservadorismo populista ou neohamiltoniano e ao Aécio e Bolsonaro rejeitando os resultados das urnas. Se a UDN trouxe um liberalismo do século XIX no século XX, Bolsonaro trouxe um conservadorismo do século XX no século XXI.


Existe um nuance: o discurso bolsonarista é populista, estilo trumpista. A prática governamental é neoconservadora e a militância bolsonarista é associada à direita woke. De resto, em relação econômica, ele foge da Nova Doutrina Econômica Conservadora (American Compass), que é um retorno ao conservadorismo hamiltoniano (o chamado neohamiltonianismo).


O bolsonarismo pega os piores elementos da direita do passado e junta com os piores elementos da direita do presente.

Memória Cadavérica #6 — Se Deus não existe...

 

Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.

Se Deus não existe, nada é permitido


Deus, quem ousa dizer o nome dele? Quando um rico dizia o seu nome, queria sair da riqueza. Quando um pobre dizia seu nome, queria sair da pobreza. Deus É o princípio relativizante do real. Ele serve para relativizar as coisas. Toda vez, na história, que clamaram o seu nome: ele serviu para relativizar o que existia. Isto é, ele serviu para que o que existia não apagasse o que poderia existir. Deus é isso: aquele que relativiza o que existe em função do que virá  a existir. É por isso que Deus é um deus da história. É por isso que Deus É: Deus é Deus em função de apagar os imperativos sociais que presentemente existem. É por isso que, se Deus não existe, virá a existir. E se Deus não virá a existir, somos todos escravos.

Memória Cadavérica #5 — Sobre Republicanismo e Conservadorismo

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Nota: expandi algumas sessões para dar mais clareza.


Os Republicanos Rockefeller eram defensores do estado de bem-estar social e dos direitos iguais. Transfaridos para o momento atual, defenderiam os LGBTs. Mary Dent Crisp era até feminista. Eisenhower fez um excelente governo. Alexander Hamilton também foi um excelente estrategista conservador. Eu me identifico muito mais com essa visão pragmática do conservadorismo, ligada a pessoas como Rick Wilson, Christopher Buckley e Stuart Stevens. Sou favorável ao aborto e a legalização das drogas. Reagan, Trump e Bolsonaro são o câncer do movimento.

Memória Cadavérica #4 — Massas Acéfalas

 



Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


O problema da direita brasileira sempre foi a ausência de intelectuais responsáveis e sérios em um nível majoritário. Cita-se muito Nelson Rodrigues, mas poucos leram as suas obras teatrais. Já existem outros que se perdem completamente: Gustavo Corção, Leonel Franca, José Guilherme Merquior, Bruno Tolentino, nenhum deles é lido ou citado. Há uma diferença enorme entre o conservadorismo/liberalismo letrado e as massas acéfalas que seguem em sua galerosidade de massa de manobra.

Memória Cadavérica #3 — Emburrecimento Reacionário

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Eu estou vendo a história da UDN pela Maria Victoria Benevides (a UDN e o udenismo), posso lhe afirmar que a direita nacional era mais culta em outros períodos, porém sempre cresceu lado a lado com massas reacionários (tal como a direita americana, como demonstrado pelo livro "American Psychosis"). A diferença é que agora só sobrou a massa reacionária. O período de transição entre a direita que se identificava com o PSDB e a direita bolsonarista foi um período de emburrecimento reacionário.

Memória Cadavérica #2 — Direita Brasileira e Mainstream

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Se a direita brasileira fosse:

Red Tory = em políticas sociais e programas de bem-estar social;

Libertária = em posicionamentos culturais;

Hamiltoniana = em economia;

Rurbanista = seguindo a ideia de Gilberto Freyre para diminuir a desigualdade regional;

Distributista = para melhorar a distribuição de propriedade;

Pró-BRICS = para sustentar um desenvolvimento econômico soberano.

Ela seria INFINITAMENTE MAIS MAINSTREAM.

Memória Cadavérica #1 — Piadas Traquinas sobre Política

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Boa tarde, ⁨Gomes Cordeiro⁩. O senhor ⁨Leandro é presidente da Juventude Trabalhista. Um dos homens mais bem informados sobre a política nacional.

Ele tentou reformar o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), tal como a galera do Livres tentou reformar o PL (Partido Liberal) e tal como a American Compass tenta reformar o Partido Republicano.

O fato é, o PTB não foi refundado em direção a um trabalhismo mais novo, o Livres não tornou o PL em um partido liberal e apesar dos esforços da American Compass, o Partido Republicano ainda não é hamiltoniano.

(A propósito, lembra mais o Jackson [primeiro presidente democrata e populista] e uma versão confusa do jacksonianismo do que Lincoln e Hamilton).

De qualquer forma, apesar dos ventos indicarem a permanência de estruturas políticas fossilizadas de toda espécie. Além de imbecis sugerirem que a União Brasil é a Nova UDN, mas sem toda a erudição, pessoas cultas e retóricas adornadas, o Brasil parece caminhar para um impasse.

Em 2026, é provável que Lula ganhe, porém em 2030 há um impasse conjuntural. Dizem que a direita aguarda esse momento para eleger Tarcísio (de Freitas).

Entretanto, apesar de todas essas argumentações, a reunião se trata de eleger ⁨Clarice e você, ⁨Gomes Cordeiro. O ⁨Leandro⁩, pelo que se sabe, compreende a extensão da alma do fluminense e do carioca — e não, isso não é uma piada com pinto.

Ele é quase um Nelson Rodrigues, mas a sua dramaturgia é a dramatugia do trabalhismo brasileiro com o gingado carioca.

Espero que essa reunião, além da minha digressão inútil, seja proveitosa para nós quatro.