quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Acabo de ler "Red Tory" de Phillip Blond (lido em inglês/Parte 1)

 



— Livro:

Red Tory: how left and right have broken Britain and how we can fix it


— Author:

Phillip Blond


A sociedade civil vem sido esmagada pelo Estado e pelo Mercado.


Vários locais de exercimento de poder para pessoas simples foram deturpados e subvertidos. Tais como:

1. Governos locais;

2. Igrejas;

3. Organizações de comércio;

4. Sociedades cooperativas;

5. Instituições educacionais públicas;

6. Organizações cívicas;

7. Grupos localmente organizados.


Tudo que seja um poder autônomo independente é destruído. Todo corpo intermediário é completamente sabotado. O Estado e o Mercado excluem cidadãos da participação econômica e democrática. Criando um esquema que poderia ser resumido em dois processos:

1. Exclusão da participação política e econômica para a maioria;

2. Enriquecimento massivo e monopolizado para poucos.


Essa fórmula é chamada de "Estado Mercado", onde há uma simbiose entre grandes organizações do mercado (oligopolistas e monopolistas [alta burguesia]) junto com a alta burocracia e políticos do Estado.


É importante observar aqui que se trata do "grande mercado". O "grande mercado" junto ao Estado trabalham para destruir os pequenos comércios ("pequeno mercado" e "mercado médio") e também os interesses dos grupos sociais mais desfavorecidos (dentro os quais os trabalhadores do campo e da cidade). Nessa empreitada, a saudável pluralidade do poder político é deixada de lado em prol da centralização do poder político e econômico nas mãos de poucos.


Na corrida centralizatória, pequenas unidades da participação política democrática são progressivamente abolidas pela centralização do Estado. Do mesmo modo, a alta burguesia vai centralizando e abolindo pequenas unidades de participação econômica.


Se, por um lado, o mercado vai sendo centralizado, destruindo qualquer possibilidade de concorrência e participação plural de múltiplas empresas de tamanho menor. Por outro lado, temos o apagamento da cultura cívica para adentrarmos cada vez mais em uma sociedade pós-democrática de consumismo passivo e aquiescência política.


Tudo isso é tratado como normal, visto que "o mercado premia os mais capacitados" e "só as elites possuem cultura o suficiente para melhorar o país". É evidente que tais frases ignoram que o presente estado político foi uma construção política e econômica deliberada que favoreceu a concentração de poder político e econômico, nada tendo a ver com "meritocracia" ou "ser o melhor na concorrência", visto que a centralização política e a centralização de mercado foram construídos e impostos por oligarquias que se julgam ilustradas.


O próprio Estado de bem-estar social moderno não prioriza a organização descentralizada e dos trabalhadores em suas pautas. Muito pelo contrário, os trabalhadores se tornaram recipientes passivos dos benefícios centralmente planejados.