sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Acabo de zerar "Splatoon" no Wii U

 



Quando esse jogo apareceu, ninguém sabia o que dizer. Era um novo exclusivo da Nintendo, dessa vez um jogo de tiro. O fato é que ninguém, naquela época, juntava "jogo de tiro" e "Nintendo" na mesma frase com a maior naturalidade do mundo.  Splatoon é uma revolução paradigmática.


Um TFS (third person shooter [jogo de tiro em terceira pessoa]) próprio da Nintendo, com tinta em vez de tiro e uma jogabilidade com bastante toque de plataforma. O que poderíamos esperar? Um jogo fantástico que só a Nintendo poderia ter feito. Splatoon é, para mim e para tantas milhares de pessoas do mundo, um jogo absolutamente dinâmico e divertido. Certamente uma das melhores franquias da Nintendo e um neoclássico.


O efeito que Splatoon deixa na mente é um fator replay frenético devido a sua capacidade de gerar no jogador uma sensação gostosa e eletrizante. Fora que, quando jogamos, sentimos que não há nada de tão singular e de excelente no mercado que possa competir com Splatoon. Este jogo é uma criação única.


As fases são marcantes e, para jogadores mais experimentados, valerá a pena pegar os colecionáveis do jogo para ter uma dose maior de dificuldade e descobrir mais sobre a história do jogo. Logo é optativo entender a história ou não - jogabilidade primeiro, essa é a filosofia da Nintendo. O que não é algo ruim.


Termino esse jogo com a certeza de que me diverti muito e de que quero, algum dia, zerar o Splatoon 2 e 3. Vejo que essa é uma das franquias com maior potencial da história da Nintendo e do mundo dos games. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Acabo de ler "A Ilusão Americana" de Eduardo Prado

 



A América Latina encantou-se por muito tempo com os Estados Unidos da América. Isso se dava pela a concepção errônea de que a Doutrina Monroe garantiria uma defesa unitária dos interesses de todos os cidadãos do continente americano. O que não poderia deixar de ser mais enganoso.


O puro condicionamento servil e imitador das instituições estadunidenses e a esperança vã de que o Brasil e os Estados Unidos pudessem ter uma amizade desinteressada é um dos contos mais trágicos de nossa história. Ao contrário do que se esperava, os Estados Unidos agiu como agente desestabilizador e dominador imperialista no próprio continente em que faz parte.


Eduardo Prado, mesmo sendo perseguido por suas críticas ásperas - e desgostosamente verdadeiras -, fez de tudo para nos avisar o fim de tão trágica comédia. Mas o Brasil, enquanto eterna mulher de malandro, perseguiu e censurou o nosso caro profeta em sentido rodrigueano ("somente profetas conseguem ver óbvio", dizia Nelson Rodrigues).


É preciso colocar que o que os Estados Unidos nos reservou, seja no passado, seja no presente e, muito provavelmente, também no futuro: é o desprezo e a exigência de submissão a sua tutela parasitária e deletéria. O que deveria levar, a nível de consciência nacional, uma suspicácia sistemática para tudo que seja norte-americano.


O leitor encontrará nesse livro fantástico argumentos convincentes para entender a relação histórica do Brasil com os Estados Unidos e, igualmente, a forma geral que se fez as relações dos demais países latino-americanos com o nosso infeliz irmão do norte.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Acabo de zerar Mario 3D World no Wii U

 



Usando o mesmo motor gráfico que o Mario 3D Land do 3DS, Mario 3D World chegou para aperfeiçoar o legado de seu antecessor e se saiu muito bem em espelhar e aprimorar o fantástico level design que já era primoroso no Mario 3D Land.


Deve-se dizer que, comparado ao jogo do 3DS, esse jogo se sobressai como mais elegante e mais completo. Quem tiver jogado o 3D Land, terá fácil adaptação ao 3D World. Infelizmente, creio que o jogo já não se saia tão bem se comparado ao Mario Galaxy - que era uma obra prima em todos os aspectos possíveis e até hoje o primeiro e o segundo jogo se encontram no top 10 melhores jogos de todos os tempos.


É importante observar que o jogo será melhor em bons pontos: a jogabilidade cooperativa, por exemplo, terá um aspecto muito superior ao do Mario Galaxy - que era bem pobre. O jogo, porém, peca na trilha sonora - pouco memorável -, nos chefes - pouco variados e/ou interessantes - e, igualmente, na incapacidade geral de bater na obra prima que foi o Mario Galaxy.


De qualquer modo, é um jogo excelente e se encontra no pódio dos melhores jogos de plataforma da oitava geração. O aspecto mais impressionante é você pode jogar com duas telas simultâneas e o fato de que a função de toque na tela touchscreen do gamepad foi muito bem utilizada. Não cheguei a usar muito o modo cooperativo, porém ele comporta até quatro jogadores simultâneos. O que é bem interessante e, igualmente, singular. Talvez um dos pontos mais marcantes do jogo.


Mario 3D World é o primeiro jogo que zero em meu Wii U. Ele dá um gosto do que será o desempenho do console e do que gamepad - controle fantástico e de funções complexas - é capaz de fazer. É tentador desligar a televisão de vez em quando e jogar no "modo portátil". Certamente um jogo memorável, mesmo que não cumpra o padrão de qualidade posto no Nintendo Wii - console anterior - pelo Mario Galaxy.

sábado, 24 de dezembro de 2022

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Freud: capítulo 5 - a contribuição da psicanálise para educação"

 



A questão da psicanálise na educação permeia os mais diversos campos. Entre eles, está propriamente a problemática da relação autoritária e repressiva que a escola pode tomar e, mais adiante, uma série de traumas decorrentes que inviabilizam o crescimento intelectual do educando.


Por outro lado, a educação escolar é aquela que aproxima o ser humano de uma capacidade de sair do imediatismo para galgar em planejamentos mais amadurecidos. O prazer, direto e rápido, toma forma de longo prazo e a rigorosidade toma forma para que a pessoa se atenha à realidade. Se bem encaixado, o processo educacional potencializa o ser para uma vida mais adulta e harmônica.


Por outro lado, a principal contribuição da psicanálise está no autoconhecimento que dá ao educador e o dispõe para revisão de sua própria prática pedagógica, colocando-o numa condição mais humanitária para com o educando e num processo de auto-maturação. Este será importante para o próprio professor e propício ao desenvolvimento da pessoa que se educa.


Verdadeiramente a psicanálise é pródiga em exemplos e capaz de atuar em múltiplas áreas. Ela é como se fosse uma chave de desenvolvimento global. E, acima de tudo, bela e apaixonante.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Acabo de ler "Fastos da Ditadura Militar" de Frederico de S. (Eduardo Prado)




"Ninguém duvidará então de que quem escreve estas linhas só atacou os dominadores do Brasil porque, como homem civilizado e do seu século, aborreceu a traição, amou a liberdade e detestou a tirania"
Frederico de S. (Eduardo Prado)

A proclamação da República inseriu, no Brasil, uma grotesca ditadura que dava aos golpistas um poder onipotente para fazerem o que bem entenderem da coisa pública. Em vez de ser uma conquista que maximizava os progressos do tempo imperial e dava-lhe novos toques de elevação civilizacional, essa destruiu parte do progresso imperial e adicionou novos males.

A liberdade de imprensa acabou, a economia foi destroçada, o crédito do Brasil no exterior despencou, parte do território foi cedido a Argentina, algozes se autopromoveram galgando em cargos imerecidos e aumentos salariais desproporcionais. Além disso, decretos surgiam aqui e acolá sem o consentimento da população brasileira e por puro capricho de usurpadores e tiranetes onipotentes.

Em meio a toda essa barbárie, um bravo homem vem anunciar as mentiras e retrocessos civilizacionais que os revolucionários positivistas fizeram ao país. Frederico de S. (Eduardo Prado), foi combatente e a favor duma verdadeira soberania nacional - localizada em representantes legitimamente eleitos pelo povo e a ele submissos. Dito isso, nenhuma ditadura pode ter soberania nacional pois seu poder retira o poder decisório do próprio povo.

Nesse brilhante livro, vemos a defesa militante e responsável das liberdades civis e da capacidade soberana de autogestão dum povo. Um ataque frontal as arbitrariedades de homens que, postos no poder, alteram tudo para que tudo caiba na pequeneza de suas estaturas diminutas.

Certamente um dos maiores clássicos da literatura nacional e um livro que, certamente, recomendo a cada brasileiro para o conhecimento mais amplo da história de sua pátria. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Acabo de ler "Muita Retórica, Pouca Literatura" de Rodrigo Gurgel

 



Não seria surpreendente alguém afirmar que Rodrigo Gurgel é um dos maiores críticos literários do Brasil contemporâneo. Indo numa linha oposta a verve "mais comum" dos outros críticos, contribui de forma inestimável para a amplitudização do debate literário brasileiro enquanto tal.


Sendo de oposição natural ao que se tornou convencional em nosso meio acadêmico, serve muito bem para o aumento do arcabouço teórico e ajudará, em muito, no aumento do horizonte de consciência. E suas críticas são resultados duma pesquisa ativa, exaustiva e minuciosa. Não só isso: o autor do livro em questão é um homem que ministra cursos que ensinam fundamentos e técnicas de criação literária.


Nesse livro, o autor vai demonstrando, capítulo a capítulo, como nossos autores incorrem recorrentemente em discursos altamente retóricos e de caráter pouco literário, tal como se escrevessem um TCC e não um romance ou o que quer que seja. Além disso, o pedantismo e o uso acentuado de adjetivos é constante demais - e poder-se-ia dizer: penoso e nauseabundo. Numa babilônia entediante de argumentos, recorrentemente perde-se a capacidade descritiva.


O autor, é claro, não se encontra numa posição radical de antagonismo. Isso seria um parcialismo extremado que, na estatura de nosso autor, ser-lhe-ia contraditória e pouco digna. Ele é elogioso em muitos pontos, capaz de diferenciar as tonalidades do que lê.


Certamente um livro fantástico. Para quem gostar de crítica literária, recomendo a leitura. Para quem não curte, ainda recomendo pela boa prosa e humor refinado do autor.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Acabo de ler "O Declínio de um homem" de Osamu Dazai



 

Existem poucos livros que, quando lidos, podem gerar uma conexão profunda e introspecção elevada. Esse livro, recheado de pessimismo e niilismo, conta a história de um homem perturbado pela sua incompreensão da humanidade e, consequentemente, sua incapacidade de adaptação.


Mesmo jovem, nosso querido protagonista (Yozo), não fazia ideia de como ter as ações de seus correlacionados como previsível e inteligível. Logo criou uma rotina de farsas para simular um contato humano. Todas essas farsas geravam para ele um aspecto altamente tensional como que num contato perdido num vale de penumbra. Nada lhe era pleno e confiável.


O protagonista demonstra-se tímido e não consegue se comunicar com excelência. Não sendo uma pessoa normal, não faz a mínima ideia do que fazer com esse mundo que onipresentemente o circunda opressivamente. A vida dele será uma tragédia sem fim devido a sua incompreensão altamente nulificadora de toda ação.


Essa vida movida pela incapacidade de comunicar-se ou entender a comunicação com o outro o levará a tentativas de suicídio, alcoolismo, dependência por drogas. O livro é uma sucessão de um conflito psíquico e social que se entrelaçam de forma agonizante o tempo todo.


Certamente um livro duro e cruel. Recomendo a leitura para quem tiver capacidade de lidar com a frustração existencial que o livro necessariamente dará.

Acabo de ler "Em Defesa de Stalin" de Vários Autores (Parte 12)

  Essa é a última parte de Emil Ludwig, indo da página 185 à 208. Aqui termina a triunfalmente rica e arguta análise de Ludwig. E talvez sej...