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domingo, 13 de abril de 2025

Acabo de ler "Scott Pilgrim contra o Mundo vol 3"

 


Peço perdão pela ausência de tempo e dedicação para esse blog. Tenho tido pouco tempo para escrever. Mas tenho feito de tudo para trazer novos conteúdos. Para não dizer que não estou fazendo nada, resolvi ler uma revista em quadrinhos que faltava.


A história do Scott Pilgrim é sobre crescer, lidar com os traumas e adquirir maturidade. Foi a partir dela que tivemos uma migração da cultura nerd para a cultura geek. Toda a sua história contém uma série de referências que a consolidaram como um produto razoavelmente cult dentro da cultura nerd/geek.


Scott Pilgrim é uma obra deliciosa de se ler. É uma obra que nos faz retornar com carinho para o passado e também para o presente. O humor é a desconcentração são pontos excelentes dessa obra.

domingo, 11 de setembro de 2022

Acabo de ler "Mistérios Divinos" de Neil Gaiman e P. Craig Russell

 



Faz algum tempo que ando me aproximando do mundo das revistas em quadrinhos. Esse mundo, até agora, nunca me deixou de fascinar. Entre meus autores prediletos, encontra-se Neil Gaiman, uma pessoa capaz de proporcionar fantásticos enredos que sempre movem o leitor para uma leitura curiosa e apaixonada.

Como não poderia deixar de ser, "Mistérios Divinos" é outra excelente HQ de Neil Gaiman. A história se passa antes da criação de nosso mundo, quando os anjos viviam produzindo tudo que será utilizado no mundo que vivemos. Embora hajam alguns personagens que vivam no mundo em que nós vivemos.

Se a pergunta é: "como era o mundo antes de Adão e Eva", essa revista em quadrinhos traça um cenário para essa pergunta teológica. Claro que ela goza duma visão pouco ortodoxa no âmbito da teologia, porém isso só impacta gente meio fanatizada que não consegue se entregar numa experiência cultural sólida. Convido o leitor a esquecer-se por um momento de suas crenças teológicas e gozar dessa ótima experiência literária e artística.

A HQ seguirá dois personagens, um anjo e um homem. O caminho dos dois será encontrado na narrativa. E, interessantemente, pode-se ter um roteiro que deixará o leitor cada vez mais expectativo com a consumação dessa história que sempre deixa um gosto de quero mais. Um processo investigativo é traçado e questionamo-nos a função dos anjos e o desempenho de cada um deles no pré-criação.

Em relação a comentários sobre a história total, prefiro deixar-lhes mais com a experiência em si do que um comentário que estabelece previamente todos os eixos. Digo-lhes, tão apenas, que a experiência vale muitíssimo a pena e que a história tem bastantes reviravoltas.

sábado, 16 de julho de 2022

Acabo de ler "Monster (Vol. 1)" de Naoki Urasawa



Há mais de dez anos atrás, pensei em assistir Monster devido a recomendação de um colega virtual. Eu era jovem e imaturo, logo não consegui absorver a densidade da obra e tão logo desisti de assisti-la. Anos depois, deparo-me com seu mangá dando sopa no Centro Cultural Vergueiro e, finalmente, adentro na experiência que até agora tinha me neguei a ter.

O drama das relações humanas em Monster é complexo. Tudo aqui é explorado de forma meticulosa e bem adulta. Lemos o mangá com uma grande preocupação do que virá - somos sempre bem recompensados pela carga dramática do enredo. A leitura é sempre tensa e cheia de suspense. Se você espera uma leitura mais adulta, esse é certamente o mangá que você deve ler.

Nunca pensei que seria encantando por esse mangá. Optei por ler o mangá em vez de ver o anime por gostar mais de ler do que assistir. Fora que já estou ficando cansado de ver animes. De qualquer forma, não me arrependi. Gostei bastante da estética do mangá e a forma com que ele aborda a tensionalidade da vida em si. Sinto até um certo arrependimento por não ter compreendido a grandiosidade dessa obra quando era mais novo.

A impressão final que tenho é: quão mesquinha é a estruturação da vida em si e quão vaidosa é a nossa alma que se perde em vaidades. Lendo o mangá, tornei-me mais pessimista e mais do que isso: reconheci a realidade corrupta ao qual me encontro e que o autor descreve bem. Ler "Monster" é reconhecer a nossa própria miséria e a miséria do mundo em si.

sábado, 2 de julho de 2022

Acabo de ler a segunda parte "Scott Pilgrim Contra o Mundo" de Bryan Lee O'Malley

 



A segunda parte trás mais desenvolvimento aos personagens, marcando a própria percepção de tempo do protagonista e a necessidade que ele tem de crescer para cumprir funções básicas das vida como comer, pagar a residência em que mora ou simplesmente sair com os amigos.

O que mais me marcou nessa HQ foi o fato de que ela trata, assim como a outra, de conflitos da vida do jovem-adulto. Fase essa que, enquanto eu escrevia esse texto, eu faço parte. É muito comum eu me ver, além de ver meus amigos, dentro dessa HQ e seus conflitos. É claro que o meu mundo não chega a ser tão fantástico como o de Scott.

O que se pode dizer do livro até então? Que os personagens estão cada vez mais interessantes. O passado da Ramona, e não só o dela, é passado com o tempo e adquire cada vez mais um quê de misteriosidade. Fora que Scott está se tornando mais responsável para com a realidade e o seu passado também é desvelado. Novas lutas também acontecem nessa segunda parte.

Em atributos gerais, podemos ver que o livro está quase sempre ligado aos problemas da fase final da adolescência e do jovem adulto. Fora que a sexualidade é tratada com um quê de liberalidade, porém equidistanciada de uma explicitidade. No fim, lemos a revista em quadrinhos não só pelas suas mirabolantes lutas ou referências à cultura nerd/geek, lemos também para saber o que acontecerá com cada personagem do mundo de Scott.

sábado, 11 de junho de 2022

Acabo de ler "Violent Cases" de Neil Gaiman e Dave Mckean

 



Essa HQ é bem diferente das que estou acostumado a ler. Para ser mais exato, propus-me a uma pequena loucura quando decidi lê-la: pegar uma HQ aleatoriamente, sem ler a sua sinopse e curtir essa experiência do acaso tal como alguém que abre um livro religioso aleatoriamente esperando uma resposta da providência divina. E não me decepcionei em momento algum, muito pelo contrário.

Essa revista em quadrinhos é meio confusa, já que o conto é narrado no presente, mas a história se passa na percepção meio infantil duma criança. Fora isso, há outro fator que complexifica a leitura da obra: a mistura entre realidade e fantasia dentro da mesma narrativa, o que leva a múltiplos caminhos interpretativos. Damo-nos conta de que estamos numa memória meio confusa que está sempre sincretizando múltiplos eventos.

A sensação de confusão que temos ao ler a HQ não é ruim, ela é prazerosa e dá-nos um quê de misticismo. Essa sensação mística se mistura com a própria beleza artística a qual somos expostos. A beleza e a confusão nos transbordam de sentimentos indescritíveis durante todo no intercurso de leitura. E mesmo não chegando a compreensão literal, compreendemos que ela não é necessária: trata-se, antes de tudo, de uma estranha experiência maravilhosa que joga o leitor numa penumbra lunática e maviosa.

Ao terminar de ler, sinto-me dado a grandes mistérios da vida, não concluindo logicamente sobre eles. O que tendo é entender que existem coisas que escapam as nossas mesquinhas definições.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Acabo de ler "Asa Noturna: Estágio Futuro" 1 e 2 de Andrew Constant e Nicola Scott

 




Essa HQ não explica nada, quase tudo que existe nela são apontamentos que, mesmo não dando uma condução mais literal pras coisas, possibilita várias margens para interpretação. O que pode ser visto como ruim e, pela experiência geral, geralmente é. Só que perceber o enredo pela ambientação é fantástico e ainda prende o leitor.




Vemos Asa Noturna após perder o Batman. Não sabemos se Batman está de fato morto ou se apenas sumiu provisoriamente. O Batman que aparece não é o Batman de fato e ao final da experiência não sabemos quem é. Creio que se ele fosse o Batman, o próprio Dick perceberia isso. De qualquer forma, o luto pela Batman e a personalidade abalada de Dick ocorrem durante todo percurso da história, criando uma atmosfera diferente e até sombriamente agradável.






Quando um personagem tira sarro do Asa Noturna e de seu descontrole é simplesmente maravilhoso. Temos um Asa Noturna diferente do habitual. Ele é sombrio e fatalista, virando o próprio Batman da história em termos atitudinais e de personalidade. O tempo todo, ele visa cumprir o legado de seu mestre. Ao ponto que ele é o próprio comandante da situação e atua como líder da batfamília. É por isso que gostei desse Asa: sendo taciturno, aparenta-se mais com o seu mentor e a ligação que constrói com ele, sendo uma espécie de novo Batman após a sua (suposta) morte é um dos pontos mais altos da história.





Carrego uma dualidade: tudo se resolveu facilmente demais. As duas HQs mais abrem uma aventura psicológica na mente de Dick Grayson do que uma aventura completa com um bom começo, meio e fim. E embora eu tenha gostado desse Dick, ainda considero a qualidade geral da obra baixa. É um gosto de "eu esperava mais" difícil de lidar, o potencial foi jogado no lixo.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Acabo de ler "As Crônicas de Batman: a Prova" de Bruce Canwell, Lee Weeks e Matt Hollingsworfh

 



Nessa pequena HQ, vemos o teste que Batman ofereceu a Robin (Dick Grayson) para que ele o oficializasse como vigilante da justiça. O desafio era: fugir do Batman até o amanhecer. O que não é, para qualquer um que conhece o Batman, um desafio fácil.

No final, era evidente que Robin não conseguiria fugir do Batman. Porém o Menino Prodígio o surpreendeu fugindo de criminosos, em sua capacidade de lutar e também propondo enigmas para o Batman. Tudo isso leva a um questionamento moral: será que vale a pena colocar um menininho numa vida de trevas? Quem responderá é o próprio Batman: "quando perdi meus pais não encontrei maneira de expulsar minha ira, minha dor. E ainda que ele esconda bem, essas emoções estão se agitando dentro de Dick. Robin será uma válvula de escape, uma via para expulsar a escuridão antes que ela corrompa a sua alma".

Batman vê no Robin a imagem de si mesmo. Esse traço não é só mero capricho, talvez seja a forma com que Batman encontrou de redimir a si mesmo e um traço que lhe torna mais humano. Sabemos que Batman sem Robin é menos humano, mais violento e exatamente frio. Robin é um ponto de sanidade e humanidade, por outro lado: Robin consegue se enxergar dentro do próprio Batman, como uma espécie de arquétipo da redenção do mundo pelo movimento de uma pessoa bem-intencionada no combate ao mal. A crença final é a de redimir o mundo com o impulso da vontade.

No final, sentimos que, mesmo falhando, Robin cumpriu bem o ideal proposto. Viveu na prática surpreendendo o próprio Batman. Embora não sendo totalmente capaz, ainda apresentou estar bem o suficiente pra isso. Fora que a HQ traz uma faceta do Robin e a sua conexão com o Batman, além do próprio processo de treinamento e amadurecimento do rapaz que, com sua presença e semelhança, humaniza o próprio mestre.