Mostrando postagens com marcador Japão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Japão. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Acabo de ler "Mobilize New Recruits and Conduct Political Work Among Them" de Deng Xiaoping (lido em inglês/Parte 3 – Final)

 


Nome:

Mobilize New Recruits and Conduct Political Work Among Them


Autor:

Deng Xiaoping


A mobilização de um país é um trabalho político. É criar uma unidade de vontade no meio de uma série de pessoas que estão inicialmente dispersas. Quando pensamos nisso, nos damos conta que é um esforço hercúleo para fazer valer uma vontade geral de realização em meio a uma inércia ou uma dispersão. Tal feito deve ser sempre considerado. Não é fácil pegar pessoas que, mesmo considerando a sua proximidade pela cultura, estão inicialmente longe umas das outras e colocá-las em prol de um objetivo comum.


Um dos maiores problemas que se desenvolveu nesse recrutamento foi o fato de que grande parte dos recrutados eram pessoas comuns. Essas pessoas comuns não estavam acostumadas a vida militar e as batalhas travadas durante a guerra. Houve um exercício educacional para habituar essas pessoas a essa nova realidade. Dando a elas unidade e disciplina.


Foi necessário criar, dentro daquele povo guerreiro que surgia, uma disciplina e um controle racional. Não só isso, era necessário que essas duas faculdades salutares ao exercício da guerra se encontrassem com um trabalho político. Ou seja, a arma não era só um objeto que estava agora em suas mãos, era também uma consciência política do dever que desempenhavam naquela ardua batalha que se travava.


Os comunistas chineses sabiam de algo que transcendia a mera luta em si. Eles sabiam que a consciência política é uma arma. A repressão e a coerção não podem gerar pessoas leais ao cumprimento de uma guerra. Uma luta ardorosa requer um forte compromisso com ideais a serem defendidos. Sem fortes ideais, o compromisso e a unidade são pífios.


Os novos ingressantes da batalha de libertação nacional tinham uma consciência do que enfrentariam diante daquelas trincheiras de sangue. Não só uma consciência da morte que permeava o local, eles também tinham a consciência acerca do grande objetivo que estavam traçando por meio dos seus corpos e mentes. Tornando-se, pouco a pouco, mais capazes de compreenderem a complexidade política da qual estavam envoltos.


Houve também um intercâmbio entre os soldados mais experientes e aqueles que entravam na batalha. Os soldados mais experientes lhes deram o conhecimento das habilidades militares. Também se supriu a necessidade de alimentação e roupa, para que todos se sentissem mais bem dispostos para a batalha. Um esforço de estabilização das forças armadas chinesas.


Pouco a pouco, os novos ingressantes foram aprendendo sobre a disciplina e o controle da racionalidade. A educação e a persuasão eram artes do convencimento daquilo que se almejava deles: a libertação do seu país e a segurança daqueles que amavam. Também foi necessário uma aproximação das famílias, o contato não foi cortado. As famílias os visitavam e os entretinham. Também haviam trocas de cartas de encorajamento. Tudo isso criou uma maior estabilidade mental e social para o prosseguimento daquela batalha.

Acabo de ler "Mobilize New Recruits and Conduct Political Work Among Them" de Deng Xiaoping (lido em inglês/Parte 2)


Nome:

Mobilize New Recruits and Conduct Political Work Among Them

Autor:
Deng Xiaoping


Para sobreviver ao avanço japonês se fazia necessário uma alteração nos métodos de recrutamento. Não só isso, era necessário um movimento pedagógico para que o povo compreendesse que deveria repelir a agressão japonesa. A compreensão da necessidade da luta e um método de recrutamento para a gloriosa libertação nacional deveriam ser o foco do movimento de libertação nacional.

O movimento de recrutamento deveria ser, nas palavras de Deng, um movimento de agitação e propaganda. Esse movimento de propaganda teria: óperas, músicas, jornais, conversas privadas. Todo esse movimento de conscientização se demonstrou muito mais assertivo que um recrutamento movimento por coerção.

Outro movimento muito interessante foi o fato de que convidavam pessoas para jantares. Nesses jantares militares e civis se encontravam para conversar e compreender mais da natureza da guerra que estava em curso. Foi ali que o povo compreendeu que bons homens poderiam sim entrarem na guerra para defenderem o país e as pessoas que tanto amavam.

Uma das condições necessárias para a vitória da guerra contra o Japão foi a incorporação da guerrilha como uma prática. Isso enriqueceu demais a luta libertacional. O que se juntou a propaganda, a educação e a persuasão.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Acabo de ler "Mobilize New Recruits and Conduct Political Work Among Them" de Deng Xiaoping (lido em inglês/Parte 1)



Nome:

Mobilize New Recruits and Conduct Political Work Among Them

Autor:
Deng Xiaoping


Quem poderia ganhar uma batalha contra um inimigo formidável como o Japão naquela época (1938)? A questão não era tão somente encarada a curto prazo, mas a longo prazo. A batalha era também de resistência e de persistência. Mobilizar toda uma população não é tão fácil, mesmo durante um período de guerra. Ao contrário do que se espera, as pessoas não de movem tão facilmente mesmo quando são ameaçadas por um invasor externo.

A problemática chinesa se encontrava em três gravidades. Uma delas era que culturalmente se tinha a crença de que um bom homem não utilizava armas. Em segundo lugar, havia a educação das massas. Em terceiro lugar, o modo em que o recrutamento era executado poderia trazer um questionamento acerca da ética desse recrutamento, sobretudo por parte das famílias que criavam uma resistência ou de pessoas que se sentiam ou eram coagidas para lutar.

Durante esse período, encontraram-se uma série de erros. Um deles era a incapacidade que as pessoas tinham de compreender que o futuro do país estava na balança. A necessidade de combate exigia uma mobilização, não uma fuga. Ademais, o governo se demonstrava incapaz de aumentar a sua capacidade de defesa, o que fazia com que o povo ficasse insatisfeito perante a ausência de resultados.

As pessoas não compreendiam o que era que movia tantos homens. Elas não compreendiam aquele sentimento que muitos homens compartilhavam na luta contra o inimigo. Elas não compreendiam o amor que eles tinham pela sua nação e por suas famílias. Ou seja, elas não compreendiam a fé que movia as suas almas. A partir dessa descrença, não poderiam compreender a unidade das forças armadas e o povo. As forças armadas, quando bem pensadas, tem uma unidade para com o seu povo: eles querem a proteção do povo e da nação que tanto amam. Muitos não só odiavam as forças armadas, como odiavam ter entrado nelas.

A guerra se trata de variáveis combinações. É preciso ensinar o povo a necessidade de autodefesa. Combater o inimigo interno e externo. Educar sobre a necessidade da luta. Vencer argumentativamente, militarmente se necessário, os colaboradores do adversário. Aumentar os números e vencer através da persistência e da resistência.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 6 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Aqui adentramos naquilo que o anime ainda não adaptou. Logo tentarei ser bastante cauteloso com o que escrevo por aqui, visto que não quero dar spoilers para ninguém.


Neste volume, vemos Kazuma desenvolver-se ainda mais como personagem. A forma heterodoxa de como usa seus poderes é fantástica e demonstram toda grandiosidade eclética que o personagem possui. O final é especialmente brilhante, sobretudo pelas falhas recentes que fazem com que o personagem tente ardentemente demonstrar seu valor.


O personagem vem crescido de forma multilateral, já que as suas companheiras de equipe são unilaterais. E toda a potencialidade dele como um detentor de vários poderes é explorada neste capítulo. O que dá pistas da linha de desenvolvimento do personagem.


Neste capítulo também temos um contato maior com a Chris. Personagem que estava de escanteio e aparece agora com algo que certamente influenciará a trama daqui pra frente. Também temos a apresentação de novos personagens, entre elas a pequenina Iris. Iris é a apresentação da realeza dentro do universo de Konosuba, o que dá novos ganchos e enriquece o universo.


A única fraqueza desse volume talvez seja o ritmo mais lento da trama. O próximo capítulo se focará novamente na Darkness, ao menos essa é a impressão que o final do volume dá.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 1 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)




O que você faria se eu lhe contasse que existe uma história altamente improvável em que um  homem mau-caráter, uma deusa completamente burra, uma cavaleira masoquista e uma maga piromaníaca se unem para derrotar o Rei Demônio numa jornada épica em que os vilões mais parecem heróis e os heróis mais parecem vilões?


Num mundo em que os heróis centrais são figuras distorcidas e problemáticas, Konosuba apresenta toda a originalidade de um autor que veio para quebrar os clichês tão exaustivos e consagradamente repetidos até a demência. Essa é a novela rápida que levou a criação do anime e é tão ou mais engraçada que o anime.


O leitor deleitar-se-á com o humor de um autor que não cansa de bater e alterar tudo aquilo que se tornou comum no universo dos isekais. Distorção essa que é extremamente saudável, tendo em vista a macaqueação sem fim em que se encontram os já batidos enredos que se repetem tanto que chegam a nos levar a pensar que estamos vendo a mesma obra com personagens diferentes e com algumas pinceladas que alteram um pouco a fórmula padrão.


De fato, aqui está uma obra que merece ser apreciada e vista por todos aqueles que têm gosto pela cultura japonesa, sobretudo no âmbito dos animes, mangás, novelas rápidas/pequenas e novelas visuais.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 4.5 - Syougo Kynugasa" (lido em espanhol)

 



Ao contrário de minha aposta anterior, esse volume também não adaptou a parte em que o anime se encontra. Aqui é preciso frisar: não é o anime que adapta a pequena novela, mas justamente o contrário, esta é apenas uma forma de dizer em que parte a novela se encontra. Mesmo não estando onde o anime está, me deixou com uma agradável surpresa.


O anime simplesmente pulou essa parte da novela. Talvez por considerar essa parte de menor importância. Creio que eles pensaram que os eventos não seriam impactantes o suficientes para serem dignos de adaptação. Creio que por ser uma parte em que o autor prepara terrenos para acontecimentos futuros, os fãs de anime teriam a sensação de que estamos diante de um grande prólogo ou de um gosto de "esperar pra ver".


De fato, muitos acontecimentos de menor importância ocorrem, listá-los-ei aqui sem tentar cair em spoiler:

1. Ayanokoji e Ibuki tem um "arco" só para eles dois juntos;

2. A relação do líder da classe A com sua irmã é mais desenvolvida;

3. A relação de Kei com Ayanokoji tem traços sutis de desenvolvimento.


Como Ayanokoji foi criado num local de baixa interação social, para se tornar uma espécie de líder, o seu desenvolvimento como personagem frio e calculista ao extremo encontra-se nessa necessidade dele adquirir experiência social. O autor (Syougo Kynugasa) já está deixando claro que isso ocorrerá no futuro, visto que ele se torna cada vez mais próximo disso conforme testa o terreno. Creio que, em capítulos posteriores, teremos mais e mais provas disso.

terça-feira, 14 de março de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 2 - Syougo Kynugasa" (lido em espanhol)

 



Poderíamos analisar a habilidade de alguém tendo em vista tão somente a sua competência em cumprir critérios meramente acadêmicos? Evidentemente não. A capacidade de alguém não é facilmente mensurável, haja em vista a infinita multiplicidade de tarefas que alguém poderia desempenhar numa sociedade complexa e cheia de funções que podem ser desempenhadas.


Dito isto, quais seriam os critérios aplicáveis? Um dos princípios de uma sociedade moderna é a divisão de trabalho que ela comporta. A complexidade da economia se encontra na divisibilidade que ela apresenta, a quantidade de funções disponíveis que ela comporta, a variabilidade que traduz toda uma estrutura que, quanto mais variável é, não pode ser inteligível ao microcosmo da consciência individual e que nenhum burocrata poderia ter ao todo.


Qualquer planejamento, imposto de cima pra baixo, traduz uma arrogância que se crê acima de toda essa multiplicidade. Uma arrogância que pode ser fatal, visto que nunca sabemos até onde vai nosso conhecimento e não podemos abarcar a tudo. É por isso que certos estudantes são colocados como "rank D", mesmo cumprindo critérios de desempenho acadêmico.


Um exemplo disso é: Horikita. Sendo uma das pessoas mais inteligentes da obra, ela é incapaz de se adequar na estrutura social e por isso acabou na classe D. Sudou, por outro lado, é um dos alunos mais competentes na questão atlética, é razoável socialmente e péssimo na questão acadêmica. Os dois foram parar na mesma classe, no mesmíssimo rank, porém por razões distintas.


Tendo esses dados em conta: cada estudante da classe D tem falhas, enquanto os estudantes da classe C, B e A, possuem falhas de caráter menos específico. A classe A deve apresentar, nesta dedução, uma capacidade multidisciplinar em todos os fatores possíveis (sociais, intelectuais, atléticos, comportamental, estratégica, etc). Logo a cruzada da classe D para se tornar a classe A deve se basear na busca pela capacidade de ser bom sistematicamente. Essa jornada é a parte mais interessante da obra.

terça-feira, 7 de março de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 1 - Syougo Kynugasa" (lido em espanhol)

 



Com um começo um tanto calmo, estudantes de uma das mais prestigiosas escolas do Japão começam a pensar que estão num anexo da Jerusalém Celestial na Terra. Nisso, começam a agir tolamente, acreditando firmemente que não estão sendo julgados ou vigiados. Na verdade, encontravam-se extremamente enganados: logo veriam e sentiriam o peso da própria superstição.


Com várias análises sociais e falas acerca da igualdade e equidade, o autor nos conduz em sua narrativa que demonstra que a igualdade e equidade é tão somente uma ilusão. Num jogo sombrio em que a competitividade e a capacidade de superar os rivais são valores absolutos, levando a uma ordenabilidade para que os objetivos sejam alcançados. Em meio a isso, a classe D (a pior classe) começa a se mexer para, quiçá, sobreviver na trama cruel em que estão imersos.


Com bastante esforço, os piores começam a aprender a trabalhar coletivamente e a tentar algo que aos outros soará como uma piada ou ausência de compreensão das proporções: superar a classe A, roubando o seu lugar. Tudo isso em meio a uma série de personagens que, com bastante frieza e sagacidade, usam todos os meios para destroçar seus inimigos.


Não por acaso, Classroom of the Elite é uma das tramas mais empolgantes, inteligentes e impactantes da contemporaneidade do universo cultural japonês - ao menos no círculo de mangá-novel-game-anime. O desenrolar de toda essa série de maquinações, sagazes ou simplesmente diabólicas, encantará o leitor que desbravará  densidade duma obra que é para poucos.

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol IV - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



Para quem esteja meio perdido: cada novela apresenta dois arcos distintos, o anime adaptou duas novelas (logo quatro arcos). Ao terminar essa novela, estou quatro arcos adiantado ao anime. Este por sua vez, assim espero, adaptará a terceira novela, com base também no mangá.


Nesse volume, somos apresentados ao arco em que ocorre uma guerra civil no Reino de Oriana e um arco em que Shadow retorna ao Japão. No final, somos alertados pelo autor que a sua receberá uma adaptação em anime.


Quanto a esse volume: gostei mais do primeiro arco do que do segundo. Embora nenhum se compare em nível dramático ao final do terceiro volume da novela. Não há um grande vilão a ser apresentado no final do volume dessa novela, o que impacta negativamente. Embora esse volume também traga a questão do multiverso e que a Seita já está informada disso. Agora o Jardim das Sombras conta com essa informação e ainda por cima adquiriu tecnologia avançada do outro mundo graças a viagem do Shadow ao Japão.


Aparentemente o próximo volume contará o impacto da tecnologia avançada no mundo em que Shadow se encontra e uma história que estará no Reino de Midgar. Ao menos é isso que indica o caminho tomado pelo autor.


Essa novela me pareceu mais um esquentamento do que virá a seguir do que um volume impactante de fato. Mesmo que essa preparação não deixe de ser interessante, não me foi muito ao gosto. Gostarei de ver como tudo isso impactará no próximo volume da novela.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol III - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



Existem sutilezas que só uma pessoa habituada aos múltiplos caminhos da inteligência poderiam chegar. Uma dessas capacidades é a capacidade de sintetizar a universalidade de um saber numa única obra. Isto é, traduzir todo seu conhecimento sistemático numa unidade ordenada capaz de abordar múltiplos pontos de forma coesa. Um ponto em que a diversidade heterogênea encontra uma síntese fulminante, em que todas as fragmentárias partes adentram como uma só. Essa seria a unidade do conhecimento, a iteração dos saberes.


Ora, se você se pergunta a razão de eu estar fazendo essa introdução numa abordagem mais ligada à epistemologia em vez duma simples crítica literário, já respondo: esse livro, bastante conexo, demonstra uma inteligência formidável que dificilmente poderia ser apreciada de forma correta por olhos mais desatentos. O autor conseguiu de forma simultânea aplicar toda uma capacidade narrativa, junto a um imaginário fantástico - que demonstra e demanda por sua vez um conhecimento de mitologia comparada - ao lado dum conhecimento de economia.


Nessa história, vemos uma dramaticidade em que Shadow aparentemente trai suas companheiras do Jardim das Sombras. Isso gera um grande conflito psíquico e identitário nas pobres donzelas. No final, tudo se ajeita de forma brilhante. Todavia o objetivo de Shadow, homem ininteligível, era de fato as trair. Só que o autor colocou de forma brilhante toda essa confusão e, mais uma vez numa solução que é boa para os personagens e intrigante para o leitor, deu-nos um show de lore. O personagem central não sabe o que faz, as personagens secundárias também não compreendem e acham que compreendem. Toda essa sutil trama se revela ao leitor como numa quebra sutil de quarta parede em que, no fim de tudo, rimos de tal desfecho e deslumbramo-nos intelectualmente da capacidade do autor.


Com certeza essa é uma das obras mais fantásticas de toda a cultura nipônica e, certamente, uma das que mais me interessei. Tanto que li esse livro inteiro em um único dia. Espero que, se alguém ler essa análise, tenha o coração tocado e também vá ler a pequena novela ou assistir o anime.

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol II - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



Para aqueles que se perguntam até onde o anime adaptou, a resposta está aqui: até o segundo volume da pequena novela. Não saberia dizer ao certo onde o anime está em paralelo ao mangá, visto que não o li. Recomendo que, a quem interessar, busque ler a pequena novela e não o mangá. Ela é o material original, já o anime e o mangá são adaptações. Todavia sintam-se livres para decidir se preferem uma experiência mais literária pela pequena novela ou mais "artística" pelo mangá.

Também é válido dizer que: se você não tem interesse em ter a mesma experiência que já teve através do anime, será melhor que busque o terceiro volume da pequena novela logo de imediato. Eu optei por ter o contato com o conteúdo que já sabia previamente por dois motivos:
1. Para ter uma experiência diferente onde poderia imaginar as cenas por mim mesmo;
2. Para treinar o meu espanhol.

Nesse volume, o enredo toma proporções ainda maiores. O autor teve de dar continuidade a certos planos sem que o aspecto cômico ou o aspecto mais sério fossem priorizados de forma a apagar o brilho do outro. Isto é, o pano de fundo tenebroso continua a ganhar saltos de detalhes sem o conhecimento do protagonista. Dessa forma, a seriedade e a qualidade da obra se aprimoram sem alterar a substancialidade e originalidade estabelecidas no volume anterior.

Shadow continua sendo só um homem vivendo o sonho puramente egoísta de ser uma espécie de Batman enquanto o mundo ao seu redor sofre com uma tensão que não lhe afeta em quase nada - seja pelo seu poder absoluto, seja pela sua alienação em relação ao ambiente circundante. Esse aspecto ininteligível não é captado por ninguém, já que esses atribuem intencionalidades muito mais complexas e grandiloquentes que o protagonista de fato almeja. Essa falta de conexão e inteligibilidade permeia toda a obra e dá o charme que lhe é próprio.

Certamente uma história que vale a pena rever, já que ela traz uma realidade psíquica muito mais detalhada do que é possível num anime - onde as emoções dos personagens devem ser muito mais subentendidas por causa de sua forma menos explícita.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol. I - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



O que um jovem medíocre e considerado mediano em todos os fatores, Cid Kagenou, esconde de seus pares? Nem a sua família sabe de seu verdadeiro segredo. Por trás de um garoto aparentemente normal, se esconde um guerreiro poderoso que vive imerso nas sombras para combater as sombras. Suas ações decidem o movimento do próprio mundo.


O mais cômico disso tudo: Cid é um renascido, vindo de outro mundo, que sempre teve o sonho de se tornar um homem que trabalha através da ocultação. Outro ponto interessante: muitas das coisas que ele disse, em sua fantasia adolescente, são verdadeiras mesmo que ele mesmo não saiba. A própria organização criada não-intencionalmente por ele tem seu aspecto de tê-lo como uma espécie de deus.


Enquanto ele vive a sua fantasia que se tornou realizável graças ao mundo mágico que reencarnou, todas as suas ideias adolescentes são reais e todas as suas ações são dadas como assertivas. Até mesmo quando isso envolve algo puramente aleatório. Ele não leva nada a sério e está disposto a fazer tudo para simplesmente se divertir como uma "Eminência das Sombras", não se tocando o quão verídico tudo é e, ao mesmo tempo, atuando como fator desestabilizador das forças do mal - de novo: não-intencionalmente.


O enredo é deveras original, a forma cômica como tudo se insere (à revelia do próprio conhecimento do protagonista) e como ele simplesmente ultrapassa tudo com seu poder sobrehumano é o grosso caldo que compõe uma das aventuras literárias mais interessantes de toda a atualidade.


Recomendo muito que o leitor ou a leitura veja o anime. Muito provavelmente terminará como eu e estará lendo a light novel ou o mangá logo após ter visto o anime. (E, sim, o documento analisado foi a light novel e não o mangá).

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Acabo de ler "A Guerra dos Consoles" de Blake J. Harris

 



Comecei a leitura pensando que teria algo de simples, um tanto de vulgaridade e quiçá uma camisa de deleitosa. Uma simples leitura de passar tempo, não? Estava completamente enganado, a complexidade e a forma com que a trama me envolvia me fascinaram por completo. Um livro sensacional, recomendado não só para o público gamer, mas também para estudantes de marketing, publicidade e propaganda, arte e tantas outras coisas mais.

Esse livro certamente me marcou. Não saberia dizer a honra que tive de lê-lo. A cada página uma nova curiosidade me era apresentada e mais eu sentia vontade de devorar o livro. Graças a história de Tom Kalinske, tornei-me um tanto mais seguista ao testemunhar toda essa história fantástica. Pena que tudo que foi feito em nome da SEGA, foi por ela mesma destruída. No fundo, a maior inimiga da SEGA era a própria SEGA. Mesmo assim, a luta da Nintendo vs SEGA na quarta geração de consoles não foi só louvável, foi épica e impactante. Qualquer pessoa que tenha lido o livro ou vivenciado o tempo saberá do que falo.

O fato dos jogos terem sofrido uma queda brutal e a Nintendo ter feito o mercado ressurgir das próprias cinzas é um feito e tanto. A ditadura monopólica criada por ela, nem tanto. A bravura com que a SEGA lutou contra a Nintendo, mudando eternamente o rumo dos games é uma outra história a qual nunca me esquecerei. Todavia a autosabotagem que a SEGA do Japão fez, em seu orgulho, para ferrar com a SEGA do EUA destruiu a empresa. O surgimento da Sony no mercado é uma outra história marcada pelo livro, uma história muito ousada, peculiar e interessantíssima - mesmo que o livro não aborde muito da quinta geração de videogames (PS1, Saturn e N64).

Tudo me deixou com um gosto de quero mais. O problema desse livro é que ele termina. Seu principal defeito é ausência de defeitos. E, no momento que escrevo, sinto-me feliz de tê-lo lido e saudades por ele ter terminado.