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sábado, 16 de outubro de 2021

Acabo de ler "Opúsculos sobre as origens da Ordem dos Pregadores" do Beato Jordão de Saxônia.




    Acabo de ler "Opúsculos sobre as origens da Ordem dos Pregadores" do Beato Jordão de Saxônia.

    "Porque na nossa peregrinação aqui na terra (Sl. 118,54), desde quando o coração do homem é mau, inclinado aos vícios, negligente e preguiçoso em relação às virtudes, temos necessidade de que nos encorajem, que o irmão venha em auxíliodo irmão(Prov.18,19) e que, por sua solicitude, a caridade sobrenatural ilumine o ardor do espírito que o langor de nossa própria negligência faz desaparecer cada dia"

    Se há algo admirável em uma pessoa, é o fato dela criar e viver o seu próprio sistema, de forma autêntica e sincera, sem corromper-se pelas pressões mundanas que afunilam a consciência e entorpecem o espírito duma vaidade que o leva a negação de si mesmo. Se Deus é "aquele que é", o homem só pode ser "aquele que pode/poderia ser", já que o mundo é, necessariamente, confrontante. E o homem tem que vencer o mundo, não importa o que escolheu ser.

    O modus vivendi é algo que foi deixado para lá e isso prova que nossa sociedade não é tão diversa quanto deveria, visto que há uma uniformização que é aderida para fins de homogeneidade. Se assim é, é por causa da crescente pressão social liga a publicalização duma série de dados que fazem com que a vida seja analisada de todas as formas e assim continuamente julgada. De qualquer forma, cabe ao homem num ato de liberdade e razão escolher ser e lutar para ser, já que isso é melhor do que apenas se contingenciar com base na conveniência de momentos sociais que flutuam ad aeternum.

    O futuro só cabe aos que ousaram. É por isso que o modus vivendi de Domingos de Gusmão é sustentado até hoje e até hoje dá frutos: a autenticidade é eterna, o tempo comum é medíocre, temporal e supérfluo. Aquele que se adapta ao próprio tempo só pode morrer ao lado de seu tempo, a própria percepção temporal humana só surge pelo fato da humanidade estar além de qualquer tempo - já que se ela se ligasse terminantemente ao próprio tempo, seria tal como qualquer outra espécie. Não seja medíocre, viva seu próprio sistema.

sábado, 14 de agosto de 2021

Acabo de ler "O Carisma de São Domingos"

 


"Sua cela é o mundo, e o oceano é o seu claustro"

Mateus de Paris


    Acabo de ler "O Carisma de São Domingos" do Frei M. D. Chenu OP


    Ler um livro - ou, nesse contexto, um livreto - que trata da história da Igreja e a forma como que ela se organiza ou se organizou é sempre um trabalho grato. Já que não ensina tão apenas uma erudição vácua, mas uma possibilidade real de aprendizagem não só histórica, como também evangélica.


    A imagem de Igreja meramente estática é perfeita e cabível para quem não conhece a sua história. Sim, a Igreja é sempre estática, mas também é sempre nova. Ela é algo sempre velha e sempre nova. Já que o Cristo é o mesmo, mas o homem que caminha com ele é sempre outro. Escrevi em uma de minhas anotações acerca desse pequeno livreto que: tradição é caminhada. E creio que essa frase possa dizer que tradição é transmissão e até mesmo expressão. A tradição não é uma mera expressão ritualística, ela é também uma ideia que pode assumir até mesmo outra forma de ritual. Visto que a essência da tradição é a ideia. E o contato e relação da ideia com o mundo é sempre renovado com uma nova forma de expressão.


    Chesterton define o movimento dos frades como algo revolucionário na sua biografia sobre Santo Tomás de Aquino. O antigo religioso construía o seu mosteiro longe do povo para viver em intensidade evangélica e vivia numa rígida hierarquia. O novo religioso viverá ao lado do povo para convertê-lo, o novo religioso será dinâmico e menos hierárquico. O novo religioso acrescentará o voto de pobreza ao lado do voto de castidade e obediência. Coisa que será encarada como uma forma de heresia e tentará até se proibir, mas logo se foi aceita essa "revolução religiosa". Chesterton diz graciosamente que se tornar um frade era como se anunciar comunista - ao menos para efeito cômico, alegórico e poético. Só que tal piada tem um fundo de verdade amplo e histórico. Os frades eram reformadores sensatos e compreenderam a necessidade histórica. São Francisco e São Domingos são sempre exemplos clássicos por sua eternidade e beleza. Sua "revolução" é eterna, já que é assentada em Cristo Rei.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Acabo de ler: "Os Estudos na Ordem Dominicana"

 “In dulcedine societatis quarere veritatem"

(Na suave harmonia de uma comunidade fraterna, procurar a verdade em um estudo constante)




    Acabo de ler "Os Estudos na Ordem Dominicana" de Frei Carlos Josaphat OP.

    Esse "livreto" de 32 páginas foi a minha leitura diurna de hoje. Estou realmente feliz por ter entrado em contato com esse pequeno documento. Ele era a porta que eu precisava para entender a Ordem dos Pregadores (vulgo Ordem Dominicana). A forma com que essa ordem se liga a um exercício constante de estudo e de oração, em que cada convento é em si uma "escola", demonstra que o mundo ainda pode ter locais de contínua edificação. Usualmente estamos presos a rotinas emburrecedoras que têm a educação como algo meramente utilitário para a vida - e talvez até dispensável. Não se estuda porquê o estudo é também vida, mas sim por alguma razão utilitária - ascender a algum cargo, ter algum diploma ou conquistar alguma coisa. Os dominicanos têm uma relação mais pura com a vida intelectual e isso me encanta bastante.


    "Uma Ordem religiosa, uma comunidade que tendesse à perfeição evangélica, mediante a consagração da inteligência e fizesse do estudo sua grande ascese, nascia, portanto, como uma aspiração e uma exigência da Igreja, plenamente e em boa hora compreendidas por um grande Santo" 

    A Ordem Dominicana é muito interessante em muitos aspectos, só que é caracterizadamente intelectual. E sua inteligência é algo visto na amplitude de seus membros, todos dedicados a vida intelectual. O próprio convento é, em si, um local edificante: faz-se que se tenha tempo para o estudo e o estudo é élan vital da Ordem. A Ordem Dominicana é cheia de cursos e intelectuais. Um recanto de sabedoria e inteligência num mundo pouco amante da sabedoria e da vida intelectual como o nosso. Amar o estudo, consagrar-se ao estudo, é cumprir não só uma vocação puramente humana, mas também divina. O dominicano não pode ser só em coração dominicano, mas também em inteligência. Por tudo isso, a Ordem Dominicana é amável e, não só amável, como perfeitamente desejável e um exemplo de vida e inteligência para todos.