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quinta-feira, 30 de março de 2023

Acabo de ler "O Cortiço" de Aluísio Azevedo

 



Certos livros nos aparecem como pedradas na cabeça. São difíceis de digerir. Não por sua complexidade inerente, não por sua lógica interna grandiloquente, todavia pela forma que demonstra a realidade ou algum aspecto não queremos ver. Existe diferença entre um livro dificilmente inteligível e um livro psicologicamente difícil de engolir. Quando ocorre o segundo, cada pedaço de leitura é um bocado de tortura.


Somos apresentados, tempo a tempo, a um bocado de personagens - e são inúmeros - controlados pelas paixões mais avassaladoras e bestiais. Como se os grandes ideias humanos tivessem sido obscurecidos a ponto de se apagarem ou serem esquecidos pela mente humana. No começo, achamos alguma estranheza. Porém descobrimos, íntima e socialmente, que grande parte do que há dentro de nós e o que há na sociedade assim o é.


Ver-se mais diminuto do que se pensava é fatigante. Uma sessão de terapia ditada pela metodologia da ofensa. Em que o terapeuta, esquecendo-se das boas maneiras, esfrega na sua cara as razões de seus conflitos mentais, sem se preocupar minimamente em quanto isso impactará a sua vida e quanto isso trará dramaticidade ao seu gasto energético dentro de seu aparelho mental.


Depois de tantos arroubos e descrições com licenças poéticas, não seria certamente óbvio dizer que recomendo que o livro seja lido, não? E, caso você tenha achado que não, recomendo muitíssimo a leitura do livro. Fará um enorme e dolorido exercício de consciência, só que os músculos morais desenvolvidos em decorrência disso serão invejáveis.

terça-feira, 31 de maio de 2022

Psicologia Aplicada de Freud: o sexo seria o início de tudo

 



Tá, eu sei, demorei pra fazer essa parte da review. Eu realmente estava ocupado com o rumo aleatório que a minha vida se tornou - como se a aleatoriedade não ditasse a minha vida desde o começo. Só que um porém: eu nunca deixei de estudar psicanálise em todo o período em que essa parte não surgiu.

Voltando ao que interessa e a pergunta que aparece logo no título do capítulo: "o sexo seria o início de tudo?". Sim e não. O humano é caracterizado por diferentes períodos em que o desejo se manifesta de forma diferente e cumpre-se diferentemente. A sexualidade está em toda essa condição que chamamos de "desenvolvimento psicossexual", porém sexualidade é mais do que genitalidade.

Cabe falar as fases do desenvolvimento psicossexual:
1. Oral;
(Erotização na boca)
2. Anal;
(Erotização do ânus)
3. Fálica;
(Erotização no órgão sexual)
4. Latência;
(Transferência do desejo para atividades culturais)
5. Genital.
(Quando a erotização parte ao corpo do outro)

Todo esse processo de desenvolvimento psicossexual aqui é explicado. Só que a sublimação "surge" para dizer como o desejo pode ser deslocado e levar ao próprio desenvolvimento da pessoa à maturidade. Além de toda a compreensão que temos sobre o desenvolvimento psicossexual, temos outra: a sublimação não é a liberação e nem a repressão, ela é o redirecionamento da energia libidinal a outra atividade que a realiza e, mais do que isso, pode servir de alicerce ao desenvolvimento pessoal e ao ajuizamento dentro da sociedade.

Todos nós podemos correr o risco de sermos reprimidos, criarmos marcas mentais traumáticas e, também de salutar importância, desvirtuar o caminho do outro com a rigidez de nossa prepotente preconceituosidade. A psicanálise não é só uma ferramenta "terapêutica", ela se demonstra pedagógica em todo percurso vivencial humano.