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quinta-feira, 11 de maio de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Jung - Capítulo 11: as principais contribuições de Jung para psicologia"

 



Jung adotou práticas freudianas em sua experiência clínica. Porém ele se lidava com um ambiente diferente do de Freud e com pacientes diferentes - e de problemas diferentes -, logo Jung teve que fazer algumas adaptações. Junte isso ao fato de que Jung tinha uma visão diferente da de Freud no que tange ao campo espiritual e, pouco a pouco, verá um delineamento diferente que definhará as relações entre os dois e dará início a psicologia junguiana.


Jung adotaria a crença de que há um inconsciente a mais. Enquanto Freud falava sobre o inconsciente a um nível pessoal e restrito a pessoalidade, Jung adovagaria a existência se outro inconsciente: um inconsciente coletivo e de natureza comum a toda humanidade. Essa descoberta se daria no fato de que Jung observou a existência de mitos, histórias e crenças religiosas em comum em vários povos distintos, o que dar-lhe-ia a noção de que existem arquétipos. Esses arquétipos são comuns em toda história humana, aparecendo onde quer que ela esteja e de forma distinta - porém essencialmente semelhante - onde quer haja humanidade.


Outro lado da psicologia de Jung é o fato de que a historicidade do paciente conta fortemente na análise que dele se tem. O problema do paciente é encontrado em sua história. Esse aspecto faz com que exista um elo dialógico e de abertura na relação paciente-terapeuta. A escuta é ferramenta central.


A doença, em Jung, é resultado da divisibilidade do ser. E esta é por sua vez resultado da ausência de autoconhecimento ou rejeição de algo que internamente pertence ao paciente, todavia este tenta negá-lo. Logo a saúde seria uma tentativa frequente de encontrar a paz consigo mesmo em um processo de unificação. A plenitude e realização dependem do equilíbrio dos opostos que existem dentro de cada um de nós.

terça-feira, 9 de maio de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Jung - Capítulo 10: as etapas da vida humana"

 



Jung acreditava que a consciência surge a partir do problema. Isto é, conforme a pessoa se depara com questões mais ou menos espinhosas, mais ela vai adquirindo consciência. Outro aspecto de fundamental importância seriam os nexos que seriam criados gerando conhecimento e identidade.


Os problemas usualmente começam a aparecer conforme vamos nos tornamos mais adultos. Estes por sua vez encadeiam - fazem-nos encadear - respostas. Procuramos respostas para estes problemas - conhecimento é gerado a partir disso - e as soluções que vamos adquirindo levam-nos as ações que nos ligam a dadas ideias, grupos, locais - criando pertencimento e identidade. Daí se vê a relação entre conhecimento e consciência.


O instinto ligar-se-ia à natureza e a consciência atar-se-ia à civilização. É importante lembrar que, para Jung, o instinto continua existindo e influenciado-nos mesmo que o ignoremos, logo devemos aprender com ele em vez de sermos controlados inconscientemente por ele. E o fenômeno da busca por resoluções que ignoram o padrão primitivo encontrado em nós sempre acabam recriando soluções primitivas sem saber (veja, por exemplo, as ideologias que foram criadas para substituir as religiões e acabaram se tornando religiões políticas tão dogmáticas quanto as anteriores).


O correto, para um psiquismo estruturalmente saudável, seria a integração da parte que está faltando ou sendo deliberadamente recusada por nós. Ou seja, a unidade da totalidade de nosso ser - conseguida pela aceitação do ser na plenitude de si mesmo.

terça-feira, 11 de abril de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Jung - Capítulo 7: a utilização da classificação de Myers Briggs (MBTI)"

 



MBTI é um tema bastante procurado e difundido na internet. Eu, por exemplo, sou INTP (Introvertido, Intuitivo, Pensador e Perceptivo). O que significa que a minha personalidade é pautada na lógica, pela sede de conhecimento e criatividade. E que também tenho uma forte tendência a procrastinação.


A classificação é essa:

(E) - Extrovertido;

(I) - Introvertido;

(S) - Sensorial;

(N) - Intuitivo;

(T) - Racionalista;

(F) - Sentimentais;

(J) - Julgadores;

(P) - Perceptivos.


(Faça já seu teste e descubra seu "signo psicológico" e adentre pro clubinho).


Essa classificação é baseada nas teorias psicológicas de Jung e vem servido como esquema classificatório para muitas pessoas, gerando até variados grupos de interação nos mais diversos países e com as mais diversas línguas. Podem ser encontrados nas mais variadas redes sociais.


Existem muitas pessoas que veem esse sistema classificatório como problemático em decorrência de sua mutabilidade, podendo variar entre os tipos psicológicos apresentados. Não caindo aqui nas polêmicas, que é algo divertido, isto é inegável. Embora a piada com "astrologia para nerds" também o seja.

domingo, 2 de abril de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Jung - Capítulo 5: o uso das mandalas para cura"

 



A psicologia de Jung é de fundamental importância para muitas áreas do conhecimento. Graças a ele, houve um renascimento intelectual dos estudos religiosos, artísticos, mitológicos. Um homem com tamanha capacidade de abarcar os mais diversos fenômenos não pode ser ignorado. E, se o for, aquele que o ignora corre o risco de perder em muito a capacidade de compreender o mundo.


Uma das aplicações bastante curiosas é o das mandalas. A palavra "mandala" quer dizer "círculo". Basicamente padrões abstratos que, em primeiro momento, não possuem significado algum aparente. Porém Jung via as mandalas como expressões da vontade inconsciente e uma ótima via para o autoconhecimento.


As mandalas representam a camada mais profunda da mente. Não uma profundidade de nível consciente que poderá ser percebida rapidamente, mas uma profundidade de nível inconsciente. Desenhar uma mandala, pintá-la e interpretá-la seria crucial no processo de individuação. Esse seria um exercício constante e necessário para o desenvolvimento maturacional.


A compreensão daquilo que se expressa e como se expressa, descobrindo os detalhes de si para si, é uma das chaves da psicologia junguiana. Porém há muita estranheza que precisa ser explicada para que o estudante se apodere de suas práticas, visto que em primeiro momento podem soar como métodos alienígenas e de distante inteligibilidade.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de C. G. Jung - Capítulo 4: Psicologia Analítica"

 



As diferenças entre Jung e Freud são bastante extremas em alguns pontos. Sobretudo no que tange ao tema da sexualidade e religiosidade. Enquanto Freud considerava a religião como uma forma de neurose coletiva, Jung apontava os pontos positivos e a importância dela. Enquanto Freud falava sobre a sexualidade, Jung falava da forma extremada e reducionista que Freud tinha para com esse assunto.


É necessário elencar que Jung não afirmava que a pessoa deveria se vincular num formalismo doutrinário religioso. Jung se propunha era analisar a forma com que a religião, produto do inconsciente coletivo, poderia impactar na pessoa como forma referencial na superação de seus conflitos existenciais. Isto é, Jung mais se preocupava com a religiosidade - como experiência universal e ligada as mais diversas religiões - como prática. Ou a iluminação da pessoa concreta em contato com o numinoso.


Jung trata não da existência de Deus, Jung trata da imagem de Deus - que existe no inconsciente coletivo - e a forma com que o indivíduo se relaciona com o divino psicologicamente. A busca de Jung era espiritual, não uma busca por aplicar uma doutrina religiosa em específico. Essa distinção é de basilar importância.


Jung também poderia traduzir a busca espiritual na compreensão dos arquétipos como pontos referenciais para que a pessoa encontrasse uma forma de ser e agir no mundo. Em virtude da própria religião basear-se em arquétipos, os arquétipos vistos de forma sistemática poderiam ser substitutivos da adesão formal a uma religião em específico e mesmo assim representar uma experiência religiosa - mesmo que nunca escala altamente personalizada.


O estudo de Jung é um estudo que dará ao estudioso uma forma de compreensão mais aprofundada da arte, da mitologia, da poesia, da religiosidade, da literatura. E é por isso que estudá-lo é tão incrível, recomendável e impactante: sua abarcabilidade sistemática é altíssima.

quinta-feira, 2 de março de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada: C. G. Jung - Capítulo 1: a vida de Carl Gustav Jung"

 



A vida de Jung é um grande mistério. Estudá-la pode levar a um estranhamento, podendo-se crer que ele seja um simples louco ou uma espécie de místico. Na primeira, tem-se o descrédito acadêmico como conclusão. Na segunda, chega-se a conclusão de que ele era um homem que chegou no patamar mais alto da religiosidade.


De qualquer forma, ignorar Jung não chega a ser de longe uma opção. Seus estudos são notórios, há necessidade de se pontuar sobre ele, mesmo que seja para se pontuar contra ele. Jung carrega aquilo que chamamos de inevitável. E todos aqueles que estudam, são obrigados a olhá-lo, mesmo que seja com desgosto. Porém aqueles que o estudam, podem aprender muito com a genialidade dele. Já o contrário é bem incerto.


Jung é um homem que sintetizou ciências naturais, filosofia, psiquiatria, espiritualismo, religiões. É um homem do tamanho dum universo inteiro. Difícil de ser compreendido até mesmo por seus próprios seguidores devido a complexidade de sua inteligência. A forma que muitos acadêmicos o viram foi espantosa, sobretudo numa época em que os assuntos espirituais entravam em declínio. As suas respostas suavam como um desafio ou um anacronismo.


Ignorando-se as polêmicas, Jung foi um homem capaz de estudar como ninguém os fenômenos da consciência, contribuindo com noções que até hoje são basilares à psicologia. Criou até mesmo uma escola de psicologia inteira. Talvez nos falte, ainda hoje, um olhar mais aberto para com tudo aquilo que ele nos proporcionou com seu vigoroso gênio.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Acabo de concluir o curso "Fundamentos da Psicologia Junguiana: Mitos de Criação e Origem da Consciência"

 



Nesta disciplina aprendemos muito sobre como se estrutura o pensamento de Jung e a relação do estudo da mitologia como auxílio fundamental para o entendimento dos processos psíquicos.


Jung foi um homem que, graças a uma série de fatores, teve brilhantes insights como intelectual. Capaz de navegar em vários campos (filosofia, medicina, psicologia, mitologia, religião, etc), teve uma obra de caráter altamente universal e sintético. Cada campo interagia com o outro, levando a uma unidade de pensamento fantástico.


Jung trouxe uma certa forma de revolução no campo da psicologia: com os estudos da cultura humana - bastante direcionada aos estudos da arte, religião e mitologia -, foi capaz de trazer uma nova luz ao que, devido as situações culturais e acadêmicas imperantes na época, ignorávamos. Todavia também graças a essa mesma empreitada, muitos hão de julgar Jung como uma espécie de misticista. Até mesmo Freud não foi capaz de compreendê-lo em sua totalidade, levando até a uma brusca ruptura.


Os entendimentos chaves da psicologia junguiana ajudam-nos na medida em que compreendemos com mais retidão a forma que seu sistema de pensamento é. Muito harmônico e coeso entre si, quanto mais se compreende os pormenores de seus pensamentos, mais se vê a capacidade de traduzir símbolos com a vida pessoal e, a partir disso, chegar a resoluções quanto as problematicidades que a vida traz. Este modo é, por sua vez, chamado de simbólico-analógico e une a cultura humana geral as condições contextuais de nossa subjetividade particular, uma verdadeira síntese em forma de terapia.


Certamente estes estudos não serão esquecidos por mim. Foram-me marcantes em demasia para ignorar. Todo um horizonte de ideias e compreensões apareceram diante desse conhecimento. Possivelmente esse foi e é um dos estudos que mais gostei e mais apaixonadamente me entreguei.