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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Acabo de ler "Little Green Men" de Christopher Buckley (lido em Inglês)

 


Livro:

Little Green Men


Autor:

Christopher Buckley


Meses atrás, fiz a análise do livro "Thank You for Smoking". Hoje retorno com mais um livro de um dos mais brilhantes satiristas americanos: Christopher Buckley.


A obra de Christopher Buckley é muito conhecida por ser uma obra irrevogavelmente política e satírica. Mesmo que Christopher Buckley seja filho de William F. Buckley Jr., uma das maiores figuras do conservadorismo americano, a sua obra agrada democratas e republicanos. Para ser mais exato, nosso querido Christopher Buckley consegue destruir estereótipos, ser um crítico arguto seja de conservadores ou progressistas, sempre mantendo um humor que lhe consagrou como escritor.


Ler Christopher Buckley é mais do que buscar humor, é aprender a ir além do senso comum e compreender que o humor é uma boa forma de crítica social. É preciso lembrar daquele velho ditado em latim: "castigat ridendo mores", que quer dizer que podemos corrigir os costumes rindo deles. Quando se trata da política americana, Christopher Buckley demonstra que essa forma não é só verdadeiro, como também pode ser brilhante.


Como esse livro é uma novela, e eu sigo a política de comentar muito para não dar spoilers, darei um breve resumo do "plot inicial". O livro trata da figura de John Oliver Banion, um homem que cuida de um show e vive uma vida extremamente interessante. Tudo muda quando ele é abduzido por alienígenas. A partir disso, ele começa a demandar que o Congresso e a Casa Branca comecem a investigar a existência de seres extraterrestres.


Confesso que amo uma estranheza, mas ver todo o deslocamento social que sofreu o nosso personagem central foi, de certa forma, psicologicamente angustiante. O livro não trata só a sátira política de maneira densa, como traduz muito a questão da marginalização social provinda do afastamento natural que as pessoas têm quando consideram alguém estranho. Além disso, o livro traz uma percepção muito densa dos jogos de percepção que a sociedade tem e trabalha bem a questão da autoimagem.


Como sou um indivíduo pra lá de estranho, confesso que a leitura foi extremamente interessante. Fiquei curioso sobre como são as comunidades de ufologia (investigadores ou especialistas em alienígenas) e como a sociedade vê essas pessoas. Lembrei-me até mesmo do Tom DeLonge que se afastou da banda Blink 182 para investigar a existência de vida extraterrestre.


Little Green Men é um livro impressionante, engraçadíssimo, com uma sátira avassaladora. É uma pena que nosso queridíssimo Christopher Buckley é pouco conhecido por aqui. Espero que essa análise aproxime as pessoas da sua obra.

sábado, 4 de maio de 2024

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol VI - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 


A obra de Shadow Garden continua bastante interessante, embora não tenha o ar de glória que tinha em seus primeiros volumes. Para ser mais exato, o enredo desse aqui me passou quase que indiferentemente. O que não é um bom sinal, embora a história da light novel ainda me encante e eu queira ler os volumes posteriores para ver no que vai dar.


Quanto ao volume existe um recurso que me chamou muita atenção nesse volume, existe uma série de piadas que remetem ao nosso mundo. Isso faz com que o autor possa dar pistas sobre a sua própria vida intelectual. Essas referências, muitas vezes literárias, que aparecem em forma de piada, com nomes trocados, servem para demonstrar a erudição do autor. Um recurso bem inteligente, bem colocado e, por sinal, bastante inusual. Demonstra a genialidade dum escritor que rompe paradigmas com a sua obra que sempre quebra os clichês da indústria cultural nipônica.


Uma correlação que se poderia traçar é: a obra tem o aspecto sombrio das obras modernas (Chainsaw Man, Demon Slayer e Jujutsu Kaisen) junto ao humor de Konosuba. Essa correlação cria quebras interessantíssimas: o aspecto sombrio é bem preservado, sendo típico da nossa contemporaneidade (The Boys e Deadpool são fenômenos evidentes disto), ao mesmo tempo em que o humor se mantém intacto com a sua fórmula já montada desde o primeiro volume.


Creio que o autor seguirá uma linha em que a fórmula vá, pouco a pouco, sendo atenuada. O protagonista já não é mais completamente inconsciente das mentiras que contou. Sobretudo do fato de que as mentiras que contou eram, por estranho acaso, uma verdade neste mundo em que agora está. Uma continuidade dessa linha seria equívoca, visto que o próprio enredo vai em direção contrária. O que me pergunto é: como o autor conseguirá atenuar o efeito cômico dessa fórmula que utilizou nos primeiros volumes e que agora não apresenta mais um sentido e que perdeu seu efeito? Essa resposta será dada pouco a pouco e isto revelará o vigor artístico e narrativo dessa obra que ainda tem muito potencial.