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sábado, 4 de maio de 2024

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol VI - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 


A obra de Shadow Garden continua bastante interessante, embora não tenha o ar de glória que tinha em seus primeiros volumes. Para ser mais exato, o enredo desse aqui me passou quase que indiferentemente. O que não é um bom sinal, embora a história da light novel ainda me encante e eu queira ler os volumes posteriores para ver no que vai dar.


Quanto ao volume existe um recurso que me chamou muita atenção nesse volume, existe uma série de piadas que remetem ao nosso mundo. Isso faz com que o autor possa dar pistas sobre a sua própria vida intelectual. Essas referências, muitas vezes literárias, que aparecem em forma de piada, com nomes trocados, servem para demonstrar a erudição do autor. Um recurso bem inteligente, bem colocado e, por sinal, bastante inusual. Demonstra a genialidade dum escritor que rompe paradigmas com a sua obra que sempre quebra os clichês da indústria cultural nipônica.


Uma correlação que se poderia traçar é: a obra tem o aspecto sombrio das obras modernas (Chainsaw Man, Demon Slayer e Jujutsu Kaisen) junto ao humor de Konosuba. Essa correlação cria quebras interessantíssimas: o aspecto sombrio é bem preservado, sendo típico da nossa contemporaneidade (The Boys e Deadpool são fenômenos evidentes disto), ao mesmo tempo em que o humor se mantém intacto com a sua fórmula já montada desde o primeiro volume.


Creio que o autor seguirá uma linha em que a fórmula vá, pouco a pouco, sendo atenuada. O protagonista já não é mais completamente inconsciente das mentiras que contou. Sobretudo do fato de que as mentiras que contou eram, por estranho acaso, uma verdade neste mundo em que agora está. Uma continuidade dessa linha seria equívoca, visto que o próprio enredo vai em direção contrária. O que me pergunto é: como o autor conseguirá atenuar o efeito cômico dessa fórmula que utilizou nos primeiros volumes e que agora não apresenta mais um sentido e que perdeu seu efeito? Essa resposta será dada pouco a pouco e isto revelará o vigor artístico e narrativo dessa obra que ainda tem muito potencial. 

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol V - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



Faz muito tempo desde a última análise, mas o anime até o presente momento não chegou a este ponto em que se encontra a pequena novela. Então tome cuidado com os possíveis spoilers.


Neste capítulo, vemos desenvolvimentos interessantes na condução da história. Aqui se entra num possível racha futuro do Jardim das Sombras (Shadow Garden) e as inovações tecnológicas que esta misteriosa organização pensa em introduzir ao mundo, vindas diretamente da Terra.


Também descobrimos mais dos objetivos da Seita que o Jardim das Sombras combate, embora o autor não tenha introduzido claramente quem são os maiores nomes, deixando a surpresa para depois. Embora esteja claro que Culto Diablos e o Jardim das Sombras disputarão o governo secreto do mundo de forma cada vez mais intensa.


O volume não deve em nada aos seus predecessores. O nível de seriedade e humor continuam a encantar do mesmo modo que encantavam nos primeiros volumes. O autor tem sido bastante capaz de dar um bom rumo a história e deixar o leitor ansioso com este mundo que ele cria e que nos conduz.


Espero que a adaptação do anime chegue logo neste volume e que mais pessoas adentrem em contato não só com o anime, mas com a Light Nível.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 10 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Chegamos ao décimo volume. O que significa que estamos mais próximos do fim do que do começo. E quando digo "nós" quero dizer "eu", embora eu prefira dar ao escasso leitor que me acompanha uma sensação de pertencimento, mesmo que falha ou pouca.


Konosuba preza pelo humor, pelas falhas de caráter, idiotice, comportamento duvidoso e dualidade moral de seus personagens. Este volume não falha nisso, porém ainda podemos ver o desenvolvimento dos seus personagens rolando.


Eu não gostei muito do baixo desenvolvimento de nosso protagonista, o Kazuma. Embora já podemos ver um Kazuma bem mais a vontade e proativo no mundo em que se encontra, o que é um excelente sinal.


Aqui vemos um desenvolvimento maior de Iris e mais dados em relação aos nobres. A preocupação que Iris demonstra pelo seu reino, pelo combate ao exército de Rei Demônio e sua tenacidade em seguir lutando é impressionante.


Como já poderíamos pressupor, um personagem já deixa vestígios de que o Rei Demônio não é um mau-caráter e que, provavelmente, revelar-se-á tendo mais caráter que os humanos e demais protagonistas da obra. O que já era esperado, visto que os vilões são melhores que os protagonistas no conjunto geral delineado pelo autor.


De qualquer modo, a pequena novela demonstra sinais de desgaste e já não apresenta a mágica que apresentava no começo. Espero que os próximos volumes melhorem.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 9 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)


 


Este é o nono volume da novela de Konosuba. Creio que quando o anime voltar, ele ainda não chegará nesta parte. Então estejam previamente avisados sobre possíveis ou prováveis spoilers.


Neste volume, vemos o retorno duma personagem que apareceu lá no arco em que aborda a inditosa seita da Aqua. Ela é uma das manda-chuvas do Rei Demônio e tem uma relação próxima com Megumin, foi graças a ela que Megumin conseguiu seu poder central e, também, único.


Há o desenvolvimento da relação do Kazuma com a Megumin, o que dá um ar mais romântico e desenvolve mais os dois personagens. O que é bastante interessante por sinal.


Embora o roteiro se torne cada vez mais complexo, o humor também foi preservado. O que demonstra um bom equilíbrio, visto que a complexificação evita a repetitividade e, ao mesmo tempo, o tom essencial da obra não se perde.


Particularmente, não é um dos volumes que mais gostei. Todavia assumo que o enredo demonstra-se bastante alinhado com os fatos precedentes e isto prova que não houve inutilização das obras anteriores.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 8 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Chegamos ao oitavo volume de Konosuba. Já é chover no molhado dizer que este volume também não foi adaptado. Então tomem cuidado com os possíveis spoilers que encontrarão pelo texto.


Este volume prioriza o humor em vez duma trama emocionalmente mais impactante, deixa a impressão até de ser leve. Embora que, apesar disto, tenha um final tocante envolvendo a Eris/Chris. Para ser mais exato, talvez o foco desse volume inteiro seja a Eris/Chris.


Vemos como Eris, Deusa da Fortuna, age diferente de Aqua. Ela realmente se importa com o que acontece no mundo e está sempre agindo por trás das cortinas para ajudá-lo. O que é muito diferente de Aqua que, na melhor das hipóteses, só age a contragosta e tampouco se desenvolve num sentido heróico - ela gasta pontos de habilidades em poderes inúteis.


O humor desta obra também aparece em sua magnitude quando decidem fazer um festival da Eris e da Aqua na cidade. Os seguidores da Aqua são conhecidos mais por sua atitude devocional extremada, caracterisicamente de seita e também por outra: a de serem charlatães em suas vendas. O que gerará vários momentos cômicos. Também temos Kazuma demonstrando seus gostos distorcidos para satisfação pessoal no festival.


Mesmo sem uma carga dramática mais impactante, o volume se destaca pelo seu lado engraçado - que sempre foi bastante desenvolvido - e por demonstrar uma face mais humana de Eris/Chris. É mais leve sem deixar de ser divertido.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 7 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Como na análise do volume anterior, este aqui também não foi adaptado pelo anime. Tentarei suavizar as informações para não comprometer as reações psicológicas daqueles que aguardam ansiosamente pelo retorno do anime.


Neste capítulo, há também um foco em Darkness. Isto é uma escolha surpreendente, visto que já tivemos um volume focado em Darkness e o autor poderia ter priorizado outro personagem para desenvolver a trama. Não que a escolha resulte num produto ruim, muito pelo contrário.


Konosuba trabalha com uma jornada do herói às avessas. Não é o herói que vai para uma terra desconhecida enfrentar o perigo, tendo que perder algo de si para amadurecer e superar a problemática que está imerso. Pelo contrário, é o problema (desconhecido/caos) que busca o herói, como uma espécie de força antagônica que se move em contradição aos seus anseios de vida pacífica. Essa inversão que traz o ensejo cômico da obra e é um mecanismo excelente.


Neste volume, Kazuma também está tentando levar vantagem e viver uma vida fácil - tal como em qualquer outro volume. Mas, novamente, a sua sorte é aniquilada e ele tem que enfrentar diversos problemas, perdendo muito do que acumulou até o presente momento. A trama também traz um lado mais complexo do psiquismo da Darkness, demonstrando um lado virtuoso e heróico nesta garota que parece um oceano de perversão. Isto também complexifica a personagem, dando maior substancialidade e menos caricatura, humanizando-a. Kazuma, para ajudá-la, também demonstra-se capaz de abandonar seu conforto, provando-se um herói e amadurecendo enquanto pessoa.


Este volume é muito interessante. A forma com que os personagens progridem não pode ser ignorada, sobretudo numa obra que é, essencialmente, um humor heróico. Podemos ver que o autor está realmente dando substancialidade a cada volume, demonstrando uma psicologia complexa e um universo colorido.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 6 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Aqui adentramos naquilo que o anime ainda não adaptou. Logo tentarei ser bastante cauteloso com o que escrevo por aqui, visto que não quero dar spoilers para ninguém.


Neste volume, vemos Kazuma desenvolver-se ainda mais como personagem. A forma heterodoxa de como usa seus poderes é fantástica e demonstram toda grandiosidade eclética que o personagem possui. O final é especialmente brilhante, sobretudo pelas falhas recentes que fazem com que o personagem tente ardentemente demonstrar seu valor.


O personagem vem crescido de forma multilateral, já que as suas companheiras de equipe são unilaterais. E toda a potencialidade dele como um detentor de vários poderes é explorada neste capítulo. O que dá pistas da linha de desenvolvimento do personagem.


Neste capítulo também temos um contato maior com a Chris. Personagem que estava de escanteio e aparece agora com algo que certamente influenciará a trama daqui pra frente. Também temos a apresentação de novos personagens, entre elas a pequenina Iris. Iris é a apresentação da realeza dentro do universo de Konosuba, o que dá novos ganchos e enriquece o universo.


A única fraqueza desse volume talvez seja o ritmo mais lento da trama. O próximo capítulo se focará novamente na Darkness, ao menos essa é a impressão que o final do volume dá.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 4 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Antes de Kazuma entrar no novo mundo, a vida dele era ligada a uma inércia NEET, hikikomori ou nem-nem (termos que se referem a uma pessoa que não trabalha, não estuda e nem faz estágio). Isto é, uma paralisação geral. Depois do acidente que levou a um novo mundo, ele teve que começar a se mexer.


Diferentemente do que acontece nos isekais mais modernos onde há uma inversão do mito do herói, neste há um autêntico mito do herói sendo desenvolvido pela trama. O mito do herói é: o herói adentra num um território desconhecido em que tem que trabalhar para se virar no caos que adentrou. Os isekais "genéricos" de personagens com poderes absolutos ocorre precisamente o oposto disto: o personagem central sai do caos de sua vida para entrar num mundo paradisíaco em que tudo é confortável.


É interessante observar que Kazuma, mesmo sendo um mau-caráter pouco esforçado e certamente bastante duvidoso em aumento de poder via autodesenvolvimento, é um autêntico herói enquanto muitos desses isekais que são lançado a rodo são tramas para eternos adolescentes mentais buscando o retorno uterinal. Kazuma, ao contrário dos heróis nutellas para uma geração inteira de fracassados, é um personagem infinitamente melhor que qualquer personagem de "isekai over power".


Podemos dizer que o drama de Kazuma é o drama da realidade objetiva, mesmo num universo ficcional. O mundo em que está o nosso mau-caráter favorito é o mundo em que o tempo todo lhe gera importunação enquanto ele, nosso destemido e débil herói, tenta dar alguma ordem por meio de seu esforço de ordenabilidade.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 3 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Nesse volume, temos desenvolvemos legais para os personagens e algumas explicações que dão a entender as razões de suas falhas. Essas informações são essenciais para o desenvolvimento da obra:


Darkness: poderia ser uma boa guerreira, tinha todo potencial para sê-lo. Mas seu fetiche masoquista faz com que ela prefira apanhar, de tal modo que investiu tudo em defesa.


Aqua: tem poderes acima da média, todavia é incapaz de usá-los congruentemente devido a sua falta de inteligência. A falha de Aqua é e sempre será sua inteligência, embora seja excepcional.


Megumin: com a aparição de Yunyun, descobrimos que ela era a melhor aluna da classe. Como ela estragou todo seu potencial? Com a sua monomania em magia de explosão que a fez desistir de magias diversificadas.


Kazuma: apesar de não estar preso a nenhum fetiche estranho, não ser um idiota e não ser monomaníaco, ele não tem um potencial grande de aprender nenhuma classe avançada e seu maior atributo é a sorte. Todavia a sua sorte é anulada por causa de suas companheiras. Embora haja a compensação dele estar se tornando um verdadeiro líder e um executor de multitarefas para cobrir as falhas de suas companheiras.


Nesta novela também é abordado que a Darkness é uma nobre e grande parte do enredo é dedicado a ela. Também vemos uma maior caracterização de Megumin e o enredo por trás dela é ampliado. A razão da falta de sorte de Kazuma foi igualmente adicionada. Creio que, a partir de agora, haverá uma complexificação cada vez mais densa na obra - sem perder a parte cômica e a natureza doentia dos personagens centrais.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 2 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Voltar a falar sobre essa preciosa obra da cultura nipônica moderna é por demasiado prazeroso. Como já havia escrito antes: o principal aspecto da obra é a disfuncionalidade dos seus personagens centrais, seja a nível de poderes, moral ou de pensamento mesmo. É mais comum um vilão com bom caráter do que um personagem central de bom caráter.


Os personagens centrais são: Kazuma Sato, um ex-hikikomori (pessoa que não trabalha, não estuda e nem faz estágio), que tem uma classe baixa (aventureiro); Aqua, uma deusa pra lá de idiota e, portanto, incapaz de perceber o ambiente e quando deve agir ou não; Megumin, a maga piromaníaca que só consegue usar uma única magia por dia, embora essa seja devastadora; Darkness, a crusada masoquista que investiu todos os seus atributos em defesa já que gosta de apanhar - e, portanto, não consegue atacar.


Nesse volume, vamos descobrindo mais sobre os personagens. A noção de que o grupo que idolatra a Aqua é completamente maluco começa a dar seus primeiros passos. O fato da Darkness ser muito rica é igualmente apresentado numa micro-escala. Por outro lado, o lado pervertido do Kazuma tem um de seus melhores desenvolvimentos nesse volume. Megumin talvez seja aquela que mais passou despercebida em desenvolvimento nesse volume.


Vemos que o autor conseguiu manter um bom ritmo, dando um humor bastante substancial ao mesmo tempo em aumentava a complexidade narrativa.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 1 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)




O que você faria se eu lhe contasse que existe uma história altamente improvável em que um  homem mau-caráter, uma deusa completamente burra, uma cavaleira masoquista e uma maga piromaníaca se unem para derrotar o Rei Demônio numa jornada épica em que os vilões mais parecem heróis e os heróis mais parecem vilões?


Num mundo em que os heróis centrais são figuras distorcidas e problemáticas, Konosuba apresenta toda a originalidade de um autor que veio para quebrar os clichês tão exaustivos e consagradamente repetidos até a demência. Essa é a novela rápida que levou a criação do anime e é tão ou mais engraçada que o anime.


O leitor deleitar-se-á com o humor de um autor que não cansa de bater e alterar tudo aquilo que se tornou comum no universo dos isekais. Distorção essa que é extremamente saudável, tendo em vista a macaqueação sem fim em que se encontram os já batidos enredos que se repetem tanto que chegam a nos levar a pensar que estamos vendo a mesma obra com personagens diferentes e com algumas pinceladas que alteram um pouco a fórmula padrão.


De fato, aqui está uma obra que merece ser apreciada e vista por todos aqueles que têm gosto pela cultura japonesa, sobretudo no âmbito dos animes, mangás, novelas rápidas/pequenas e novelas visuais.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 4.5 - Syougo Kynugasa" (lido em espanhol)

 



Ao contrário de minha aposta anterior, esse volume também não adaptou a parte em que o anime se encontra. Aqui é preciso frisar: não é o anime que adapta a pequena novela, mas justamente o contrário, esta é apenas uma forma de dizer em que parte a novela se encontra. Mesmo não estando onde o anime está, me deixou com uma agradável surpresa.


O anime simplesmente pulou essa parte da novela. Talvez por considerar essa parte de menor importância. Creio que eles pensaram que os eventos não seriam impactantes o suficientes para serem dignos de adaptação. Creio que por ser uma parte em que o autor prepara terrenos para acontecimentos futuros, os fãs de anime teriam a sensação de que estamos diante de um grande prólogo ou de um gosto de "esperar pra ver".


De fato, muitos acontecimentos de menor importância ocorrem, listá-los-ei aqui sem tentar cair em spoiler:

1. Ayanokoji e Ibuki tem um "arco" só para eles dois juntos;

2. A relação do líder da classe A com sua irmã é mais desenvolvida;

3. A relação de Kei com Ayanokoji tem traços sutis de desenvolvimento.


Como Ayanokoji foi criado num local de baixa interação social, para se tornar uma espécie de líder, o seu desenvolvimento como personagem frio e calculista ao extremo encontra-se nessa necessidade dele adquirir experiência social. O autor (Syougo Kynugasa) já está deixando claro que isso ocorrerá no futuro, visto que ele se torna cada vez mais próximo disso conforme testa o terreno. Creio que, em capítulos posteriores, teremos mais e mais provas disso.

domingo, 26 de março de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 3 - Syougo Kynugasa" (lido em espanhol)

 



Contando com o volume 0, essa é a quarta parte de Classroom of the Elite. Esse volume aborda o arco da ilha, já adaptado pelo anime. Até o presente momento, todos as "novelas leves" que li, com a exceção do "volume 0", já foram adaptadas no anime. Creio que o próximo volume deve chegar no ponto em que se encontra o anime atualmente, porém não posso confirmar essa informação com 100% de certeza.


Esse volume demonstra mais da sagacidade e frieza do protagonista Ayanokoji e já dá um gostinho acerca de seu estranho passado. A professora da classe D, desejosa de tomar no lugar da classe A, começa a pressionar o Ayanokoji cada vez mais para que ele a ajude nesse processo. E para conseguir o que quer, ameaça-o com informações sobre seu passado. Quem leu o volume 0, sabe do que se trata.


A história central desse volume é: as quatro turmas (A, B, C e D) estavam de férias e acreditavam que iriam se divertir numa ilha, porém tudo não passava de mais um engodo da escola que queria uma guerra de sobrevivência entre as classes. A missão dada pela escola é: sobreviver numa ilha gastando o mínimo de pontos e descobrir por meio de artimanhas os líderes de cada sala.


Para não gastar os pontos, eles tiveram que achar meios de usar os recursos da ilha de forma inteligente. A busca por descobrir o líder de cada sala levou a uma série de movimentações entre classes que tornarão esse arco único. Fora que a classe está aprendendo a ter uma harmonia interna e Horikita aprende e sente cada vez mais a necessidade de aliados.


Os personagens estão sendo explorados de forma inteligente e estão tendo um excelente desenvolvimento. Muitas dúvidas vão surgindo e as razões deles estarem na classe D se revelam pouco a pouco. Recomendo a leitura da "novela leve" ou que assistam o anime.

terça-feira, 14 de março de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 2 - Syougo Kynugasa" (lido em espanhol)

 



Poderíamos analisar a habilidade de alguém tendo em vista tão somente a sua competência em cumprir critérios meramente acadêmicos? Evidentemente não. A capacidade de alguém não é facilmente mensurável, haja em vista a infinita multiplicidade de tarefas que alguém poderia desempenhar numa sociedade complexa e cheia de funções que podem ser desempenhadas.


Dito isto, quais seriam os critérios aplicáveis? Um dos princípios de uma sociedade moderna é a divisão de trabalho que ela comporta. A complexidade da economia se encontra na divisibilidade que ela apresenta, a quantidade de funções disponíveis que ela comporta, a variabilidade que traduz toda uma estrutura que, quanto mais variável é, não pode ser inteligível ao microcosmo da consciência individual e que nenhum burocrata poderia ter ao todo.


Qualquer planejamento, imposto de cima pra baixo, traduz uma arrogância que se crê acima de toda essa multiplicidade. Uma arrogância que pode ser fatal, visto que nunca sabemos até onde vai nosso conhecimento e não podemos abarcar a tudo. É por isso que certos estudantes são colocados como "rank D", mesmo cumprindo critérios de desempenho acadêmico.


Um exemplo disso é: Horikita. Sendo uma das pessoas mais inteligentes da obra, ela é incapaz de se adequar na estrutura social e por isso acabou na classe D. Sudou, por outro lado, é um dos alunos mais competentes na questão atlética, é razoável socialmente e péssimo na questão acadêmica. Os dois foram parar na mesma classe, no mesmíssimo rank, porém por razões distintas.


Tendo esses dados em conta: cada estudante da classe D tem falhas, enquanto os estudantes da classe C, B e A, possuem falhas de caráter menos específico. A classe A deve apresentar, nesta dedução, uma capacidade multidisciplinar em todos os fatores possíveis (sociais, intelectuais, atléticos, comportamental, estratégica, etc). Logo a cruzada da classe D para se tornar a classe A deve se basear na busca pela capacidade de ser bom sistematicamente. Essa jornada é a parte mais interessante da obra.

terça-feira, 7 de março de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 1 - Syougo Kynugasa" (lido em espanhol)

 



Com um começo um tanto calmo, estudantes de uma das mais prestigiosas escolas do Japão começam a pensar que estão num anexo da Jerusalém Celestial na Terra. Nisso, começam a agir tolamente, acreditando firmemente que não estão sendo julgados ou vigiados. Na verdade, encontravam-se extremamente enganados: logo veriam e sentiriam o peso da própria superstição.


Com várias análises sociais e falas acerca da igualdade e equidade, o autor nos conduz em sua narrativa que demonstra que a igualdade e equidade é tão somente uma ilusão. Num jogo sombrio em que a competitividade e a capacidade de superar os rivais são valores absolutos, levando a uma ordenabilidade para que os objetivos sejam alcançados. Em meio a isso, a classe D (a pior classe) começa a se mexer para, quiçá, sobreviver na trama cruel em que estão imersos.


Com bastante esforço, os piores começam a aprender a trabalhar coletivamente e a tentar algo que aos outros soará como uma piada ou ausência de compreensão das proporções: superar a classe A, roubando o seu lugar. Tudo isso em meio a uma série de personagens que, com bastante frieza e sagacidade, usam todos os meios para destroçar seus inimigos.


Não por acaso, Classroom of the Elite é uma das tramas mais empolgantes, inteligentes e impactantes da contemporaneidade do universo cultural japonês - ao menos no círculo de mangá-novel-game-anime. O desenrolar de toda essa série de maquinações, sagazes ou simplesmente diabólicas, encantará o leitor que desbravará  densidade duma obra que é para poucos.

sábado, 4 de março de 2023

Acabo de ler "Classroom of the Elite - Vol 0 - Syougo Kinugasa" (lido em espanhol)

 



Classroom of the Elite foi uma das surpresas mais docemente agradáveis da história da indústria. Todo episódio do anime era antecedido por uma frase de um grande pensador e o enredo por trás deles trazia uma complexidade ímpar. O anime acabou conquistando uma quantidade de fãs que ferrenhamente almejavam uma continuação. Essa tardou muito a vir.


Resolvi ler a novela pois já não aguentava mais a demora que é para o lançamento de cada temporada. A minha surpresa foi que o "primeiro volume" - esse é o volume 0 - se passa antes da primeira temporada do anime. Contando o início da Sala Branca, se passa muito longe do anime em uma questão temporal. Não só isso: explica a origem da visão do mundo perturbada do protagonista e o motivo de sua frieza.


Nessa novela acompanhamos dois protagonistas centrais: Ayanokoji pai e Ayanokoji filho - o primeiro não apareceu em quase nada no anime até agora. Entramos numa estranha aventura que explora os aspectos mais sombrios do mundo político, os questionamentos mais desumanos na hora de tecnocratizar a formação humana e como a desumanização atinge seu ápice dentre de um ser humano (sobretudo quando for efetiva).


Recomendo muito a leitura para quem está ansioso para saber antecipadamente os eventos da terceira temporada Classroom of the Elite. Porém essa novela também serve para quem quer ler uma boa novela, mesmo que não tenha até agora entrado em contato com o anime - o enredo é tão bom que é válido por si mesmo.

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol IV - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



Para quem esteja meio perdido: cada novela apresenta dois arcos distintos, o anime adaptou duas novelas (logo quatro arcos). Ao terminar essa novela, estou quatro arcos adiantado ao anime. Este por sua vez, assim espero, adaptará a terceira novela, com base também no mangá.


Nesse volume, somos apresentados ao arco em que ocorre uma guerra civil no Reino de Oriana e um arco em que Shadow retorna ao Japão. No final, somos alertados pelo autor que a sua receberá uma adaptação em anime.


Quanto a esse volume: gostei mais do primeiro arco do que do segundo. Embora nenhum se compare em nível dramático ao final do terceiro volume da novela. Não há um grande vilão a ser apresentado no final do volume dessa novela, o que impacta negativamente. Embora esse volume também traga a questão do multiverso e que a Seita já está informada disso. Agora o Jardim das Sombras conta com essa informação e ainda por cima adquiriu tecnologia avançada do outro mundo graças a viagem do Shadow ao Japão.


Aparentemente o próximo volume contará o impacto da tecnologia avançada no mundo em que Shadow se encontra e uma história que estará no Reino de Midgar. Ao menos é isso que indica o caminho tomado pelo autor.


Essa novela me pareceu mais um esquentamento do que virá a seguir do que um volume impactante de fato. Mesmo que essa preparação não deixe de ser interessante, não me foi muito ao gosto. Gostarei de ver como tudo isso impactará no próximo volume da novela.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol III - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



Existem sutilezas que só uma pessoa habituada aos múltiplos caminhos da inteligência poderiam chegar. Uma dessas capacidades é a capacidade de sintetizar a universalidade de um saber numa única obra. Isto é, traduzir todo seu conhecimento sistemático numa unidade ordenada capaz de abordar múltiplos pontos de forma coesa. Um ponto em que a diversidade heterogênea encontra uma síntese fulminante, em que todas as fragmentárias partes adentram como uma só. Essa seria a unidade do conhecimento, a iteração dos saberes.


Ora, se você se pergunta a razão de eu estar fazendo essa introdução numa abordagem mais ligada à epistemologia em vez duma simples crítica literário, já respondo: esse livro, bastante conexo, demonstra uma inteligência formidável que dificilmente poderia ser apreciada de forma correta por olhos mais desatentos. O autor conseguiu de forma simultânea aplicar toda uma capacidade narrativa, junto a um imaginário fantástico - que demonstra e demanda por sua vez um conhecimento de mitologia comparada - ao lado dum conhecimento de economia.


Nessa história, vemos uma dramaticidade em que Shadow aparentemente trai suas companheiras do Jardim das Sombras. Isso gera um grande conflito psíquico e identitário nas pobres donzelas. No final, tudo se ajeita de forma brilhante. Todavia o objetivo de Shadow, homem ininteligível, era de fato as trair. Só que o autor colocou de forma brilhante toda essa confusão e, mais uma vez numa solução que é boa para os personagens e intrigante para o leitor, deu-nos um show de lore. O personagem central não sabe o que faz, as personagens secundárias também não compreendem e acham que compreendem. Toda essa sutil trama se revela ao leitor como numa quebra sutil de quarta parede em que, no fim de tudo, rimos de tal desfecho e deslumbramo-nos intelectualmente da capacidade do autor.


Com certeza essa é uma das obras mais fantásticas de toda a cultura nipônica e, certamente, uma das que mais me interessei. Tanto que li esse livro inteiro em um único dia. Espero que, se alguém ler essa análise, tenha o coração tocado e também vá ler a pequena novela ou assistir o anime.

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol II - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



Para aqueles que se perguntam até onde o anime adaptou, a resposta está aqui: até o segundo volume da pequena novela. Não saberia dizer ao certo onde o anime está em paralelo ao mangá, visto que não o li. Recomendo que, a quem interessar, busque ler a pequena novela e não o mangá. Ela é o material original, já o anime e o mangá são adaptações. Todavia sintam-se livres para decidir se preferem uma experiência mais literária pela pequena novela ou mais "artística" pelo mangá.

Também é válido dizer que: se você não tem interesse em ter a mesma experiência que já teve através do anime, será melhor que busque o terceiro volume da pequena novela logo de imediato. Eu optei por ter o contato com o conteúdo que já sabia previamente por dois motivos:
1. Para ter uma experiência diferente onde poderia imaginar as cenas por mim mesmo;
2. Para treinar o meu espanhol.

Nesse volume, o enredo toma proporções ainda maiores. O autor teve de dar continuidade a certos planos sem que o aspecto cômico ou o aspecto mais sério fossem priorizados de forma a apagar o brilho do outro. Isto é, o pano de fundo tenebroso continua a ganhar saltos de detalhes sem o conhecimento do protagonista. Dessa forma, a seriedade e a qualidade da obra se aprimoram sem alterar a substancialidade e originalidade estabelecidas no volume anterior.

Shadow continua sendo só um homem vivendo o sonho puramente egoísta de ser uma espécie de Batman enquanto o mundo ao seu redor sofre com uma tensão que não lhe afeta em quase nada - seja pelo seu poder absoluto, seja pela sua alienação em relação ao ambiente circundante. Esse aspecto ininteligível não é captado por ninguém, já que esses atribuem intencionalidades muito mais complexas e grandiloquentes que o protagonista de fato almeja. Essa falta de conexão e inteligibilidade permeia toda a obra e dá o charme que lhe é próprio.

Certamente uma história que vale a pena rever, já que ela traz uma realidade psíquica muito mais detalhada do que é possível num anime - onde as emoções dos personagens devem ser muito mais subentendidas por causa de sua forma menos explícita.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Acabo de ler "Kage no Jitsuryokusha - Vol. I - Aizawa Daisuke" (lido em espanhol)

 



O que um jovem medíocre e considerado mediano em todos os fatores, Cid Kagenou, esconde de seus pares? Nem a sua família sabe de seu verdadeiro segredo. Por trás de um garoto aparentemente normal, se esconde um guerreiro poderoso que vive imerso nas sombras para combater as sombras. Suas ações decidem o movimento do próprio mundo.


O mais cômico disso tudo: Cid é um renascido, vindo de outro mundo, que sempre teve o sonho de se tornar um homem que trabalha através da ocultação. Outro ponto interessante: muitas das coisas que ele disse, em sua fantasia adolescente, são verdadeiras mesmo que ele mesmo não saiba. A própria organização criada não-intencionalmente por ele tem seu aspecto de tê-lo como uma espécie de deus.


Enquanto ele vive a sua fantasia que se tornou realizável graças ao mundo mágico que reencarnou, todas as suas ideias adolescentes são reais e todas as suas ações são dadas como assertivas. Até mesmo quando isso envolve algo puramente aleatório. Ele não leva nada a sério e está disposto a fazer tudo para simplesmente se divertir como uma "Eminência das Sombras", não se tocando o quão verídico tudo é e, ao mesmo tempo, atuando como fator desestabilizador das forças do mal - de novo: não-intencionalmente.


O enredo é deveras original, a forma cômica como tudo se insere (à revelia do próprio conhecimento do protagonista) e como ele simplesmente ultrapassa tudo com seu poder sobrehumano é o grosso caldo que compõe uma das aventuras literárias mais interessantes de toda a atualidade.


Recomendo muito que o leitor ou a leitura veja o anime. Muito provavelmente terminará como eu e estará lendo a light novel ou o mangá logo após ter visto o anime. (E, sim, o documento analisado foi a light novel e não o mangá).