Mostrando postagens com marcador pseudociência. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pseudociência. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Acabo de ler "Revisionismo, Neuropsicanálise e Fantasma" de Roberto, Fernanda e Tiago

 



Seria Freud um mitomaníaco e a psicanálise uma série de projeções pseudocientíficas para iludir incautos que caem nas mãos duma seita criminosa? Essa ideia, repetida a exaustão, pode levar a uma série de questões espinhosas que, na maioria das vezes, de nada servem.


A aproximação de Freud com a ciência de seu tempo se deu por uma parte de sua obra, mas não se estende em toda sua dimensionalidade intelectual e tampouco a delimita radicalmente. Freud distanciou-se dessas na medida mesma em que tomou conta da proporcionalidade desproporcional e incondicionável da subjetividade humana.


A psicanálise não é e nem pretende ser científica, visto que seu objeto de estudo escapa à objetividade e delimita-se pelo indelimitado. Acusar a psicanálise de pseudociência é, quase sempre, uma chiste provinciano de quem não entendeu a intencionalidade do modus operandi psicanalítico.


Os autores do artigo em questão reclamam da psicanálise em sua "nova roupagem", visto que esses buscam na neurociência uma resposta objetiva, uma forma de cientificizar, para as questões levantadas pela psicanálise. Se estão corretos nesta empreitada, não é algo que eu, em minha baixa estatura, possa analisar neste momento.


De todo modo, seus escritos são impressionantes e lançam luz neste debate que se apresenta na história recente e vale muito a pena ser lido.

domingo, 6 de novembro de 2022

Acabo de ler "Análise Crítica: Livro Negro da Psicanálise" de Mayana Faria e Roberto Matos

 



As críticas a psicanálise são bastante comuns - não em sentido epistemológico, mas em frequência - e, para qualquer estudante de psicanálise e/ou psicanalista, preenchem páginas e mais páginas de discussão. Levando vários de nós a entrarem em crises vocacionais ou mudanças de paradigmas intelectuais.

A resposta a essa questão tende a variar absurdamente, mas, ao contrário que dizem por aí, não há a (total) ausência de respostas. Alguns psicanalistas tendem a responder com uma aproximação com as ciências humanas, outros dizem que a psicanálise é um estilo diferente de ciência - não nos termos habitualmente positivistas - ou, em algum caso, comparam-no com a abordagem da biologia evolucionista. De qualquer modo, há sempre uma forma de dar ou intencionar uma resposta, mesmo que essa se realize em vias distintas.

Muitos críticos da psicanálise a veriam como mimese da ciência habitual, só que num círculo fechado e restritivo de psicanalistas que ignoram tudo que lhe seja de adverso - em contrariedade evidente ao espírito científico esclarecido. Outros veem Freud como um charlatão do princípio ao fim, um falsificador maquiavelicamente nato. Alguns questionam onde se estrutura anatomicamente o ID, Ego e Super Ego, além de outras questões correlatas.

Enumerar todas essas questões e respondê-las seria algo que, no momento, está muito além daquilo que tenho em conta e em capacidade e estaria acima, em tamanho de texto, que a estrutura do Instagram permite em número de caracteres.

De qualquer forma, a psicanálise e a argumentação contrária a ela é muito mais complexa do que se presume devido a alta quantidade de vias possíveis e o debate está muito longe de se acabar numa vitória definitiva para algum dos lados. Esse artigo é dos que provam tal complexidade que, muitas vezes, escapa ao eixo teorético que usualmente tem-se em conta.