Nome completo do artigo: Dracula Defanged: Empowering the Player in Castlevania: Symphony of the Night
Qual seria a ambientação que o Castlevania tem? Em suas mecânicas, temos um excelente jogo de plataforma que lembra bastante o Mario, mas não é só isso. Se falarmos de sua estética, a produção lembra bastante a literatura e a cultura geral horror. A sua música, por sua vez, apresenta algo mais agitado, se furtando a típica ambientação sonora do horror. Por outro lado, o desenvolvimento do personagem que se dá gradualmente lembram as mecânicas de um jogo RPG. A forma em que o mapa se altera e depende de elementos predecessores lembra as mecânicas de Metroid.
Castlevania representa um universo que se furta a interpretação e inteligibilidade imediata. Ele é uma mescla de conjuntos que escapa ao simples controle e adentra a um território bastante indefinido. Visto que a mesclagem de elementos não é algo sintético, visto que encontra uma harmonia. Pode-se dizer que a síntese está acima do sintético pois a síntese é a perfeita união harmônica entre as partes. Logo, sendo uma síntese, Castlevania só poderia – no período em que foi lançado – ser pensando por si mesmo. Hoje em dia, temos a definição "metroidvania" – gênero criado sobretudo por Super Metroid e Castlevania Symphony of the Night.
Ah, lá estamos nós com mais uma análise de Castlevania. Dessa vez, zerei novamente o Portrait of Ruin, todavia no modo Richter. Sim, o mesmo Richter que aparece no Castlebania Symphony of the Night e Rondo of Blood. Nesse jogo, você poderá também jogar com Maria Renard - ela é criança.
Para ser bem sincero, o modo Richter foi mais divertido e desafiante. O modo irmãos usa e abusa da tela de toque do DS, mas devido a capacidade delas atacarem a longa distância, perde-se a dificuldade do jogo - que não é tão alta quanto a do Order of Ecclesia. Além disso, cada uma das irmãs tinha um único ataque e a jogabilidade era pouco variada. Nesse modo, pode-se aproveitar mais do jogo.
O melhor de tudo mesmo é desbravar o castelo do Drácula com personagens diferentes. Apesar de não ter tido uma história a ser contada, o acréscimo nunca é desvantajoso. O jogo está mais para um bônus recompensatório que aumenta em muito o fator replay. Dessa vez, upei meus personagens até o nível máximo (99).
Jogar Castlevania é sempre adentrar num universo a parte. Eu tenho honra de dizer que não só zerei esse jogo, como o platinei. Até agora não conheci ninguém que odeie ou desgoste do Castlevania como franquia, muito pelo contrário: todos se enchem de brilho nos olhos para comentar sobre essa gigante franquia do mundo dos games.
Quando você zera esse Castlevania, ele habilita dois modos secundários. O modo Richter - que analisarei mais tarde - e o modo irmãs.
No modo irmãs, você joga com Stella e Loretta. Os eventos se passam antes da campanha principal. Nele você não tem acesso ao combate contra o Drácula, isto ocorre por elas perderem obrigatoriamente pra o Brauner. No fim, as duas se tornam vampiras. Não há como fugir desse destino trágico.
A jogabilidade com as duas é ligeiramente diferente da tradicional. As duas flutuam e atacam a distância. O que significa que o jogo ficou bem facilitado. Flutuar gasta energia e atacar igualmente. O ataque é executado tocando na tela touch.
Não há muitas novidades por aqui. O jogo permanece praticamente o mesmo, só muda que agora não dá pra usar itens ou melhorar armaduras. O único jeito de ficar mais poderoso é aumentando o nível das personagens e pegando aqueles itens que aumentam vida e magia. A zona especial ainda é desbloqueável.
Apesar da jogabilidade diferenciada, é custoso crer que esse modo se constitui como um acréscimo extremamente relevante ao jogo. Para ser sincero, o fato das personagens flutuarem e lançarem magias a longa distância torna tudo extremamente fácil.
Confesso que esse se tornou um de meus castlevanias prediletos, embora nada supere, em meu conceito, a maravilhosa experiência que tive ao jogar Symphony of the Night - até hoje um de meus jogos prediletos e meu Castlevania predileto. Todavia Order of Ecclesia se destaca pela sua dificuldade instigante e seu visual revigorado, adquirindo novamente um tom mais sombrio.
No "modo Albus" jogamos com o primeiro "grande vilão" do game em questão. Nesse modo, não há nenhuma história sendo contada, então não espere um acréscimo na lore do jogo ou uma visão alternativa dos eventos do game. A única tarefa que você fará aqui é zerar o game com o Albus. E, não, isso não é entediante e sim encantador.
No "modo Albus", o jogador terá que se lidar com a ausência de itens que recuperam vida, magia, desintoxicam o personagem ou o curam de maldições. Fora a fraca defesa graças ao fato de que o personagem não tem como colocar equipamentos melhores. Todavia faz-se importante observar: não só o personagem ganha aumento de nível que aumenta seu dano e aumenta sua defesa, também é possível "upar" os golpes do personagem ao ficar usando elas por longo período. Aumentar o nível e o poder dos golpes será uma missão adicional para conseguir zerar o game nesse modo.
Sim, todas as áreas anteriormente acessadas por Shanoa estão disponibilizadas para o Albus. Então lembre-se de procurar as passagens secretas e os itens que aumentam a vida, a magia e os corações. (Além das duas áreas secretas).
A avaliação que tenho ao zerar esse jogo, agora com outro personagem, é que ele continua divertidíssima e que o modo Albus foi um bom acréscimo. Toda a jogabilidade muda graças a forma diferente que o personagem foi projetado, o que enriquece em muito a experiência da gameplay. Se você já zerou Order of Ecclesia, zerar com Albus será um grato desafio.
Lançado em 2008 para o DS, esse Castlevania é o que veio após o Portrait of Ruin (lançado em 2006). Espere aqui um jogo mais difícil que seus predecessores, já que ele mistura a fórmula de sucesso de Symphony of the Night com a dificuldade de Simon's Quest.
Para ser franco, eu inicialmente desgotei da dificuldade do jogo. Só que conforme progredia, sentia-me satisfeito em aprender o máximo número de estratégias possíveis para seguir em frente. O jogo exige mais do que uma mera habilidade motora para vencer os desafios apresentados, ele exige uma capacidade de pensar a longo prazo, uma capacidade de prever e reservar mantimentos, paradas estratégicas para aumento de níveis e capacidade de alterar em tempo real as habilidades da personagem.
O labor necessário para zerar esse jogo pode afastar os jogadores mais causais, porém jogadores hardcores que buscam um metroidvania bem feito e de dificuldade razoável encontrarão aqui um prato cheio. O jogo lembra, muitas vezes, um survival horror graças a dificuldade acentuada.
Quanto a história, não creio que ela seja das mais previsíveis. Para ser sincero, o jogo não se preocupa em ter um enredo como um dos fatores principais. O jogador não conseguirá, entretanto, avançar no jogo sem perceber o fio da história e nas possíveis conclusões que ela conduz. E, sim, prepare-se para buscar o final verdadeiro.
Ao terminar o jogo, vejo que foi uma longa jornada. Sinto-me grato, sou muito fã de metroidvanias e tenho um carinho especial pela franquia Castlevania - embora a Konami, produtora do game, não o tenha e o deixe no time de reserva.
Havia de se esperar que, para derrotar o Drácula, um lendário membro do Clã Belmont aparecesse. Só que o Castelo apareceu antes do previsto e alguém terá que tapar o buraco. Já que, por algum motivo burocrático, os Belmont só podem usar o seu poder em tempos específicos pré-determinados (sic). Ok, essa justificativa não é das melhores.
Lançado em 2006 para o Nintendo DS, Castlevania Portrait of Ruin foi lançado depois de Dawn of Sorrow e antes de Order of Ecclesia. O jogo conta com gráficos magníficos, uma história apaixonante e um enredo recheado de reviravoltas. Fora o formato do Castelo que, dessa vez, existem telas (ou seria melhor dizer pinturas?) que transportam os personagens para outras regiões. É um metroidvania com sistema de fase.
Nessa aventura, Jonathan Morris e Charlotte Aulin, respetivamente "guerreiro e maga ", lutam juntos para derrotar o Drácula em plena Segunda Guerra Mundial. Outra figura enigmática é o Brauner, vampiro que planeja destruir a humanidade por ter perdido suas duas filhas na Primeira Guerra Mundial. Para substituí-las, ele meio que hipnotiza Stella e Loretta. O jogador encontrará a ajuda de Eric Lecard em sua jornada, uma espécie de fantasma tutor que dará itens por missões cumpridas.
Eu considero esse jogo bem mais funcional do que Dawn of Sorrow, porém sofre de problema semelhante: para conseguir adaptar-se a um público mais amplo - e de idade menor -, o jogo se serve de visuais mais infantis e não o clássico estilo gótico que é o mais amado desde a Symphony of the Night (PS1/Saturn). Contudo creio que as mecânicas no jogo são bem mais funcionais do que as utilizadas em Dawn of Sorrow. Há de se notar que o "esquema de loteria" para ganhar poderes continua atuante, porém foi suavizado para algo menos enfático e problemático.
Se o leitor ou a leitora se perguntam se devem ou não jogar o jogo, saibam que encontram aqui um excelente metroidvania para passar o tempo. A experiência será prazerosa e o jogo atenderá os gostos dos jogadores mais exigentes.
"A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada"
Edmund Burke
"Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?"
Matheus 16:26
"O que é um homem? Uma pequena pilha de segredos miserável!"
Drácula
Poucos jogos chegam ao grau de maestria de Castlevania Symphony of the Night. Um jogo de PS1 em 2d, saindo duma geração que focou quase inteiramente no 3D - com exceção do Sega Saturn, mesmo que isso o tenha feito fracassar em vendas. De qualquer modo, esse jogo é uma obra prima e assim deve ser considerado.
Quando joguei esse jogo pela primeira vez, tinha 11 ou 12 anos. Foi paixão a primeira vista. Quando descobri que zerei ele de forma errada, visto que só tinha feito metade do jogo, foi outro choque. Além de todo o Castelo, tinha um castelo reverso. Ou seja, zere o primeiro castelo e vá pro segundo que está inteiramente de ponta cabeça.
Nesse jogo, ao contrário dos outros, você joga com o filho do Drácula. Esse que tem o nome de seu pai de trás pra frente: Alucard. É uma jornada de uma briga familiar, onde um filho confrontará a alma corrompida do pai. Uma luta que se define pelo poder do amor, já que o homem que não mais ama perdeu sua alma.
Uma jornada de purificação estóica em que o protagonista junta poderes para ser capaz de derrotar seu pai. Esse que é ressuscitado de tempos em tempos pelos miseráveis homens em sua ânsia por poder. Com gráficos exuberantes e polidos que, até hoje, demonstram extremo vigor e são compatíveis com um olhar despido de falhas.
Jogar esse jogo novamente não é só um retorno nostálgico a uma infância. É toda uma apreciação artística de um jogo que criou o gênero metroidvania. Jogo esse que se encontrará sempre em meu top 10.
Após um longo tempo sem jogar um metroidvania, resolvi jogar essa iguaria no 3DS. Esse jogo tinha muitas críticas mistas, uns dizendo que era muito bom e outros dizendo que era muito ruim. Graças a isso, fiquei em dúvida e resolvi tardar a gameplay desse jogo enquanto jogava jogos mais bem avaliados. Digo-lhes: esse jogo é excelente.
Juntando elementos de metroidvania com hack and slash, Castlevania Mirror of Fate propõe uma experiência surreal com gráficos fenomenais e cinematográficos. Prepare-se para batalhas épicas e uma exploração de outro nível. O jogo se sai bem em reinventar o gênero metroidvania, tornando-o ainda mais refinado e apresentando gráficos cartunescos em 2,5D. Não só o jogo em si é belo, como sua jogabilidade é surpreendentemente fluida e responsiva.
Alguns acusaram esse jogo de ser curto, porém eu creio que eles não se dedicaram a andar pelo mapa completo. Talvez se eu tivesse seguido só com a intenção de zerar, sem o objetivo de ser minucioso e platinar o game, eu também achasse o jogo curto. Esse não foi meu caso: dediquei-me a ter a experiência completa que o jogo se propõe a oferecer.
Quanto a dificuldade: achei-a razoável. O jogo requer sempre uma série de movimentos para executar todas as suas funções. Qualquer coisa feita pelo personagem exige uma certa dose de cuidado técnico e isso causa uma certa estranheza e impressão de lentidão - mesmo que isso seja muito bem executado e fluído. Essa é uma razão que irrita alguns jogadores do jogo, todavia não achei ela irritante e até apreciei essa peculiaridade como uma boa adição e uma experiência singular.
Termino o jogo sabendo que apreciei uma obra prima dentro do último console portátil da Nintendo. Além de um dos melhores gráficos para o portátil da Big N, o jogo se destaca pela sua história marcante e sistema de batalha surreal. Recomendo o jogo a todos aqueles que buscam uma narrativa épica condensada com uma beleza artística e a brutalidade dum bom sistema de luta.
Nos últimos tempos estive jogando Shantae and the Pirate's Curse. Joguei em meu 2DS, que é meu pequenino xodó. E realmente comprar o 2DS valeu muito a pena. Para quem acompanha as postagens do blog, deve saber que sou um jovem bastante solitário e ter um prazer jogando videogame é uma das coisas que posso experienciar em minha rotina de pouco calor humano. Não que eu ligue tanto assim para a vida social, como autista prefiro até mesmo passar um tempo só. E passar o tempo só lendo e escrevendo ou jogando videogame é algo que eu sei fazer bem ou algo que creio fazer bem por fazer o tempo todo.
A experiência que tive com o jogo foi muito interessante, quebrou a minha forte rotina movida de castlevanias - não jogar Castlevania não é ruim, mas jogar o tempo todo enche o saco. Para sair um pouco da rotina que me prendeu por um bom tempo, fiz a escolha de jogar Shantae e amei a minha escolha. Creio que Shantae seja um jogo bastante carismático, bastante legal e de desenvolvimento intrigante. Não pude, é claro, experienciar todo o roteiro do jogo: meu espanhol é bastante rudimentar. Logo irei pular o comentário acerca do roteiro do jogo. Se você busca um bom jogo para jogar em seu 3/2DS, esse aqui com certeza vale muito a pena adquirir.
O que mais gostei do jogo foi o seu mundo, a sua arte e seus personagens. O mundo de Shantae é um mundo fantástico. Rico, cheio de detalhes e capaz de histórias impressionantes. Não joguei nenhum outro jogo da franquia. Só que pretendo jogar. Quando descobrimos uma boa franquia é como uma porta se abrisse, aí descobrimos não só uma boa franquia: descobrimos um mundo o qual queremos desbravar. E, de fato, quando jogamos o jogo queremos testemunhar mais do lindo mundo que vemos.
Só que o jogo não é perfeito. Houveram, sim, coisas que achei negativas. Não gostar muito da forma sexualizada e apelativa em que as mulheres foram retratadas. Achei bastante forçada a forma em que elas são sexualizadas e isso pesou negativamente no jogo. Outra coisa que me deixou triste, foi a ausência de mais poderes e maior tempo de gameplay. E apesar de Shantae ser um metroidvania, o aumento de poderes não aumenta em muito o número de cenários desbloqueados. Na maior parte do tempo, utilizamos os novos poderes só para ir em alguns lugares que não podíamos ir antes e que não acrescentam em muita coisa. Essa ausência de cenários desbloqueados com mais itens para serem pegos, com mais poderes e com outras coisas me deixou triste. Além do pouco número de movimentos. Quando eu terminei, eu queria jogar mais. E olha que, segundo registrado, joguei o jogo por doze horas. Doze horas que me foram insatisfatórias, não no sentido ruim e sim no sentido de que eu queria jogar muito mais. Apesar dos detalhes anteriormente descritos, eu queria sinceramente jogar mais.
Sou um fã de metroidvanias, quem leu meu texto anterior sabe bem disso. Devo dizer que Shantae é um excelente jogo e se encaixa muito bem no gênero. Não diria que é um "jogo obrigatório", pois isso não existe. Todavia diria que é um jogo altamente recomendado para quem gosta do gênero. Eu mesmo, depois dele, decidi que jogarei mais jogos dele. Meu único problema agora é que tenho um "vazio de gameplay" e preciso decidir qual será o próximo jogo que jogarei. Como sou alguém com gostos peculiares e hiperfocados graças ao meu autismo, talvez eu demore para escolher e gostar de outro jogo. Só que isso é um problema meu. Vejo-vos no próximo texto!
Nunca fui um gamer compulsivo com altas metas de gameplay. Na verdade, sou uma pessoa bem restrita em termos de jogabilidade. Talvez isso ocorra pelo fato de eu ser autista e ter hiperfoco. Por vezes acabo por parar de jogar um jogo na metade ou deixar de completar ele com tudo que ele tem. Um jogo para mim precisa de encantamento. O mesmo se segue para filmes, séries e animes: só consigo continuar se eu gostar de fato. Na leitura sou um pouco mais "sóbrio" e posso ler até o fim mesmo não gostando tanto assim. Mas voltando aos jogos, só sei que guardo carinho especial por alguns jogos que joguei.
O que seria um metroidvania? Seria um jogo com mundo interconectado em que você vai desbloqueando gradativamente algumas coisas. E conforme o tempo passa, você vai pegando mais e mais itens para desbloquear áreas anteriormente inacessíveis. Muita gente definiria o metroidvania como algo pertencente ao gênero ação e aventura. Só que eu adiciono outro gênero: o de plataforma. De algum modo, metroidvanias lembram-me dos jogos clássicos do Mario e do Sonic, só que com adicionais que incrementam o cenário de forma mais inteligente que os clássicos jogos de Mario e Sonic. Além de, é claro, possibilitarem a estratégia que surge conforme o tensão aumenta com as mudanças do cenário.
Lembro-me do primeiro metroidvania que joguei: Castlevania Symphony of the Night. Não foi só meu primeiro metroidvania, é também o meu metroidvania definitivo. Não me lembro a idade, mas sei que tinha várias versões dele em casa. Mesmo que todas as versões tenham sido piratas, tinha enorme carinho por elas. Comprei uma em inglês, uma com tradução amadora, outra em japonês. De certa forma, isso me marcou pesadamente no período posterior. Só de algo vir com o gênero "metroidvania" me faz reservar um grande carinho, não importa qual jogo seja. Tudo que eu espero de um metroidvania tem como modelo o maravilhoso Sinfonia da Noite. Uma pena que esse tipo de gênero ficou restrito a desenvolvedores indies. Mas sempre que posso jogo um. Os metroidvanias que zerei são:
- Axiom Verge;
- Castlevania: Symphony of the Night;
- Castlevania: Harmony of Dissonance;
- Castlevania: Aria of Sorrow;
- Castlevania: Dawn of Sorrow;
- Metroid: Samus Returns
- Monster Tale.
Posso aproveitar e dizer brevemente sobre cada um desses meus pequenos xodós. Sei que tem muita gente que jogou muito mais do que eu, sei que tem muita gente que poderia falar mais sobre aspectos técnicos e tudo o mais. Só que esse não é o blog dessa gente. E, se falho em dar minha mensagem, posso dizer que ao menos eu tentei. Não sou um especialista e nem um grande entendedor, mas sou um homem que ama. Todo homem que ama tem que falar, de vez ou outra, de seu amor. Por mais tosco que seja. E farei isso fazendo um "top" de meus metroidvanias prediletos.
1- Castlevania: Symphony of the Night
É meu metroidvania predileto. Se eu pudesse dizer a razão, diria que é simplesmente tudo. Na época, eu era um viciado em jogos 2D e tinha ganhado meu primeiro console com gráficos tridimensionais: o Play Station 1. Ou PS1, para os íntimos. Fiquei uma boa quantidade de tempo navegando por aí em jogos tridimensionais, mas quando comprei o Castlevania e vi que seus jogos eram 2D, apaixonei-me de cara.
Em primeiro lugar, Alucard é meu personagem predileto do mundo dos games. Um dampiro (meio humano, meio vampiro) no dever de matar seu pai. Um homem solitário, dando a impressão de vazio e afastando todo aquele que se aproxima. O fato de você lutar contra o Richter Belmonte, que eu considero o personagem com os poderes mais legais de toda a série, é também fantástico. Embora ele não seja, é claro, o vilão principal.
Eu tenho uma relação meio tíbia com os jogos que vieram depois. Não gosto de uma quantidade enorme de poderes, muitos dos quais eu acho pouco criativos. Eu sinceramente prefiro a forma inteligente na qual os poderes de Alucard se encaixam e podem ter multiuso. Parece que os poderes do Castlevania Aria of Sorrow em diante foram pensados apenas na questão da quantidade e não da qualidade. O único erro que encontro no Sinfonia da Noite é o fato da campanha de Richter e Maria não possuírem sistema de nível.
2- Axiom Verge
Esse jogo é fantástico. E eu o adquiri de graça. Não, não foi via pirataria, ele foi dado de graça pela Epic Games numa época. Sinceramente, entrei tibiamente e nem estava tão afim de jogar. Sequer sabia que ele era um metroidvania. Só que, com o tempo, o jogo me cativou e me cativou muito.
A história é simplesmente brilhante. E conforme eu prosseguia no jogo, eu realmente queria saber o que acontecia. Os poderes foram bem pensados e se encaixam bem. O jogo transmite uma fantástica sensação de tensão. Diferentemente dos castlevanias novos da época GBA/DS, com seus milhares de poderes ridículos, com caráter tediosamente colecionável. Esse foi um jogo que eu apreciei de fato, um dos jogos que mais apreciei.
Em metroidvanias, há dois aspectos que pesam crucialmente: o primeiro é a utilização inteligente do cenário, o segundo é poder do personagem que conforme aumenta mais estende o seu território. Esse jogo tem isso e muito mais: uma história pra lá de cativante.
3- Metroid: Samus Returns
Esse foi o primeiro e único Metroid que zerei até o presente momento. Embora eu tenha jogado outros sem zerar, muitos jogos que joguei e não coloquei na lista não estão na lista por esse exato motivo: não zerei. Como disse, não sou um árduo e nem sistemático jogador de videogame. Muitas pessoas têm o singelo compromisso profissional que eu não tenho em minha precariedade como "gamer amador".
Eu gosto bastante desse jogo e joguei muito em meu 2DS. Inclusive, liguei o 2DS apenas para saber a quantidade de horas que dediquei com carinho a esse jogo: 19 horas, 11 minutos e 35 segundos. Horas que garanto: me diverti muito. Os gráficos do jogo são simplesmente sublimes e provam que jogos em 2D e 2,5D têm muito a apresentar e podem não dever em nada aos costumeiros jogos 3D.
Eu tenho uma sensação a parte dos jogos de Metroid e Castlevania. Usualmente os jogos de Metroid são muito mais balanceados em sua dificuldade. Creio que o fato de que você não avança de nível na série de jogos Metroid seja um fator de equilíbrio importante: o grau de habilidade para vencer, por exemplo, "chefões", é muito maior. E, não se engane, alguns chefes desse jogo são bastante difíceis.
Tive, é claro, uma sensação meio mista quando jogava esse jogo: por vezes a sua dificuldade saia um pouco da média e exigia demais. Lembro-me que o penúltimo chefe me cansou demais a mão e que só voltei a jogar um bom tempo depois. O último chefe também me cansou, graças a ele voltei a áreas para completar o jogo em 100%. Embora o jogo tenha desnivelamento de dificuldade: é um jogo excelente.
4- Castlevania: Aria of Sorrow e Dawn of Sorrow
Eu tive que colocar os dois no mesmo lugar. Não foi por preguiça, foi por uma questão de equidade. Não consigo separar um do outro. Em minha mente, os dois se situam um com o outro em perfeita síntese. Separá-los seria como pegar um corpo humano, cortá-lo em dois e dar uma nota individual a cada parte. Isso seria tenebroso, desgostante e angustiante. Por causa disso, recuso-me a separar os dois.
Aria of Sorrow segue a risca o visual presente no Symphony of the Night, visual que sou muito fã. Dawn of Sorrow tem um visual mais infantilizado e não só isso: diálogos que futilizam a obra e não acrescentam essencialmente em nada no jogo. Mesmo assim, faço questão de colocá-los em igualdade. Se Aria of Sorrow é mais sombrio por causa de seu visual gótico, Dawn of Sorrow tem gráficos mais trabalhados e segue como uma evolução quase que natural de seu antecessor.
Apesar de eu reclamar do sistema de múltiplos poderes, não poderia deixar esses jogos excelentes fora de minha lista. Embora haja muita gente que diga que eles são superiores ao Sinfonia da Noite, eu discordo. E discordo na medida em que vários poderes foram colocados e muitas vezes acabamos por não usá-los. Muito se diz a respeito da inteligência estratégica de se ter vários poderes, só que achei desnecessário e prefiro uma agenda mais sucinta. Parece que, como eles faziam esse jogo para um console portátil da Nintendo, resolveram se inspirar em Pokémon e disseram: "poderes? Temos que pegar!".
Os jogos são fantásticos e, talvez, meio fáceis. Só que a emoção de ficar no castelo do Drácula é boa. Estar no castelo do Drácula é sempre uma experiência a fenomenal. Encontramo-nos com criaturas e monstros peculiares que habitam nossa mente com perfeição. Por vezes temos que pensar e repensar para sair conquistando e desbravando os territórios do castelo e é por isso que gostamos de fazer isso em vários jogos diferentes. Toda vez que jogo um Castlevania eu tenho essa sensação, a sensação de que estou virando "dono do Castelo" como um chefão do crime ou um Estado imperialista e expansionista.
E já ia me esquecendo: nesses dois jogos você é o próprio Drácula reencarnado. E há um final alternativo que libera uma segunda campanha secreta em cada um dos jogos. Para mim, isso é simplesmente incrível. Uma das boas coisas é poder jogar com o Alucard novamente. E também você pode jogar com o Julius, só que não me encantei muito com isso. Julius não tem poderes esteticamente incríveis tal como Richter tinha. Se considerarmos o dano e o alcance dos poderes, Richter poderia ser o Belmont mais forte que já existiu. Todavia o que se considera é o fator narrativo: toda vez que o Drácula volta, ele volta mais forte e o Belmont que o enfrenta é ainda mais forte para poder enfrentá-lo. Esse fator puramente narrativo muda a argumentação, mas sejamos sincero: considerem o poder de Richter com o poder de Julius e se terá o óbvio: Richter é mais poderoso, ao menos em fatores de gameplay.
6- Castlevania: Harmony of Dissonance
Quem é um habituado jogador de metroidvanias há de pensar que sou um hipster. Creio que tem gente que irá dizer: "esse jogo é tão ruim que nem deveria estar na lista". Há vezes na vida que devemos tentar ser originais ou diferentes e corremos o enorme risco de sermos apenas idiotas. Hoje, nessa lista, corro o enorme risco de ser um idiota. Que seja, sou um idiota.
Uma coisa que sempre me interessou em Castlevania foi a ideia do castelo do Draculão se ligar ao inconsciente humano. E essa característica mental que dá forma a "realidade" e a arquitetura do Castelo sempre me encantou de forma hipnótica. Em "Harmony of Dissonance" (Harmonia da Dissonância), temos um castelo que se divide conforme a mente dividida e doentia do "antagonista". Esse fator, quase que meramente narrativo, encantou-me substancialmente.
Dizem que o jogo é "simplesmente" repetitivo. E, de fato, às vezes o jogo tende a monotonia. Há quem reclame da forma com que o verdadeiro final é revelado: pela organização de um "quartinho" que você vai ajeitando os móveis. Só que eu penso de forma diferente: e se a organização do quarto, junto com seus móveis, refira-se a organização da mente de nosso querido amigo ensandecido? Não seria isso que o jogo quis passar? A estruturação e ordenação da vida através da organização das coisas. Talvez seja essa a mensagem que o jogo quer dar.
Outro fator que me pesou nessa decisão, embora evidentemente subjetivo, é a forma com que o jogo usa o sistema de dash. Você simplesmente usa dash o tempo todo para sair andando pelo castelo e, para mim, isso é ótimo. Sempre gostei de personagens focados em dash, tal como a classe "vingador" do Lass em Grand Chase. Ter um personagem focado em dash, no qual a mobilidade vira uma das questões principais, para mim é excelente: sou fã de velocidade.
7- Monster Tale
Esse é o último jogo da lista. E está em último lugar. Não que seja ruim, tenho uma sensação agridoce com ele. Talvez vocês pensem o seguinte: "como o Harmony of Dissonance está acima de Monster Tale?". Respondo-lhes: o jogo não tem um enredo bom o suficiente para mim. Embora eu creia que seja um excelente jogo e que ele tenha me prendido pelas horas em que eu estive jogando.
Quando algumas crianças entram num mundo desconhecido, cheio de monstrinhos para "domesticar", saem por aí reproduzindo as técnicas de dominação típicas dos mesquinhos políticos adultos que tanto estamos acostumados a ver. Malditos jovens imperialistas e suas tendências de saírem dominando mundos por aí. É mais ou menos disso de que o jogo se trata. Cabe a nossa querida amiguinha meter a "porrada pedagógica" para arrumar as tendências totalitárias de seus "coleguinhas".
Creio que seja uma ideia até divertida de roteiro. Creio que se uma criança for inteligente o suficiente, tirará até mesmo uma lição desse enredo meio trágico. Só que, talvez, esse fundinho de mensagem política seja endereçado a nós, adultos nem tão responsáveis e conscientes. O que é até algo legal, eu gosto de ler alguns livros de política e ver ideias políticas em jogo de videogame me é bastante aprazível.
O meu probleminha com esse game é o fato de haver um leque muito grande de opções que pode ser muito facilmente ignorado. Uma criança, creio eu, satisfazer-se-ia mais nisso. Mas um adulto "utilitarista" como eu, pode simplesmente ignorar essa ampla gama de opções descartáveis. A temática "pet" sempre me cativou. Adoro andar por aí por um mundo virtual com meu personagem sendo acompanhado por um monstrinho, só que eu preferiria que o jogo fosse um pouco mais "enxuto" nesse leque de opções para uma melhor utilização do monstrinho.
Diferente de todos os jogos dessa lista, esse é o mais fofinho, embora tenha uma mensagem política bastante clara acerca da opressão, maus tratos e lógica da dominação. De fato, achei esse jogo bem meigo e cativante, com uma boa mensagem de conscientização e também com gráficos lindíssimos. A única coisa que pesou negativamente foi o fato altamente colecionável e descartável do game.
Conclusão
Metroidvania é um gênero fantástico. Creio que todo mundo tenha lá seu gênero predileto. Posso dizer que o meu é o metroidvania. Gosto da utilização inteligente do cenário e o alto fator estratégico envolvido nisso. Para mim, é uma das melhores formas de fazer um bom jogo de "plataforma". Creio que uma grande quantidade de jogos de plataforma poderiam ser melhores se não focassem na repetição exaustiva para ficar se colecionando coisas que "liberam" outras coisas. O fator mais negativa do gênero plataforma é a forma com que somos obrigados a pegar itens, várias e várias vezes, apenas para desbloquear isso ou aquilo. Nos metroidvanias pegamos coisas para nos ajudarem na caminhada de forma qualitativa, isso torna os jogos menos exaustivos no fator colecionável. Esse, para mim, sempre foi um grande problema de jogos como Mario, Kirby e Donkey Kong. Muitas vezes sentia-me mais cansado do que feliz repetindo ad nauseam algumas fases desses jogos já citados. Como meu gênero predileto era anteriormente os jogos de plataforma, creio que já saibam a razão de metroidvania ser meu estilo predileto presentemente: para mim, são uma grande evolução do gênero de plataforma. Se você leu até aqui, muito obrigado!