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domingo, 11 de setembro de 2022

Acabo de ler "Mistérios Divinos" de Neil Gaiman e P. Craig Russell

 



Faz algum tempo que ando me aproximando do mundo das revistas em quadrinhos. Esse mundo, até agora, nunca me deixou de fascinar. Entre meus autores prediletos, encontra-se Neil Gaiman, uma pessoa capaz de proporcionar fantásticos enredos que sempre movem o leitor para uma leitura curiosa e apaixonada.

Como não poderia deixar de ser, "Mistérios Divinos" é outra excelente HQ de Neil Gaiman. A história se passa antes da criação de nosso mundo, quando os anjos viviam produzindo tudo que será utilizado no mundo que vivemos. Embora hajam alguns personagens que vivam no mundo em que nós vivemos.

Se a pergunta é: "como era o mundo antes de Adão e Eva", essa revista em quadrinhos traça um cenário para essa pergunta teológica. Claro que ela goza duma visão pouco ortodoxa no âmbito da teologia, porém isso só impacta gente meio fanatizada que não consegue se entregar numa experiência cultural sólida. Convido o leitor a esquecer-se por um momento de suas crenças teológicas e gozar dessa ótima experiência literária e artística.

A HQ seguirá dois personagens, um anjo e um homem. O caminho dos dois será encontrado na narrativa. E, interessantemente, pode-se ter um roteiro que deixará o leitor cada vez mais expectativo com a consumação dessa história que sempre deixa um gosto de quero mais. Um processo investigativo é traçado e questionamo-nos a função dos anjos e o desempenho de cada um deles no pré-criação.

Em relação a comentários sobre a história total, prefiro deixar-lhes mais com a experiência em si do que um comentário que estabelece previamente todos os eixos. Digo-lhes, tão apenas, que a experiência vale muitíssimo a pena e que a história tem bastantes reviravoltas.

sábado, 2 de julho de 2022

Acabo de ler a segunda parte "Scott Pilgrim Contra o Mundo" de Bryan Lee O'Malley

 



A segunda parte trás mais desenvolvimento aos personagens, marcando a própria percepção de tempo do protagonista e a necessidade que ele tem de crescer para cumprir funções básicas das vida como comer, pagar a residência em que mora ou simplesmente sair com os amigos.

O que mais me marcou nessa HQ foi o fato de que ela trata, assim como a outra, de conflitos da vida do jovem-adulto. Fase essa que, enquanto eu escrevia esse texto, eu faço parte. É muito comum eu me ver, além de ver meus amigos, dentro dessa HQ e seus conflitos. É claro que o meu mundo não chega a ser tão fantástico como o de Scott.

O que se pode dizer do livro até então? Que os personagens estão cada vez mais interessantes. O passado da Ramona, e não só o dela, é passado com o tempo e adquire cada vez mais um quê de misteriosidade. Fora que Scott está se tornando mais responsável para com a realidade e o seu passado também é desvelado. Novas lutas também acontecem nessa segunda parte.

Em atributos gerais, podemos ver que o livro está quase sempre ligado aos problemas da fase final da adolescência e do jovem adulto. Fora que a sexualidade é tratada com um quê de liberalidade, porém equidistanciada de uma explicitidade. No fim, lemos a revista em quadrinhos não só pelas suas mirabolantes lutas ou referências à cultura nerd/geek, lemos também para saber o que acontecerá com cada personagem do mundo de Scott.

sábado, 11 de junho de 2022

Acabo de ler "Violent Cases" de Neil Gaiman e Dave Mckean

 



Essa HQ é bem diferente das que estou acostumado a ler. Para ser mais exato, propus-me a uma pequena loucura quando decidi lê-la: pegar uma HQ aleatoriamente, sem ler a sua sinopse e curtir essa experiência do acaso tal como alguém que abre um livro religioso aleatoriamente esperando uma resposta da providência divina. E não me decepcionei em momento algum, muito pelo contrário.

Essa revista em quadrinhos é meio confusa, já que o conto é narrado no presente, mas a história se passa na percepção meio infantil duma criança. Fora isso, há outro fator que complexifica a leitura da obra: a mistura entre realidade e fantasia dentro da mesma narrativa, o que leva a múltiplos caminhos interpretativos. Damo-nos conta de que estamos numa memória meio confusa que está sempre sincretizando múltiplos eventos.

A sensação de confusão que temos ao ler a HQ não é ruim, ela é prazerosa e dá-nos um quê de misticismo. Essa sensação mística se mistura com a própria beleza artística a qual somos expostos. A beleza e a confusão nos transbordam de sentimentos indescritíveis durante todo no intercurso de leitura. E mesmo não chegando a compreensão literal, compreendemos que ela não é necessária: trata-se, antes de tudo, de uma estranha experiência maravilhosa que joga o leitor numa penumbra lunática e maviosa.

Ao terminar de ler, sinto-me dado a grandes mistérios da vida, não concluindo logicamente sobre eles. O que tendo é entender que existem coisas que escapam as nossas mesquinhas definições.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Acabo de ler "Asa Noturna: Estágio Futuro" 1 e 2 de Andrew Constant e Nicola Scott

 




Essa HQ não explica nada, quase tudo que existe nela são apontamentos que, mesmo não dando uma condução mais literal pras coisas, possibilita várias margens para interpretação. O que pode ser visto como ruim e, pela experiência geral, geralmente é. Só que perceber o enredo pela ambientação é fantástico e ainda prende o leitor.




Vemos Asa Noturna após perder o Batman. Não sabemos se Batman está de fato morto ou se apenas sumiu provisoriamente. O Batman que aparece não é o Batman de fato e ao final da experiência não sabemos quem é. Creio que se ele fosse o Batman, o próprio Dick perceberia isso. De qualquer forma, o luto pela Batman e a personalidade abalada de Dick ocorrem durante todo percurso da história, criando uma atmosfera diferente e até sombriamente agradável.






Quando um personagem tira sarro do Asa Noturna e de seu descontrole é simplesmente maravilhoso. Temos um Asa Noturna diferente do habitual. Ele é sombrio e fatalista, virando o próprio Batman da história em termos atitudinais e de personalidade. O tempo todo, ele visa cumprir o legado de seu mestre. Ao ponto que ele é o próprio comandante da situação e atua como líder da batfamília. É por isso que gostei desse Asa: sendo taciturno, aparenta-se mais com o seu mentor e a ligação que constrói com ele, sendo uma espécie de novo Batman após a sua (suposta) morte é um dos pontos mais altos da história.





Carrego uma dualidade: tudo se resolveu facilmente demais. As duas HQs mais abrem uma aventura psicológica na mente de Dick Grayson do que uma aventura completa com um bom começo, meio e fim. E embora eu tenha gostado desse Dick, ainda considero a qualidade geral da obra baixa. É um gosto de "eu esperava mais" difícil de lidar, o potencial foi jogado no lixo.

terça-feira, 31 de maio de 2022

Acabo de ler "Scott Pilgrim Contra o Mundo" de Bryan Lee O'Malley

 



Esse é o primeiro livro da aventura de Scott. Pelo o que me passaram, o livro todo é uma jornada em que Scott vai amadurecendo enquanto pessoa. Nós, leitores, vemos esse amadurecimento acontecendo.

Pensar nesse livro não é tão simples. Existem referências que aparecem o tempo todo e o humor se localiza no universo jovem-adulto e o rumo que a vida toma a partir daí. Scott é, aparentemente, inconsciente da própria idade e um protagonista bem cabeça oca (estilo Naruto? Acho que sim).

No começo, Scott começa a namorar uma garota colegial que parará de namorar mais tarde em virtude de conhecer Ramona Flower. Garota essa que ditará os rumos da moda contemporânea de minha geração. Antes não era "cool" (legal) ser nerd. Depois da HQ de Scott, o mundo geek e sua moda tornou-se inevitável e padrão. O que nos leva perceber que aquilo que era um ultraje pode muito bem virar moda, tal como o cristianismo virou uma religião perseguida ao nascer, virou religião do império e hoje vivemos na época pós-cristã (ou o parto/geração dessa época).

Excetuando as piadinhas nerds e referências ao universo gamer. A HQ trabalha mesmo com o ritmo da vida adulta e o que ela representa. Todas as vivências levam a um gosto de: eu queria ser mais maduro para ter experiências melhores. As piadas são típicas de nossa época e, por isso, o "livro" envelheceu muito bem - talvez por ter moldado a nossa cultura.

Se você ignorar a música do "Negative XP" (procure-a no Google) e todo fuzuê que virou essa coisa de "cultura geek", você poderá apreciar uma obra que, caso não considere muito profunda, ainda será um excelente passa-tempo. Eu mesmo sou um "problematizador" de toda essa cultura geek e como ela vulgarizou a cultura nerd. Embora eu esteja curtindo a leitura e queira ler a continuação assim que eu tiver tempo.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Acabo de ler "As Crônicas de Batman: a Prova" de Bruce Canwell, Lee Weeks e Matt Hollingsworfh

 



Nessa pequena HQ, vemos o teste que Batman ofereceu a Robin (Dick Grayson) para que ele o oficializasse como vigilante da justiça. O desafio era: fugir do Batman até o amanhecer. O que não é, para qualquer um que conhece o Batman, um desafio fácil.

No final, era evidente que Robin não conseguiria fugir do Batman. Porém o Menino Prodígio o surpreendeu fugindo de criminosos, em sua capacidade de lutar e também propondo enigmas para o Batman. Tudo isso leva a um questionamento moral: será que vale a pena colocar um menininho numa vida de trevas? Quem responderá é o próprio Batman: "quando perdi meus pais não encontrei maneira de expulsar minha ira, minha dor. E ainda que ele esconda bem, essas emoções estão se agitando dentro de Dick. Robin será uma válvula de escape, uma via para expulsar a escuridão antes que ela corrompa a sua alma".

Batman vê no Robin a imagem de si mesmo. Esse traço não é só mero capricho, talvez seja a forma com que Batman encontrou de redimir a si mesmo e um traço que lhe torna mais humano. Sabemos que Batman sem Robin é menos humano, mais violento e exatamente frio. Robin é um ponto de sanidade e humanidade, por outro lado: Robin consegue se enxergar dentro do próprio Batman, como uma espécie de arquétipo da redenção do mundo pelo movimento de uma pessoa bem-intencionada no combate ao mal. A crença final é a de redimir o mundo com o impulso da vontade.

No final, sentimos que, mesmo falhando, Robin cumpriu bem o ideal proposto. Viveu na prática surpreendendo o próprio Batman. Embora não sendo totalmente capaz, ainda apresentou estar bem o suficiente pra isso. Fora que a HQ traz uma faceta do Robin e a sua conexão com o Batman, além do próprio processo de treinamento e amadurecimento do rapaz que, com sua presença e semelhança, humaniza o próprio mestre.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Atualizações!

 


    Olá, meus caros! Estou estruturando minha caminhada e adaptando-a as minhas necessidades mais imediatas. Já que eu gosto bastante desses três assuntos: filosofia, teologia e ficção/romance/literatura/HQ/mangá, resolvi dividir meus dias nisso. Sendo uma roda: filosofia num dia, teologia noutro, ficção no último. Para que eu não acabe caindo numa roda rasa ou pouco elaborada, buscarei estudar "teoria literária" para dar mais "razoabilidade". Meu caderno de anotações literárias, ficcionais e românticas possui 97 páginas. Vou começar a ler "Capuz Vermelho e os Fora-da-Lei", visto que Jason Todd é meu Robin predileto e eu gostaria de recomeçar a ler ficção com algo leve. Ainda não possuo um local apropriado para estudar teoria literária, mas creio que com o tempo o terei. 

Correção!
Comecei a ler o Capuz Vermelho pela ordem errada, acabo de receber uma lista de um colega confiável. Passar-lhes-ei para que, quem queira, igualmente leia na ordem correta:
https://www.torredevigilancia.com/guia-de-leitura-17-capuz-vermelho/?fbclid=IwAR2e29zxlWlZYtQUIGSnHtabjn7HmaOqmqbOtBc1fJReNJUy8iaZyoHaFC8