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sábado, 6 de novembro de 2021

Acabo de ler "O Inquietante" de Freud.



    
    Acabo de ler "O Inquietante" de Freud.

    É um pequeno livreto (creio que faz parte de uma obra maior) de densidade profunda e de grande expansão de consciência para quem lê. E, de fato, a nossa vida muda depois da leitura dessas 37 páginas fantásticas.

    O que seria o "inquietante"? Algo novo e ifamiliar? Não, algo que ressuscita um estado originário em que aquilo que foi aparentemente superado é posto de novo ao nosso olhar. É como se víssemos um morto andando pela rua, vagarosamente e sorridente, sem que nada lhe tivesse acontecido. O "inquietante" é, basicamente, o retorno daquilo que se suprimiu ou que se reprimiu, já que se tinha como dado superado. Essa questão retorna à cultura nerd popular: os filmes de zumbis remontam imediatamente isso, a ideia de que a vida e a morte não são tão claras quanto se pensava.

    Tudo que é tido por verdadeiro se torna um dado que se consubstancia com a personalidade. Só que aí vem um probleminha: se um dado que se fundiu a personalidade (qualquer crença que seja), vê o ressurgimento (uma ressurreição) de outro dado que foi tido como superado, a pessoa que vê adentra num choque profundo. O inquietante traz dúvidas sobre a realidade, sobre a intelectualidade e sobre a personalidade. É por isso que, por exemplo, contos de terror são inquietantes pela sua quebra de normalidade e piadas adentram nessa mesma quebra de padronicidade.

    De qualquer forma, o inquietante envolve sempre um mistério que não leva só a um mistério por si mesmo, leva-nos a um mistério sobre quem somos e a uma incerteza intelectual. Só que, em meu humilde pensamento, é indo em direção ao inquietante que amadurecemos como pessoas e tornamo-nos adultos que abandonam as superstições.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Nos últimos tempos

 


    É incrível como a mudança do discurso influência na mudança atitudinal. A perca da ideia de uma autonomia inspirada no extremo de uma individualidade atávica livrou-me do mal de uma educação precária. O que quero dizer é: em vez de caminhar pelos ventos de minha vontade e basear-me inteiramente em minha vontade, tal como se isso fosse prudente ou sensato, curvei-me ao entendimento de outrem. Abri a minha mente. 

    Buscando o velho lema "creio para entender". O que tenho buscado professar não é o fim de minha vontade, mas a abertura de minha inteligência ao conhecimento. Crer para compreender é abdicar-se da volição para abrir o intelecto ao entendimento do que é passado. Anteriormente eu baseava minha razão em meus gostos e meus gostos distorciam a minha razão. Visto que não cabe a vontade inteligir.

    Ao ver o curso do Carlos Nougué: "Como Ler Santo Tomás de Aquino", escrevi:

NM (Nota Minha): Falta-me:

Ao entrar em contato com essa aula de Carlos Nougué (Aula 05), vejo que me falta um saber organizado e dirigido que possibilite uma crescente progressão nos estudos de forma autêntica e metódica. Cabe-me, então, um ajuizamento normativo que tenha adequação do espírito à disciplina. Como homem pós-moderno, cai recorrentemente no mito da autonomia educativa que tinha como estabelecimento uma falsa "dúvida metódica": a autonomia da educação moderna é, muitas vezes, a ditadura volitiva e o império da doxa. Devo pensar na vontade, na inteligência e na sensitividade de forma mais consistente. Negando-me a cair num império volitivo (patologia da decisão) ou império deliberativo (patologia da deliberação). Dependência e autonomia interligam-se num bom paradoxo. Esta união tornar-me-á mais são. Não há autonomia sem dependência e nem dependência sem autonomia.

    Agora tenho buscado um entendimento mais ordenado do mundo. Mesmo que eu tenha que começar do básico do básico, isso ainda me é melhor do que ficar estudando dispersamente, sem rigorosidade. Eu sinto na necessidade de construir um edifício concreto. E é por isso que venho estudado procurando metas e caminhos coerentes. É por isso que venho estudado com professores e outros auxílios. Quero transformar a minha educação, quero transformar-me como pessoa. Sinto-me contente por não cair, como outrora caia, numa autonomia absolutizada que me levava a um estudo vulgar. Não se constrói saberes ao sopro do vento. E é essa é uma triste lição: estou só agora aprendendo a ordenar a minha realidade.

    Só que me sinto feliz, francamente feliz, ao entrar em contato com grandes mestres que me auxiliam no meu desenvolvimento. Lembro-me até de algo que vai parecer tolo, mas numa entrevista, Akira Toriyama escreveu a razão do Vegeta ser sempre mais fraco que o Goku: faltava a Vegeta um mestre. E agora venho sempre buscado um mestre para construir um saber consistente, buscando sempre fugir de minha própria arrogância. E posso dizer com clareza: aprendi muito mais teologia no último mês do que em toda a minha vida. E, se eu conseguir mestres e ordenamento certo, conseguirei aprender filosofia com mais facilidade e mais consistência também.

O início da jornada do estudo teológico!

     Muito recentemente resolvi dar um rumo concreto, sistemático e metodológico do estudo teológico. Para tal, resolvi procurar um meio de estudo congruente para um saber real. E claramente tenho um mestre que me dá suporte a tal estudo, todavia tenho referências que me ajudam nesse estudo. Resolvi, então, expôr um pouco do conteúdo que está me ajudando a compreender a teologia sagrada cristã. Advirto, desde já, que tal estudo encontra-se pautado pela doutrina católica:

- Livros:

  • Catecismo da Igreja Católica;
  • A Fé Explicada - Leo Trese.
- Curso bíblico:

  • Curso Bíblico - Dom José Francisco Falcão. (Esse curso pode ser acessado nesse canal: https://www.youtube.com/channel/UCb_y2ADKlOkCEgf82_eQlbQ/videos)
    Apesar de eu estudar teologia desde os dezessete anos, não fiz grandes avanços no estudo teológico. Isto se deve a minha falta de organização e a busca não metodológica pelo estudo. E estou resolvendo isso através de um estudo consistente que parte do básico. Um estudo não organizado cria uma série de lacunas e ideias dispersas que não tem uma rigorosidade cabível que lhes dê uma corpo consistente. E como eu fui um tolo que seguia os ventos da próprias vontade, em nome de um conceito mal fundamentado de "autonomia intelectual", acabei por criar saberes dispersos em tudo que me dediquei. Logo precisarei estudar sistemática e organizadamente várias áreas que eu quero me dedicar. E a teologia é uma dessas áreas. Atualmente tenho três áreas que busco um entendimento mais razoável e mais consistente: filosofia, teologia e psicanálise. Embora eu ainda não tenha um plano de estudos aprimorados para a filosofia e a psicanálise. Só que posteriormente o terei.