segunda-feira, 6 de maio de 2024

Acabo de ler "Em Defesa de Stalin" de Vários Autores (Parte 12)

 


Essa é a última parte de Emil Ludwig, indo da página 185 à 208. Aqui termina a triunfalmente rica e arguta análise de Ludwig. E talvez seja penoso: quem teve contato com o brilhantismo de Ludwig quereria que ele não só analisasse até aqui – parando na Segunda Guerra Mundial –, mas todo o governo stalinista. O que é uma pena: terminamos com um gostinho de quero mais.


A União Soviética não se preparou para o domínio territorial ou a depressão do território alheio. Pelo contrário, preparou-se para a defesa do seu território e o da sua causa dentro do seu território. Não era um regime – ao menos na época de Stalin – dedicado à contínua expansão de suas terras. Hitler e Mussolini, por outro lado, tinham ambições expansionistas megalomaníacas e não tardaram em adentrar num estado de delírio imperialista. Movidos por suas vaidades e crenças de superioridade, atacaram sistematicamente, seja fisicamente, seja verbalmente, seja teoricamente, vários povos, nações, identidades.


Hitler não pôde se paralisar. Seus desejos de dominação cresciam dia após dia como numa inflação narcisista. Ele não se preparou para se defender, preparou-se para atacar e destruir. É característico do fascismo uma exaltação da guerra pela guerra. Não por acaso, o fascismo sempre faz pipocar a mais vergonhosa barbárie incivilizada e incivilizatória. Sua agressividade, sempre incontinente, é um sinal de temor para todos. Não por acaso, todos odeiam fascistas – a exceção, é claro, são os próprios fascistas.


A comparação entre fascismo e socialismo é errônea. Mesmo que ambos apresentem aspectos semelhantes, essa semelhança se dá mais por acidente do que por substância. Essa compreensão hoje em dia é crucial, sobretudo numa época em que tanto a esquerda quando a direita se dedicam a espelhar o velho fantasma do fascismo para caluniar o lado adversário em vez de se dedicarem num debate honesto – o fascismo, por exemplo, destacava-se por ser contrário a ambos os espectros políticos de forma simultânea e tinha ao mesmo tempo características de ambos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acabo de ler "Em Defesa de Stalin" de Vários Autores (Parte 15)

  Voltamos a análise do Instituto Marx Engels Lenin sobre a vida de Stalin (páginas 229 à 232). Com a derrota da primeira revolução russa, a...