quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Acabo de ler "A Ilusão Americana" de Eduardo Prado

 



A América Latina encantou-se por muito tempo com os Estados Unidos da América. Isso se dava pela a concepção errônea de que a Doutrina Monroe garantiria uma defesa unitária dos interesses de todos os cidadãos do continente americano. O que não poderia deixar de ser mais enganoso.


O puro condicionamento servil e imitador das instituições estadunidenses e a esperança vã de que o Brasil e os Estados Unidos pudessem ter uma amizade desinteressada é um dos contos mais trágicos de nossa história. Ao contrário do que se esperava, os Estados Unidos agiu como agente desestabilizador e dominador imperialista no próprio continente em que faz parte.


Eduardo Prado, mesmo sendo perseguido por suas críticas ásperas - e desgostosamente verdadeiras -, fez de tudo para nos avisar o fim de tão trágica comédia. Mas o Brasil, enquanto eterna mulher de malandro, perseguiu e censurou o nosso caro profeta em sentido rodrigueano ("somente profetas conseguem ver óbvio", dizia Nelson Rodrigues).


É preciso colocar que o que os Estados Unidos nos reservou, seja no passado, seja no presente e, muito provavelmente, também no futuro: é o desprezo e a exigência de submissão a sua tutela parasitária e deletéria. O que deveria levar, a nível de consciência nacional, uma suspicácia sistemática para tudo que seja norte-americano.


O leitor encontrará nesse livro fantástico argumentos convincentes para entender a relação histórica do Brasil com os Estados Unidos e, igualmente, a forma geral que se fez as relações dos demais países latino-americanos com o nosso infeliz irmão do norte.

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