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terça-feira, 12 de abril de 2022

Diário /sig/ #4

 


Nesse sábado, eu acabei saindo e voltando só segunda de madrugada. Como fiquei um tempão fora, acabei não treinando. Por um lado, creio que consegui sair um pouco da internet e estabelecer relações com pessoas reais. Por outra, menosprezei minha saudade. Só voltei a treinar hoje, então é por isso que houve um hiato temporal. 




Acabei de sair do banho. Estou meio triste porque acabei vendo pornografia por esses dias e isso atrapalha meu desenvolvimento pessoal. Hoje retomo algumas coisas. A vida de estudos, por exemplo. Quero também dar prosseguimento ao curso que estou fazendo do Carlos Nougué, quem sabe no próximo dia, e imprimir velocidade no livro que aluguei da biblioteca. Hoje mesmo terminei um capítulo do Psicologia Aplicada de Freud. Quero aproveitar esse resto de semana para treinar, estudar e desenvolver minha espiritualidade com intensidade.

Psicologia Aplicada de Freud - Capítulo 2: A Relação dos Sonhos com o Inconsciente da Mente



Nesse capítulo, somos apresentados ao ID (princípio de prazer), Super Ego (vigilante da moralidade) e Ego (princípio de realidade). Eles nos ajudam a compreender ainda mais o drama mental que passamos, em suma maioria das vezes inconsciente. E já que a maior parte dos nossos dramas se passa inconscientemente, estudar eles dá um certo grau de autonomia e autocompreensão.

Outro tema abordado, já sendo o principal, é de que nossos sonhos nos dão a pista de como está a nossa situação mental. Só que para a interpretação correta dos sonhos, outras coisas devem ser conhecidas: a própria vida do sujeito que é analisado. Já que existem coisas que existem, só que não temos acesso direto por estarem depositadas em nosso inconsciente. Elas não são só memórias, são igualmente pensamentos e sentimentos que guardamos por serem fortemente traumáticos demais para conseguirmos lidar.

Freud queria adentrar nesse estranho mundo do proibido. Para tal, buscou diferentes métodos: hipnose, interpretação dos sonhos e associação livre. Como a natureza desse proibido se revela na própria vivência pessoal, ele é variável e requer dado grau de formação específica - seja para análise do outro e de nós mesmos. Esse proibido é verificado endogenamente e/ou exogenamente. Todo esse drama ocorre sempre, de formas variáveis, com ou sem a nossa abertura a (auto)análise.

De qualquer forma, é magistral a forma que Freud abordou tal problema. Tendo em mente que a maioria deles não está sobre nosso controle direto e temos que aplicar grande esforço, a psicanálise torna-se uma vitória no campo da (auto)compreensão humana e uma realização pessoal naquele que a pratica, já que esse tem acesso a frase do Oráculo de Delfos: "Conhece-te a ti mesmo". A psicanálise é o esforço e a coragem de enfrentar o drama interior sabendo que ele é de difícil acesso e requer tempo, embora a "salvação" sempre seja algo de gratificante.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Diário /sig/ #3

 



Treinei, e nada de formoso tenho. A única coisa que tem forma é meu antipensamento contra mim mesmo. Tornar esse ódio em amor levará tempo. Preciso aprender a me amar, já que toda uma série de traumas me tornaram um tanto indisposto para comigo mesmo. Só que todo esse esforço vale a pena, já que vou adquirindo uma consistência e uma ordenação que fortificam minha vontade e dão-me menos medo do mundo. Meu grande amigo partirá, eu continuarei em São Paulo, para bem e para mal, não sei.



Minha pele se tornou melhor. Meu humor, mais equilibrado. Minha vida psíquica mais elevada. No entanto, sofri hoje de uma indisposição que me levou a uma desatenção na vida intelectual. De qualquer forma, pretendo estudar de noite. Fora isso, quero fazer o retorno da leitura orante para me fortalecer espiritualmente. Pretendo dar continuidade a vida espiritual perdida ao lado da vida intelectual e física. Assim melhoro meu bem-estar e amadureço enquanto pessoa. Não só me sentir mais bonito, quero resolver as tensões do inconsciente, conhecendo-me mais e buscando viver com mais dignidade e, quiçá, santidade.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Diário /sig/ #2

 


Ódio acumulado é uma coisa que sempre tenho. Não dá como fugir. A vida carrega uma série de teias complexas que furtam a minha capacidade de satisfação. Só que o que faço com esse ódio é transformá-lo em propulsão para elevação de minha potência. É algo meio fascista, mas creio que o ódio deve ser militarizado internamente. Eu preciso transformar esse ódio em força, assim treino até que ele se dissipe. O ódio possibilita uma guerra e essa guerra se torna em força disciplinar. Com ela, desgasto minha energia e ganho força muscular. Só que toda essa frustração se torna, psicanaliticamente, em sublimação quando a utilizo para a explosão da energia bestial que carrego.




Ontem à noite eu estudei, hoje acordei de manhã e me alonguei. Paguei as dez flexões matinais. Senti-me um pouco mais feliz, inicialmente eu sofria na quinta flexão em diante, agora sofri a partir da oitava. É óbvio que sou fraco, mas o hábito diário está me enriquecendo e possibilitando um ajuste não só físico, possibilita um ajuste existencial. Todo esse esforço também se verifica mentalmente: o estudo da psicanálise, não só teoricamente, também intrateoricamente tem me ajudado. Parar de ver pornografia igualmente.  





Treinei que nem um louco hoje. Fiz corrida estática, dei socos livres, pulei corda, paguei flexão. Sublimei todo energia bestial que tinha, alimentando a besta interior com a satisfação de poder revelar-se com o desgaste energético. Sinto-me dez vezes mais relaxado e preparado para estudar. Quando a energia impera, é difícil estudar. Agora minha alma meio que se ajuizou e preparou-se para "sua vocação mais elevada".

terça-feira, 5 de abril de 2022

Intimidação a Si #1 - A Fuga da Terapia

 


"Viver fugindo de minha própria realidade é, notoriamente, o meio de sublimação que meu aparelho mental encontrou para fugir da limitude de minha angústia. O meu medo direcionado à psicólogos e psiquiatras era e sempre foi o medo da autodescoberta. Por conseguinte, uma defesa repressiva mental para fugir do inferno da revivência do trauma. Por vezes, é preciso dizer a verdade mais cruelmente íntima, mesmo que a revivência traumática seja inicialmente bestialogicamente enfadonha".