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terça-feira, 22 de julho de 2025

Acabo de ler "L'IDEE D'EMPIRE" de Alain de Benoist (lido em francês)

 


Nome:
L'IDEE D'EMPIRE


Autor:


Alain de Benoist


Nesse artigo, Alain de Benoist fala sobre a questão da unidade política. Aqui trata questões sobre nação, pátria e império. A questão não é só o sentido etmológico de cada palavra, mas também a correlação de cada palavra como uma forma de organização política estrutural.




A questão central apresentada é: qual a diferença entre a nação e o império? É apenas uma questão de nome ou está na própria estruturação política que cada uma assume? Qual é o melhor modelo para a Europa?




Em primeiro lugar, é preciso explicar certos termos. A nação vem do "de natio" que quer dizer "de nascença". Já a pátria vem dos pais. Império vem do sentido de comandar. Cada qual apresenta um significado distinto, mas a configuração histórica que cada uma apresentou é mais reveladora que a simples menção dos seus nomes.




O império é um princípio ou uma ideia espiritual ou política-jurídica. Ele não se resume a ideia uma mera função material ou de ser uma entidade geográfica. Ele é a pujança de um comando, uma pujança espiritual. O império unifica num sentido superior, sem suprimir a diversidade e a cultura, sem destruir etnicamente o seu povo. O princípio imperial permite a multiplicidade de diversos elementos, visto que possui um princípio superior que é anterior a essa diferenciação. O império é mais uma harmonia cósmica do que uma entidade meramente política. Um império pode até mesmo aceitar diferenças jurídicas.




A nação, por outro lado, tem uma tendência a centralização e homogeneização, a unidade territorial também deve ser acompanhada com a uniformidade das normas jurídicas. Usualmente isso termina com a dissolução ou o esvaziamento das estruturas intermediárias.



Alain de Benoist crê numa ideia de império europeu, visto que uma nação européria seria a dissolução das identidades de múltiplos povos em prol duma homogeneidade. Um federalismo imperial seria mais próprio a forma da Europa.



terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Acabo de ler "Fastos da Ditadura Militar" de Frederico de S. (Eduardo Prado)




"Ninguém duvidará então de que quem escreve estas linhas só atacou os dominadores do Brasil porque, como homem civilizado e do seu século, aborreceu a traição, amou a liberdade e detestou a tirania"
Frederico de S. (Eduardo Prado)

A proclamação da República inseriu, no Brasil, uma grotesca ditadura que dava aos golpistas um poder onipotente para fazerem o que bem entenderem da coisa pública. Em vez de ser uma conquista que maximizava os progressos do tempo imperial e dava-lhe novos toques de elevação civilizacional, essa destruiu parte do progresso imperial e adicionou novos males.

A liberdade de imprensa acabou, a economia foi destroçada, o crédito do Brasil no exterior despencou, parte do território foi cedido a Argentina, algozes se autopromoveram galgando em cargos imerecidos e aumentos salariais desproporcionais. Além disso, decretos surgiam aqui e acolá sem o consentimento da população brasileira e por puro capricho de usurpadores e tiranetes onipotentes.

Em meio a toda essa barbárie, um bravo homem vem anunciar as mentiras e retrocessos civilizacionais que os revolucionários positivistas fizeram ao país. Frederico de S. (Eduardo Prado), foi combatente e a favor duma verdadeira soberania nacional - localizada em representantes legitimamente eleitos pelo povo e a ele submissos. Dito isso, nenhuma ditadura pode ter soberania nacional pois seu poder retira o poder decisório do próprio povo.

Nesse brilhante livro, vemos a defesa militante e responsável das liberdades civis e da capacidade soberana de autogestão dum povo. Um ataque frontal as arbitrariedades de homens que, postos no poder, alteram tudo para que tudo caiba na pequeneza de suas estaturas diminutas.

Certamente um dos maiores clássicos da literatura nacional e um livro que, certamente, recomendo a cada brasileiro para o conhecimento mais amplo da história de sua pátria. 

sábado, 1 de outubro de 2022

Acabo de ler "História do Império" de João Camilo de Oliveira Torres

 



O Brasil é um país curioso. A independência dele veio duma divisão da Coroa Portuguesa. O imperador coroado, Dom Pedro I, tinha ainda o direito à Coroa Portuguesa. Essa questão levou uma problemática: a quem a lealdade de Dom Pedro cabia? Era ele mais brasileiro ou mais português? De qualquer forma, o desfecho dessa história foi ele partindo para Portugal.

Para que a independência do Brasil fosse aceita, o Brasil aceitou pagar uma indenização a Portugal. Ação essa que chegou com gosto amargo. Além de, é claro, lutar com alguns territórios que se mantinham leais aos portugueses.

Quanto ao Dom Pedro II, esse foi um dos maiores estadistas de nossa história. De espírito parlamentarista, não via o parlamentarismo como redução de seu poder, aceitava-o de bom grado. Contudo era um notório fiscalizador: visitava uma série de locais e sempre intimava os ministros para que houvesse o melhor para o Brasil. D. Pedro II ainda lia uma série de jornais, até os marcadamente opositores.

Os problemas que o Brasil lidou no período imperial eram vários. Um deles era a triste escravidão, além de desumana era economicamente improdutiva. Outra era a ligação territorial no extenso território que, bem ou mal, deveria ter conexão. Além da ausência de povoação no imenso território. Outra questão era a necessidade de centralidade para impedir a fragmentação do território e, igualmente, a descentralização do poder para assegurar que cada região - que mais sabia sobre os próprios problemas - fosse autônoma.

Estudar a história do Brasil é, com certeza, deleitoso e proveitoso. Sinto-me mais brasileiro e, igualmente, mais conscienciso das problemáticas que nos acompanham.

sábado, 17 de setembro de 2022

Acabo de ler "Evolução Política do Brasil" de Caio Prado Jr.

 



A história do Brasil é impressionante por suas mazelas e eterna incapacidade de modernizar o país as necessidades do tempo. Não raro, caímos em reformas que seguem tão apenas parcialmente. Essa eterna condição sempre marcou nosso país em seu gradualismo e lenta marcha.

De dimensões continentais, o Brasil tem tudo para ser uma das maiores nações do mundo. Entretanto, perdemo-nos no meio do caminho e não conseguimos assumir o protagonismo da história. Ficamos relegados a ser o "país do futuro". Futuro esse, convém lembrar, que nunca chega. Estamos adiando nossa capacidade sempre, nunca ousando tanto quanto deveríamos.

O caráter social do Brasil se desenvolveu por uma elite que considereva apenas o seu interesse, nunca procurando um entendimento nacional para a condução dum projeto político unitário e verdadeiramente nacional. Quando a Coroa Portuguesa para cá veio, o rompimento entre Brasil e Portugal que poderia ser mais virulento, foi bastante calmo - embora não sem lutas. De qualquer forma, tudo no Brasil se faz com parcimônia e passos de tartaruga. Toda revolução é, em verdade, apenas um golpe de uns poucos gatos pingados.

Tendo em mente as mazelas de nossa história, um país focado no patrimonialismo e incapaz de planejamento de Estado, como poderíamos ser otimistas? Talvez a resposta seja por mais amor a pátria e desejo sincero de vê-la melhor em todos os âmbitos, não só para uns, mas para todos.