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terça-feira, 26 de março de 2024

Acabo de ler "A Aprendizagem do Ator" de Antonio Januzelli

 



O teatro é uma arte diferente da arte filosófica. Se a filosofia atua de forma apolínea, o teatro tem, por sua essência, uma raiz que lhe é dialeticamente contrária: a sua imersão dionisíaca. E essa contradição, entre áreas, faz com que eu tenha que me reinventar enquanto intelectual para que eu me sintetize em meio a essa contradição que me conflita.


Quando Antonio Januzelli traz uma argumentação pautada na libertação por meio de atos, em vez de ser por meio do pensamento, e uma vida pautada num constante desnivelamento das diferenças por meio da aproximação gradual de vivências que destoam da minha... Ele traz uma mensagem que ao mesmo tempo encanta - pela poeticidade da ontologia da vida que traz - e afasta - pelos riscos inerentes de adentrar nos territórios desconhecidos.


O que é um ator? É alguém que treina corpo e mente. Só que esse treinamento é um treinamento que exige uma dedicação de quebra. O teatro é a existência que não se iguala, pois está sempre agindo contra os regimentos de uma sociedade normalizadora e ritualística. O teatro é a continuidade da quebra dos dogmas, e vivemos numa sociedade dogmatizada.


A vida teatral não é apenas um modus pensandi que atua ao modus vivendi. No teatro, o modus pensandi e o modus vivendi se colocam par a par, o tempo todo, um deve existir para locupletar o outro. E tal complementariedade existe só quando os dois atuam ao mesmo tempo e no mesmo lugar.


Estudar teatro vem sido, para mim, uma experiência de enriquecimento qualitativo. A possibilidade de me reimaginar e de projetar aquilo que quero dentro de mim para realizar meus sonhos me vem sido de gigantesca potencialização. O teatro é mais do que um local para uma apresentação, é uma apresentação da vida em si mesma.

sábado, 16 de outubro de 2021

Acabo de ler "Opúsculos sobre as origens da Ordem dos Pregadores" do Beato Jordão de Saxônia.




    Acabo de ler "Opúsculos sobre as origens da Ordem dos Pregadores" do Beato Jordão de Saxônia.

    "Porque na nossa peregrinação aqui na terra (Sl. 118,54), desde quando o coração do homem é mau, inclinado aos vícios, negligente e preguiçoso em relação às virtudes, temos necessidade de que nos encorajem, que o irmão venha em auxíliodo irmão(Prov.18,19) e que, por sua solicitude, a caridade sobrenatural ilumine o ardor do espírito que o langor de nossa própria negligência faz desaparecer cada dia"

    Se há algo admirável em uma pessoa, é o fato dela criar e viver o seu próprio sistema, de forma autêntica e sincera, sem corromper-se pelas pressões mundanas que afunilam a consciência e entorpecem o espírito duma vaidade que o leva a negação de si mesmo. Se Deus é "aquele que é", o homem só pode ser "aquele que pode/poderia ser", já que o mundo é, necessariamente, confrontante. E o homem tem que vencer o mundo, não importa o que escolheu ser.

    O modus vivendi é algo que foi deixado para lá e isso prova que nossa sociedade não é tão diversa quanto deveria, visto que há uma uniformização que é aderida para fins de homogeneidade. Se assim é, é por causa da crescente pressão social liga a publicalização duma série de dados que fazem com que a vida seja analisada de todas as formas e assim continuamente julgada. De qualquer forma, cabe ao homem num ato de liberdade e razão escolher ser e lutar para ser, já que isso é melhor do que apenas se contingenciar com base na conveniência de momentos sociais que flutuam ad aeternum.

    O futuro só cabe aos que ousaram. É por isso que o modus vivendi de Domingos de Gusmão é sustentado até hoje e até hoje dá frutos: a autenticidade é eterna, o tempo comum é medíocre, temporal e supérfluo. Aquele que se adapta ao próprio tempo só pode morrer ao lado de seu tempo, a própria percepção temporal humana só surge pelo fato da humanidade estar além de qualquer tempo - já que se ela se ligasse terminantemente ao próprio tempo, seria tal como qualquer outra espécie. Não seja medíocre, viva seu próprio sistema.