Faça suas perguntas anônimas: https://ngl.link/lunemcordis
Muitas vezes os conceitos de vilão e herói passam por construções e percepções históricas distintas. Confesso que tive períodos bastante tóxicos na minha vida e particularmente não me considero uma boa pessoa.
Também creio que estamos em uma era de automarketing moral onde todo mundo precisa passar a imagem de santidade (dentro dos parâmetros modernos), o que leva as pessoas a não considerarem os próprios erros... um dos primeiros passos para alguém se tornar mau é se crer bom. Creio que só lendo "A Gravidade e a Graça" da Simone Weil para compreender.
Para alguns, eu sou um vilão. Para outros, eu sou um herói. Lembro-me do bullying na pré-adolescência e na adolescência, além do deslocamento social por ser autista. Fora isso, as diversas experiências pessoas pela bifobia.
Passei minha vida em fóruns undergrounds e em livros. Muitas vezes vendo animes e lendo mangás, embora tenha me afastado bastante do ambiente otaku nos últimos tempos. Jogos? Joguei e ainda jogo vários, mas bem menos. Os únicos hábitos constantes são os livros. Hoje assisto mais vídeos informativos sobre Inteligências Artificiais e outros assuntos. Assista aqui e ali algum documentário. Fora isso, vejo uns vídeos sobre SCP Foundation antes de dormir. O livro que leio agora é "Running Against the Devil" do Rick Wilson. Um livro engraçadíssimo.
Quando falei mal do trumpismo e bolsonarismo, muitos ficaram extremamente irritados comigo. Quando fui um dos primeiros a trazer o termo "woke right" (direita woke) e acusar grande parte da direita de ser canceladora e censuradora, ocorreu o mesmo. Me dizem muitas coisas, me acusam de muitas coisas. Eu particularmente prefiro manter a crença particular que "as ideias têm consequências" (Richard M. Weaver) e seguir uma linha pragmática. O custo é o isolamento. Não sigo cartilha para ser considerado bom e prefiro ler múltiplas escolas de pensamento antes de chegar a uma conclusão temporária.
Não sei se eu poderia ser considerado "mau" ou um "vilão", vai do imaginário de cada um. Eu particularmente sou um pessimista antropológico e uma pessoa bem deslocada. Fora isso, mantenho uma vida relativamente liberal e amizades com pessoas dos mais diversos espectros políticos. Estou numa linha tênue e sei disso.
No fim, sou eu e os múltiplos livros que leio que estarão comigo.


