Mostrando postagens com marcador sonhos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sonhos. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Jung - Capítulo 9: o estudo dos sonhos"

 



Falar sobre Freud ou Jung sem falar sobre sonhos é quase como cair em heresia. O sonho é um território misterioso em que, grande parte de nós, tem necessidade imensa de compreender. Querendo ou não, os sonhos nos impactam.


O sonho é uma espécie de compensação em que aquilo que não foi feito, aquilo que foi reprovado ou reprimido é realizado num espaço virtual para que se obtenha a satisfação e, com isso, o equilíbrio psíquico. Porém o sonho desempenha muitas mais funções do que essa.


O sonho é a fotografia do instante mental do sujeito, é a forma com que ele vê o mundo naquele momento de sua vida. Graças a isso, se descobrirmos o que cada objeto simbolicamente representa ao sujeito, temos o seu retrato mental. 


O sonho também é gerado pela interação da pessoalidade do sujeito em contato com os símbolos universais (arquétipos), o que gera necessidade de reconhecer os dois. 


O misticismo e poder ilimitado do sonho remontam a antiguidade primitiva de nós e de como desejamos, no fundo, poderes ilimitados. Jung sempre frisou que, dentro de nós, há um ser primitivo que pensa da mesma forma pouco importando as mudanças culturais. E essa estrutura permanece a mesma mesmo que não nos demos conta disso. É por conta disso que devemos conhecer o inconsciente: para não sermos dominados por ele.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Acabo de concluir o curso "Fundamentos da Psicologia Junguiana: Mitos de Criação e Origem da Consciência"

 



Nesta disciplina aprendemos muito sobre como se estrutura o pensamento de Jung e a relação do estudo da mitologia como auxílio fundamental para o entendimento dos processos psíquicos.


Jung foi um homem que, graças a uma série de fatores, teve brilhantes insights como intelectual. Capaz de navegar em vários campos (filosofia, medicina, psicologia, mitologia, religião, etc), teve uma obra de caráter altamente universal e sintético. Cada campo interagia com o outro, levando a uma unidade de pensamento fantástico.


Jung trouxe uma certa forma de revolução no campo da psicologia: com os estudos da cultura humana - bastante direcionada aos estudos da arte, religião e mitologia -, foi capaz de trazer uma nova luz ao que, devido as situações culturais e acadêmicas imperantes na época, ignorávamos. Todavia também graças a essa mesma empreitada, muitos hão de julgar Jung como uma espécie de misticista. Até mesmo Freud não foi capaz de compreendê-lo em sua totalidade, levando até a uma brusca ruptura.


Os entendimentos chaves da psicologia junguiana ajudam-nos na medida em que compreendemos com mais retidão a forma que seu sistema de pensamento é. Muito harmônico e coeso entre si, quanto mais se compreende os pormenores de seus pensamentos, mais se vê a capacidade de traduzir símbolos com a vida pessoal e, a partir disso, chegar a resoluções quanto as problematicidades que a vida traz. Este modo é, por sua vez, chamado de simbólico-analógico e une a cultura humana geral as condições contextuais de nossa subjetividade particular, uma verdadeira síntese em forma de terapia.


Certamente estes estudos não serão esquecidos por mim. Foram-me marcantes em demasia para ignorar. Todo um horizonte de ideias e compreensões apareceram diante desse conhecimento. Possivelmente esse foi e é um dos estudos que mais gostei e mais apaixonadamente me entreguei.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Prelúdios do Cadáver #12 - Sem Sentido

Publicado em 05/10/2018


Sonho quente que vem me atormentar, por que você é sempre tão assim? Ó aranha robusta, aqueça-me a volúpia. Laranja, fanta laranja de domingo. Voando pelo alto céu, caindo reversalmente num abismo em direção ao Sol e a total aniquilação.


Menina, amor meu. Menina, sonho meu. Menina, sua corporeidade antropomórfica é tão atrativa. Seu delicioso aspecto cervulíneo. Sua comissão de frente é tão saliente. O que faria, se não desejá-la? Desejo-a intensamente. Desejá-la-ia ainda mais se tu me deres a chance.


Ah, os sonhos da juventude. Pipocando em minha cabeça. Supõe uma condição irrealista. Ó minha maldição idealista. Tu me ferras! Ferraste-me pois nunca poderei alcançá-la. Por que tenho tantos sonhos vãos?


Doce de leite, querido doce de leite. Como com um bocado de goiabada. Que delícia, delícia fundamental. Hey, hey, hey! Delicioso doce de leite, minha vida amarga tu vais curar.


Olá, olá, senhor Sol. Como o senhor está? Está bem quente aí? Ah, desculpe-me, o senhor é o próprio calor. Perdoe-me a incoerência!


O Sol vai-se. A noite chega. Meus sonhos eram ilusões. Eu não sabia que eram, por conta disso estou triste. Sinto-me destruído por dentro. Eu quis seguir o impossível, descobri que quanto maior a idealização maior é a queda. Eu quero explodir todos vocês. Quero aniquilá-los! Eu não suporto isso!


Querida Lua do céu! Vou chegar até a ti. Beijá-la-ei! Tu serás meu eterno conforto. Minha alma repousar-se-á em ti!

terça-feira, 12 de abril de 2022

Psicologia Aplicada de Freud - Capítulo 2: A Relação dos Sonhos com o Inconsciente da Mente



Nesse capítulo, somos apresentados ao ID (princípio de prazer), Super Ego (vigilante da moralidade) e Ego (princípio de realidade). Eles nos ajudam a compreender ainda mais o drama mental que passamos, em suma maioria das vezes inconsciente. E já que a maior parte dos nossos dramas se passa inconscientemente, estudar eles dá um certo grau de autonomia e autocompreensão.

Outro tema abordado, já sendo o principal, é de que nossos sonhos nos dão a pista de como está a nossa situação mental. Só que para a interpretação correta dos sonhos, outras coisas devem ser conhecidas: a própria vida do sujeito que é analisado. Já que existem coisas que existem, só que não temos acesso direto por estarem depositadas em nosso inconsciente. Elas não são só memórias, são igualmente pensamentos e sentimentos que guardamos por serem fortemente traumáticos demais para conseguirmos lidar.

Freud queria adentrar nesse estranho mundo do proibido. Para tal, buscou diferentes métodos: hipnose, interpretação dos sonhos e associação livre. Como a natureza desse proibido se revela na própria vivência pessoal, ele é variável e requer dado grau de formação específica - seja para análise do outro e de nós mesmos. Esse proibido é verificado endogenamente e/ou exogenamente. Todo esse drama ocorre sempre, de formas variáveis, com ou sem a nossa abertura a (auto)análise.

De qualquer forma, é magistral a forma que Freud abordou tal problema. Tendo em mente que a maioria deles não está sobre nosso controle direto e temos que aplicar grande esforço, a psicanálise torna-se uma vitória no campo da (auto)compreensão humana e uma realização pessoal naquele que a pratica, já que esse tem acesso a frase do Oráculo de Delfos: "Conhece-te a ti mesmo". A psicanálise é o esforço e a coragem de enfrentar o drama interior sabendo que ele é de difícil acesso e requer tempo, embora a "salvação" sempre seja algo de gratificante.