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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Acabo de ler "INVISIBLES: PROBLEMÁTICAS DE SALUD-ENFERMEDAD-ATENCIÓN DE PERSONAS BISEXUALES" de Osmar e Edgar (lido em espanhol/Parte 4 Final)

 


Nome:

INVISIBLES: PROBLEMÁTICAS DE SALUD-ENFERMEDAD-ATENCIÓN DE PERSONAS BISEXUALES 


Autores:

Omar Alejandro Olvera Muñoz;

Edgar Carlos Jarillo Soto.


Nota:

Essa pesquisa foi feita no México.


Deslocar a saúde do âmbito do sujeito histórico e espacial é deslocar a saúde da própria existência concreta enquanto tal. Haja em vista que os sujeitos não estão alheios a historicidade que lhes molda. A intersubjetividade – relações sociais – impacta na intrasubjetividade – psiquismo – e esse fator não deve ser desconsiderado.


A existência psicológica do ser também é a existência social do ser. Existência social e existência psicológica coexistem e influenciam uma na outra. É necessário compreender as práticas sociais – formação sociológica – que fomentam um indivíduo. Nisso entramos até nas práticas de institucionalização. O estudo da psicologia e da sociologia é, então, um compromisso que nenhum profissional poderia ver como isolado, mas como componente teórico vital. Todo indivíduo é fruto de processos sociais, todo indivíduo é fruto de acontecimentos histórico-sociais e esses mesmos acontecimentos criam nele práticas e construções subjetivas. Nenhum ser é uma ilha, mas está integrado numa estrutura e não pode ser abstraído por completo dela sem se tornar uma abstração.


No que tange a formação de pessoas do curso de psicologia, não há uma formação qualitativa para abordar questões de gênero e sexualidade. Tal debilidade é muitas vezes correspondida por duas vias: o estudo particular ou o conformismo diante dessa situação. O tratamento empático – que é central na saúde – não pode cair no "freestyle" e tampouco no "conformismo" sem levar a uma perda da qualidade técnica da própria prática dessas profissões. Também é necessário reconhecer que historicamente a psicoterapia teve um papel de patologização de pessoas não heterossexuais. 


É preciso uma formação sobre gênero e sexualidade para uma melhor atuação dos profissionais de saúde, só assim será possível que cada um reconheça a situação adversa que se encontram pessoas de gêneros e sexualidades distintas da maioria. Isso ajudaria a erradicar a desigualdade. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Acabo de ler "INVISIBLES: PROBLEMÁTICAS DE SALUD-ENFERMEDAD-ATENCIÓN DE PERSONAS BISEXUALES" de Osmar e Edgar (lido em espanhol/Parte 1)

 


Nome:

INVISIBLES: PROBLEMÁTICAS DE SALUD-ENFERMEDAD-ATENCIÓN DE PERSONAS BISEXUALES 


Autores:

Omar Alejandro Olvera Muñoz;

Edgar Carlos Jarillo Soto.


Nota:

Essa pesquisa foi feita no México.


A problemática da saúde da pessoa bissexual se insere em um contexto bastante específico. Esse contexto específico é um processo sociohistórico em que a invisibilização e valoração negativa operam como mecanismos antagônicos para regular o exercício da sua sexualidade. O que faz com que indivíduos bissexuais apresentem maiores danos mentais a sua saúde mental que gays e lésbicas.


Os problemas advindos da bissexualidade são particulares. Se a invisibilização das pessoas bissexuais implica em problemas de saúde específicos, então essa deveria ser tratada a partir de um cuidado com a consciência social. Essa questão deveria entrar no âmbito da psicoterapia. O reducionismo nas práticas dos profissionais de psicoterapia pode levar a um agravamento da questão, levando ao fortalecimento das situações de crise.


Os profissionais de saúde devem compreender que estão dentro de uma estrutura social. Essa estrutura social dá suporte a comportamentos adoecedores. Não tratar essa questão de fundamentação sociológica pode fazer com que os adoecimentos continuem por motivos sociais, levando a um empobrecimento das técnicas e avanços dos próprios profissionais de saúde. O profissional de saúde tem, para si, um dever dentro da sociedade. E esse dever não é puramente biológico, mas também sociológico, psicológico e filosófico: o de combater efeitos sociocolaterais de dados comportamentos sociais. A neutralidade – se furtar ao combate intelectual numa sociedade marcada pela injustiça – é uma forma de fugir do próprio dever enquanto profissional. Em outras palavras, a compreensão sociohistórica da formação patológica e seu combate as desigualdades e opressões reinantes não é um mero acessório ou um esforço adicional, mas deve ser uma prática dentro do próprio ofício do profissional de saúde.


Um olhar de ahistoricidade da formação patológica pode fazer com que se preserve uma sociedade adoentada e adoecedora, levando a inutilidade do próprio exercício e função da saúde. É combater os efeitos e não as causas – e grande parte delas são sociais.  A saúde é uma necessidade humana, e essa necessidade de saúde não é só física, ela também é mental. É por isso que a saúde tem que ter um esforço para compreender e assimilar explicações sociohistóricas do estado mental das pessoas. 


A questão da saúde da pessoa bissexual se aprofunda em múltiplas vias, são essas:

– Invisibilização:

Bissexuais são tratados como inexistentes, o que impossibilita uma identidade socialmente reconhecível. Sendo julgados como homossexuais ou heterossexuais. 

– Rechaço na comunidade heterossexual e LGBT:

Bissexuais são atacados por héteros e outros integrantes da sigla LGBT. Seja sendo vistos como traidores, seja sendo vistos como incapazes de um relacionamento monogâmico, seja sendo considerados como "instáveis" por não entrarem no sistema binário (monossexual).

– Inferiorização e Sexualização:

A mulher bissexual corre o risco de entrar na "caçada aos unicórnios" – casais procurando uma terceira pessoa para ménage – ou homens procurando uma "mulher liberal". O homem bissexual pode ser enquadrado como gay ou ser tido como "menos homem" – a masculinidade hegemônica é um esforço contínuo para reforçar a masculinidade o tempo todo, mas essa masculinidade hegemônica é heterossexual, ativa e "macho" (estereótipo) –, o que pode levar a complicações sociais.


A saúde mental das pessoas bissexuais é atacada sempre. Todos os dias. Em todos os locais. Seja no hegemônico (heterossexual), seja no não-hegemônico ou contra-hegemônico (LGBT). A não compreensão desse fator, além de casos mais graves como tentativa de "cura", pode levar ao desencadeamento de crises. 

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Jung - Capítulo 11: as principais contribuições de Jung para psicologia"

 



Jung adotou práticas freudianas em sua experiência clínica. Porém ele se lidava com um ambiente diferente do de Freud e com pacientes diferentes - e de problemas diferentes -, logo Jung teve que fazer algumas adaptações. Junte isso ao fato de que Jung tinha uma visão diferente da de Freud no que tange ao campo espiritual e, pouco a pouco, verá um delineamento diferente que definhará as relações entre os dois e dará início a psicologia junguiana.


Jung adotaria a crença de que há um inconsciente a mais. Enquanto Freud falava sobre o inconsciente a um nível pessoal e restrito a pessoalidade, Jung adovagaria a existência se outro inconsciente: um inconsciente coletivo e de natureza comum a toda humanidade. Essa descoberta se daria no fato de que Jung observou a existência de mitos, histórias e crenças religiosas em comum em vários povos distintos, o que dar-lhe-ia a noção de que existem arquétipos. Esses arquétipos são comuns em toda história humana, aparecendo onde quer que ela esteja e de forma distinta - porém essencialmente semelhante - onde quer haja humanidade.


Outro lado da psicologia de Jung é o fato de que a historicidade do paciente conta fortemente na análise que dele se tem. O problema do paciente é encontrado em sua história. Esse aspecto faz com que exista um elo dialógico e de abertura na relação paciente-terapeuta. A escuta é ferramenta central.


A doença, em Jung, é resultado da divisibilidade do ser. E esta é por sua vez resultado da ausência de autoconhecimento ou rejeição de algo que internamente pertence ao paciente, todavia este tenta negá-lo. Logo a saúde seria uma tentativa frequente de encontrar a paz consigo mesmo em um processo de unificação. A plenitude e realização dependem do equilíbrio dos opostos que existem dentro de cada um de nós.