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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Acabo de ler "Vida de um homem: Francisco de Assis" de Chiara Frugoni

 



O que leva a um jovem de família burguesa, sobretudo um conhecido pela sua vida festeira, largar a riqueza e a vida boêmia e seguir o evangelho de Jesus Cristo da maneira mais radicalmente vívida possível?


Francisco de Assis é uma figura obrigatória, sendo referenciado por pessoas das mais diversas religiões e até mesmo por cristãos não-católicos. Um homem que tomou ações impensáveis e levou a uma imersão dialógica que a Igreja, por demasiado institucionalizada e petrificada, não poderia chegar.


Francisco quis, por muito tempo, ser cavalheiro e se envolveu em diversas tramas para adquirir tal posição. Porém ficaria marcado não como um burguês que virou nobre cavalheiro, mas sim como um burguês que ficou tão nobre que se tornou um dos maiores santos da história.


Poeta nato, teve várias lutas espirituais e viu todo um ataque estrutural por onde passava. Nem aqueles que entravam em sua ordem queriam segui-lo de fato. E a própria Igreja Católica conseguiu, pouco a pouco, arrefecer a potencialidade do seu projeto evangélico.


Esta não é uma biografia romantizada, ela demonstra a várias faces de um santo que também era um homem e todos os meandros dum mundo que não poderia compreendê-lo e nem abarcá-lo. Não caindo numa simples apologética, seja para com o próprio Francisco e tampouco com a Igreja Católica.


É sempre entusiasmante ler biografias de homens notáveis, é ainda mais notável quando lemos sobre um dos homens mais notáveis de toda a história universal.

sábado, 16 de outubro de 2021

Essa é, meus amigos e amores, a Loucura Verde.

  


    O sangue que verve em meu coração, tornou-se lágrima e habitou em minha face. Habitou de forma amarga, molhando-me como uma chuva na madrugada. Esse sangue lagrimoso tornou-se texto, fez-se verbo como Cristo fez-se carne, num paradoxo um tanto contrário. Transmitindo a alma de minha alma, habitava não mais em mim, mas habitava entre nós. E agora o sangue de meu coração tornou-se parte de todos e quando eu vi, eu já não era, mas todos aqueles que vivem em mim eram em mim - e por eu não ser só a mim mesmo, senti-me não mais impotente, mas senti-me feliz. Eu era o @Jesus Gabriel , eu era a Valen, eu era o Victor e também me era.


    Se meu coração for puro, tudo será puro. Se Halaal é o que é permitido e halaam o proibido, pouco agora importa. Se meu coração for puro, tudo é halaal. Se meu coração for mal, tudo é halaam. E eu queria que tudo fosse, pois eu não mais era importante. Eu queria não ser o ser que fixa o próprio ser, mas queria a poesia do Gabriel, a maturidade do Victor e arte da Valen. Então, finalmente, sendo eu e não me sendo, senti-me tão livre que era pobre de mim, mas ao mesmo tempo tudo me era. E eu queria sistematizar tudo em mim, não como se eu fosse tudo, mas como se eu fosse parte. Sai de mim, e assim por diante disse: faça o que tu queres, pois há de ser tudo da lei. Então eu não era mais a lei de mim, a lei que julga, a lei que condena, mas a lei do amor que a tudo se abre. Pois o amor é de fato princípio, já que princípio é tudo aquilo que pode ser aplicado sem nunca gerar contradição: e aplicando o amor tudo fui salvo de meu inferno.


    O Gabriel com medo, o Gabriel fragilizado, o Gabriel que não se entrega, de repente, altera-se e pela loucura é guiado numa jornada de ID e loucura verde, já que sensata. Ancorei-me não em meus medos, mas nos desenhos da Valen. Ancorei-me não em minha tristeza, mas na poesia do enfrentamento de Gabriel Jesus. Busquei sabedoria, não em mim, mas no Victor. E todas as minhas contradições lá estavam: poesia, putaria, erotismo, teologia, filosofia e literatura. Não mais numa luta de contrários, já que o amor é princípio e o princípio verdadeiro supera a contradição da consciência.


    Eu busquei, eu busquei a feminilidade da Valen. Eu busquei, como um louco, entrar no mundo de Gabriel Jesus. Eu busquei entender a Dionísio e o seu vinho bacanal pelo o Victor. E por amar a todos, fui salvo, não por mim, mas por eles e o amor que sinto por eles e esse amor gerou poder e mais poder e meu ser já não era tentativa, meu ser era e simplesmente era, não por eu ser a mim, mas por eu ser a Valen, o Victor e o Gabriel Jesus.


    Só o amor salvará o mundo, só o amor precede a razão e a minha razão era insuficiente e fui salvo não por ela, mas fui salvo precisamente dela. Essa é, meus amigos e amores, a Loucura Verde.