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quinta-feira, 14 de março de 2024

Acabo de ler "TEATRO E A ESCOLA: funções, importâncias e práticas" de Vários Autores

 



O teatro é uma arte libertária. Historicamente surge como uma espécie de culto ao deus Dioniso, esse que era deus das festas, do vinho, da alegria e do teatro. Essa inspiração, por mais que muito distante, já demonstra o espírito do teatro em sua forma inicial. E, igualmente, como o teatro está correlacionado ao pensamento libertário. Dioniso também é deus do delírio místico e o teatro era, na Grécia, tido como parte da inspiração divina.


O teatro trabalha de forma dupla: uma parte sua é literatura e outra parte é encenação. Há uma "simulação" dentro do teatro: ela surge para revivenciar algo que ocorreu dentro da história ou do imaginário do criador da peça. Essa espécie de vivência proporciona uma alteridade que, por sua vez, permite a quem realiza a experiência simulada e quem a vê ter uma noção mais aproximada. Logo a reflexão proporcionada pelo teatro tem algo de experiencial, o que possibilita uma maior facilidade de assimilação. Graças a tal possibilidade, o teatro é altamente eficaz como instrumento pedagógico.


Engana-se quem busca negar ao teatro o seu aspecto educacional: desde o momento de sua criação até o momento de hoje o teatro existe para gerar reflexão, seja da pessoa em si, seja da sociedade que o teatro satiriza. Inicialmente existiam duas formas de teatro: a forma dramática e a forma cômica. A dramática visava a catarse que é a purificação por meio do sofrimento que a peça traz. Já a cômica fazia com que se questionasse a sociedade por meio da sátira. Ou seja, uma levava a uma postura autocrítica e outra a crítica social.


Não se poderia dizer que uma arte tão capaz de levar a um aumento de capacidade crítica e autocrítica seja inútil. Muito pelo contrário: o teatro é uma das artes mais belas e com uma das histórias mais ricas que podemos ter contato.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Acabo de ler "Perdoa-me por me traíres" de Nelson Rodrigues

 



"Amar é ser fiel a quem nos trai!"

Gilberto (personagem de Nelson Rodrigues"


Nelson Rodrigues é um dos maiores escritores brasileiros, ele sentiu no âmago a alma do povo brasileiro e soube como trazê-la com todo o vigor dum artista genial. Sua obra é trágica, sua obra é visceral, não é para pessoas fracas. Ele detona o senso comum, ele desafia os deuses e sai invicto.


Uma obra teatral recheada por tragédias, por mentiras, por partes não abordadas pelas pessoas mais usuais. Sempre trazendo vários planos de consciência - de inconsciência e inconsistência também - e dando substância a cada fala, como numa pulsão lírica e altamente poética que daria inveja aos maiores poetas.


Nesta obra, uma das mais fantásticas que já li, muitos assuntos que até hoje são tabus são apresentados de forma trágica. Às vezes indo para o terreno do comédia sem, no entanto, sair da linha geral da miséria.


Recomendo que o leitor esteja acostumado à literatura rodrigueana antes de entrar em contato com ela. É uma obra que abordará o ser humano naquilo que, em sua sombra, mais esconde e mais quer ocultar. Desvela aquilo que temos de pior numa sordidez reversa que visa, antes de qualquer coisa, expor a verdade da natureza humana em seu descomunal abismo.

domingo, 21 de maio de 2023

Acabo de ler "Quién yo?" de Dalmiro Sáenz (lido em espanhol)

 



O livro começa com um cenário que é aparentemente banal: um homem sendo julgado por um crime irrelevante. Este fato pesa a favor do homem e querem libertá-lo o mais rápido possível. Porém essa estranha figura não é tão simples. A forma de se comunicar e interagir também não são usuais. 

Numa narrativa alucinante, vemos o desenrolar de uma história cômica e cheia de confusão. Cada parte da história se sucede como uma reminiscência projetada por uma mente bastante ofuscada. E em todas elas crimes se sucedem.

A grande questão é que a história de um criminoso não entraria normalmente numa estrutura hilariante. É a forma com que o autor encaixa cada parte e a direção que ele leva que dão o sabor da obra. E ele faz isso muito bem.

É uma ótima pedida para quem está buscando uma comédia para se divirta após um longo período de estresse.

domingo, 14 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 5 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Esse volume traz o conteúdo do que foi adaptado até agora em animação. Isto é, após esse volume tudo que virá é, de fato, desconhecido para quem acompanhou tão somente o anime e os filmes.


Este volume é centrado na Megumin e vemos o divertido povo Kouma. Conhecer finalmente esse estranho povo é uma das alegrias deste volume. Conhecemos também o pai e a mãe da Megumin, e a forma que eles tratam Kazuma é bastante cômica.


Um dos fatos mais encantadores é que quanto mais Kazuma tenta sair dos problemas, mais atrai-os como um maravilhoso para-raios. Talvez a sorte de Kazuma não seja para realizar os desejos egoístas e autoprotetivos dele, talvez seja para guiá-lo numa jornada evolucional tal como um autêntico herói. A forma com que esse processo é passado contra o desejo do personagem sempre é um bônus de humor.


A expansão do mundo demonstra uma capacidade de complexidade narrativa crescente e esta é sempre posta de forma bem encaixada. Mesmo o autor querendo trazer um texto cômico, ele não deixa de apresentar um universo rico de substância e divertido de se conhecer.


O final traz uma mensagem bem especial, demonstrando que Kazuma se torna cada vez mais conhecido por seus feitos. E é bem provável, conhecendo a forma que Konosuba se desenrola, que isso lhe traga mais problemas.