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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Acabo de ler "Marx y Rusia" de Carlos Taibo (lido em espanhol)

 



A obra de Carlos Taibo é uma obra muito rica em seus pontos. Sendo ele um exímio estudioso da realidade russa, é também um leitor apaixonado da obra de Marx. Embora o próprio Carlos Taibo seja, por assim dizer, um autor anarquista. Ele faz frente aos vulgares que sendo marxistas ou anarquistas não lêem o conteúdo teórico de outros autores por divergências intelectuais, empobrecendo em muito o conteúdo da própria obra e (auto)limitando a capacidade de expansão do próprio horizonte de consciência.


Percebe-se que Marx, o velho Marx, tornou-se um homem mais sábio e mais aberto. Em vez de se encurralar pelo corpo teórico já construído pelos seus anos de vida intelectual, tornou-se, muito pelo contrário, aberto ao revisamento intelectual de sua própria obra. Estabeleceu novas pontes, construiu pouco a pouco um contato maior com sociedades pré-capitalistas em diálogos teóricos com o futuro anticapitalista. Além disso, estabeleceu um horizonte teórico de maior ecumenicidade com autores anarquistas.


A pesquisa de Carlos Taibo sobre o velho Marx traz uma luz que pode desencadear uma série de estudos que são muito relevantes ao desenvolvimento duma linha de raciocínio mais crítica e, ao mesmo tempo, mais abarcante e, portanto, mais completa. Hoje em dia é soberanamente necessário que não sejamos mais intelectuais dogmatizados e brutalizados pela adesão irrestrita ao bando. Temos que ser pessoas abertas, navegantes do mar de dados que é o conhecimento.


Sem dúvidas, hoje para mim é indubitável que se pode amadurecer intelectualmente sem que, ao mesmo tempo, sejamos pautados por uma rigidez mental tão característica de vários intelectuais que nos predecederam. E, quem sabe, a partir disso: construir uma sociedade mais igualitária, mais justa e mais humana. Que a mesa onde nos assentamos seja a de um diálogo irmão e não a de uma selvageria desavergonhada.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Acabo de ler "O que é Islamismo" de Jamil Almansur Haddad

 



O Islã é deveras interessante. Durante muito tempo, anteriormente ao comunismo soviético e bloco socialista, o Islã foi o maior desafio ao Ocidente e a sua identidade. Claro que não estou exortando, aqui, a rivalidade religiosa - não faz parte do minha índole.

É interessante observar que os germânicos venceram o Império Romano do Ocidente e os muçulmanos venceram o Império Romano do Oriente. Cosmovisões em conflito adquirem uma tonalidade apaixonante para qualquer um interessado em história.

O Brasil também deve muito ao Islã ao que se refere ao fim da escravidão. Foram africanos islâmicos ou islamizados que tiveram protagonismo alto e referencial nas insurreições. Evento que, por enquanto, não goza dum estudo acadêmico sistemático e de alta relevância e importância que merece.

Outro ponto a ser olhado é que: embora o cristianismo separe o poder temporal (político) e o poder espiritual (religioso), o mesmo não se dá teologicamente no Islã. Só que o tratamento jurídico dessa questão encontra-se no próprio Alcorão e é até bastante tolerante.

Com o crescimento do islamismo, possivelmente como maior religião do mundo em futuro próximo, o diálogo interreligioso e o (macro)ecumenismo tornar-se-ão cada vez mais necessários e frequentes.

Todas as questões levantadas, em época de escalada de conflito, ditarão o possível futuro que teremos. Adiar a questão, não preparar-se, seria duma insensatez brutal.