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sábado, 18 de novembro de 2023

Acabo de ler "Renato Russo - O Trovador Solitario" de Arthur Dapieve

 



Não sou muito fã de Legião Urbana. Para ser sincero, sempre achei a sonoridade meio vazia, meio oca, só existindo unicamente para dizer que há algum som que preencha o fundo. Porém isto é tão somente meu gosto musical, visto que respeito a banda e a genialidade de seu vocalista. Dito isto, vamos prosseguir na análise.


Renato Russo foi um homem extremamente idealista e capaz de estruturar suas ações a longo prazo. Tal condição lhe deu franca vantagem no cenário musical. Isto é, o brasileiro médio tende a uma inconsistência e incapacidade metódica. A inconsistência por si mesma gera a incapacidade metódica. Em Renato Russo, sua força de vontade lhe deu uma visão estratégica que lhe proporcionou a ideia não duma banda, mas dum projeto altamente duradouro que marcou o Brasil.


A banda e os fãs se sentiam verdadeiramente parte dum projeto. Eles não eram só átomos presos num acaso que lhes era inteiramente indiferente. Eles eram parte duma comunidade orgânica que tinha objetivos claros. A raiz messiânica da Legião Urbana trouxe um sentimento de pertencimento que é quase inexistente no Brasil. Essa diferença lhe rendeu o título de maior banda de rock do Brasil.


Renato Russo também era um homem bastante lido, capaz de fazer piadas inteligentes e com uma leitura de mundo impressionante. Porém sofria do mal que aflige uma série de gênios: a incapacidade de ser compreendido pelos seus semelhantes. O que Renato Russo tinha de genial, igualmente tinha de incompreendido.


Renato Russo talvez seja uma das poucas pessoas neste país que marcaram a história através de sua inteligência e são lembradas. Isto prova que a arte consegue quebrar as barreiras até mesmo dum povo bastante fechado a uma cultura mais sofisticada.