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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Acabo de ler "ANTI-AMERICANISME?" de Alain de Benoist (lido em francês)

 

Nome:

ANTI-AMERICANISME ?


Autor:

Alain de Benoist


Os Estados Unidos surgiram no novo mundo graças a imigração europeia. Em parte, ele foi visto como o regenerador da humanidade e, ao mesmo tempo, como a Nova Jerusalém. Em outra parte, como um modelo de república universal e portador dum destino manifesto. Era disso que surgia a Doutrina Monroe.


Conforme essas ideias iam crescendo, dando luz ao excepcionalismo americano, acreditava-se cada vez mais na validação universal do americanismo e esse modo de vida deveria ser imposto por toda a Terra. Desse unilateralismo messiânico, surgia o hegemonismo.


Os Estados Unidos tiveram que confrontar em seu caminho a União Soviética. Essa força antagônica e de ideias solidamente opostas. Após isso, houve finalmente a tão sonhada universalização americana. Os Estados Unidos surgiram triunfantes, logo após a guerra fria, como força principal. Seu modelo técnico-financeiro ressoava lado a lado com a dominação planetária do capital.


Hoje em dia, os Estados Unidos são a principal força de desestabilização do mundo e também são a principal razão da brutalização internacional. É evidente que a perda da hegemonia é um dos fatores, mas o universalismo americano e a imposição desse também são fatores principais.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Acabo de ler "L'IDEE D'EMPIRE" de Alain de Benoist (lido em francês)

 


Nome:
L'IDEE D'EMPIRE


Autor:


Alain de Benoist


Nesse artigo, Alain de Benoist fala sobre a questão da unidade política. Aqui trata questões sobre nação, pátria e império. A questão não é só o sentido etmológico de cada palavra, mas também a correlação de cada palavra como uma forma de organização política estrutural.




A questão central apresentada é: qual a diferença entre a nação e o império? É apenas uma questão de nome ou está na própria estruturação política que cada uma assume? Qual é o melhor modelo para a Europa?




Em primeiro lugar, é preciso explicar certos termos. A nação vem do "de natio" que quer dizer "de nascença". Já a pátria vem dos pais. Império vem do sentido de comandar. Cada qual apresenta um significado distinto, mas a configuração histórica que cada uma apresentou é mais reveladora que a simples menção dos seus nomes.




O império é um princípio ou uma ideia espiritual ou política-jurídica. Ele não se resume a ideia uma mera função material ou de ser uma entidade geográfica. Ele é a pujança de um comando, uma pujança espiritual. O império unifica num sentido superior, sem suprimir a diversidade e a cultura, sem destruir etnicamente o seu povo. O princípio imperial permite a multiplicidade de diversos elementos, visto que possui um princípio superior que é anterior a essa diferenciação. O império é mais uma harmonia cósmica do que uma entidade meramente política. Um império pode até mesmo aceitar diferenças jurídicas.




A nação, por outro lado, tem uma tendência a centralização e homogeneização, a unidade territorial também deve ser acompanhada com a uniformidade das normas jurídicas. Usualmente isso termina com a dissolução ou o esvaziamento das estruturas intermediárias.



Alain de Benoist crê numa ideia de império europeu, visto que uma nação européria seria a dissolução das identidades de múltiplos povos em prol duma homogeneidade. Um federalismo imperial seria mais próprio a forma da Europa.



sexta-feira, 18 de julho de 2025

Acabo de ler "DEMOCRATIE REPRESENTATIVE ET DEMOCRATIE PARTICIPATIVE" de Alain de Benoist (lido em francês)

 


Nome:

DEMOCRATIE REPRESENTATIVE ET DEMOCRATIE PARTICIPATIVE


Autor:

Alain de Benoist


Nesse texto, Alain de Benoist dá uma verdadeira aula sobre os diferentes tipos de democracia e defende a democracia direta. Alain de Benoist compreende a democracia representativa como a democracia liberal ou a democracia burguesa.


Para ilustrar o caso, os defensores da democracia representativa são Locke e Hobbes. Em Locke, a delegação do poder é parcial, resguarda-se as liberdades individuais. Em Hobbes, a delegação do poder é total. O defensor da democracia direta ou orgânica é Rousseau, para Rousseau a democracia é antagonista de regime representativo. Toda representação representa uma dissolução ou abdicação do poder democrático e da soberania popular.


No regime democrático, a identidade dos governados é a dos governantes, a vontade popular é a lei, há a igualdade substancial dos cidadãos, todos são membros de uma mesma unidade política e observa-se a vontade geral da nação. Essa descrição parece ser abstrata pois está longe da realidade vivencial das pessoas do mundo em que vivemos. Falamos muito da política, mas estamos virginalmente longe dela.


O que temos hoje, nas democracias liberais, é um déficit democrático e uma crise de representatividade (gerada pela lógica mesma da democracia liberal). Ao mesmo tempo, a classe política se tornou uma oligarquia com interesses próprios e indiferente aos fins específicos da atividade política (o de servir aos interesses orgânicos da população). 


Ao mesmo tempo, cresce-se a fala a respeito da legalidade do sistema. As regras jurídicas formais são reforçadas pelo seu mero aspecto legal e/ou formal. O fim específico da atividade política — servir ao interesse orgânico da população — é completamente ignorado. As instituições devem ser respeitadas para existirem por si mesmas, pouco importando se cumpram a sua devida especificação e correlação com os anseios populares. Aparece a legitimidade pela legitimidade, onde cada instituição é respeitável por si mesma pouco importando se ela cumpre a sua devida funcionalidade. A funcionalidade de uma instituição, num país verdadeiramente democrático, não é ditada tão somente pelo seu aspecto legal, visto que é a vontade popular que modifica e controla o seu funcionamento, podendo modificar e controlar até mesmo o seu aspecto legal.


A democracia, quando substancial, correlaciona-se com quatro fatores intrinsecamente correlacionados:

1. A vontade geral;

2. Constituição;

3. As leis;

4.  Servir ao bem comum.

Todavia adiciona-se um fato: a constituição, as leis e o serviço ao bem comum são determinados e modificados pela vontade geral.


A democracia liberal e/ou representativa vem apresentado vários defeitos.  Esses defeitos são de natureza inerente a própria democracia liberal e/ou representativa, mas também gerados em parte pela situação do mundo moderno. Vivemos num mundo de constante mundialização, de transnacionalização, de desintegração das ideologias da modernidade e em que a legalidade institucional vem se tornado um mero simulacro. Os poderes políticos se direcionam para a mundialização e transnacionalização sem se importar com os anseios do próprio povo.


A democracia de base, ou a democracia orgânica, apresenta-se como uma solução: ela aumenta a iniciativa pública e a responsabilidade para com a coisa pública (espírito republicano). A democracia de base ou orgânica pertence a um povo republicano, e um povo republicano é consciente e soberano. Ele pode se manifestar a favor ou contra, dar ou recusar consentimento.


Atualmente, vivemos num mundo com um sistema político liberal. E o sistema político liberal estimula indiretamente uma apatia política, uma abstenção da vontade em prol de gestores, de experts e de técnicos. O que é, em si mesmo, desejável para elites que querem governar sem a anuência e sem a perturbação do povo, visto que atualmente elas não se veem como parte dele.


Alain Benoist apresenta uma possibilidade de resolução de conflitos: a democracia participativa, direta. Visto que participação é um ato individual de um cidadão como membro de uma coletividade populacional. O pertencimento justifica a cidadania, a cidadania justifica a participação.



quarta-feira, 16 de julho de 2025

Acabo de ler "L’ACTUALITE DE CARL SCHMITT" de Alain de Benoist (lido em francês)

 


Nome:
L’ACTUALITE DE CARL SCHMITT

Autor:
Alain de Benoist

Nunca pensei que juntaria dois dos intelectuais mais polêmicos de todos os tempos numa mesma análise. E creio que os leitores usuais do blog também não. Porém como é da natureza desse blog analisar os mais diversos intelectuais, pouco importando qual seja o seu posicionamento ou a agradabilidade dele no debate público contemporâneo, lá vamos nos aventurar de novo. Como aumentou muito o número de visualizações do blog, recomendo que leiam o Agnosticismo Metodológico para compreender que o mecanismo de análise desse blog é o de tentar simular o pensamento da obra e do autor que está sendo analisado.

A premissa inicial de Alain de Benoist é a de que existe um aumento de número de traduções da obra de Carl Schmitt e elas vêm se espalhado no mundo inteiro. O que demonstra a atualidade do pensamento de Carl. E essa vitalidade da obra de Carl Schmitt se correlaciona com os seguintes fatos:

1. O desenvolvimento do terrorismo;
2. O aumento das legislações de exceção para combater esse fenômeno;
3. A evolução da guerra;
4. A transformação radical da ordem internacional.

O que vem levado ao fenômeno crescente do terrorismo é a mundialização. Esse fenômeno é encarado como desterritorialização dos territórios. A mundialização é vista como uma ameaça existencial e/ou de ordem ontológica a múltiplos povos e grupos. É nesse contexto que as palavras de Schmitt parecem ressoar bem.

A ordem mundial, constituída pela hegemonia americana, mas fortemente eurocêntrica, adquire certas características especiais no pensamento de Carl Schmitt. Nele há um partidário que tem uma certa conexão com a terra em que está. O partidário é compreendido como telúrico (ligado à terra). A mundialização opõe-se ao telúrico ao dissolver os seus valores em prol de um modelo global.


É compreendendo a guerra dos partidários que podemos compreender as configurações do terrorismo. O terrorista é um combatente irregular e oposto a legalidade. O fenômeno terrorista encontra um fenômeno antecedente, dentro da conjuntura da guerra fria, que era o da guerrilha e do guerrilheiro (que também se opunha a uma legalidade tida por injusta). Seja o terrorista, seja o guerrilheiro, os dois são praticantes da irregularidade e possuem um engajamento político intensificado.

Como os Estados vêm respondido às atividades terroristas? Adotando meios de exceção. O contra-terrorismo transforma a exceção numa norma, visto normaliza-a. A sociedade aberta torna-se gradualmente em uma sociedade de vigilância. A natureza imprevisível vai servindo de munição teórica para o aumento progressivo do Estado de exceção.

É nessa conjuntura que podemos ver a precisão terminológica se dissolvendo nessas palavras: regular-irregular, legal-ilegal, terrorismo-contra-terrorismo. Sanções econômicas aparecem o tempo inteiro e o bombardeamento das populações civis já não são uma grande novidade, mas mais uma exceção que aparece junto a uma série de outras exceções.

Ao mesmo tempo em que isso ocorre, há a instrumentalização de um discurso moralizante, o inimigo é tido como diabólico, como criminoso, como a figura do próprio mal, como um inimigo da humanidade. Tudo isso é feito para justificar uma ordem internacional comandada pelos Estados Unidos e caráter eurocêntrico.

O conflito moderno também apresenta um caráter ontológico. São duas existenciais arquétipicas que se confrontam. Uma de ordem telúrica (atada à terra) e outra de ordem atlântica (atada ao mar). Zygmund Bauman já falava da modernidade líquida, o que se questiona é se essa modernidade líquida é um fenômeno ocidental ou de caráter universal. Se ela for de caráter universal, os oponentes dela são meros reacionários fugindo do inevitável. Se ela for de caráter ocidental, a aplicação geral desse fenômeno é apenas um ato de tirania política disfarçado de universalidade.

Hoje em dia temos várias figuras apresentando um caráter partidário e a possibilidade de uma guerra partidária. Elas defendem uma legalidade alternativa (oposta ao que aplicado) ao mesmo tempo em que apresentam um engajamento político intenso. Todavia há mais uma questão: a existência política de um povo não está diretamente ligada a uma identidade substancial e a política não é um reflexo dessa mesma identidade substancial? Se sim, a mundialização orquestrada e entendida como uma dissolução geral de identidades é, por si mesma, imoral. Se sim, a mundialização orquestrada e entidade como uma dissolução geral de identidades é, por si mesma, uma ameaça ontológica a todas as nações do mundo.

Tudo isso esbarra na ordem unipolar americana. E, mais uma vez, esbarra no pensamento de Carl Schmitt. Entramos na questão da ordem multipolar contra o universalismo liberal. Entramos no drama do universum contra o pluriversus. Entramos no mar em sua liquicidade se opondo a terra em sua firmeza. 

Acabo de ler "L'Hégémonisme Américain" de Alain de Benoist (lido em francês)

 



Nome:

L’HEGEMONISME AMERICAIN: ou le sens réel de la guerre contre l’Irak


Autor:

Alain de Benoist


Após ter começado a fazer análises de textos e livros em espanhol, comecei a fazer análises de textos e livros em inglês. Hoje inicio uma nova era desse blog: passo a analisar conteúdo escrito em francês. Como vi que Alain de Benoist chamava muita atenção, sendo chamado de "marxista de direita" ou "gramsciano de direita", resolvi trazê-lo para cá. Assim mantendo a tradição de abrir o debate público para autores pouco conhecidos ou explorados.


Os Estados Unidos após terem vencido a União Soviética na guerra fria, começaram a pensar e a implementar a universalização do seu modelo para o mundo. Essa universalização do modelo americano pode ser chamada de globalização neoliberal. Durante esse período — o texto foi escrito em 2003, atualmente vemos um declínio dos Estados Unidos e questionamentos a respeito do modelo neoliberal —, os Estados Unidos enfrentaram um mundo caoticamente instável, imprevisível, incontrolável e também marcado não só pela globalização do neoliberalismo, como pela globalização dos problemas.


Alain de Benoist fala sobre a vocação universalista de toda ideologia. Toda ideologia quer se impor como modelo universal. A universalização é um período de remodelamento do mundo em prol de um modelo específico. É evidente que se a União Soviética tivesse ganhado a guerra fria, a universalização do modelo de socialismo soviético — existem outros socialismos — seria a mais plausível. Como os Estados Unidos ganhou a guerra fria, existiu um período de remodelamento do mundo. Em alguns lugares, foi um processo mais pacífico. Em outros, mais turbulento.


Os Estados Unidos da América poderia ter optado por um regime de equilíbrio de poderes, mas optou pela simples hegemonia. O mundo poderia ter sido mais pacífico se fosse multipolar. Em vez disso, os Estados Unidos se proclamou e foi encarado como líder do mundo civilizado e chefe do mundo livre. Copiá-lo era o mesmo que se tornar civilizado e parte do mundo livre.


Essa condição gerou um neoimperialismo, um imperialismo de justificação do modelo unipolar. Esse modelo deveria ser seguido e o mundo deveria ser moldado conforme a vontade dos Estados Unidos da América. A remodelagem do mundo, às vezes vinda com tentativas de balcanização, era justificada pela noção de que os Estados Unidos estava lutando contra o mal e a barbárie. A doutrina neoimperialista, criada pelos neoconservadores, apresentou paralelos com o destino manifesto.


Enquanto os Estados Unidos realizavam o seu papel messiânico no mundo, o déficit comercial americano ia subindo e a desindustrialização ia se tornando cada vez mais grave. As ofensivas neoimperialistas, justificadas por neoconservadores, tornavam-se uma dispendiosa aventura na qual os Estados Unidos voltavam-se para o mundo e esqueciam-se de si mesmos: desindustrializando-se e aumentando o seu déficit comercial.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Acabo de ler "Historia Mínima de la Guerra Civil española" de Enrique Moradiellos (lido em espanhol)




Escrever sobre um conflito tão exaustivo e marcante nas poucas palavras que o Instagram permite é uma certa espécie de martírio. Porém não falho ao meu compromisso intelectual de estudar e analisar, mesmo que sem a minúcia necessária, o universo hispânico (seja este em sua origem ou em suas variações).


Quem estudar espanhol terá um mundo a se abrir diante de teus olhos. A história de inúmeros países e, igualmente, muitíssimos autores aparecer-lhe-ão em companhia para que amadureça em visão de mundo, relativizando a estreita visão de outrora e abarcando um novo grau de horizonte de consciência. A história marcar-lhe-á a alma a ferro e fogo, para que tu crenças na medida do mar imenso e profundo que desbrava.


A guerra civil espanhola teve uma configuração muito importante. A  Alemanha e a Itália estiveram ao lado de Franco, porém a União Soviética manifestou-se a favor do regime republicano. A participação de anarquistas, comunistas (marxistas) e socialistas também foi de suma importância. A neutralidade da Inglaterra e a permissividade da França foram pontos graves.


Tratava-se duma guerra entre um lado tradicionalista (católico e monárquico), de tendências fascistas e outro lado de tendências mais laicas, dominado por uma mentalidade mais própria da modernidade ou até mesmo do socialismo ou do anarquismo. Um lado vendo o outro como intolerável.


Todos já sabemos o fim que levou. A vitória de Franco não seria estrategicamente um grande auxílio ao Eixo (Itália, Japão e Alemanha), todavia afastaria a Espanha duma posição energicamente contrária aos seus interesses. Já a União Soviética, neste tempo ainda sem seu gigantesco arsenal militar, não seria suficientemente capaz de sustentar uma revolução socialista ali com sua baixa capacidade produtiva e produtos fora do padrão de excelência que um dia conquistaria. Mesmo que se possa dizer que outra república socialista ser-lhe-ia de grande ajuda.


Uma luta tão multifacetada, tão demonstrativa das contradições históricas não pode ser ignorada por qualquer um que goste e queira estudar seriamente o mundo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Acabo de ler "O Antigo Regime e a Revolução" de Tocqueville

 



A Revolução Francesa foi um acontecimento de proporções inimagináveis. Se fosse possível mensurar o estrondo, poder-se-ia facilmente declarar que seus efeitos até hoje são sentidos. Não entendê-la é perder a própria configuração do mundo.

Nesse livro, Tocqueville trata esmiuçadamente da França. Traça comparações, levantando diferenças e semelhanças. Além de, é claro, explicar as razões que levariam a esse momento que mudou a história humana. A postura de Tocqueville não é de adoração ou de oposição - postura que seria simples demais para um espírito tão arguto -, é uma mistura bem ponderada e prudente, olhando caso a caso como um impulso que poderia se dizer bem científico.

Há anos que, pouco a pouco, recomendam-me a leitura do livro e eu tardava a lê-lo. Por um mero acaso, encontrei-o na lista de novos livros da biblioteca em que frequento. Graças a isso, pude finalmente entrar em contato com a obra desse exímio e minucioso investigador e escritor. Não tardei a ser absorvido pelo olhar cauteloso do autor e toda série de detalhes que ele fazia sempre com os mais diversos dados diferentes.

Com o olhar de Tocqueville, podemos ver que muito do que se denominou novo era antigo. Que haviam justezas e injustezas. Que, em paralelo, onde a revolução mais se criou e concentrou é onde menos se havia daquilo que se queria expurgar - as partes mais modernas foram as mais revoltosas para com o resquício do antigo regime. Além da separação da intelectualidade abstrata e os políticos com suas práticas, o divórcio do povo para com o regime e a estranha alegria das elites promotoras que tão logo seriam engolidas pela própria revolução que promoveram.

Esse livro é mais do que uma simples leitura. É um passeio completo pela França conduzido por um guia turístico bem preparado e capaz de demonstrar cada detalhe que, sem ele, escapar-nos-ia. Um clássico que requer mais atenção e mais leitura.