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sábado, 8 de abril de 2023

Acabo de ler "Los seis maestros del error" de Carmen Dragonetti (lido em espanhol)

 



Este pequeno livro faz referências a três religiões específicas: bramanismo, budismo e hinduísmo. O livro é sobre autores heterodoxos e o que defendiam. E é por causa de sua heterodoxia que o nome do livro é "os seis mestres do erro". Um livro bastante interessante.


A discussão sobre ortodoxia e heterodoxia é uma das mais acirradas em qualquer discussão teológica, pouco importando qual religião ou doutrina seja. Não é estranho observar que pode ocorrer dentro de religiões pouco conhecidas ou pouco observadas no Brasil.


A ortodoxia seria enquadrada como o comportamento ou o pensamento correto. A heterodoxia pode ser enquadrada como o comportamento ou o pensamento incorreto. Só que uma discussão como essa não poderia ser simplificada. Usualmente aquilo que se é aceito ou aquilo que não se é aceito numa estrutura religiosa é baseado numa longa discussão religiosa que pode durar centenas ou milênios de anos. Nada chegou ali por acaso, nem os dogmas (alguns só estabelecidos após milênios de discussão).


Aquilo que pode ser visto como herético numa dada estrutura pode ser visto como correto em outra. Um exemplo disso é que Deus fazer-se humano é uma heresia ao judaísmo e ao islamismo, porém faz parte do componente estrutural do cristianismo. A mesma discussão poderia ser enquadrada no seio das discussões de doutrinais filosóficas ou ideológicas. Para tal, exige-se uma certa capacidade de leitura baseada num eruditismo singular na tradição que se observa.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Acabo de ler "O que é Islamismo" de Jamil Almansur Haddad

 



O Islã é deveras interessante. Durante muito tempo, anteriormente ao comunismo soviético e bloco socialista, o Islã foi o maior desafio ao Ocidente e a sua identidade. Claro que não estou exortando, aqui, a rivalidade religiosa - não faz parte do minha índole.

É interessante observar que os germânicos venceram o Império Romano do Ocidente e os muçulmanos venceram o Império Romano do Oriente. Cosmovisões em conflito adquirem uma tonalidade apaixonante para qualquer um interessado em história.

O Brasil também deve muito ao Islã ao que se refere ao fim da escravidão. Foram africanos islâmicos ou islamizados que tiveram protagonismo alto e referencial nas insurreições. Evento que, por enquanto, não goza dum estudo acadêmico sistemático e de alta relevância e importância que merece.

Outro ponto a ser olhado é que: embora o cristianismo separe o poder temporal (político) e o poder espiritual (religioso), o mesmo não se dá teologicamente no Islã. Só que o tratamento jurídico dessa questão encontra-se no próprio Alcorão e é até bastante tolerante.

Com o crescimento do islamismo, possivelmente como maior religião do mundo em futuro próximo, o diálogo interreligioso e o (macro)ecumenismo tornar-se-ão cada vez mais necessários e frequentes.

Todas as questões levantadas, em época de escalada de conflito, ditarão o possível futuro que teremos. Adiar a questão, não preparar-se, seria duma insensatez brutal.