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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Acabo de ler "Teoria Geral do Estado e Ciência Política" de Cláudio e Alvaro (Parte 5)


 

Nome:

Teoria Geral do Estado e Ciência Política


Autores:

Cláudio de Cicco;

Alvaro de Azevedo Gonzaga.


A soberania vem de soberano que, por sua vez, remete ao suserano (senhor). Quando dizemos que o Estado é soberano quer dizer que ele possui o direito de fazer firmar a sua vontade (Direito positivo) em seu território de modo incontestável e sem obedecer a uma instância superior.


Na Idade Média, não havia o poder soberano de um Estado tal como conhemos. A razão é o fato de que o poder era dividido com a Igreja. Logo tínhamos o poder temporal — representado pelo Estado — e o poder espiritual — representado pela Igreja.


É válido lembrar que a soberania busca a adesão dos governados sem o uso de força, usando filosofia, sociologia, teologia ou qualquer forma de justificação teórica para as suas ações. O uso de força, por sua vez, demonstra a sua debilidade e o seu desgaste.


Outro assunto abordado nesse capítulo é a contraposição do direito divino contra a soberania popular. É preciso recordar que o Papa, por exemplo, ainda é empossado pelo direito divino, mas anteriormente tínhamos mais exemplos de direito divino, o absolutismo era justificado teologicamente.


A ideia de soberania popular, criada por intelectuais do século XVII e XVIII faziam referência a República Romana e a Democracia Ateniense. Para eles, o poder vinha do povo e o governador era indicado pela delegação popular (democracia). É nesse período em que a crença religiosa é separada da doutrina política.


Contrapõe-se a ideia de soberania absoluta do governador (absolutismo) e a ideia de soberania popular (democracia) a ideia de que o Estado é por si mesmo soberano. Essa ideia gerou o Estado fascista e nazista, por exemplo.


Hoje existem dois freios centrais as pretensões absolutas do Estado: os direitos do homem (um resgaste do direito natural) para frear o Estado internamente e a ONU para frear o Estado internacionalmente.

domingo, 27 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 15)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


A distorção se tornou uma gravidade nos ambientes universitários. A diversidade, por exemplo, não é enquadrada mais como poderia ser, mas como apenas um monte de pessoas de diferentes quadros geográficos, sexualidades, gêneros... Mas todas com as mesmas ideias.


Hoje em dia, se pode dizer que a "separação dos poderes" é algo ofensivo. Como chegamos a tal ponto de distorção argumentativa? Aparentemente, tudo adentrou numa nova era linguística em que tudo o que aparece, em aparece numa forma intoxicada pelas distorções mais profundas para fins narrativo-ideológicos.


O debate, tal como alertado na análise anterior, é previamente moralizado de forma excessiva. É evidente que a modalidade do debate deve ser assegurada, todavia há uma questão: a própria moralização do debate é feita para fins imorais. A moralização não existe para que o debate seja bom ou para que não entremos num extremismo anti-humanitário, a moralização é feita como uma criminalização de outros pontos de vista antes mesmo que eles sejam anunciados. Só pontos de vista daqueles que iniciaram essa campanha "moralizatória" são possíveis dentro desse debate regulado pela falsa moralização.


A questão não é a defesa de gente racista, de gente LGBTfóbica ou, simplesmente, a defesa de pessoas intolerantes. A questão é que a arma da moralização para combater determinados comportamentos é usualmente utilizada não só para criminalizar o bestialógico nazismo e/ou o supremacismo branco, é utilizado para censurar todos aqueles que possuem apontamentos liberais clássicos ou conservadores. Até pontos de vista mais tradicionais, associados a uma mentalidade religiosa, podem ser potencialmente censurados. Entregam-nos, dia após dia, falsas noções do que se quer fazer. Depois disso, acabam atacando grupos a mais nesses pacotes de expansão não anunciados, mas previamente deliberados.


Não é um acaso que a palavra "fascista" acabou sofrendo uma relativização terminológica tão imensa nos últimos anos. Ela foi relativizada para posteriormente ser aplicada a uma série de grupos que precisamente nada têm a ver com o fascismo. Se o fascismo hoje abarca uma série de agrupamentos não-fascistas, quando existe uma pressão para combater o fascismo, adentramos num ataque a uma série de grupos que mesmo não sendo fascistas precisam ser combatidos – seja pela força aparato repressivo do Estado, seja pela força da sociedade organizada.


Pense na união dessas ações: relativização terminológica do fascismo + nova classificação de vários grupos como fascistas + necessidade de combater o fascismo. O que teremos, nessa conjuntura, não é uma sociedade melhor e "menos fascista", mas sim uma sociedade que reprime vários grupos não-fascistas e, até mesmo, antifascistas com a alegação de que eles são fascistas. Se isso ocorre, temos uma engenharia social monstruosa e a criação de um Estado policial que em nome de combater o totalitarismo adentra cada vez mais em seu próprio totalitarismo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 9)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Quem há de definir onde e quando falar? Para determinar isso, uma série de consagrados burocratas têm trabalhado ardorosamente para definir quem poderia, em tese, pronunciar um discurso dentro de uma universidade e em qual contexto. Além disso, uma enorme lista de termos permitidos e proibidos, uma enorme lista de classificações sociológicas e psicológicas, além de uma lista de prioridades relacionadas a cor, gênero, sexualidade, classe.


A universidade não deveria ser, antes de um tudo, um local em que há uma discussão civilizada entre as mais diferentes ideias? Não é fundamentalmente a discussão civilizada que forma a ideia central de universidade? Tal como a democracia é essencialmente dialógica, a universidade é dialógica ou escapa a sua missão fundamental.


Um argumento que vem sido usado ao longo do tempo é que precisamos distinguir o que é uma simples troca de diferentes pontos de vista do que é uma troca de ofensas. Anteriormente, isso era possível. Hoje em dia, estamos saindo da classificação de falas proibidas – que são cada vez maiores – e adentrando nas ideologias proibidas – que, também, são cada vez maiores.


É evidente que existem grupos que são notoriamente contrários a democracia e ao debate livre, querendo destruir a própria possibilidade de que esses debates ocorram e que o sistema democrático funcione. Há, no entanto, um porém: o ataque e proibição dos grupos antidemocráticos se tornou uma carta coringa que faz com que diferentes grupos sociais acusem uns aos outros de fascistas para que o grupo opositor seja caçado. A relativização terminológica, junto a noção de que grupos antidemocráticos são proibidos, leva a um desenvolvimento em que todo mundo pode ser acusado de fascista por parte de uma manobra.

domingo, 20 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 2)

 


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


A exclusão sistemática de vozes divergentes nas universidades americanas se tornou uma prática comum, quando não aplaudida, por setores progressistas da academia. Não raro, conservadores são expulsos, calados, cancelados e agredidos. Uma realidade de profunda intolerância em um país conhecido amplamente por sua cultura liberal e liberdade de expressão.


Uma das principais argumentações que "justificariam" tal comportamento é a acusação de neofascismo. Hoje em dia, o chamado "neofascismo" é algo ambíguo. A relatividade conceitual na aplicação desse termo leva a uma perda da própria noção do que foi o fascismo enquanto movimento histórico e em suas principais crenças enquanto movimento. Usualmente a militância antifascista cai em ações flagrantemente fascistas para combater o fascismo. O que se pode dizer sobre o fascismo é que ele tinha determinadas características peculiares: um governo centralizado, autocrático, um forte controle social e econômico e, por fim, a supressão da oposição.


Atualmente existe uma deturpação contínua dos termos para uma justificação de determinadas ações e ideologias. Junto com o fechamento do debate e o cerceamento do discurso. Essa correlação leva a um desenvolvimento mononarrativo que leva ao apagamento contínuo da liberdade intelectual dentro das academias. Essa ação consequentemente leva a um prejuízo da riqueza discursiva. Temos o risco de cair em um consenso e não chegar nunca a uma possibilidade de debate razoável.


O automatismo mental que vem se desenvolvido nas faculdades não permite graus de conhecimento maiores. A própria capacidade dialética se perde conforme a unanimidade cresce. As perseguições não são o único problema, existe também a exclusão social e também a agressão física. Em um ambiente assim, a faculdade é monopolizada para fins cada vez mais questionáveis.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Acabo de ler "Em Defesa de Stalin" de Vários Autores (Parte 12)

 


Essa é a última parte de Emil Ludwig, indo da página 185 à 208. Aqui termina a triunfalmente rica e arguta análise de Ludwig. E talvez seja penoso: quem teve contato com o brilhantismo de Ludwig quereria que ele não só analisasse até aqui – parando na Segunda Guerra Mundial –, mas todo o governo stalinista. O que é uma pena: terminamos com um gostinho de quero mais.


A União Soviética não se preparou para o domínio territorial ou a depressão do território alheio. Pelo contrário, preparou-se para a defesa do seu território e o da sua causa dentro do seu território. Não era um regime – ao menos na época de Stalin – dedicado à contínua expansão de suas terras. Hitler e Mussolini, por outro lado, tinham ambições expansionistas megalomaníacas e não tardaram em adentrar num estado de delírio imperialista. Movidos por suas vaidades e crenças de superioridade, atacaram sistematicamente, seja fisicamente, seja verbalmente, seja teoricamente, vários povos, nações, identidades.


Hitler não pôde se paralisar. Seus desejos de dominação cresciam dia após dia como numa inflação narcisista. Ele não se preparou para se defender, preparou-se para atacar e destruir. É característico do fascismo uma exaltação da guerra pela guerra. Não por acaso, o fascismo sempre faz pipocar a mais vergonhosa barbárie incivilizada e incivilizatória. Sua agressividade, sempre incontinente, é um sinal de temor para todos. Não por acaso, todos odeiam fascistas – a exceção, é claro, são os próprios fascistas.


A comparação entre fascismo e socialismo é errônea. Mesmo que ambos apresentem aspectos semelhantes, essa semelhança se dá mais por acidente do que por substância. Essa compreensão hoje em dia é crucial, sobretudo numa época em que tanto a esquerda quando a direita se dedicam a espelhar o velho fantasma do fascismo para caluniar o lado adversário em vez de se dedicarem num debate honesto – o fascismo, por exemplo, destacava-se por ser contrário a ambos os espectros políticos de forma simultânea e tinha ao mesmo tempo características de ambos.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Acabo de ler "Dorotéia" de Nelson Rodrigues

 



Por vezes uma sociedade padece, se entristece, pela ausência da liberdade. Essa peça pode ser encarada de uma forma psicanalítica, sobretudo na psicanálise de Reich, por causa do desafio proposto por ela: o que é o ser proibido na esfera de sua sexualidade? Aí é que está a chave que pretendo utilizar nessa análise.


Veja que faz parte do regulamento do ser o orgasmo. A ausência do orgasmo pode ser sublimada por um esforço produtivo, mas será que esse esforço deveria ser compulsório? Sociedades mais fechadas buscam minar a sexualidade e as sociedades fortemente telúricas - como as fascistas - buscam até reprimir a sexualidade com tudo que estiver ao alcance de suas mãos. Não por acaso, a repressão à sexualidade feminina, a minorias sexuais (LGBTs), a busca pela padronização, tudo isso marca o regime fascista. Todavia não estamos nesse contexto, embora seja salutar observar tal parte.


É preciso compreender que a ausência de uma liberdade de desejo, de liberação de desejo, de satisfação pulsional é uma forma de criar uma sociedade adoentada e suscitar nela os mais terríveis delírios. A insatisfação pulsional gerará constantemente crises psíquicas. E essas crises gerarão um estado exacerbação. Esse estado posteriormente poderá ser utilizado metodologicamente para uma missão. E é assim que a sociedade extremo-telúrica se alimenta e retroalimenta: da insatisfação de seu desejo em conjunto com uma condução coercitiva de esforços a um inimigo determinado para o reforço de sua mentalidade coletivo-normativa.


Nelson Rodrigues, ao escrever essa peça, caçoa dos pensamentos bizarros sobre o que é a humanidade e todo o misticismo por trás das proibições e negações que grupos sociais criam para si mesmos para se negarem. O que é bastante interessante, visto que é sociologicamente útil para compreender os dramas sexuais que existiam nessa época.


Como sempre, a obra rodrigueana é marcada por uma capacidade de abertura que possibilita uma análise crítica duma série de conjunturas. Demonstrando a genialidade do grande mestre que é e foi Nelson Rodrigues.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Acabo de ler "Historia Mínima de la Guerra Civil española" de Enrique Moradiellos (lido em espanhol)




Escrever sobre um conflito tão exaustivo e marcante nas poucas palavras que o Instagram permite é uma certa espécie de martírio. Porém não falho ao meu compromisso intelectual de estudar e analisar, mesmo que sem a minúcia necessária, o universo hispânico (seja este em sua origem ou em suas variações).


Quem estudar espanhol terá um mundo a se abrir diante de teus olhos. A história de inúmeros países e, igualmente, muitíssimos autores aparecer-lhe-ão em companhia para que amadureça em visão de mundo, relativizando a estreita visão de outrora e abarcando um novo grau de horizonte de consciência. A história marcar-lhe-á a alma a ferro e fogo, para que tu crenças na medida do mar imenso e profundo que desbrava.


A guerra civil espanhola teve uma configuração muito importante. A  Alemanha e a Itália estiveram ao lado de Franco, porém a União Soviética manifestou-se a favor do regime republicano. A participação de anarquistas, comunistas (marxistas) e socialistas também foi de suma importância. A neutralidade da Inglaterra e a permissividade da França foram pontos graves.


Tratava-se duma guerra entre um lado tradicionalista (católico e monárquico), de tendências fascistas e outro lado de tendências mais laicas, dominado por uma mentalidade mais própria da modernidade ou até mesmo do socialismo ou do anarquismo. Um lado vendo o outro como intolerável.


Todos já sabemos o fim que levou. A vitória de Franco não seria estrategicamente um grande auxílio ao Eixo (Itália, Japão e Alemanha), todavia afastaria a Espanha duma posição energicamente contrária aos seus interesses. Já a União Soviética, neste tempo ainda sem seu gigantesco arsenal militar, não seria suficientemente capaz de sustentar uma revolução socialista ali com sua baixa capacidade produtiva e produtos fora do padrão de excelência que um dia conquistaria. Mesmo que se possa dizer que outra república socialista ser-lhe-ia de grande ajuda.


Uma luta tão multifacetada, tão demonstrativa das contradições históricas não pode ser ignorada por qualquer um que goste e queira estudar seriamente o mundo.

sábado, 29 de abril de 2023

Acabo de ler "Marx y los socialismos reales y otros ensayos" de Carlos Rangel (lido em espanhol)

 



De onde vem o ódio a personalidade? Provavelmente de um lado primário e pouco desenvolvido dentro de nós. Historicamente - e biologicamente, aposta o autor - estamos mais acostumados com uma mentalidade coletiva do que com uma capacidade de tomar decisões individualmente. A consciência individual é de origem muito recente.


Sendo a humanidade socialmente forjada, a adequação social se tornou um importante mecanismo para a sobrevivência. Essa busca constante por aceitação se liga claramente com um instinto. E é por isso que, ao buscarmos convalidação, caímos numa retórica tribalista e socialmente idólatra, tipicamente mundana.


Internamente, em sua estruturação primária e primitiva, a humanidade buscará um reforço a unidade primordial em que a coletividade se justificava por si mesma. Onde o peso da escolha individual era inexistente. A liberdade agoniza o ser e o faz buscar instintivamente um passado não tão longínquo onde a consciência individual era inexistente. O peso de ser pode ser diluído na tribalização em que a carga da escolha é, por obrigação, socialmente dividida.


Essa asserção, que talvez seja bastante herética para alguns, é o que guia muito do pensamento de Carlos Rangel. E a sua retórica é muitas vezes guiada por uma defesa da liberdade e da consciência individual, indo contra as fantasias reacionárias tribais de direita ou de esquerda, que sempre ameaçam a liberdade em nome duma fuga coletivista e totalitária.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Acabo de ler "Los Fundamentos del Socialismo en Cuba" de Blas Roca (lido em espanhol)

 



Analisar Cuba é algo sempre difícil. Por isso, tomei alguns cuidados: como o livro foi escrito antes dos socialistas conquistarem o poder, deter-me-ei em analisar os argumentos do autor no tempo em que ele escreve e não entrar nos meandros da situação atual de Cuba.


No momento em que o autor escrevia esse livro, Cuba tinha uma economia alheia a si mesma. Seu desenvolvimento era mais pautado pelas necessidades de potências estrangeiras do que as necessidades de Cuba enquanto nação. O que, certamente, soou como uma independência parcial e não legitimamente soberana.


Outro ponto importante: o autor ressalta o caráter da luta antifascista e luta até mesmo pela implantação dum regime de alistamento militar obrigatório em Cuba, visto que a vitória terminaria na escravização da humanidade. Um ponto que me incomodou um pouco foi a forma com que o autor atacou o trotskismo como uma forma de inimigo da mentalidade socialista e dos trabalhadores, além de associá-lo aos inimigos. 


De qualquer forma, as análises do autor conduzem a uma unidade nacional que teria como base um regime de conciliação de classe - não se defendia a implantação imediata do socialismo -, o fim do racismo, o desenvolvimento dos camponeses, o fim da monocultura nos campos, melhores condições laborais e uma maior nacionalização econômica em Cuba. Pautas essas que são expostas a rigor na medida do possível.


Um ponto interessante é que o autor coloca Fulgencio Batista como homem de pautas progressistas e apoia efetivamente o seu poder. Esse ponto foge a curva das análises atuais que o caracterizam como ditador de extrema-direita.


Certamente um livro muitíssimo interessante que me ajudou não só a compreender mais a história de Cuba, como as relações que se traçavam antes de sua revolução socialista e a própria história da Segunda Guerra Mundial e a estratégia socialista durante esse período.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Hoje vamos aprender um pouco do português brasileiro!

 



"Vamos modernizar o Brasil" = obras superfaturadas sem data de entrega - possivelmente eternas - e dinheiro fluindo na mão de burocratas e da elite patrimonialista. 


"Vamos privatizar" = a privatização não ocorre no Brasil, mas sim a privatarização (pirataria + privatização) em que empresas são vendidas a preço de banana e parte do dinheiro da compra é emprestado pelo próprio governo (sic).


PPP (parceria público privada) = literalmente oligopólios, monopólios e corporativismo a rodo para enriquecer políticos e empresários que estão "acima" de qualquer concorrência de mercado real.


Combate à corrupção = ataca a corrupção de outros partidos.


Partidos de situação = literalmente gente que se baseia na popularidade do governo presente e/ou que ganha dinheiro e poder para o defenderem.


Partidos governistas = tudo pelo poder. Fará de tudo para ter poder e até mesmo corromperá a máquina pública com cabides de emprego.


Partidos de oposição = são aqueles que acharam mais vantajoso a imagem de rivais do poder presente pra angariar o poder depois. A depender do lucro e das possibilidades, podem sair da oposição.


Metralhadora giratória = atira para todos os lados para pagar de outsider. 


Realpolitik (política real) = o discurso ideológico só existe para enganar trouxa, no fim, o que importa é o poder e tão somente ele. Logo qualquer tipo de contorcionismo verbal e atitudinal é válido. Relativismo retórico.


"Vou mandar mais verba para (insira qualquer coisa aqui)"  = aumentar o dinheiro que é enviado para qualquer coisa fingindo que isso aumenta a produtividade da coisa que ganhou maior "investimento" sem qualquer estratégia real e também serve para assegurar cabide de emprego dos eleitores mais famosos que sempre ganham alguma boquinha por conseguirem ganhar votos. 


Democracia/ditadura = "democracia é quando eu mando, ditadura é quando você manda".


"Grande pacto de desenvolvimento nacional" = políticos e empresários corporativistas ficarão extremamente ricos com obras superfaturadas.


"Eu não como dólar" = relativismo retórico de gente que pedia dólar baixo.


Delação premiada = corrupto entregando corrupto.


Antifascismo = movimento contra qualquer coisa que não se goste, podendo variar absolutamente conforme as modas do espaço-tempo.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Diário /sig/ #2

 


Ódio acumulado é uma coisa que sempre tenho. Não dá como fugir. A vida carrega uma série de teias complexas que furtam a minha capacidade de satisfação. Só que o que faço com esse ódio é transformá-lo em propulsão para elevação de minha potência. É algo meio fascista, mas creio que o ódio deve ser militarizado internamente. Eu preciso transformar esse ódio em força, assim treino até que ele se dissipe. O ódio possibilita uma guerra e essa guerra se torna em força disciplinar. Com ela, desgasto minha energia e ganho força muscular. Só que toda essa frustração se torna, psicanaliticamente, em sublimação quando a utilizo para a explosão da energia bestial que carrego.




Ontem à noite eu estudei, hoje acordei de manhã e me alonguei. Paguei as dez flexões matinais. Senti-me um pouco mais feliz, inicialmente eu sofria na quinta flexão em diante, agora sofri a partir da oitava. É óbvio que sou fraco, mas o hábito diário está me enriquecendo e possibilitando um ajuste não só físico, possibilita um ajuste existencial. Todo esse esforço também se verifica mentalmente: o estudo da psicanálise, não só teoricamente, também intrateoricamente tem me ajudado. Parar de ver pornografia igualmente.  





Treinei que nem um louco hoje. Fiz corrida estática, dei socos livres, pulei corda, paguei flexão. Sublimei todo energia bestial que tinha, alimentando a besta interior com a satisfação de poder revelar-se com o desgaste energético. Sinto-me dez vezes mais relaxado e preparado para estudar. Quando a energia impera, é difícil estudar. Agora minha alma meio que se ajuizou e preparou-se para "sua vocação mais elevada".