Nome do Artigo: "REFLEXIONES SOBRE EL FEMINISMO Y LA DIVERSIDAD DE GÉNERO: EL PODER DEL DISCURSO EN LA POLÍTICA PÚBLICA"
Escritores:
Villón Rodríguez Nadia Wendoline
Cedeño Astudillo Luis Fernando
Essa é a penúltima parte de Emil Ludwig, indo da página 169 à 184. Nesse capítulo, Ludwig analisa o fenômeno bolchevista. Podemos dizer que a sua análise é bastante positiva e ele via com olhos bem treinados a esse fenômeno. Isto é, embora considerasse o empreendimento totalitário e coletivista, acreditava que muitos de seus aspectos eram renovadores e positivos.
Ludwig chega a traçar uma linha de desenvolvimento histórico, colocando o bolchevismo – uma expressão do marxismo – como parte da linha evolutiva das ideias humanas e, por conseguinte, uma concretização das aspirações da humanidade. Ludwig também dirá que muitas vezes as ideias surgem mais como teses e só posteriormente adquirem forma concreta por meio de uma prática política. Também deixará claro que a forma radical usualmente cai pouco a pouco e é gradualmente implantada por meio de reformas.
De qualquer forma, se pegarmos a Revolução Francesa e os seus lemas, veremos uma incapacidade de realização plena daquilo que a revolução se propôs a fazer. A Revolução Francesa tinha três ideias: liberdade, igualdade e fraternidade. A única que ela pode conceber – e não de modo pleno – foi a da liberdade. E essa liberdade era circunscrita à própria capacidade econômica do sujeito que a exercia. Logo era válida perante a lei e inválida perante a realidade do universo de possibilidades da maioria absoluta das pessoas.
Fundamentalmente falando: a Revolução Francesa fracassou por causa de sua tendência abstrata. A liberdade, a igualdade e a fraternidade professadas eram falhas a partir do momento em que a liberdade era unicamente garantida pela lei e a igualdade era só perante essa mesma lei. A fraternidade em si mesma é impossível no regime econômico liberal. Não há como garantir liberdade sem garantir a igualdade econômica. Uma igualdade meramente perante a lei é uma abstração: o próprio poder econômico corrompe e distorce essa mesma igualdade. Ou seja, o regime burguês falsifica a si mesmo enquanto o regime proletário tenta efetivar concretamente aquilo que se propõe a fazer.
Essa parte também foi escrita por Emil Ludwig, é concernente às páginas 153 à 160. Ter um governo não basta, ter um Estado não basta. Se não há um princípio que regulamente as atividades, não há garantia de poder – e nem da continuidade desse poder. O poder, para ser harmônico, depende dum comportamento estrutural. Esse comportamento estrutural é estruturalizado nas ideias dos detentores do poder. Se cada um seguir aquilo que quer, de forma individualizada, reina o caos e não a ordem – a ordem dos detentores do poder. É próprio de um grupo detentor do poder criar regras que garantam a própria funcionalidade da sociedade em correlação aos seus interesses, o Estado soviético seguiu essa mesma lógica essencial à natureza mesma do poder.
Se o Estado burguês é caracterizado por garantir a inviolabilidade da propriedade privada dos meios de produção como aspecto majoritário e motor da atividade econômica, o Estado soviético, sendo proletário e campesino, teria um fundamento oposto, ou seja, a propriedade coletiva/comum dos meios de produção como aspecto majoritário e motor da atividade econômica. Isto é, um regime que dialeticamente é montado para estruturar um Estado contrário ao Estado burguês. A oposição – a completa inversão de valores que se demonstram contrários à ordem até então instituída – é evidente por si própria.
Enquanto que o Estado burguês se caracterizará por uma igualdade no âmbito da lei – embora não possa cumprir isso com perfeição graças a distorção econômica criada pela desigualdade socioeconômica –, o Estado proletário terá não só a igualdade no âmbito da lei, como a igualdade no âmbito da economia – embora as elites tenham burlado muito desse aspecto. É evidente que um indivíduo mais rico tem acesso a melhores recursos que um indivíduo mais pobre. O Estado burguês, junto a ideologia burguesa, justifica essa mesma desigualdade como natural, mesmo quando essa corrompe a própria igualdade perante a lei instituída pelo próprio Estado burguês. É por isso que o Estado operário buscará impedir que exista uma economia baseada na desigualdade, visto que a própria desigualdade corrompe.
Quando refletimos sobre a arte devemos refletir de forma contextualizada, relativizadora e desalienante para que possamos ver a nós e aos outros de forma norma, pensando de forma crítica e conscienciosa.
Quando a burguesia criou a sua produção, ela precisava dum público consumidor. Para tal, ela reforçou um modelo de assimilação alienatória. Este modelo tinha muito a ver com a apreensão de objetos culturais - e também normas e valores - produzidos pela burguesia. Criou, com isso, uma dupla condição:
I- A venda de seus produtos culturais;
II- A assimilação de seus valores de forma imperceptível para a maioria das pessoas.
O modelo de cópia ou o mero consumo dos produtos, sobretudo aqueles produzidos pela indústria cultural, pode incorrer numa postura grosseira em que uma série de valores e normas culturais são psiquicamente naturalizadas como a realidade em si mesma e são reproduzidas por uma sociedade de modo acrítico. De tal forma, esse modelo de alienação pode ser aplicado por classes dominantes para arrefecer as classes dominadas ou por países dominantes contra países mais fracos.
A abordagem triangular é um modelo baseado na contextualização, na relatização dos valores e normas que regem o funcionamento das sociedades, na postura que temos diante do outro e de nós mesmos. É um modelo que pensa e age de forma crítica, possibilitando uma percepção social e uma autopercepção. O que vai contra as práticas de alienação e busca uma via de libertação pela arte. Buscando uma vida carregada de sentido, um devir artístico e descobertas múltiplas: sociológicas, antropológicas, geopolíticas, psicológicas, artísticas.
A tradição latino americana nos é tão comum, a nível de convivência, e tão estranha, a nível de compreensão, que facilmente nos perdemos neste universo tão próximo e tão distante.
As grandes potências, Portugal e Espanha, viveram o processo histórico que lhes cabia com estranheza e afastamento: o livre-exame, o livre-pensamento, a "mentalidade burguesa" e o desenvolvimento científico não lhes foram bem digeridos. Deste fato, surge posteriormente um ataque sistêmico ao regime, por assim dizer, liberal-capitalista em toda a América Latina. Os descendentes da hispanidade e o descendente da lusitanidade eram contrários a esse regime tão mutável e preferiam um regime mais estático - mais ao gosto do privilégio de suas elites.
A burguesia que nasceu nestes países, para adequar-se as estruturas de poder, aglutinou em si contradições que reduziram a dinamicidade do processo capitalista. Então o burguês era amigo próximo do "nobre", detentor das terras. Esta simbiose gerou uma mentalidade mais ligada aos tempos passados: mercantilista, patrimonialista, feudalizante, antidemocrática. Era preciso que os donos do poder permanecessem os mesmos, aceitando aqui e acolá algum novo membro.
Essa condição gerou uma política. que não poderia ser propícia a um desenvolvimento real, par a par com o mundo, na região. E é desta configuração que a direita latino-americana nasce. Ela é uma eterna camarada duma estrutura que nunca será capitalista de fato, ela é, em sua maioria, protocapitalizante. O sustentáculo central do avanço tardio.
É por isso que não adentramos nem aos "progressos burgueses" e nem aos "progressos nem tão burgueses assim". Estáticos num mundo que é tão tardio e tão latino-americano. Para que os donos do poder brinquem eternamente em seu parquinho.
O fim do mundo inteligível é o fim de um mundo, mas não o fim cabal do mundo. O cristianismo destruiu a cultura clássica e, posteriormente, com ela se sintetizou. O renascentismo e o iluminismo também criaram um novo mundo. Os períodos revolucionários também possibilitaram a existência de mundos novos. E vários desses logo criaram formas mais sintéticas e aproximadas com mundo anteriores.
A questão da decadência do mundo burguês está na ascensão das massas que, quanto maior acesso cultural e maior riqueza, cada vez mais lutam pela realização de um outro mundo. Essa nova gente, da qual eu faço parte, não se vê engendradas nos processos estruturais da sociedade. A ausência de reconhecimento como parte desse tecido social leva um afastamento e uma dissidência para com essa própria sociedade.
A grande questão é a capacidade da sociedade criar meios de encaixar todas essas pessoas com suas demandas. Isto é, quanto mais consciente de si as massas se tornam, mais elas querem se ouvir. O simples ignorar não funciona: logo faz com que essas pessoas, cada vez mais insatisfeitas, criem grandes ebulições que podem até mesmo destruir a sociedade. Então a política de acomodação dessas figuras insurgentes é um dever para a própria saúde da sociedade e do mundo como um todo.
É preciso que haja uma forma democrática mais direta e dinâmica. Uma política que seja capaz de ouvir, entender e botar em prática as novas demandas sociais que, para seu próprio bem, deve acolher. Uma política integrada é melhor do que uma política que cerceia e oprime opositores. Quanto mais se oprime uma mola, mais seus braços doem e mais uma força reversa cresce. O grupo oprimido se alimenta de ódio e se radicaliza, produzindo uma forma danosa de se portar frente a sociedade, porém bastante compreensível.
O futuro do sistema e/ou o sistema do futuro dependerá de sua capacidade de atender as emergentes demandas sociais. Não há como ignorar uma massa de indivíduos que, a cada dia, crescem ignorados pela estrutura engessada. Já que uma força que pressiona gera uma força contrária que dificilmente será contida.
Texto publicado em 23/06/2018
Há quem veja a história como um eterno círculo a repetir-se. Há quem veja a história como uma continuidade progressa. Outros veem como uma continuidade regressa. Particularmente, creio nas três visões. Todavia não sou um historiador, sou apenas um jovem adulto tentando entender o mundo.
Fumei um cigarro agora há pouco. Fumei na oitava série. Fumei no ensino médio. Fumei na faculdade. Parei de fumar várias vezes. O cigarro, quando entrou em minha vida, era um ineditismo. Agora é um recomeço e uma continuidade. É também um regresso para minha saúde. É o chamado eterno retorno. Voltar a fumar é meio ruim. Odeio o cheiro, mas logo deixarei de senti-lo. O cigarro é-me uma figura intermitente.
Tudo volta. Tudo volta sobre novas formas. E sei que sempre voltarei ao que outrora eu era. Tudo isso sobre um misto de nova forma e velha forma. Pois tudo volta e há de voltar.
Eu já não leio Marx. Fui irradiado com uma alienação burguesa e agora só me importo com a beleza das flores. Como eu poderia ler Karl Marx? Se o amargo café anima meu ânimo. Se a beleza das cores embeleza o mundo. Se os filmes de drama fazem meu ser chorar. Como eu poderia ler Karl Marx? Sou um alienado, um sentimental, um eterno romântico condenado. Eu já não tenho razão! Eu só tenho a chama da paixão!
Despolitizei-me: tornei-me o que eu era antes: um alienado político, um amante da vida, um apreciador dos sabores, um pequeno-burguês. Sou aquilo que meu antigo eu desprezaria, logo serei aquilo que meu novo eu desprezará. E assim vou: como um renegado que sempre reconstrói-se negando-se e aceitando-se.
Por que é tudo assim tão confuso? Não sei. Só sei que é sempre assim e assim sigo meu rumo: numa metaformoseação sem fim.