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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Acabo de ler "Anatomy of the State" de Murray N. Rothbard (lido em inglês/Parte 2)

 


Nome:

Anatomy of the State



Autor:

Murray N. Rothbard


Nós nascemos sem nada no mundo. O estado natural do homem é a pobreza. A única forma de conseguir recursos é se mobilizando na produção, transformando a realidade e fazendo trocas por outros produtos. Só assim podemos transformar o espaço e aumentar o padrão de nossas vidas. Em certo sentido, o único meio de sobreviver é se envolvendo na dinâmica produção-troca de nossa sociedade.

Antes da sociedade de mercado, existiam outros meios de conseguir algo dentro de um espaço. Um dos meios era a chamada "lei da selva", onde homens disputavam entre si os recursos do espaço. A ausência do duplo mecanismo produção-troca fazia com que a disputa não fosse algo bom, mas sim uma batalha pela sobrevivência. Se pensarmos na anterioridade, a competição de mercado será vista como um mecanismo infinitamente mais civilizado do que a luta de todos contra todos.

Existem dois meios de se conseguir algo. Existe o já mencionado "meio econômico": baseado na produção e troca. O outro meio não é o econômico, mas se manifesta a partir da força. Isto é, você pode usar a força e violência para forçar os outros a darem os recursos, produções e serviços deles para você. Esse último meio é chamado de "meio político".

O "meio econômico" seria ditado pela lei natural. Você produz ou oferece algo, recebe algo por meio dessa troca voluntária. O outro meio, o "meio político", seria essencialmente autoritário. Seria um meio parasitário. Para conseguir fazer isso por um longo tempo, seria necessário colocar um monopólio. Esse monopólio apresentaria algo que só um grupo de indivíduos poderia suprir.

Se nos perguntarmos o que é o Estado, o Estado seria exatamente isso: a sistematização dos meios de parasitagem ou a organização do "meio político". O Estado é, por natureza, predatório. Só que um predador não pode ser tolerado facilmente, para ser tolerado ele precisa fazer com que a vítima não tenha uma defesa natural contra ele. Para tal, ele fornece uma "segurança" – ele ataca ladrões menores para poder ser o único ladrão – a sua vítima.

O nascimento do Estado não estaria muito ligado ao contrato social, mas sim a um grupo de conquistadores e dominadores. Esses conquistadores e dominadores fariam uma guerra, venceriam e tomariam conta do território, resolvendo seus "problemas de segurança". Ou seja, ele atacaria os "vilões menores" e estabeleceria uma coerção mais aceitável, uma violência menos brutal e mais sistemática. A natureza do Estado é de oferecer de forma sistematicamente mais organizada uma espécie de "repressão civilizada" e mascarar essa "repressão civilizada" com manipulações que façam que a vítima esqueça a sua real natureza.

domingo, 30 de abril de 2023

Acabo de ler "Historia del Partido Democrata Cristiano de El Salvador" de Hilda Caldera (lido em espanhol)

 



O que fazer num subcontinente em que, devido a fragilidade unitária, está sempre em violentas ebulições sociais e rupturas institucionais? A verdade é que a América Latina é um local bastante hostil.


Desde o momento de sua fundação, analisou Carlos Rangel, estamos com dois problemas básicos:

1. A fundação veio duma ideia retrógrada no campo econômico, profundamente mercantilista, e igualmente retrógrada em todas as outras áreas;

2. O tecido social da sociedade colonizadora (Espanha, neste caso) estava rompido e era impossível que ela se traduzisse numa verdadeira unidade (eu plural).


O caso de El Salvador é a mesmíssima novela latino americana: uma brutal incapacidade de conviver harmonicamente, levando sempre a grupelhos e tiranetes brigando entre si pela hegemonia dentro do país sem se importar com uma real unidade nacional. Não por acaso, El Salvador foi palco duma série de problemas explosivos.


O Partido Social Cristão teve que viver e tentar mudar essa triste realidade, porém como mudá-la se o tecido social é fragmentário desde antes de sua origem? Um pequeno e bom livro, mas de um triste enredo tipicamente latino americano.