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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Acabo de ler "O Mistério da Profecia" de Mark Finley e Loron Wade

 



Esse é o primeiro livro focado em teologia adventista que leio. O que foi, para mim, um choque divertido. Os vários pontos que se intercalam de forma diversa com as múltiplas linhas teológicas que tinha mais contato foram bons para eu ampliar meus conhecimentos no âmbito da teologia cristã.

O livro conta com um trabalho gráfico maravilhoso, contando com uma série de imagens e ilustrações. Além da capa grossa que adiciona um valor ainda mais na beleza do livro. Usualmente não sou de elogiar tal aspecto, mas como esse livro é de beleza sobressaltante, convinha elogiar essa parte.

Em relação ao conteúdo do livro, os autores trabalham os mais diversos pontos da teologia adventista dando um ar notoriamente sistemático. Essa capacidade e esse esforço demonstra um certo primor intelectual. Dificilmente alguém poderia apresentar uma obra que fosse, ao mesmo tempo, simples e sistemática.

Só que não só nessa parte o livro se destaca. As narrativas encontradas dentro do livro aumentam em muito a qualidade da obra. Tiram um pouco do peso da rigorosidade técnica e tornam a leitura mais fluída sem, contanto, diminuir o valor técnico da obra.

Considero um livro especialmente interessante em muitos detalhes. O conjunto geral da obra me encantou bastante.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Verdetextomania #1 - MEU DEUS DO CÉU, COMO EU ODEIO TEOLOGIA!

 


>abra um livro de um teólogo

>comece a ler

>"pô, que legal o pensamento teológico"

>frases legais, maneiríssimas

>de repente, uma citação

>aparece um número: "1", "2", "3"

>cada um desses números fazem referência a um capítulo e versículo da Bíblia

>"lá vamos nós, né, mêo?"

>abre a sua bibliazinha

>procura o capítulo

>procura o versículo

>lê

>menos de dez palavras depois, outra citaçãozinha da Bíblia

>"ah, mas ele vai citar a Bíblia diretamente, não é?"

>NÃO

>vamos lá, pega a Bíblia de novo

>a primeira citação foi ao antigo testamento

>essa é do novo testamento

>vai lá, vamos pro Novo Testamento, lê o versículo

>"ah, mas eu não entendi direito"

>lê todo capítulo então, por que não?

>volta pro livro do teólogo

>menos de cinco palavras depois, outra citação

>"ah, tá muito chato esse negócio de abrir a bíblia o tempo inteiro"

>beleza, pega a Bíblia do app do seu celular

>mas eu não tenho a Bíblia no meu celular

>baixa lá o aplicativo

>pô, mas o livro bíblico citado não aparece no aplicativo da Bíblia

>você baixou a Bíblia protestante, baixe a Bíblia católica

>leia o capítulo e o versículo

>na Bíblia do celular é mais rápido

>foi mais rápido, né?

>tá pegando o jeito, safadinho

>você passou da primeira página do livro do teólogo

>agora pega a segunda página

>sete citações indiretas a bíblia

>você olha no campo de referências

>elas indicam cada capítulo e versículo específico

>você terá que ir no seu celular de novo

>vai e olha cada um

>dez minutos depois, você sai da segunda página após ter lido cada capítulo da Bíblia citado indiretamente

>faça isso na terceira, quarta, quinta, sexta página

>meu Deus do céu, que burocracia sem fim

>uma hora e meia de leitura

>você só leu dez páginas do livro

>"por que esse santíssimo autor não citou a Bíblia diretamente?"

>"ah, ele é um erudito na Bíblia, né, mêo?"

>você acaba desistindo do livro do seu querido teólogo

>você joga álcool no livro

>você queima o livro

>você para tudo após xingar o autor mil e quinhentas vezes

>agora você vai lá e assiste um anime

>é menos burocrático, é mais fácil

SIM, EU ODEIO TEOLOGIA!

quarta-feira, 16 de março de 2022

Acabo de ler "As Crônicas de Nárnia Vol. 1: O Sobrinho do Mago" de C. S. Lewis

 



"— Riam sem temor, criaturas. Agora, que perderam a mudez e ganharam o espírito, não são obrigados a manter sempre a gravidade. Pois também o humor, e não só a justiça, mora na palavra" (Aslam).
Apesar da aparente simplicidade, o livro é bastante complexo e, como não haveria deixar de ser, esconde uma "mensagem cristã criptografada". O livro tem uma lição moral que quer conduzir o jovem leitor - ou o "velho leitor", como em meu caso - para um entendimento cristão de mundo.
Por um lado, o livro apresenta um conflito quase que cósmico entre uma figura de uma rainha de gelo (Jadis) contra um Leão bem próximo ao fogo (Aslam). Jadis representa não só a figura de Satã, mas bem simboliza a idolatria e o Estado-Deus. Jadis é tirânica e se julga além de qualquer coisa "fortuita" como as emoções e ambições humanas. Já Aslam crê na liberdade, não por acaso uma de suas frases, citada bem no começo, fala sobre o riso e a liberdade de rir. Aslam não se impõe, mesmo sendo imponente, pois crê na liberdade. A salvação traz não somente o paraíso da ausência de escassez, também traz o paraíso do sorriso e do riso. Aslam, tal como Verbo Divino (Jesus Cristo), produz um mundo pelo seu canto majestoso ("no princípio era o verbo", já dizia a Bíblia). Já Jadis representa a gravidade, onde toda ação tem um preço e tudo se correlaciona a um poder gravitacional - lógica da escassez, diferente do paraíso.

André, tio do protagonista, mexe com algo que não sabe e acaba por trazer o mal para a Terra. Digory e Polly, nossas duas crianças, em sua pureza, vão acabar por impedir o mal. As ambições de André, o feiticeiro, acabam dando errado e ele acaba por descobrir que o mal é sempre ligado numa lógica dura, numa lógica de coração de pedra em que a ambição do mais forte recai sobre o mais fraco e o mais fraco se curva - diferentemente do bem, movimento pela graça, que ama todas as criaturas em igualdade e as ela quer bem, não por algo prévio e sim pelo amor. De tal modo, Aslam (figura cristã) é o amor e Jadis (figura satânica) quer só o próprio benefício, abusando dos mais fracos. Simples, mas complexo.