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terça-feira, 13 de junho de 2023

Acabo de ler "Historia de la ufología en Chile" de Juan Guilhermo Prado e Luis Altamirano (lido em espanhol)

 



Sabe quando você está num site buscando livros por tags e acaba encontrando obras com títulos extremamente particulares que lhes despertam um bocado de curiosidade? Estava eu buscando apenas duas tags "historia" e "Chile" quando me deparei com essa preciosa joia do conhecimento humano. Então, como não sou nada bobo, resolvi adicioná-lo a minha coleção de livros em espanhol que tenho em meu celular.


O livro, com poucas páginas, conta a misteriosa história da ufologia no Chile. Um verdadeiro compilado de dois investigadores que, ao menos assim declaram, são sérios e não se deixarão iludir pelos seus colegas não tão sérios assim. Já que, para ambos, os outros não tem uma formação acadêmica tão formosa para se compararem a sapiência deles na investigação de seres extraterrestres em solo nacional (no Chile).


O livro, longe de ser uma mera leitura chata, é bastante interessante. Conta relatos que se vão delineando historicamente, para cada parte da história do Chile. A história vai desde relatos de padres até relatos de militares, passando também por civis. Séculos de informações de ufologia, nada melhor do que isso, não? 


Creio que não há muito o que dizer. Li o livro por achar o título engraçado e, como ele era pequeno, não creio que tenha perdido nada - e nem encontrado nada. Em certo sentido, o livro até diverte um pouco, embora eu não creia que os autores o tenham concebido pensando especialmente em serem engraçados. Às vezes a loucura é tanta que o humor sai às avessas.

sábado, 11 de junho de 2022

Acabo de ler "Violent Cases" de Neil Gaiman e Dave Mckean

 



Essa HQ é bem diferente das que estou acostumado a ler. Para ser mais exato, propus-me a uma pequena loucura quando decidi lê-la: pegar uma HQ aleatoriamente, sem ler a sua sinopse e curtir essa experiência do acaso tal como alguém que abre um livro religioso aleatoriamente esperando uma resposta da providência divina. E não me decepcionei em momento algum, muito pelo contrário.

Essa revista em quadrinhos é meio confusa, já que o conto é narrado no presente, mas a história se passa na percepção meio infantil duma criança. Fora isso, há outro fator que complexifica a leitura da obra: a mistura entre realidade e fantasia dentro da mesma narrativa, o que leva a múltiplos caminhos interpretativos. Damo-nos conta de que estamos numa memória meio confusa que está sempre sincretizando múltiplos eventos.

A sensação de confusão que temos ao ler a HQ não é ruim, ela é prazerosa e dá-nos um quê de misticismo. Essa sensação mística se mistura com a própria beleza artística a qual somos expostos. A beleza e a confusão nos transbordam de sentimentos indescritíveis durante todo no intercurso de leitura. E mesmo não chegando a compreensão literal, compreendemos que ela não é necessária: trata-se, antes de tudo, de uma estranha experiência maravilhosa que joga o leitor numa penumbra lunática e maviosa.

Ao terminar de ler, sinto-me dado a grandes mistérios da vida, não concluindo logicamente sobre eles. O que tendo é entender que existem coisas que escapam as nossas mesquinhas definições.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Verdetextomania #2 - MINHA NOSSA, COMO EU ODEIO SER FALHO

 


>2022

>seja eu

>tímido e introvertido

>more na capital mais badalada do Brasil 

>isso mesmo, São Paulo, mas conhecido como Sampa

<não é estranho que São Paulo seja um nome masculino e Sampa um nome feminino?

<São Paulo é drag queen e tem nome artístico feminino?

<pouco importa

>nesse dia, tal como outros, encaminhava-me para andar de trem 

<era a estação João Dias ou Santo Amaro?

<pouco importa 

>andei normalmente 

>normalmente ao meu modo

>cabeça inclinada pra baixo

>com a sensação de paz de que o mundo poderia explodir a qualquer momento

>ao menos isso é normal para mim, que sou ansioso em ambientes sociais 

>subindo a escada, vejo um homem velho

>boné, roupa vermelha, shorts jeans

>ele simplesmente olha pra trás 

>sim, bem na minha direção

>penso: "mas o que a foda?"

>ele continua olhando pra mim

>ele simplesmente sorri pra mim 

>não entendi direito

>isso era uma forma dele dizer expressionalmente que me curtia?

>ele queria me pegar?

>ele queria me beijar?

>ele queria me dar?

>ele queria me comer?

>tudo isso passou em minha cabeça a mil por hora

>eu acabo ficando enrubescido 

>como estava subindo

<sim, não tenho paciência para escada, mesmo que seja rolante 

>acabei tropeçando e quase caindo

>o senhor de idade olha pra frente

>ouço algumas risadinhas 

>quando termino de subir, ando rápido 

>passo pelo senhor

>olho pra trás 

>ele olha pra mim também 

>nossos olhos se encontram

>ele sorri de novo 

>sorrio de volta

>corro

>pego o trem que já ia partindo 

>sinto-me um idiota por ser tímido e introvertido

>só um único olhar me desconcerta 

Anos e mais anos, mas a nerdice não sai de mim. Já namorei, já perdi a virgindade bocal e sexual, conquanto não perdi a timidez de uma criança que ainda se espanta em demasia com o mundo. Pois é, meus caros, não sejam tão falhos quanto eu.