O movimento socialista nos Estados Unidos, ao contrário do que inicialmente se espera, foi bem amplo e bem sucedido por um bom período de tempo. O movimento socialista estadounidense tinha, inclusive, uma série de tendências em um debate aberto.
A união socialista, em suas várias tendências, começou a se desunir quando os americanos testemunharam os estrondos da Revolução Russa. Ali também se percebeu a adesão dos "sociais democratas" ao sistema, o que se considerou uma traição ao movimento dos trabalhadores. Dali em diante, haveria aqueles que seriam mais radicais – propondo uma revolução – e aqueles que seriam menos radicais – propondo uma reforma.
Esse movimento seccionista acaba levando a uma perda. Essa perda é a da unidade do movimento socialista. A ausência dessa unidade não levou a uma força maior de um dos grupos (revolucionários ou reformistas), mas sim a ausência de presença e protagonismo político. Isto é, o movimento socialista se tornou marginal e pouco comum ao americano médio.
Outro problema pairou a vista: a mensagem socialista se restringiu ao trabalhador pobre e a classe média intelectual, enquanto o nacionalismo negro se tornou comum no gueto. Fora isso, o movimento socialista não gostava dos intelectuais por esses serem usualmente de classe média. A fracionalidade implicou em ausência de soma para conquista de poder.
A questão se complicou ainda mais: o marxismo se tornou apenas um método de análise e crítica social. Ele não penetrou na cultura estadounidense. Se tornou meramente uma forma de distintos intelectuais analisarem a sociedade enquanto estavam deitados na sua própria solidão. Essa incapacidade dialógica com o restante da sociedade tornou o marxismo estadounidense incapaz de fazer valer as teses marxistas na sociedade.
Os intelectuais marxistas – e também os outros socialistas – nos Estados Unidos, além de serem isolados, não conseguiram criar uma teoria social consistente e nem dispunham de meios de realização política efetiva. Essa era a dupla fraqueza da esquerda americana: incapacidade teórica e social. Em adição a isso: as tensões raciais ainda imperavam nas discussões e houve uma queda de confiança em relação a União Soviética e os seus rumos revolucionários.
Existiram, todavia, várias influências notáveis do movimento socialista na história americana: a exposição da brutalidade stalinista, a introdução dos trabalhos centrais da literatura européia e a criação de uma arte radical. A exposição da brutalidade stalinista levou a uma busca por respostas mais parciais, isto é, uma política mais reformista. O perigo que as ideias radicais – mudanças estruturais na sociedade – poderiam causar levaram a um movimento político mais brando e menos otimista para com grandes abstrações. O movimento não precisa de intelectuais alienados, mas de mudanças concretas para pessoas concretas.