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domingo, 30 de junho de 2024

Acabo de ler "4chan & 8chan embeddings" de Vários Autores (lido em inglês/Parte 2 Final)

 


O artigo analisado foi escrito por:

Pierre Voué ( pierre@textgain.com ) has a master’s degree in Artificial Intelligence and works as a data scientist at Textgain, studying Salafi-jihadism and right-wing extremism.

Tom De Smedt has a PhD in Arts and is CTO at Textgain, focusing on Natural Language Processing. He was awarded the Research Prize of the Auschwitz Foundation in 2019.

Guy De Pauw has a PhD in Linguistics and is CEO of Textgain. He has over 20 years of experience in Natural Language Processing and Machine Learning.

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Atualmente sei pouco sobre "hackearias", mas pelo que entendi: os criadores desse artigo criaram mecanismos para rastrear e mapear os usos linguísticos do "chanspeak". É evidente que com tal mecanismo é mais fácil de compreender e identificar os portadores do chanspeak. Logo os apitos de cachorro seriam mais facilmente identificados, possivelmente até pela Inteligência Artificial em um futuro próximo. Identificando a utilização de linguagem tóxica, podemos rastrear a movimentação desses grupos sociais e impedir que causem distúrbios. O que é uma utilização bastante inteligente para a tecnologia.


É notório que uma mecanismo de busca que identifica e classifica sistemas linguísticos de grupos sociais determinados pode parecer problemático. E de fato o é a depender da conjuntura. Se, por exemplo, esse mecanismo fosse utilizado para a repressão sistemática de socialistas ou liberais teríamos uma utilização negativa dessa técnica. É preciso delimitar o que é uma "diferença teórica" e o que é um desenvolvimento criminológico e propriamente tóxico. O uso da tecnologia, em mãos erradas, pode ter um lado bastante obscuro.

domingo, 16 de junho de 2024

Acabo de ler "A Tirania dos Especialistas" de Martim Vasques da Cunha (Parte 2)

 



Existe um aspecto antivilanesco estruturado na sociedade contemporânea. O antivilão é alguém que se justifica num dado parâmetro aceito socialmente para realizar seus objetivos obscuros – vulgarmente chamado de "levar vantagem". É claro que essa antivilania, baseada numa moralidade, é de aplicação determinada pelo grupo social ao qual esse estrategista social faz parte ou é supostamente aderente. Esse processo, na maioria das vezes, se dá inconscientemente. Visto que aqueles que praticam não são tão conscienciosos de sua própria moralidade.


O antivilão – pessoa que utiliza de uma moralidade para ganhar vantagem e apoio social na concretização de seus objetivos – é uma figura variável e complexa. Temos desde "cristãos, cidadãos de bem e honrados" até "progressistas combatentes da desigualdade social e dos problemas da humanidade". Onde houver uma moralidade e um grupo, existe alguém que justifique a sua perversidade por meio da moralidade e desse grupo. Aqui,  mais uma vez, pouco importa se essa pessoa é de esquerda, de direita, cristã ou até mesmo atéia. Conseguir justificação social por meio de um grupo e do esquema moral desse grupo sempre será uma estratégia social bastante comum.


A ideia da vítima perfeita – representada simbolicamente pela figura de Jesus Cristo crucificado – é o que permeia profundamente a mentalidade social ocidental e também a mentalidade daqueles que tiveram essa influência cultural. É graças a ela que as pessoas buscam sempre criar um esquematismo narrativo em que se desvinculam da própria humanidade falha e assumem o papel de vítimas perfeitas que caíram nas armadilhas mortais de circunstâncias diabólicas. Essa "distorção da realidade" cria, na pessoa, a ideia de ser "ilibada e incorruptível". Ou seja, ela está numa espécie de estranha suprahumanidade, numa espécie de sublimidade onde todos os seus erros morais não acontecem ou simplesmente são engendrados pelas circunstâncias. Daí para frente, tudo o que fizer – por mais absurdo que seja – será justificado pela narrativa da vítima perfeita.