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sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Acabo de ler "Patchwork" de Mencius Moldbug (lido em Inglês/Parte 4 Final)



Nome:
Patchwork: A Political System for the 21st Century

Autor:
Mencius Moldbug


Mencius Moldbug faz nesses capítulos algumas críticas ao pensamento de Kant, fazendo algumas ressalvas a própria crítica: a democracia daquele período estava longe de ser a democracia que conhecemos hoje. Kant, segundo Mencius Moldbug, acreditava na razoabilidade dos eleitores e que eles votariam em candidatos razoáveis para governar. De qualquer forma, esse republicanismo seria igual a responsabilidade.

De fato, a democracia mudou muito graças as mudanças pensamento que foram acontecendo. O pensamento moderno, segundo Mencius Moldbug, é derivado do ecumenismo protestante. Esse ecumenismo se transforma em um universalismo, adentrando em uma espécie de neopuritanismo laico. Creio que quem leu o livro de Nick Land — ou as análises anteriores em que analisei um livro de Nick Land — poderá entender melhor a referência.

Voltando ao cerne do argumento, Mencius Moldbug pensa na paz reacionária pensando em paz, segurança e ordem. Para garantir isso, os territórios controlados por companhias soberanas teriam como foco os ganhos financeiros e não em trazer guerras altamente custosas. Para prevenir guerras, elas temporariamente investiriam em mecanismos de exércitos privados para se defender de um território hostil.

Segundo o raciocínio de Mencius, grande parte da irracionalidade moderna — e a razão das guerras — é a desvinculação entre a economia e a condução das escolhas políticas. O Estado, por meio da democracia, vai priorizando cada vez mais pautas economicamente irresponsáveis. A guerra seria resultado natural dessa deturpação. Territórios focados em responsabilidade financeira não tomariam escolhas tão imprudentes.

O final, admito, ficou meio vago.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Acabo de ler "Patchwork" de Mencius Moldbug (lido em Inglês/Parte 3)

 


Nome:

Patchwork: A Political System for the 21st Century


Autor:

Mencius Moldbug


O melhor governo é um governo responsável. Muitos consideram que essa responsabilidade é alcançada pela democracia constitucional, já que essa resultaria, em última instância, em uma responsabilidade moral. Mencius Moldbug defende uma ideia neocameralista: uma companhia soberana, um governo privado com responsabilidade financeira em vez de responsabilidade moral — ele define essa forma de governo como amoral.


Nesse capítulo, além da usual série de piadas que já estamos acostumados a ver o Mencius Moldbug fazer, ele também fala da ascensão do Estado de Bem-Estar Social. Ela ocorre no século XX quando o Estado capta uma das principais funções da Igreja, a caridade. E ele (o Estado) consegue fazer essa caridade com base na taxação. Em meio a isso, o Estado torna-se o senhor da caridade, mas também o senhor da justiça que trará tudo, tornando-se a Igreja de Todas as Coisas. Quanto mais o tempo passa, mais pautas são pautadas pelo o poder do Estado — que não admite concorrentes.


Mencius também fala um pouco acerca da democracia americana. Os três grupos da democracia americana podem ser definidos como os tribais, os populistas e os institucionalistas. Os tribais se movem por lealdade, experiência compartilhada e senso comum. Os populistas acreditam no sistema, mas não sabem como ele funciona e acreditam em coisas que são impossíveis dentro do sistema. Os institucionalistas acreditam na democracia, mas sabem como sabotá-la para que as suas pautas sejam aplicadas, pouco importando se isso fere o anseio democrático.


É interessante que se você possui organizações que funcionam do modo que você quer que funcionem independentemente do processo democrático auferido em uma eleição, você pode facilmente criar instituições — muitas vezes não percebidas pelos eleitores médios — que favoreçam os seus interesses independentemente do que ocorra. Se infiltrar e controlar essas instituições, criando um modelo de dominação econômica e cultural, é mais favorável do que ficar buscando eleições, visto que elas são voláteis. Além do mais, dominar instituições pode ser útil para vencer eleições. 


O que é interessante notar aqui é que, nos Estados Unidos moderno, o Project 2025 foi arquitetado para atacar os aspectos institucionalistas usuais. Visto que esses aspectos se correlacionam a Catedral (entendida aqui na acepção neorreacionária do termo, isto é, o networking institucional progressista que aparece na educação, nas universidades, nas ONGs, nos jornais). A direita americana conseguiu rastrear e mapear as ações de várias organizações institucionalistas e está tentando reverter e desmantelar os seus quadros. Se serão extremamente bem sucedidos nisso, ainda não se sabe.


É interessante comparar a análise da Catedral do Mencius Moldbug e as ações do Project 2025 na América moderna.

domingo, 14 de setembro de 2025

Acabo de ler "Patchwork" de Mencius Moldbug (lido em Inglês/Parte 2)

 


Nome:

Patchwork: A Political System for the 21st Century


Autor:

Mencius Moldbug


A ideia de governo limitado é autocontraditória. Temos a hipótese de que o governo não fará ações moralmente duvidosas se ele escrever para si mesmo que não fará ações moralmente duvidosas em uma folha de papel.


O que Mencius Moldbug tenta fazer é criar um sistema que, pela sua própria estrutura, busque uma limitação de atos hostis. Uma das formas de criar um governo assim é ressaltando um aspecto econômico. A estrutura política serve para aplicar a responsabilidade financeira. Tudo que for para maximizar o retorno do capital pode ser considerado útil. Se não, os residentes podem simplesmente levar os seus negócios para outros locais caso eles não gostem dos serviços prestados pelo governo (aqui no sentido de corporação).


Mencius Moldbug estabelece três princípios:

1. A soberania dos proprietários é absoluta;

2. O reino é um negócio, não caridade;

3. Aceitando que os dois princípios anteriores não estão em conflito, não ser do mal é um bom negócio.


A ideia básica de uma sociedade governada por uma corporação é que essa corporação tem como objetivo dar aos residentes um bom local para se viver, felicidade e produtividade. É evidente que essa segurança é assegurada, não existe possibilidade de derrubada do sistema e não há segurança ou privacidade contra o reino. Além disso, a manipulação da opinião pública é um serviço para a estabilidade do regime.

Acabo de ler "Patchwork" de Mencius Moldbug (lido em Inglês/Parte 1)

 


Nome:

Patchwork: A Political System for the 21st Century


Autor:

Mencius Moldbug


Mencius Moldbug é conhecido por imaginar um mundo em que a democracia é substituída por outro sistema. Nesse livro, ele trabalha a forma com que a democracia pode ser substituída por outro sistema.


Aqui ele propõe pequenos países soberanos. Nelea existem a possibilidade de discordância, desde que você caia fora do país. Disso surgiria uma rede de países pequenos, mas independentes. Cada qual com uma corporação regendo esse país.


Cada país teria a sua segurança e a segurança deveria estar acima da liberdade. Disso surge uma ideia de "corporação soberana", onde a vontade dos acionistas é maximizar a eficiência dessa corporação (o governo, diga-se de passagem, é a própria corporação). 


Aqui aparece a ideia de aceitar o status quo e viver em um país do qual você concorda com a corporação que o rege. A segurança interna se dirigiria mais para proteger os acionistas de quem apresenta ameaças internas.


domingo, 3 de agosto de 2025

Acabo de ler "Templexity" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 1)



Nome:

Templexity: Disordered Loops Through Shanghai Time

Autor:
Nick Land


Nick Land fala a respeito do tempo nesse livro. Não o tempo de forma simples, mas a manifestação relacional entre tempo, narrativa e consciência urbana. Todo esse amaranhado aparece em forma da templexidade (tempo + complexidade). 

As cidades são máquinas do tempo. Elas apresentam uma narrativa a respeito da passagem do tempo. Elas se integram em um horizonte de exploração. Suas partes são simultaneamente fatos culturais, sintomas metafísicos e partes de uma mesma máquina. A cidade é uma construção abstrata do mundo.

A cidade apresenta templexidade pois a sua estruturação é correlacionada aos problemas do seu tempo — algumas cidados são mais efetivas na resolução de problemas, outras menos —, porém todas apresentam uma singularidade na forma que conduzem a resolução dos problemas que o mundo lhes oferece. A cidade é objeto da questão do tempo e subjetivamente lhe responde a sua própria maneira.

A cidade, sendo colocada lado a lado com o tempo, sofre de uma estrutura dramática — o drama do tempo e das questões que cada tempo apresenta. Essa correlação estrutural dos dramas do tempo com a resposta que a cidade lhe oferece geram uma sistemática transformação.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 8 Final)

 


Nome:

The Dark Enlightenment


Autor:

Nick Land


Como os capítulos seguiam muito semelhantes uns aos outros, resolvi ler todos os capítulos que se passavam após o últimos e resumi-los em pontos essenciais.


O que havia antes da modernidade? Coletivismo tribal, lealdade familiar, honra, desconfiança a respeito de instituições impessoais, pensamento clânico, vinganças. A modernidade, mesmo que não resolvendo todas essas questões, conseguiu atenuar esses fenômenos radicalmente. É evidente que a modernização europeia e a modernização americana são diferentes, cada uma representando um passo. Atualmente, no entanto, o modelo de modernidade conduzido pelos Estados Unidos da América parece estar se esgotando.


Nick Land propõe algumas soluções para o esgotamento dos Estados Unidos. Alteração do modelo da democracia representativa para o modelo do republicanismo constitucional. Uma redução massiva do tamanho do governo e um método rigoroso de confinamento de suas funções. Restauração do hard money (creio que o padrão ouro se encaixaria aqui). Desmantelamento do modelo monetário e fiscal atual.


Ao mesmo tempo, Nick Land faz as seguintes críticas ao modelo democrático:

1- Se tornou um sistema de pilhagem sistemática pois todos querem a distribuição dos recursos para si ou para o seu grupo;

2- Os políticos podem comprar suporte político para serem eleitos e obterem poder;

3- As pessoas votam com base em alianças distribucionais (quem favorece qual grupo) — com quais grupos fica cada recurso — e farão exatamente isso pois querem os melhores recursos para so;

4- Aumenta o padrão de quererem os recursos uns dos outros, em outras palavras, a política de um será a destruição e pilhagem do outro;

5- Aumento da dívida pública, visto que ninguém que corta benefícios consegue escapad da dissolução da sua imagem pública;

6- Destruição do crescimento econômico, visto que as políticas cada vez mais populistas não são pensadas para longo-prazo;

7- Retardação do desenvolvimento técnico-industrial graças a incapacidade de pensamento a longo-prazo;

8- Destrói a si mesma em todo esse processo que é cumulativo.


Os Estados Unidos, ao contrário do que pensam muito de nossos conservadores, não são a solução de tudo isso, mas a principal causa de tudo isso. São os Estados Unidos que são simultaneamente representantes de uma secularizada forma de neopuritanismo, os representes laicos de uma Nova Jerusalém, os portadores de um messianismo revolucionário, os representantes da nova ordem global da fraternidade, da igualdade, dos direitos humanos, da justiça social e da democracia. Tudo isso leva os Estados Unidos, de tempos em tempos, a entusiástica perseguição da centralização de poder. Isso ocorre por uma simples razão: o governo precisa fazer cada vez mais e esse crônico ativismo governamental leva ao aumento do Estado.


Por fim, o capítulo final se refere a uma possibilidade de um novo evolucionismo. Um evolucionismo que é científica e tecnologicamente guiado para superar os limites da espécie humana atual, um evolucionismo generativo em que humanos são moldados via design. Creio que, nesse ponto, há uma possibilidade de evolução pós-humana. E com isso vamos compreendendo um pouco mais a singularidade que Nick Land fala.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 7)

 


Nome:

The Dark Enlightenment


Autor:

Nick Land


Nesse capítulo, há a continuidade da descrição psicológica e social da forma que age a direita e a esquerda. Além disso, há um estabelecimento de causas históricos e a forma de atuação dos dois grupos dentro do contexto americano.


Um dos eventos que continuam a ser mencionados é o racismo e a fundação dos Estados Unidos da América. O racismo não é hm evento acidental, mas parte da estrutura mesma da criação dos Estados Unidos. Para corrigir tal condição, identidades raciais são catalogadas, o crime de ódio é detectado, remédios sociais são dispostos, as análises impactam estudos, há o uso da discriminação positiva, a tomada de ações afirmativas e a promoção da diversidade. Tudo isso é realizado pela esquerda enquanto a direita é ainda incapaz de apresentar uma solução sintética.


Nick Land apresenta as razões da esquerda ser mais bem sucedida intelectualmente do que a direita. Em primeiro lugar, a dialética e a política são o mesmo. A direita, por sua vocação anti-dialética, apresenta-se como antipolítica. Não por acaso, a vantagem intelectual que a esquerda vem apresentado é cada vez maior. Além disso, a ausência de unidade na direita também pesa.


A direita vem apresentado uma dificuldade enorme em adentrar nas agendas das ciências humanas modernas. Fora isso, a integração ao debate público muitas vezes move ao lado esquerdo do espectro. Há uma fundamental futilidade no conservadorismo mainstream, ele não se encaixa e é incapaz de apresentar soluções intelectualmente robustas para os problemas dos nossos tempos.


O conservadorismo é incapaz do trabalho dialético, logo é incapaz de compreender as simultâneas contradições e o poder da inconsistência. O problema que essa incapacidade carrega é que política é em si mesma dialética, a política é em si mesma composta por simultâneas contradições e pelo poder inconsistente.


A resolução da direita para os problemas políticos não é a unidade articulada e sintética, mas o separamento. Em vez de uma unidade resolutiva, apresenta-se a pluralidade irresoluta, a separação dos poderes, o federalismo, a proliferação de políticas, a localização do poder, a diversidade de sistemas de governo, uma abertura econômica e tecnológica, o individualismo. Em outras palavras, a fragmentariedade e a anti-unificação. Isso é anti-dialético e anti-sintetizante.

domingo, 27 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 6)

 


Nome:

The Dark Enlightenment


Autor:

Nick Land


A dialética é a unidade dos opostos. No marxismo, comentado por Nick Land, há uma prévia antecipação da natureza das condições materiais e o avanço das contradições sociais. A superestrutura, por assim dizer, é a plataforma da dominação social. Nessa plataforma, podem ser encontrados: a dialética da reconstrução, a articulação do antagonismo, a polarização, a estruturação binária e a reversão.


A Catedral, comentada anteriormente, em suas diversas estruturas (acadêmica, midiática, nas artes, na saturação política) apresenta uma crítica social e um caminho igualitário numa lógica teleológica. Internalizando a ideia marxista de prever as condições materiais e o avanço das contradições sociais. A Catedral é identificada como progressista.


Nick Land nota diferenças sociais na esquerda e na direita. A esquerda segue uma lógica: mais dialética é mais política, mais política é mais progresso, mais progresso é mais migração social para a esquerda. A direita, por outro lado, apresenta outra lógica: menos dialética, menos argumentação, menos subdivisões e uma condução política descoordenada. A direita se refugia na economia e na sociedade civil — aqui poderíamos sugerir que, na esquerda, sociedade e Estado tornam-se basicamente o mesmo.


A direita tende a uma ideia de liberdade negativa, de uma sociedade livre e não-argumentativa: que cada qual, em sua propriedade, decida o que quer fazer sem ter que conversar com o outro.  Essa tendência da direita (faça os seus próprios assuntos), pode ser como uma depressão, uma regressão e uma despolitização quando analisada pela lente progressista.


No mundo de hoje, apesar de todos os esforços da direita para que o mundo se tornasse mais individualista, existe a dialética entusiasmada. Onde tudo é dramatizado. Existe uma rede de jornalistas, de legisladores, de juízes, de ativistas comunitários e de agentes revolucionários a transformarem a televisão e a internet em um grande drama em que todos os atos humanos serão analisados.


Nessa transformação do mundo em um Reality Show Hegeliano, contradições sociais são antecipadas, casos antagônicos são articulados e a resolução institucional é esperada. É dessa forma que a Catedral transmite sua mensagem e se conecta com o povo.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 5)

 


Nome:

The Dark Enlightenment


Autor:

Nick Land


Muitas palavras são ditas dentro do debate público: sociedade fechada, sociedade aberta, sociedade cosmopolita e sociedade civilizada. Usualmente atribuímos a nós, os ocidentais, todos os méritos e as glórias de ter uma sociedade aberta. Esse quadro, embora falso, tem um efeito propagandístico excelente.


O mundo ocidental, apesar de toda a propaganda, é um local onde barbarismo foi extremamente normalizado. Há toda uma retórica política e um incentivo econômico a disfuncionalidade, sem nenhum avanço para o impulso ao autodesenvolvimento. No Ocidente, a civilização colapsou fundamentalmente.


Existe um colapso, cada vez maior, das áreas urbanas — esse colapso se dá sobretudo nos Estados Unidos. A desintegração da urbanidade, da civilização urbana, é uma expressão geográfica de um problema social ocidental. Se em países asiáticos as regiões urbanas crescem e prosperam, no Ocidente há um retorno ao campo acompanhado pela suburbanização da área urbana. Há um cansaço do ocidental diante dos enormes centros de concentração de gente.


Os problemas raciais não cessaram de existir. Muito pelo contrário desigualdades históricas continuam persistindo. Porém há uma incapacidade de resolver esse problema. Não há uma síntese que comporte uma solução dialética e que resulte num apaziguamento das relações raciais. Muito pelo contrário, cresce o fantasioso nacionalismo tribal. Porém agora vemos várias sessões de nacionalismo tribal (o de esquerda, o de direita, o do branco, o do negro) emergindo e se solidificando na esfera do discurso — neotribalismo ou neofeudalismo, qual a possibilidade histórica do amanhã?


Por outro lado, as pessoas discordam cada vez mais. Estão, na verdade, cada vez mais isoladas e antagônicas em posicionamentos viscerais. Discordam do desenvolvimento urbano, das escolhas escolares, do porte de arma, da forma de segurança, do sistema de encarceramento, da política, da distribuição social. Enquanto isso, a principal função do conservadorismo moderno é ser humilhado e a principal função do liberalismo moderno é ser o proponente neopuritano da verdade espiritual.  Mesmo com os progressistas e os conservadores discordando cada vez mais, há ainda um ponto em comum: o abandono da esperança.


terça-feira, 22 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 4)

 

Nome:

The Dark Enlightenment


Autor:

Nick Land


Nick Land é um excelente comentador da obra de Mencius Moldbug. A ligação entre os dois é sempre colocada dentro desse livro, visto que Nick Land o cita o tempo inteiro. O que demonstra algum grau de proximidade e respeito.


O interessante é notar que, apesar do que dizem os intelectuais de esquerda, Mencius Moldbug não é um supremacista branco e tampouco um antissemita. Algo que eu vi muitas pessoas, sobretudo as de esquerda, associarem a ele.


A questão tratada nessa parte do livro é o universalismo, uma das crenças que compõem a fé e a doutrina democrática-igualitária moderna. Também há a questão do nacionalismo branco, no qual Mencius Moldbug afirma categoricamente não fazer parte. Embora existam também outros assuntos na estrutura desse capítulo.


A Catedral, comentada na análise anterior, apresenta-se com um mandato divino para afirmação da sua fé, uma fé que ela julga ser autoevidente e autoconfirmada — embora ela reprima qualquer questionamento a essa mesma fé. É interessante observar que a Catedral aparece com a social-democracia e uma economia cada vez mais corporativista, com uma tendência evidentemente de terceira posição e que tem uma semelhança com o fascismo, ao mesmo tempo que aparece atacando os neofascistas. Os neofascistas se correlacionam com a questão do nacionalismo branco — visto que muitos neofascistas são nacionalistas brancos.


Ao mesmo tempo que o nacionalismo branco vai crescendo na parte norte do planeta graças as imigrações em massa e as políticas ilustradas do multiculturalismo, cresce uma guerra ao politicamente incorreto — imagine quando eles descobrirem que existe uma esquerda politicamente incorreta (a alt-lefty) que vem surgindo. Essa guerra ao politicamente incorreto é fruto de uma inquisição de natureza quase religiosa, visto que o progressismo moderna é uma laicização de ideias religiosas. Essa guerra gera um aumento da database, ao mesmo tempo em que a sanha paranoica e conspiracional leva a um fechamento intelectual em que ver nuances dentro do debate — sobretudo quando essas nuances se dão em distintos grupos de direita — se torna cada vez mais difícil.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Acabo de ler "The Case Against Democracy" de Mencius Moldbug (lido em inglês)

 


Nome:

The Case Against Democracy: Ten Red Pills


Autor:

Mencius Moldbug


Vendo o interesse contínuo na Nova Direita Cultural e no Iluminismo Sombrio, apesar desses movimentos serem de linhas distintas ou opostas — a Nova Direita Cultural é anticapitalista e o Iluminismo Sombrio é pró-capitalismo —, resolvi aqui fazer breves comentários a respeito de um escrito de Mencius Moldbug.


Mencius Moldbug começa a sua argumentação falando sobre diferentes quadros históricos. Se estivéssemos num período medieval, por exemplo, cresceríamos pensando na universalidade do catolicismo. Como vivemos num período histórico pró-democracia, vivemos inseridos em todo um universo democrático e para nós a democracia representa tudo. A democracia não é só o que habitamos, mas é também o que respiramos e também é o que acreditamos ser desejável.


Há séculos atrás, poderíamos ser educados para ser católicos. Nossos professores seriam católicos. Nossos livros seriam católicos. Nosso debate público seria católico. Hoje em dia, nós somos educados para sermos democratas. Nossos professores são democratas. Nossos livros são pró-democracia. E nosso debate público é democrata. Adendo: aplico aqui a palavra "democrata" como defensor da democracia e não como adepto do Partido Democrata.


Mencius Moldbug constrói dez argumentos centrais para refutar o debate público ocidental contemporâneo (chamados de redpill). Dos quais tento traduzir de forma razoavelmente essencial:


1- É o Estado de Direito que é responsável presente estado de paz, prosperidade e liberdade, não a democracia;


2- Liberdade e lei não são a mesma coisa que democracia;


3- Fascismo e comunismo são democracias unipartidárias;


4- O Estado é apenas outra gigantesca corporação;


5- O poder no ocidente é ditado pelos funcionários permanentes do Estado;


6- O Estado consiste em todos aqueles que possuem interesses alinhados com o próprio Estado;


7- Os políticos de direita são um fenômeno político clássico. Eles possuem pouco poder e são inofensivos. Suas aventuras no exterior são destrutivas, mas eles são uma inescapável consequência da própria democracia;


8- Democracia é política. E uma burocracia apolítica exercendo o poder seria melhor do que a democracia;


9- O governo ocidental moderno está mais próximo do regime quase-democrático do FDR do que do liberalismo clássico;


10- A burocracia do Estado funciona bem, mesmo estando degradada. O sistema moderno depende da educação e da mídia (para condicionar). E o sistema financeiro moderno é um erro e pode colapsar.


sábado, 12 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 3)

 



Nome:

The Dark Enlightenment;


Autor:

Nick Land.


Existe um caráter inconscientemente religioso na intelectualidade moderna. Nick Land e Mencius Moldbug falam sobre isso, mas Eric Voegelin falou antes. A maioria dos intelectuais modernos têm fé no Zeitgeist. A maioria dos intelectuais modernos têm fé no progresso e na agenda social progressista. E há um acompanhamento claro disso com o neopuritanismo laicizado dos nossos tempos.


Quando falamos da religiosidade progressista e da fé contemporânea, vemos, por exemplo, a a palavra mágica tolerância aparecer magicamente. A tolerância é um princípio universalmente afirmado pela moderna fé democrática. A igualdade, que sempre aparece lado a lado da tolerância, é considerada um modelo moral ideal.


Nick Land e Mencius Moldbug brincam com a possibilidade do progressismo da esquerda ser meramente reacionário. E eles fazem uma analogia bastante interessante. Quando falamos de evolucionismo, as espécies menos adaptadas são retiradas. No progressismo, as pessoas menos adaptadas são mantidas por lei por causa da moralidade. O que soa irônico, os maiores defensores da teoria da evolução são os maiores negadores dela dentro da prática política. Não punir o mal adaptado e recompensá-lo através de políticas públicas são curiosamente chamados de "entusiasmo evangélico neopuritano".


Nick Land e Mencius Moldbug argumentam que existe uma compensação política para a incompetência econômica. Existe, no mundo de hoje, um mecanismo cultural automático que advoga pela disfuncionalidade, visto que vê em toda desigualdade uma injustiça. E para corrigir essa injustiça há um apelo para políticas sociais que favoreçam politicamente pessoas que foram economicamente inaptas. O Estado altruísta é pai dos direitos positivos e tudo o que é subsidiado é promovido.


A busca por traduzir a igualdade em todos os campos em questão de empregabilidade, sucesso e reconhecimento pode construir, pouco a pouco, um totalitarismo leve. Visto que é preciso colocar uma regulamentação que inspecione todos os campos, garantindo que exista uma aplicação universal dentro do território em que a religião progressista é aplicada. O Estado passa a estar acima de tudo e todos para garantir a aplicabilidade das teses progressistas. Quanto mais igualdade for requerida, maior a rigorosidade da atuação do Estado para realizar essa agenda.


Aqui nos deparamos com o termo "Catedral". Cabe aqui explicá-lo para o leitor. O termo "Catedral" é usado pelos neorreacionários da seguinte maneira: (I). um sistema dominante; (II). com um aspecto de auto-reinforço da ideologia progressista; (III). composto pela academia, pela mídia, pelas ONGs, pelas corporações e pelas burocracias do Estado; (IV). com uma autoridade quase religiosa. A Catedral representa tudo isso ao mesmo tempo.


Como a Catedral é uma organização quase religiosa ou inconscientemente religiosa, ela não aceita e não tolera heresias (intolerância contra os intolerantes). É por isso que, por exemplo, o "ódio" é inconscientemente percebido como uma intenção herege contra os dogmas da moderna Catedral. O ódio é um crime/heresia contra a Catedral em si mesma. O ódio é visto como uma recusa, o ódio vai contra o guiamento espiritual da Catedral moderna. O ódio é um desafio contra o destino que foi religiosamente desenhado pela Catedral para o mundo.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 2)

 


Nome:

The Dark Enlightenment 


Autor:

Nick Land


O que é a democracia? Além de ser uma palavra muito dita, é uma das principais representantes do dogma moderno. A democracia aparece em nossas ciências sociais como acompanhante do sucesso e do progresso material — embora isso seja provavelmente uma correlação falsa. Estamos numa certa espécie de correlação automática quando pensamos em democracia. Por exemplo: (I) monarquia = ruim; (II) república = bom. Mas o que queremos dizer quando dizemos democracia? Talvez a gente nem mais lembre a resposta.


Grande parte dos intelectuais modernos correlacionam automaticamente o pensamento democrático com o anticapitalismo, não só no Brasil, como no exterior. Como dito anteriormente, muitos pensadores liberais e libertários, mais à direita do espectro político, já não veem a democracia como um regime em que se enquadra a liberdade.


Os Pais Fundadores, nos Estados Unidos, apresentavam uma suspeita enorme em relação a democracia. Viam-na como uma tirania da maioria. E, por tal razão, reduziram o seu poder com a ideia de representatividade. Assim freiando a possibilidade de se emergir uma tirania organizada pelo ódio das massas.


Não é muito estranho correlacionar a democracia moderna com um regime em que a população e as suas lideranças, de tempos em tempos, esquecem-se das consequências dos seus atos. Para se manter o poder, em última instância, faz-se necessário uma utilização de mecanismos populistas — o que por sua vez leva a uma destruição financeira. Também não é muito estranho vermos, no sistema democrático moderno, mega projetos de engenharia social e o poder legislativo de abolir a realidade através de pergaminhos burocráticos.


Com tudo isso, não é estranho que muitos intelectuais venham pensado num novo design. Se o poder representativo esmaga a hipótese de uma democracia direta, é possível tecnicalizar a escolha dos representantes através de um mecanismo ao qual podemos chamar de democracia vertical: nesse quadro, alguém só poderia ser eleito representante se cumprisse determinados requisitos. Nick Land, não falou dessa possibilidade, portanto vamos ignorá-la e deixar para uma outra análise.


Questionar a democracia, em nosso tempo, é algo que soa como uma heresia. O pessimismo corrói o cérebro de alguns e outros dão voos otimistas pensando em radicalizar a democracia. Conjectura-se que a democracia é um vírus memético, nobremente acompanhada da hegemonia progressista, do secularismo militante e de todo clero moderno. Os itens da fé moderna acompanham o homem moderno sem que ele saiba que preenchem o seu pensamento em forma de uma fé inquestionável. E questionar isso é um crime-pensar.


De fato, uma das questões que o Ocidente se deparará constantemente é a ideia de que a democracia moderna está falhando. A questão de como resolver isso é que uma incógnita. Alguns apostam na melhora da educação, outros pensam numa democracia vertical, outros falam sobre democracia direta, outros pensam na abolição da democracia. A questão persiste.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 1)

 


Nome:

The Dark Enlightenment 


Autor:

Nick Land


Creio que essa é a análise mais pedida do blog. Lembro-me de que todas as vezes que as pessoas viam meu blog ou me encontravam nos grupos de WhatsApp, pediam-me uma análise do "The Dark Enlightenment" do Nick Land. Lembro-me de ter lido esse livro, pela primeira vez, num blog de um amigo meu — em português. De lá para a cá, a fama de Nick Land subiu estratosfericamente. Ele se tornou uma figura inevitável. Muito glorificada por alguns, extremamente nociva para outros. Vou tentar manter o contumaz tom neutro do blog. Analisando cada parte do livro como um capítulo de análise.


Creio que o primeiro passo para compreender o que Nick Land quer dizer é o fato de que o ilustramento (o ilumininismo) não é um estado, mas também um evento e um processo. Essa compreensão — de que o iluminismo também tem uma natureza processual — leva a uma outra possibilidade interpretativa. Estamos, até hoje, dentro de um processo de ilustramento. Existe uma questão bem interessante: se o iluminismo (o movimento ilustrado) se opõe à "Idade das Trevas", por qual razão teríamos um iluminismo sombrio? O iluminismo sombrio pode ser um renascimento do pensamento reacionário, mas interpretado por um outra lógica ou uma outra lente. O iluminismo sombrio não é contra o desenvolvimento da tecnologia, muito pelo contrário: ele quer a sua aceleração. Para muitos iluministas sombrios, muitas vezes os direitos humanos se opõem a concretização plena do desenvolvimento tecnológico. Para acelerar esse processo de desenvolvimento, faz-se necessário um movimento que negue os direitos humanos para se ir além dos limites que travam o avanço do processo tecnológico.


Um dos eventos que Nick Land nota, e nota muito bem, é o de que muitos liberais e libertários têm olhado de forma negativa para a democracia. E a há, a cada dia, uma crescente associação entre o pensamento democrático e o pensamento progressista. Eles se tornam cada vez mais sinônimos. O conservadorismo, por sua vez, torna-se cada vez menos apelativo para as massas. O que temos não é mais aquele conservadorismo prudencial, erudito e com um olhar tenro para as experimentações temporais. O que temos hoje é um conservadorismo populista que muitas vezes, em sua efervescência, destrói a própria capacidade de conservar as instituições que os próprios antigos conservadores achavam belas e dignas. 


Se temos um processo de fusão entre democracia e progressismo de um lado, se temos um processo de um conservadorismo cada vez mais autocontraditório, temos por outro lado um grupo de liberais clássicos e de libertários de direita que olham com cada vez mais receio para o processo democrático. De fato, muitos liberais e libertários não conseguem ver a capacidade de um regime econômico descentralizado dentro da lógica democrática. A ascensão do conservadorismo populista, em que a preferência temporal está sempre focada no curto-prazo, leva aos liberais e libertários de direita antidemocráticos a terem um afastamento cada vez maior dos setores conservadores.


A ascensão do sistema de voto, o sufrágio universal, vem sido encarada por muitos setores como correlacionada com os vícios privados, com o ressentimento, com a orgia consumista, o financiamento incontinente, com a política se tornando simultaneamente um reality show e um circo. Vivemos num mundo politicamente devastado, cada vez mais sensacionalista e com uma sociedade imperativamente dividida em uma perpétua guerra fria civil. Ao mesmo tempo, antigos liberais e libertários — agora com uma tendência antidemocrática — não veem a possibilidade de uma vitória definitiva e de estabilidade de longo-prazo.


É nessa crise que começasse a formular um novo sistema. Um sistema em que não há a dissolução do Leviatã, mas a dissolução do sistema democrático dentro do Leviatã. O governo passaria a ser encarado como uma corporação e essa corporação serviria para maximizar a sua eficiência de modo qualitativo. Um mal governo não seria um mal governo, mas uma má e ineficiente corporação. Já um bom governo seria um negócio bem conduzido. É com esse tipo de pensamento que podemos adentrar na mentalidade neorreacionária.

sábado, 17 de maio de 2025

Acabo de ler "A Formalist Manifesto" de Mencius Moldbug (lido em ingês)


Nome:

A Formalist Manifesto


Autor:

Mencius Moldbug (Curtis Yarvin)


Quando estudamos acerca do debate americano e o que levou Donald Trump para a Casa Branca, não só uma, mas duas vezes, temos que adentrar no debate público americano compreendendo e entendendo a participação de diferentes grupos. Quando cito o Project 2025 como o interesse central, cito uma iniciativa da direita mainstream. Nesse livreto, temos não a direita mainstream, mas a alt-right (direita alternativa). Não que exista uma barreira intelectual e social absoluta entra a direita mainstream e alt-right, vários trumpistas são, na realidade, portadores desse novo caldo intelectual que reverbera no debate americano.


Mencius Moldbug (Curtis Yarvin) é um desses homens que, caso não fosse pela excentricidade que carregam, ninguém saberia como pensam. Para ser honesto, nos últimos tempos a esquerda tem sido notável em ser completamente esquecível pelas suas teorias e a direita tem sido completamente audaciosa em criar toda uma série de teorias que causam um reboliço no debate público. Quando foi que a esquerda ocidental teve a sua última grande mudança estrutural? Talvez com a revolução cultural de 68. Todo resto é um desenrolamento das teorias da Escola de Frankfurt e Escola de Paris com mais algumas teorias que juntaram no caldo daquilo geralmente chamamos de teoria crítica.


O que eu quero dizer é: todo mundo fala sobre alt-right, o neorreacionarismo, o iluminismo sombrio, a negação da mentalidade democrática e muitos direitistas e direitosos chegam até a parar na cadeia. Enquanto isso, a esquerda aparece limpinha e cheirosa, menos adepta da criação de novas teorias que joguem o mundo de cabeça para baixo e façam eles serem vistos como perniciosos o suficiente para serem postos para ver o Sol nascer quadrado. A esquerda moderna precisa estudar a alt-right — com certo nojo e afastamento, mas também com uma pintada de ciúme ou inveja — para não cair no tédio de ficar repetindo as mesmas teorias que já professavam em 1968. (A New-Left se aprofundou como fenômeno histórico em paralelo à New-Right, mas a Alt-Right é um fenômeno que não encontra paralelo moderno na esquerda).


É deveras interessante que Mencius Moldbug vê o debate americano com um certo tédio e um olhar muito próprio. Há uma fascinação por algo que seja uma quebra de linha. Ele reconhece que a direita americana moderna é, por assim dizer, mais nova que o movimento esquerdista americano. Ele vê o movimento conservador americano moderno como aquele que surge após Roosevelt. É evidente que há um afastamento da alt-right da direita mainstream, muitos membros da alt-right chamam os conservadores de "cuckservative" (cornoservador) e riem de uma suposta ausência de atitude. A atitude da alt-right frente ao mundo sempre é acompanhada de um escárnio, como se dissesse "nós estamos rindo do mundo e pouco nos importa se seremos presos por isso".


As visões de Mencious Moldbug, como um bom membro da alt-right, são antidemocráticas e se estabelecem contrariamente ao cânon acadêmico. Muitas vezes, ela é acompanhada por um senso de humor que serve para quebrar o politicamente correto do discurso contemporâneo. Num mundo em que as esquerda se engessa e não produz nada de verdadeiramente novo, a direita surge com uma galhofada que encanta a rapaziada com seu jeito desprendido, promovendo remexer tudo que está por aí — democracia, controle do discurso, república, o cânon acadêmico — e sendo bem sucedida nessa empreitada de causar rebuliços e, em algum aspecto, aparecer com uma estética que agrada mais aos jovens do que os eternos chororos de uma esquerda que é incapaz de reinventar.