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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Acabo de ler "How Cultural Marxism Threatens the United States" de Mike e Katharine (lido em inglês/Parte 3)

 


Nome:

How Cultural Marxism Threatens the United States—and How Americans Can Fight It 


Autores:

Mike Gonzalez;

Katharine C. Gorka.


Os conservadores chamam de marxistas culturais aqueles que poderiam ser chamados de "New Left" ou, simplesmente, pós-marxistas. Poderíamos catalogar o marxismo cultural como uma reunião de táticas da guerra cultural impulsionadas por uma síntese de esquerda.


Uma das crenças básicas do marxismo é a separação da sociedade em diferentes categorias antagônicas. Algumas beneficiadas socialmente, outras que perdem seus recursos – que deveriam ser de direito – para grupos sociais mais privilegiados por causa da estrutura social. Se os marxistas clássicos dividiam a sociedade em trabalhadores e burgueses, os marxistas culturais dividem a sociedade por gênero, por sexualidade, por raça, por nacionalidade. Todas essas distintas catalogações servem como divisão para o trabalho revolucionário.


Para que os marxistas culturais consigam moldar a cultura, eles precisam destruir todos os traços da antiga cultura – que eles julgam pervasiva. Para tal, criam dois aparatos reguladores da atividade cultural:

1. Doutrinação em todos os meios de produção cultural;

2. Regulação da fala em todos os meios possíveis para cercear a possibilidade de discurso de visões alternativas de mundo.


É evidente que se comprovada ou admitida a existência de um marxismo cultural, cabe-se o entendimento lógico de que o marxismo cultural é um projeto de poder totalitário, de rigor tecnocrata e que ameaça qualquer possibilidade de uma sociedade livre por querer moldar toda a sociedade aos seus próprios critérios com base em doutrinação e censura. Não é uma crença, nem uma prática, que possa ser admitida ou tolerada dentro de uma sociedade livre, visto que é um veneno aos próprios critérios de liberdade.

domingo, 18 de agosto de 2024

Acabo de ler "Hegemonic Monosexuality" de Angelos Bollas (lido em inglês/Parte 3)

 



A questão da hegemonia é uma questão antiga. É um conceito que ultrapassa a própria formação histórica, tendo diversas faces e configurações. O grupo hegemônico é aquele que tem a capacidade de transformar as suas ideias em matrix, regulando todas as outras atividades e até mesmo controlando e moldando outros grupos, seja de forma direta ou até mesmo de forma inconsciente – como observado muitas vezes no fenômeno da homonormatividade.

A questão da hegemonia é complicadíssima, visto que é através da hegemonia que a própria configuração da vida – até mesmo da vida pública – é formada. Pode-se falar dos "acordos silenciosos". Esses ocorrem quando uma dada ideia é tomada como "natural", mesmo quando essa ideia é socialmente construída e pertence a uma formação sociológica.

A própria ideia de paz é enganosa. A paz pode estar correlacionada a uma domesticidade resignada a um dado padrão imposto como correto. Ou seja, ela pode advir de uma coação e não de uma aceitação real ou integral da configuração – o sistema – do qual se atua. Assim foram em muitos períodos históricos e assim se silenciam muitos grupos que são oprimidos pelos grupos majoritários.

Existe uma correlação estrutural entre força, violência e consentimento. Usualmente se requer o consentimento majoritária, para então se tomar os meios de opinião pública e calar as visões minoritárias. Tendo-se o consentimento majoritária, pode-se respaldar a força que vem junto a ela e, a partir disso, utilizar a violência contra grupos minoritárias que são dissidentes. Em outras palavras, é a maioria que toma forma de maioria instituída – formação institucional – que socialmente "legaliza" a utilização da força contra grupos minoritárias. E essa força adquire outras configurações, vindo da censura direta por meio da incapacitação da emissão de opinião ou da flagelação física, psíquica, social ou espiritual.

É por meio disso que o grupo majoritária pode criar uma descrição do mundo – que será tida como ideal, depois como normalizada e, finalmente, como natural –e passá-la adiante. Essa passagem – processo endocultural – levará a uma internalização dessas mesmas visões. Essa internalização se torna, por si mesma, uma alienação (redução sociológica) na qual uma série de indivíduos e grupos não conseguem pensar além do meio, pois estão imersos nesse mesmo meio. O processo de desalienação é um processo de retirada do grupo majoritário, mas a capacidade de sair do grupo majoritário é escassa pois a maioria das visões emitidas são do grupo majoritário.

A oferta de visões existenciais e possibilidades de vida é escasseada pela própria necessidade sistêmica de autojustificação do sistema. Logo a censura impede que exista a oferta de outras visões de mundo. Além disso, a não conexão com a maior parte da sociedade em que se vive abre margem para marginalização, exclusão, assédio e martírio. A ação direta contra o sistema pode ser criminalizada e o aderente de uma outra sistemática pode se tornar um marginal que atua contrariamente ao sistema hegemônico até ser coagido a se calar ou ser silenciado.