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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Memória Cadavérica #7 — Erros Históricos




Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Nota: texto expandido para efeito de melhor compreensão.


A direita precisa começar a aprender com os próprios erros.


O bolsonarismo tentou trazer o neoconservadorismo, que havia sido atacado por conservadores-populistas e neohamiltonianos nos Estados Unidos. No período em que há o auge do neoconservadorismo no Brasil (Bolsonaro eleito), o neoconservadorismo é massivamente rejeitado pelos próprios ciclos conservadores americanos.


Do mesmo modo, no período da covid, o bolsonarismo trouxe a mesma prática embusteira de Reagan na gestão da AIDS: teorias conspiratórias a rodo e ausência de forte base científica em suas decisões. A mesma procedência duvidosa de uma direita que cresce a margem da academia e se ancora no populismo e no reacionarismo. Os resultados foram milhares de mortes e o afastamento de vários acadêmicos do conservadorismo.


A UDN errou a trazer um liberalismo do século XIX, datadíssimo, nas eleições contra Vargas. Quando perdeu, contestou as eleições. Isso remete ao bolsonarismo trazendo o neoconservadorismo em vez do conservadorismo populista ou neohamiltoniano e ao Aécio e Bolsonaro rejeitando os resultados das urnas. Se a UDN trouxe um liberalismo do século XIX no século XX, Bolsonaro trouxe um conservadorismo do século XX no século XXI.


Existe um nuance: o discurso bolsonarista é populista, estilo trumpista. A prática governamental é neoconservadora e a militância bolsonarista é associada à direita woke. De resto, em relação econômica, ele foge da Nova Doutrina Econômica Conservadora (American Compass), que é um retorno ao conservadorismo hamiltoniano (o chamado neohamiltonianismo).


O bolsonarismo pega os piores elementos da direita do passado e junta com os piores elementos da direita do presente.

Memória Cadavérica #1 — Piadas Traquinas sobre Política

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Boa tarde, ⁨Gomes Cordeiro⁩. O senhor ⁨Leandro é presidente da Juventude Trabalhista. Um dos homens mais bem informados sobre a política nacional.

Ele tentou reformar o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), tal como a galera do Livres tentou reformar o PL (Partido Liberal) e tal como a American Compass tenta reformar o Partido Republicano.

O fato é, o PTB não foi refundado em direção a um trabalhismo mais novo, o Livres não tornou o PL em um partido liberal e apesar dos esforços da American Compass, o Partido Republicano ainda não é hamiltoniano.

(A propósito, lembra mais o Jackson [primeiro presidente democrata e populista] e uma versão confusa do jacksonianismo do que Lincoln e Hamilton).

De qualquer forma, apesar dos ventos indicarem a permanência de estruturas políticas fossilizadas de toda espécie. Além de imbecis sugerirem que a União Brasil é a Nova UDN, mas sem toda a erudição, pessoas cultas e retóricas adornadas, o Brasil parece caminhar para um impasse.

Em 2026, é provável que Lula ganhe, porém em 2030 há um impasse conjuntural. Dizem que a direita aguarda esse momento para eleger Tarcísio (de Freitas).

Entretanto, apesar de todas essas argumentações, a reunião se trata de eleger ⁨Clarice e você, ⁨Gomes Cordeiro. O ⁨Leandro⁩, pelo que se sabe, compreende a extensão da alma do fluminense e do carioca — e não, isso não é uma piada com pinto.

Ele é quase um Nelson Rodrigues, mas a sua dramaturgia é a dramatugia do trabalhismo brasileiro com o gingado carioca.

Espero que essa reunião, além da minha digressão inútil, seja proveitosa para nós quatro.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Rebooting the American System" de American Compass (lido em inglês/parte 5)


Nome:

Rebooting the American System


Autor:

– American Compass;

– Wells King.


A guerra de 1812 levou a uma economia nacionalista que era naturalmente anti-britânica. Disso surgiu uma lição comum: a busca pela autossuficiência.


Três suportes mútuos:

– Proteção baseada em tarifa para as indústrias nascentes;

– Um sistema de financiamento nacional;

– Aperfeiçoamento Interno/Infraestrutura.


Algumas características da Escola de Pensamento Americana seriam:

– Batalha de Ideias;

– Contestação entre Nações;

– Busca pela felicidade e prosperidade geral;

– Segurança nacional;

– A unidade entre as analises econômicas, sociais e os fatores geopolíticos.


O Sistema Nacional era formado pela importância da economia nacional  na emergência da economia global. E o fim era um grau elevado de independência, cultura e prosperidade material – esse conjunto de fatores garantiria segurança interna. Da presidência de Abraham Lincoln até o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos da América tiveram a economia mais protegida do mundo.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Rebooting the American System" de American Compass (lido em inglês/parte 4)


Nome:

Rebooting the American System


Autor:

– American Compass;

– Wells King.


Os Estados Unidos teve o debate entre dois modelos econômicos que poderiam levar ao crescimento. Esses dois distintos modelos eram chamados de "The Hamiltonian Visión" e "The Jeffersonian Vision".


The Hamiltonian Vision:

- República comercial;

- Dirigida pela industrialização;

- Sistema financeiro robusto.


The Jeffersonian Vision:

- Democracia agrária;

- Pequena;

- Fazendeiros livres.


Como o plano de Hamilton acabou sendo seguido, vou detalhá-lo mais aqui:

- Agenda econômica agressiva;

- Tarifa econômica geral para criar um fundo do governo, fundo esse garantiria a função de empréstimo e a sua operação;

- Banco Nacional para a utilidade pública;

- Industrialização com subsídio nacional;

- Independência e segurança materialmente conectada com a prosperidade da indústria;

- Confiança no capital público para assegurar o desenvolvimento nacional, visto que o capital privado não seria o suficiente para assegurar esse desenvolvimento;

- Aquilo que ele era de interesse nacional deveria ser assegurado pela patronagem do governo;

- O investimento é uma afirmativa obrigação do governo federal;

- O interesse público supre a deficiência do setor privado.


domingo, 19 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Rebooting the American System" de American Compass (lido em inglês/parte 3)

 


Nome:

Rebooting the American System


Autor:

– American Compass;

– Wells King.


O que é necessário para uma nação se desenvolver saudável e forte? Deixá-la livre para correr nos ventos do livre-mercado? Atá-la um compulsivo projeto de planejamento central? Ou unir o melhor do planejamento central junto ao mais dinâmico sistema de mercado? Observar as devidas proporções e os devidos ajustamentos históricos é extremamente necessário.


Três colocações centrais podem ser feitas:

  1. Um Banco público para o financiamento de um concreto e elaborado projeto nacional;
  2. Um escudo para com a produção estrangeira através de tarifas e um incentivo fiscal para as empresas nascentes;
  3. Uma infraestrutura que conecte os centros comerciais ao restante do país.
É evidente que esse planejamento, por mais simples e mínimo que seja, encontrou posição até no solo americano. O substituto para tal programa era o livre-comércio puro e simples, sem qualquer outra questão ou plano adicional.

Enquanto a esquerda se preocupa com a globalização e a redistribuição de renda, a direita apenas ignora as necessidades atuais dos cidadãos e as necessidades econômicas do país. Esse documento da American Compass, instituição conservadora americana, traz uma nova luz ao debate.


Acabo de ler "Rebooting the American System" de American Compass (lido em inglês/parte 2)

 


Nome:

Rebooting the American System


Autor:

– American Compass;

– Tom Cotton.


Nenhuma nação pode ser considerada verdadeiramente livre se não tem uma indústria forte o suficiente para suprir o essencial. Nenhuma nação pode ser considerada livre se não é capaz de fabricar aquilo que lhe é essencial, em especial no suprimento militar. Nenhuma nação pode ser considerada livre se os instrumentos essenciais da sua defesa nacional estão sujeitos a especulação de indivíduos ou de nações estrangeiras. Visto que indivíduos particulares seguem seus próprios interesses e nações estrangeiras pensam em defender a si mesmas e a perseguir seus próprios interesses.


A razão do surgimento do Banco Central nos Estados Unidos não era outra: a construção de uma indústria forte para assegurar a independência do seu próprio país frente a ameças externas. Em outras palavras, a segurança de uma nação depende da própria nação, visto que a confiança em fatores externos é prejudicial: países e indivíduos particulares estão na busca dos seus próprios interesses. A segurança nacional é de importância e interesse nacional, não pode correr riscos e nem se deixar levar por uma vaidade.


Durante o período da covid, máscaras respiratórias e medicamentos básicos ficaram a mercê da China, nação inimiga e hostil aos interesses dos Estados Unidos. Para piorar a situação americana, a China era o centro de suprimento global. A China vem colocado tecnologia avançada na comunicação em prol de agentes de espionagem chineses. As pretensões chinesas variam, mas podem ser descritas:

  1. Tecnologia avançada;
  2. Economia forte;
  3. Destruir a ordem americana global;
  4. Tecnologia avançada, sobretudo de duplo uso;
  5. Roubo de propriedades intelectuais.
A China foi considerado um parceiro estratégico durante a Primeira Guerra Fria. Atualmente estamos na Segunda Guerra Fria. Os Estados Unidos precisam passar por alguns processos para conseguirem se preparar para a Segunda Guerra Fria. Entre eles:

  1. Construção de uma força militar mais potente e em constante atualização;
  2. O governo federal deve fazer investimentos estratégicos em tecnologia avançada e em infraestrutura crítica;
  3. Aumentar o investimento federal em pesquisa e em desenvolvimento de forma continuada;
  4. Trazer de volta: medicina, semicondutores e tudo que for essencial;
  5. Correlacionar a protagonismo estratégico do governo a um capitalismo dinâmico para uma robusta economia nacional.
O mundo de hoje é um mundo em que duas potências (Estados Unidos e China) voltam a se confrontar numa guerra fria. A Segunda Guerra Fria já é realidade. Esse processo não pode ser ignorado. Ele influenciará todos os dias da nossa vida.

sábado, 18 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Rebooting the American System" de American Compass (lido em inglês/parte 1)

 


Nome:

Rebooting the American System


Autor:

– American Compass;

– Marco Rubio.


A crise gerada pelo coronavírus levou a grandes reflexões mundiais. Não só pela questão dos chamados lockdowns e tudo que permeava as questões sobre a preferência do bem comum, dos direitos individuais ou do autoritarismo governamental. Questões econômicas também surgiram. Vários governos endossaram uma ampliação do papel do estado e outros falaram sobre como essa ampliação era nociva. Muitos falaram sobre o custo econômico das medidas e sobre a capacidade de recuperar a atividade econômica dos seus países. Nos Estados Unidos, essa discussão não foi diferente – teve as suas especificações próprias, tal como em qualquer outro país.


O documento que tenho instalado nos arquivos do meu celular é diferente. Usualmente se correlaciona muito o conservadorismo americano com uma espécie de suspeita geral para com o tamanho do estado e para com o poder que o estado possui. Conservadores americanos endossam um estado menor que os democratas. Pois bem, a reflexão da American Compass é fruto da discussão dos impactos do coronavírus. A lição que alguns conservadores americanos extraíram da crise foi a correlação entre segurança nacional e economia, levando a um apontamento da necessidade de uma soberania econômica, sobretudo nos setores estratégicos e cruciais para a segurança dos Estados Unidos da América.


Durante o período pandêmico, os Estados Unidos dependeram fortemente da produção industrial chinesa para cobrir as necessidades que surgiram graças aos impactos do coronavírus. Porém essa dependência da China foi construída graças a políticas econômicas que enfatizaram o papel da iniciativa privada como peça central na atividade econômica. Com base nas vantagens comparativas, o mercado preferiu produzir onde era mais barato e, naquele momento, a produção mais barata era na China. Graças a isso, muitas empresas americanas deixaram de empregar americanos e começaram a produzir uma série de itens dentro da China. Acontece que, durante o período pandêmico, os Estados Unidos ficou com a dependência da China para ter acesso a medicamentos e até mesmo para máscaras.


É evidente que a dependência crescente para com a China antecede o período pandêmico. E essa dependência, cada vez mais crescente, leva a um alerta sobre a segurança nacional dos Estados Unidos da América. Não só aos Estados Unidos da América, mas também para qualquer país do mundo que acredite que possa confiar setores estratégicos da soberania nacional para outro país. Não há como uma nação ser soberana e extremamente frágil naquilo que é essencial para o exercício da soberania dentro do próprio país.


Hoje em dia, os Estados Unidos não dependem da China tão somente para o acesso a medicamentos essenciais. Os Estados Unidos também dependem da China para a produção de produtos de alta tecnologia. Seja em matéria de produtos concernentes a segurança nacional, seja em minerais raros, seja em recursos integrados. Isso gera uma série dúvida a respeito dos Estados Unidos conseguir manter a sua soberania e se ele conseguirá vencer a China se a sua dependência se tornou cada vez crescente.


A reflexão que os conservadores americanos tiveram levou as seguintes conclusões:

1. Os Estados Unidos precisam autossuficiência na produção de suprimentos medicais;

2. É preciso criar uma política que seja a favor da empresa americana;

3. É preciso identificar quais setores econômicos são vitais para os Estados Unidos e proteger, incentivar e desenvolver setores de interesse nacional;

4. Restaurar e reestabelecer trabalhos na maioria crítica dos setores manufaturados.


Creio que todas essas reflexões não são só de interesse especial nos Estados Unidos. Essas reflexões são universais no tratante a qualquer país que ouse sonhar uma política verdadeiramente soberana. A soberania que não se baseie numa autossuficiência em setores críticos é autocontraditória para consigo mesma.