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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

NGL #13 — Uma liderança intelectual?

 


Faça suas perguntas anônimas: https://ngl.link/lunemcordis

Em primeiro lugar, agradeço a enorme consideração e apreço. Para mim, é muito gratificante ler isso.

Creio que a vida é cheia de ocasiões e conjunturas que não controlamos. Não pedi uma série de acontecimentos na minha vida, apenas aprendi a jogar com o que tinha. Não pedi para nascer autista, mas assim nasci. Não pedi para ser bissexual, contudo sou. Não decidi que seria do underground, porém foi o único lugar que me acolheu.

Espero que as próximas fases da minha obra não sejam tão assustadoras quanto foram as primeiras. Espero me afastar das polêmicas e construir um legado mais sólido. Espero que se as pessoas olharem pro meu passado, que seja mais com a abertura de uma dúvida do que com uma série de certezas pré-programadas.

Sim, vim de uma cultura radical. Do mesmo modo que muitos vieram de outras culturas radicais. Amadureceram, cresceram. Viram diferentes facetas dos seus movimentos. Facetas não exploradas midiaticamente (tal como ocorre com o leftypol [chan da esquerda politicamente incorreta] ou com o magalichan [chan de mulheres brasileiras]) por causa de narrativismos sensacionalistas. Vi as melhores construções, como a wiki do /mu/ e do /lit/, e as piores também, como à ascensão de Trump com auxílio do /pol/ e de QAnon.

De qualquer modo, sou uma figura que esteve dentro da história de algo que moldou e ainda molda parte da internet. Olho tudo hoje não mais como um jogador, um treinador ou um estrategista, mas como um mero expectador. Tal como um político aposentado ou um ex-jogador.

As novas gerações descobriram seus próprios erros e darão os seus próprios passos. Espero que consigam sair da radicalidade e encontrem um horizonte mais pragmático.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Acabo de ler "QAnon: Radical Opinion versus Radical Action" de Sophia e Clark (lido em Inglês)

 



Nome:

QAnon: Radical Opinion versus Radical Action


Autores:

 Sophia Moskalenko;

Clark McCauley.


Essa pesquisa, embora pequena, é bastante útil para quem estuda a obra de QAnon. Um fato bastante interessante é esse: os fóruns de QAnon são fóruns que criam coletivamente os mitos. O projeto qanonista é um projeto coletivo.


Eles analisam a radicalização com base em dois triângulos. Um meio de classificar o topo (extremismo) e o menor grau de engajamento. O que é um sistema interessante.


Triângulo 1:

- Obrigação moral pessoal;

- Justificação;

- Simpatizantes;

- Neutros.


Triângulo 2:

- Terroristas;

- Radicais;

- Ativistas;

- Inertes.


Há a questão que a pesquisa apresenta: seria a visão radical alinhada com a ação radical? Historicamente existem diferentes padrões na Janela de Overton e algo que é radical pode se tornar mainstream.


Creio que vale a pena os leitores darem uma olhada.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Acabo de ler "Exploring psyop-based conspiracy theories on social media" de Justin (lido em inglês)

 


Nome:

Exploring psyop-based conspiracy theories on social media


Autor:

Justin Bonest Phillips


Redpill, QAnon e /pol/ (4chan): quando esses nomes entram juntos, eles explodem o debate público. E quando aparece uma teoria da conspiração e psyop, há um prato cheio para todo analista.


Pensando bem, o que é uma teoria da conspiração? Uma teoria da conspiração se distingue por conter algumas características:

1. Ver padrões uma sequência não coincidente de eventos;

2. Identificar atores que aplicam o plano secreto em correlação com outros;

3. Expõem a intenção hostil dos conspiradores;

4. Lutam para revelar a verdade para todos.


O que é uma psyop? Um grupo de pessoas agindo secretamente, desejando mudar o comportamento de determinado grupo.


Uma teoria da conspiração pode surgir por múltiplos motivos, mas existem três razões bem interessantes para gerar uma teoria da conspiração: (1) epistêmica, (2) existencial e (3) social.


1. Epistêmica: estabiliza as visões de mundo;

2. Existencial e social: atende aos anseios daqueles que se veem como dominados ou em um mundo instável.


Em última instância, a teoria da conspiração é um mecanismo de defesa natural que satisfaz uma necessidade. Ela serve como um mecanismo de reforço epistêmico e um mecanismo de defesa simultaneamente. Ela também estabelece, para um grupo, um senso de pertencimento.


O interessante dessa pesquisa é que ela analisa que plataformas mais mainstream possuem um público menos ávido por teorias da conspiração e plataformas mais extremas (4chan e Telegram, por exemplo) possuem um público mais ávido por esse tipo de conteúdo. Além disso, a versão de uma teoria da conspiração é mais leve dentro de plataformas de nicho mainstream e é mais pesada e ofensiva dentro de plataformas de nicho underground. Fora isso, existe um consumo e postagem maior de teorias da conspiração em plataformas extremistas.