Mostrando postagens com marcador guerra informacional. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador guerra informacional. Mostrar todas as postagens

domingo, 16 de novembro de 2025

Memória Cadavérica #31 — Em vez de chamar de extrema-direita...

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Contexto: postagem no Threads. Expandida para fins de recordação.


A esquerda e a mídia precisam parar de escrever "extrema-direita". É uma estratégia que não funciona mais. Muitos direitistas apenas olham e dizem: "sou de extrema-direita mesmo". 


Seria infinitamente mais útil pegar comentários racistas, misóginos, LGBTfóbicos, xenofóbicos e exibi-los indefinidamente. Essa estratégia ganha "fator turbo" no período eleitoral.


Exemplos:

- Política ou discurso antimigracionista no Sul contra nordestinos = ódio contra nordestinos = exiba as mensagens ou as políticas do Sul no Nordeste em massa = direita perde base eleitoral no Nordeste;

- Discurso LGBTfóbico em redes sociais ou políticas públicas LGBTfóbicas em qualquer local do Brasil = ódio contra LGBTs = exiba as mensagens ou as políticas LGBTfóbicas para LGBTs em massa = direita perde base eleitoral entre LGBTs.


Infelizmente vocês não estão prontos para essa malandragem. No período eleitoral, vira até autofire. Qualquer discurso, qualquer política, em qualquer ponto que seja: pode e deve ser usado contra o próprio criador do discurso. Isso é uma estratégia mais inteligente do que ficar escrevendo "extrema-direita" indefinidamente, visto que essa relatividade conceitual gera receio até entre a centro-direita.


Se você pega os males discursivos ou políticas enlouquecidas da direita woke (você lembrou de pesquisar "woke right" no Google, não é? Essa é a milésima vez que escrevo isso), ninguém vai querer ser identificado como apoiador delas.


Isso fará que eles tenham um número limitado de escolhas:

1. Acusar uns aos outros;

2. Pedir perdão público;

3. Deixarem de praticar políticas divisíveis.


É evidente que você também não pode praticar os mesmos exageros retóricos. Dizer que "pessoas ricas têm muito privilégios nesse país com baixa distribuição de renda" é muito melhor do que dizer "brancos têm muito privilégio nesse país". Você precisa tornar os seus adversários reféns verbais das próprias palavras que eles proferiram sem que você se torne refém verbal das suas palavras também.


Claro, isso é só um "conselho bobo" de um escritor mequetrefe sem influência alguma. No fim, minha opinião ou a ausência dela não impactam em nada.

domingo, 6 de julho de 2025

Acabo de ler "It's time to embrace memetic warfare" de Jeff Giesea (lido em inglês)

 


Nome:

IT’S TIME TO EMBRACE MEMETIC WARFARE


Autor:

Jeff Giesea


Trolls são um problema em todos os casos? Talvez não. O estudo de Jeff Giesea apresenta uma nova forma de ver a arte da trollagem. A trollagem pode ser empregada, pela própria OTAN, para destruir o apelo e a moral de um inimigo comum. No mundo de hoje, a trollagem é uma arte que pode ser extremamente útil na comunicação estratégica.


Pensando acerca da "guerra memética" e da "guerra em guerrilha", podemos ver um desdobramento interessante. Visto que a guerra memética pode muito bem assumir a forma de uma guerrilha virtual. Os trolls da internet assumem um papel interessante e armificado nessa forma de jogatina de guerra ou guerra gamificada, podendo ser extremamente úteis se cooptados ou se suas técnicas forem empregadas.


Podemos dizer que as trolls farms, na lógica da guerra memética, apresentam uma visão extremamente potencial em períodos decisivos (como nas eleições). É uma forma de manifestar e conduzir um debate público, alterando as percepções, de modo que a guerra informacional seja conduzida de forma vantajosa para aquele que deter a melhor forma de armificar a informação dentro da lógica da guerra informacional. 


Quanto mais alguém estudar sobre a guerra memética, mais alguém é capaz de utilizar isso de forma estratégica e coordenada, levando um aumento de eficiência no emprego das técnicas. O inimigo-alvo pode ser destroçado, interrompido e subvertido pela lógica da guerra memética.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Acabo de ler "Hauntological Warfare" de Roy Uptain (lido em inglês)

 


Nome:

Hauntological Warfare: Explorations in Propaganda, Influence Campaigns, and Online Affect


Autor:

Roy Uptain


"Hauntological Warfare" poderia ser traduzido como uma guerra fantasmalogical. O artigo trata da forma com que a sociedade ressuscita símbolos do passado para utilização narrativa no presente. Há uma conexão entre passado, presente e futuro que se influenciam narrativamente, moldando a percepção e o agir humano.


Atualmente uma das principais questões da contemporaneidade é a opacidade da informação que é massivamente compartilhada, gerando redes e mais redes de feedback, além da incapacidade cada vez maior diferenciar propaganda, vigilância e guerra psicológica. Existe, além disso, uma mistura e uma conexão cada vez maior entre o soft power e o hard power: o algoritmo, o conteúdo, a manipulação afetiva e a amnésia histórica se misturam tenebrosamente.


A sociedade americana vem entrado no chão "realismo das pyops". Eles perceberam que são alvo constante de massivas propagandas e vigilância. A paranoia e a desinformação não são apenas mais ferramentas estratégicas, mas também condições ambientais.


Não muito estranhamente, vários sites são observados realizando estranhos movimentos. Eles utilizam uma estratégia subversiva que mescla metanarrativas, mitologias culturais e conspirações políticas para consolidar uma mensagem. Fantasmas do passado e hipóteses do futuro aparecem lado a lado para influenciar o presente. Enquanto isso, armificam medos e fobias para criar narrativas e contra-narrativas.


Creio que para nós, brasileiros, é de suma importância pensar acerca de uma crescente atmosfera semelhante em nosso cenário.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Acabo de ler "The Internet and Psychological Operations" de Angela Maria Lungu (lido em inglês)

 


Nome:

The Interner and Psychological Operations


Autora:

Angela Maria Lungu


Qual seria a melhor forma de conduzir guerras na era moderna?


Opção A: invadir um país e destruí-lo por dentro gastando uma série de recursos;


Opção B: fazer uma operação psicológica a distância e deixar que o inimigo destruir a si mesmo.


Evidentemente, a opção B deve ser feita. E, em último caso, a opção A é viável. Os estudos modernos vêm sido grandiosos no detalhamento da guerra informacional. Eles variam desde pequenos grupos operando em vários sites e fóruns ou até mesmo sites de informação falsa. Vários países do mundo têm atuado dessa maneira. Os Estados Unidos não é uma exceção a regra, mas um dos principais vetores dessa prática.


Em última instância, vivemos numa época em que a informação é onipresente. A conexão mundial da Internet fortalece tal onipresença. Quem ganha a guerra é quem possui superioridade informacional. Vivemos numa era da guerra informacional e usam a informação para gerar novas e novas formas de mudança comportamental. A diferença é que agora tudo isso pode ser feito a uma distância razoável.


Em vez de produzirem diretamente milhares e milhares de drones para invadir um país, pode-se antes disso produzir uma equipe técnica que é capaz de produzir várias informações ou conduzir as informações de modo favorável. Isso leva a uma redução sem precedentes dos custos da guerra. A guerra atinge, antes disso, o coração e a mente. Isso é melhor do que ficar soltando tiros.


Nesse pequeno artigo — ele possui só trinta páginas — podemos ver a possibilidade de emprego tático de operações psicológicas em videogames, streaming, chats, fóruns, mensageiros instantâneos. Tudo isso é fortemente considerado para gerar uma nova forma do ser e do agir da guerra.