sábado, 12 de julho de 2025

Acabo de ler "The Dark Enlightenment" de Nick Land (lido em Inglês/Parte 3)

 



Nome:

The Dark Enlightenment;


Autor:

Nick Land.


Existe um caráter inconscientemente religioso na intelectualidade moderna. Nick Land e Mencius Moldbug falam sobre isso, mas Eric Voegelin falou antes. A maioria dos intelectuais modernos têm fé no Zeitgeist. A maioria dos intelectuais modernos têm fé no progresso e na agenda social progressista. E há um acompanhamento claro disso com o neopuritanismo laicizado dos nossos tempos.


Quando falamos da religiosidade progressista e da fé contemporânea, vemos, por exemplo, a a palavra mágica tolerância aparecer magicamente. A tolerância é um princípio universalmente afirmado pela moderna fé democrática. A igualdade, que sempre aparece lado a lado da tolerância, é considerada um modelo moral ideal.


Nick Land e Mencius Moldbug brincam com a possibilidade do progressismo da esquerda ser meramente reacionário. E eles fazem uma analogia bastante interessante. Quando falamos de evolucionismo, as espécies menos adaptadas são retiradas. No progressismo, as pessoas menos adaptadas são mantidas por lei por causa da moralidade. O que soa irônico, os maiores defensores da teoria da evolução são os maiores negadores dela dentro da prática política. Não punir o mal adaptado e recompensá-lo através de políticas públicas são curiosamente chamados de "entusiasmo evangélico neopuritano".


Nick Land e Mencius Moldbug argumentam que existe uma compensação política para a incompetência econômica. Existe, no mundo de hoje, um mecanismo cultural automático que advoga pela disfuncionalidade, visto que vê em toda desigualdade uma injustiça. E para corrigir essa injustiça há um apelo para políticas sociais que favoreçam politicamente pessoas que foram economicamente inaptas. O Estado altruísta é pai dos direitos positivos e tudo o que é subsidiado é promovido.


A busca por traduzir a igualdade em todos os campos em questão de empregabilidade, sucesso e reconhecimento pode construir, pouco a pouco, um totalitarismo leve. Visto que é preciso colocar uma regulamentação que inspecione todos os campos, garantindo que exista uma aplicação universal dentro do território em que a religião progressista é aplicada. O Estado passa a estar acima de tudo e todos para garantir a aplicabilidade das teses progressistas. Quanto mais igualdade for requerida, maior a rigorosidade da atuação do Estado para realizar essa agenda.


Aqui nos deparamos com o termo "Catedral". Cabe aqui explicá-lo para o leitor. O termo "Catedral" é usado pelos neorreacionários da seguinte maneira: (I). um sistema dominante; (II). com um aspecto de auto-reinforço da ideologia progressista; (III). composto pela academia, pela mídia, pelas ONGs, pelas corporações e pelas burocracias do Estado; (IV). com uma autoridade quase religiosa. A Catedral representa tudo isso ao mesmo tempo.


Como a Catedral é uma organização quase religiosa ou inconscientemente religiosa, ela não aceita e não tolera heresias (intolerância contra os intolerantes). É por isso que, por exemplo, o "ódio" é inconscientemente percebido como uma intenção herege contra os dogmas da moderna Catedral. O ódio é um crime/heresia contra a Catedral em si mesma. O ódio é visto como uma recusa, o ódio vai contra o guiamento espiritual da Catedral moderna. O ódio é um desafio contra o destino que foi religiosamente desenhado pela Catedral para o mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acabo de ler "The Case Against Democracy" de Mencius Moldbug (lido em inglês)

  Nome: The Case Against Democracy: Ten Red Pills Autor: Mencius Moldbug Vendo o interesse contínuo na Nova Direita Cultural e no Iluminismo...