terça-feira, 29 de outubro de 2024

Acabo de ler "Heretics" de G. K. Chesterton (lido em inglês/Parte 3)


Nome:

Heretics


Autor:

G. K. Chesterton


Não há nada que seja desinteressante, a não ser a pessoa que, por falta de imaginação, considera tudo desinteressante. A pessoa que julga tudo desinteressante, crê que está acima de todas as coisas. E, por crer que está acima de tudo, impiedosamente não se abre a experiência do fantástico que a vida apresenta. Essa ausência de abertura, que conduz a ausência de fantástico, reduz a sua capacidade de percepção e a torna uma pessoa previsível e tediosa, numa estrutura rígida e estéril.


A questão que não estamos vendo não é a grandiosa imaginação de quem vê o mundo como algo a ser moldado por si. Aqueles que veem o mundo como algo a ser moldado por eles não possuem a humildade para compreender que a capacidade humana de apreender a totalidade dos fatos não lhes pertence. O que falamos é de outro tipo de imaginação, uma imaginação humilde que compreende que a humildade é o primeiro degrau da inteligência e do saber. É só com a humildade que podemos ver que o mundo é mais do que pensamos sobre ele, visto que não podemos abarcar o mundo em sua complexidade. Essa humildade nos permite ver que não vemos todos os detalhes, que a correlação dos fatos e objetos possivelmente nos escapa.


Quando dizemos que tudo é poético, as pessoas veem isso como uma linguagem comum ou, pura e simplesmente, um exercício de demagogia. A realidade é que não enxergamos o que está em nossa vida com os olhos de quem se admira, visto que nos julgamos acima de tudo o que está em nossa volta. O fantástico pode estar em tudo, inclusive no que é comum. Essa ausência de espantamento do intelectual moderno o leva a se afastar de tudo que está em sua volta. A arrogância lhe impede de ver o mundo, lhe conduz a querer mudar tudo. Só que ele não conseguiria, visto que isso requeriria mais do que a sua capacidade, a possibilidade de mudar o mundo requer uma inteligência sobrehumana, que não é acessível a nenhum intelectual ou burocrata.


A incapacidade de sentir a concretude de tudo por causa das abstrações que antecedem a própria existência da concretude é um mal de nossa intelectualidade desvairada. Ela indica tudo numa idealidade de quem foge. Foge da vida. Foge do próximo. Tudo está preso num esquematismo mental psicologista.  Só que esse psicologismo é mais um retorno a si do que uma abertura ao entendimento do mundo, pois o mundo nos escapa. Não podemos compreender o mundo, mas podemos amar o que está a nossa volta se nos abrirmos a esse amor. Amor esse que não podemos, de fato, compreender. A existência de uma verdadeira inteligência está ligada a uma humildade em que, no fim, não compreende o mistério profundo que a ata, mas magneticamente a conecta com tudo. 


É preciso compreender: há diferença em um estudo que torne tudo pequeno e um estudo que torne tudo grande. A simplificação para a compreensão é apenas um reducionismo para ser digerido por massas, mas não por homens e mulheres conscientes e sujeitos de si. O homem e a mulher aspiram a grandiosidade de uma vida mágica, mágica por ser concreta e fantástica em simultâneo.

domingo, 27 de outubro de 2024

Acabo de ler "Heretics" de G. K. Chesterton (lido em inglês/Parte 2)

 


Nome:

Heretics


Autor:

G. K. Chesterton


Se pudéssemos olhar todos os problemas do mundo, talvez chegássemos a algumas questões.  Chegaríamos a essas questões na medida em que olhássemos para o quão problemático o mundo moderno é e o quão imersos em problemas o homem moderno está. Como resolveríamos isso? Há quem diga que o que nos falta é realismo. Só que existe outro apontamento: somos pouco idealistas demais para sermos realistas. Podemos até ter motivos para olhar para a realidade, mas não temos ideias suficientemente fortes para tentar resolvê-los.


Anteriormente a negação vinha acompanhada de uma afirmação. A afirmação era prévia até a propriamente o que se negava. Hoje adentramos, cada vez mais profundamente, numa era em que buscamos atacar os defeitos do mundo sem nada que possamos colocar no lugar. Em outros termos, temos um inferno sem ter a possibilidade de um céu. Todo defeito é destacado com os arroubos meteóricos de uma retórica detalhada, mas toda virtude aparece sem coloração num quadro vago.


Houve um tempo em que aparecia diante se nós uma questão. Essa questão era uma pergunta cósmica acerca do sentido geral da existência. É nessa questão última que se revela cosmologicamende o sentido geral da existência. O sentido geral da existência subordina todas as outras questões, visto que todas as outras questões são secundárias. Com o tempo, quisemos nos libertar do peso da religião. Para tal, chegamos a conclusão de que não importava a filosofia ou a religião de alguém – tudo é relativo. Com isso, pulamos da pergunta para a resposta, resposta essa que seria singular. Essa forma de pensar levou a um não-pensar, visto que era a pergunta em si que possibilitava a nossa capacidade de resposta. Agora o que nos aparece não é a questão e nem a resposta. Estamos apenas por aí, vagando nesse universo de vácuo.


Pense, por exemplo, nas discussões modernas. Perguntamo-nos acerca do que é a liberdade, acerca do que é a educação, acerca do que é o progresso. Só que nos esquivamos, sempre e eternamente, sobre qual é a natureza do bem. Somente a natureza do bem pode nos dizer o que é a boa liberdade, o que é a boa educação, o que é o bom progresso. Sem sabermos primeiramente o que é essencial, não temos uma direção. A ausência de direção nos joga, novamente, ao acaso. Sempre estivemos andando em um labirinto, só que, graças aos nossos modernos sensos, estamos pela primeira vez andando num labirinto com a ausência de uma lanterna.


Falamos bastante em progresso e nos julgamos progressistas. Quanto mais progressista é alguém, mais essa pessoa é supostamente boa. Todavia o que define algo como um progresso? Se o progresso não tem uma finalidade, se não estamos caminhando para algum lugar, não podemos sequer medir se estamos indo bem ou mal em nossa caminhada. Não há como acreditar que tudo é relativo e dizer que estamos indo para o progresso, visto que o progresso, em si, seria relativo. Se o progresso é relativo, estamos indo pra qualquer lugar e isso não indica coisa alguma.


Para sabermos o que estamos fazendo, para sabermos para onde estamos indo, para sabermos se estamos bem ou mal, precisamos de um sentido. Progresso não pode significar que estamos mudando de direção a cada brisa de vento, mas precisamente que estamos indo a uma direção. Essa direção indica uma moralidade e indica uma fé quanto a essa moralidade.

Acabo de ler "Heretics" de G. K. Chesterton (lido em inglês/Parte 1)


Nome:

Heretics


Autor:

G. K. Chesterton


Há um tempo atrás, na história do homem, falava-se da importância das ideias e do que pensamos no universo. Hoje em dia, não cremos na importância das ideias – visto que são relativas – e nem cremos que a forma com que as pessoas pensam no universo é importante. No geral, tendemos a crer que a visão de alguma pessoa acerca de todos os pequenos detalhes da vida são importantes, mas a visão geral que ela tem da vida não importa.


A vida é definida por uma cosmologia. Sem cosmologia, não há base que se assente a vida. O que teríamos, sem uma cosmologia, não seria uma visão concreta. O que teríamos seria um monte de pontos soltos ligados pelas circunstâncias. Nenhuma consistência filosófica, apenas um punhado de ideias sobre alguns acasos.


Em tempos anteriores, questionava-se a razão de só pessoas consideradas ortodoxas poderiam falar sobre a natureza do homem. Após isso, liberais liberaram todas as heresias da Terra para que todos fossem livres para conversar sobre a natureza do homem. O resultado? Bem... Ninguém mais fala da natureza do homem e chegou-se a conclusão de que, no fundo, isso não importa.


Antes da revolução das ideias, todos tinham medo de se confessarem ateus. Depois da revolução das ideias, o homem colheu todo fruto da liberdade e não era mais sequer um heresiarca. Não há mais heresiarcas pois ninguém crê na importância das doutrinas, não havendo doutrinas não pode haver heresiarquia, visto que ninguém discorda sistematicamente de nada pois ninguém crê sistematicamente em algo.


O resultado de uma vida sem sentido, uma vida sem cosmovisão, não é uma "produtividade", mas sim a negação e a inércia. Hoje se fala muito de produtividade, crendo que o homem se levantará e produzirá mais no vazio da sua existência atual. Do que adianta a um niilista construir um palácio se ele não vê sentido algum nessa ação? Toda ação é previamente envolta na ausência de causa.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 16 - Final)



Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


A sociedade precisa de amplos pontos de vista e um debate aberto para que o exercício do autogoverno seja melhor. Quando adentramos num mundo em que todo mundo se isola em viés de confirmação e temos diferentes bolhas batalhando entre si, acabamos por cair numa sociedade tribalizada. Se faz necessário uma abertura cultural.


Não há muito o que dizer do final desse livro. Além do fato de que ele foi bastante interessante de se ler. Quanto o último capítulo, ele é mais uma propaganda das ações do grupo do que um capítulo argumentativo. Todavia recomendo a leitura do livro para se compreender mais da realidade política dos Estados Unidos da América.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 15)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


A distorção se tornou uma gravidade nos ambientes universitários. A diversidade, por exemplo, não é enquadrada mais como poderia ser, mas como apenas um monte de pessoas de diferentes quadros geográficos, sexualidades, gêneros... Mas todas com as mesmas ideias.


Hoje em dia, se pode dizer que a "separação dos poderes" é algo ofensivo. Como chegamos a tal ponto de distorção argumentativa? Aparentemente, tudo adentrou numa nova era linguística em que tudo o que aparece, em aparece numa forma intoxicada pelas distorções mais profundas para fins narrativo-ideológicos.


O debate, tal como alertado na análise anterior, é previamente moralizado de forma excessiva. É evidente que a modalidade do debate deve ser assegurada, todavia há uma questão: a própria moralização do debate é feita para fins imorais. A moralização não existe para que o debate seja bom ou para que não entremos num extremismo anti-humanitário, a moralização é feita como uma criminalização de outros pontos de vista antes mesmo que eles sejam anunciados. Só pontos de vista daqueles que iniciaram essa campanha "moralizatória" são possíveis dentro desse debate regulado pela falsa moralização.


A questão não é a defesa de gente racista, de gente LGBTfóbica ou, simplesmente, a defesa de pessoas intolerantes. A questão é que a arma da moralização para combater determinados comportamentos é usualmente utilizada não só para criminalizar o bestialógico nazismo e/ou o supremacismo branco, é utilizado para censurar todos aqueles que possuem apontamentos liberais clássicos ou conservadores. Até pontos de vista mais tradicionais, associados a uma mentalidade religiosa, podem ser potencialmente censurados. Entregam-nos, dia após dia, falsas noções do que se quer fazer. Depois disso, acabam atacando grupos a mais nesses pacotes de expansão não anunciados, mas previamente deliberados.


Não é um acaso que a palavra "fascista" acabou sofrendo uma relativização terminológica tão imensa nos últimos anos. Ela foi relativizada para posteriormente ser aplicada a uma série de grupos que precisamente nada têm a ver com o fascismo. Se o fascismo hoje abarca uma série de agrupamentos não-fascistas, quando existe uma pressão para combater o fascismo, adentramos num ataque a uma série de grupos que mesmo não sendo fascistas precisam ser combatidos – seja pela força aparato repressivo do Estado, seja pela força da sociedade organizada.


Pense na união dessas ações: relativização terminológica do fascismo + nova classificação de vários grupos como fascistas + necessidade de combater o fascismo. O que teremos, nessa conjuntura, não é uma sociedade melhor e "menos fascista", mas sim uma sociedade que reprime vários grupos não-fascistas e, até mesmo, antifascistas com a alegação de que eles são fascistas. Se isso ocorre, temos uma engenharia social monstruosa e a criação de um Estado policial que em nome de combater o totalitarismo adentra cada vez mais em seu próprio totalitarismo.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 14)

 


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


A academia não é formada por sentimentos, embora eles façam parte dela. A academia é formada por uma série de pessoas que, ao debaterem livremente, possuem uma possibilidade maior de compreensão dos fatos. As diferentes escolas de pensamento, os seus diferentes pontos de vista, enriquecem o debate e as informações e compreensões que existem nele. É a liberdade de expressão, além de um olhar cauteloso perante sistematismos dogmáticos, que forma o debate.


Atualmente muito se fala sobre a organização do sistema econômico. Só que essa argumentação tem sido pautada por um excesso de moralismo para que não se veja os diferentes lados dessa história. A grande maioria chega a supor que os intelectuais de esquerda querem grandes burocracias pois seriam os beneficiários primários do poder político e econômico que essas grandes burocracias teriam. A outra grande maioria crê que os intelectuais de direita defendem a iniciativa privada por supostamente odiarem os pobres e o acesso que eles teriam a maiores oportunidades de vida. É evidente que isso descarta o debate a priori, já que as argumentações acerca da produtividade econômica – o que é mais favorável para a distribuição de recursos sociais – é amplamente ignorada.


A argumentação da direita acerca da economia tende a ser a de que um sistema descentralizado, onde as pessoas podem tomar diferentes iniciativas e testar diferentes fórmulas, é melhor do que um sistema centralizado, visto que esse impossibilitaria a possibilidade daquilo que poderíamos chamar de "feedback". Quando essa crítica é ignorada, como o é na maioria dos casos, o debate é simplesmente blindado. 

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 13)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


A questão não é se eu negro deve ser de direita ou de esquerda. A questão é: o negro tem possibilidade de escolha? Na ampla maioria das vezes, a pessoa negra é levada a crer que possui uma obrigação. Essa obrigação é a de ser de esquerda. Vários grupos têm sido levado a crer que são obrigados a serem de esquerda. Há uma enorme incompreensão do que seria ser de direita e, sobretudo, o que seria ser conservador.


O pensamento conservador possui múltiplas vertentes. O pensador conservador negro, Thomas Sowell, é múltiplas vezes ignorado pelos intelectuais negros. O fato é que, nas muitas vezes, a pessoa negra é levada a crer que é obrigada a tomar não uma iniciativa de compreensão de um complexo debate, vendo qual possibilidade é melhor e em que parte, mas sim votar em candidatos de esquerda por obrigação de raça.


É intelectualmente desonesto obrigar pessoas a serem de determinados grupos políticos por serem de dado agrupamento. É intelectualmente racista obrigar negros a serem de esquerda. É intelectualmente fraudulento acusar toda a direita, em sua complexidade absolutamente variável de pensamentos, de ser racista. É epistemologicamente improvável que as políticas de esquerda resultem, ao todo, na promoção de bem-estar para os grupos que ela supostamente defendem. Na melhor das hipóteses, as teorias da esquerda são hipóteses e hipóteses podem dar errado. Não deve haver obrigatoriedade de voto na esquerda por ser pertencente a determinado grupo.


Um debate é marcado não por ideias gerais, mas por uma série de dados que usualmente nos escapam. A generalização leva ao emburrecimento e empobrecimento do debate. Não podemos cair na doutrinação argumentativa que coloca tudo em debates movidos por divergentes unidades de fé em oposição absoluta.

sábado, 26 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 12)


 Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


No que se baseia o poder atual? Os Estados Unidos da América historicamente se estabelece como uma nação em que a população branca foi privilegiada pelo processo colonizatório. A partir disso, uma estrutura social se formou e está tardando a ser desconstruída pelas forças históricas. Todavia a questão não pode acabar em uma histeria coletiva, ela deve entrar numa resolução concreta que se encaminhe para o fim dessa problemática.

Aparentemente, a única coisa que vem sido feita vem sido um revanchismo contínuo e não uma boa solução – mesmo que lenta – para os problemas. Além disso, a utilização de violência vem sido uma constante. Seja por parte de grupos supremacistas brancos – que só aumentam graças a influência digital de fóruns como o 4chan –, seja com a influência de certos movimentos negros que creem num processo de catarse por meio da iconoclastia.

Outro apontamento é que: mesmo que exista uma estrutura que tarda a ser dissolvida, o comportamento tóxico vindo de certos setores sociais não poderia levar a uma consagração de uma sociedade mais justa, sobretudo por eles causarem, em grande parte, mais ódio entre diferentes raças dentro da sociedade. Ademais de atacarem, de forma tribal, qualquer um que não esteja prontamente apto para corroborar com suas teses.


Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 11)

 


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Uma das palavras mais constantemente ditas é "trigger", essa palavra representa o "gatilho". Esse "gatilho" é o comportamento, a palavra, que leva a um grande devastamento social a partir do que é dito ou feito. O que, por sinal, demonstra como vai a nossa sensibilidade social e o rumo da opinião pública – visto que sempre nos baseamos no que é feito nos Estados Unidos da América.


A tese é que somos vítimas de uma cultura. E se uma cultura nos vitimiza, devemos depor essa cultura. A cultura deposta será... A cultura ocidental. E o que virá depois dela? Uma cultura inclusiva – ou algo que ninguém sabe exatamente ao certo, visto que os resultados não vem sido animadores até o presente momento.


Em classes de aula, os professores não sabem muito bem como executar uma educação que não ataque os sentimentos dos seus alunos. Até o presente momento, entramos em discussões prolongadas acerca do legado ocidental e como o estudo dele pode levar a um ataque das pessoas não brancas – que sofreram a agressão ocidental. A partir disso, o ponto epistêmico deve ser trocado e dar lugar a um estudo não colonialista ou perpetuador da superioridade do homem branco.


É um objetivo nobre a expansão da atividade acadêmica, visto que há uma necessidade dessa expansão para o seu aprimoramento. Só que há um vício que manipula conceitualmente o debate. Esse vício afirma que toda forma ocidental é inerentemente ruim, ao mesmo tempo que impõe categoricamente uma série de vítimas e uma série de algozes em sentido absoluto sem que exista um enquadramento mais complexo.


Não há como fazer uma academia onde as pessoas sempre se sintam confortáveis em todas as instâncias. Isso não é só humanamente impossível, é também academicamente irrealizável, visto que a realização acadêmica só existe com base numa confrontação dialética entre diferentes ideias. O debate não pode ser ditado pelos ventos da sentimentalidade e por um esquerda autocrática.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 10)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Anteriormente, os estudos liberais queriam que tivéssemos uma perspectiva de enriquecimento cultural coletivo. A perspectiva ocidental é fundamentalmente uma perspectiva da liberdade de consciência. Hoje em dia, temos uma cultura que vê na chamada "cultura liberal" como apenas uma cultura de velhos homens brancos que defendiam a dominação. O que entrou no lugar foi uma crítica sistemática a forma antiga de ver o mundo. Essa nova forma de ver o nosso legado vê todo nosso legado como ruim, de forma sistematicamente dogmática – e sem uma análise parcimoniosa acerca de cada ponto, como exige o rigor filosófico.


Hoje em dia, os novos estudos levam a crer num extremismo criticista que vê tudo que lhe é anterior de forma pejorativa. De forma maniqueísta se assume que éramos maus e estávamos imersos numa rede de ignorância sem fim até que se reinou, por fim, uma elite iluminada que condena todos os erros do passado. Esse passado não tem acertos, é evidente. Em meio a isso, uma série de figuras se destacam pela defesa dos "velhos pontos" e são caçadas por "defenderem o mal".


O problema da cultura acadêmica é que ela tem as afastado do seu propósito. O problema não é o debate ou o questionamento, mas a ausência de debate ou questionamento. Tudo aquilo que aparece como um ponto fora da curva é, então, tratado como uma espécie de heresia contra os mais novos avanços da humanidade. Um passo para trás que é injustificável, visto que estamos avançado para o paraíso terrestre em que a igualdade e a prosperidade geral finalmente se firmam. O problema não é o acúmulo de novos estudos de gênero, sexualidade, raça e de crítica ao sistema capitalista, mas a impossibilidade de ter estudos que vão além disso ou de estudos mais clássicos. Além da impossibilidade de crítica as teorias desses novos estudos, já que toda crítica é vista como um retorno à barbárie.


Toda essa criticidade vem se mostrado mais como uma espécie de criticar tudo o que existe do que em positivamente construir algo que seja um novo paradigma. A crítica não é, em si mesma ruim, só que é necessário um equilíbrio e um ponto de funcionalidade – mesmo que mínima.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 9)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Quem há de definir onde e quando falar? Para determinar isso, uma série de consagrados burocratas têm trabalhado ardorosamente para definir quem poderia, em tese, pronunciar um discurso dentro de uma universidade e em qual contexto. Além disso, uma enorme lista de termos permitidos e proibidos, uma enorme lista de classificações sociológicas e psicológicas, além de uma lista de prioridades relacionadas a cor, gênero, sexualidade, classe.


A universidade não deveria ser, antes de um tudo, um local em que há uma discussão civilizada entre as mais diferentes ideias? Não é fundamentalmente a discussão civilizada que forma a ideia central de universidade? Tal como a democracia é essencialmente dialógica, a universidade é dialógica ou escapa a sua missão fundamental.


Um argumento que vem sido usado ao longo do tempo é que precisamos distinguir o que é uma simples troca de diferentes pontos de vista do que é uma troca de ofensas. Anteriormente, isso era possível. Hoje em dia, estamos saindo da classificação de falas proibidas – que são cada vez maiores – e adentrando nas ideologias proibidas – que, também, são cada vez maiores.


É evidente que existem grupos que são notoriamente contrários a democracia e ao debate livre, querendo destruir a própria possibilidade de que esses debates ocorram e que o sistema democrático funcione. Há, no entanto, um porém: o ataque e proibição dos grupos antidemocráticos se tornou uma carta coringa que faz com que diferentes grupos sociais acusem uns aos outros de fascistas para que o grupo opositor seja caçado. A relativização terminológica, junto a noção de que grupos antidemocráticos são proibidos, leva a um desenvolvimento em que todo mundo pode ser acusado de fascista por parte de uma manobra.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 8)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Quando o número de palavras catalogáveis em "discurso de ódio" não para de crescer, como podemos saber o que é um "discurso de ódio" de forma simples para que a maioria das pessoas saibam o que é ou não é um discurso de ódio? Entrar nessa discussão vem sido um esforço muito marcado pela incongruência e falta de precisão terminológica. Muitas vezes, a ideia de discurso de ódio vem sido usada para... Criminalizar uma série de outros discursos que, em situações normais, nem seriam classificáveis como discurso de ódio.


O caso exemplar dos discursos acerca da meritocracia é um exemplo concreto da natureza incerta acerca do propósito do "discurso de ódio". De fato, o discurso de ódio existe. Só que mesmo discordando da natureza da meritocracia na ampla maioria dos casos, não poderíamos classificar o discurso acerca da meritocracia como algo naturalmente odioso e lamentável. Isto é, não podemos classificar todo e qualquer discurso sobre meritocracia como automaticamente um discurso de ódio.


Os códigos de linguagem visam uma mudança profunda na forma com que nos comunicamos. Essas novas regras linguísticas vêm dado o que falar. Além disso, muitos ainda não "absorveram" a razão das mudanças e nem a forma com que deveriam falar a partir de agora. Só que há uma questão maior por trás desses códigos linguísticos: a forma com que nos expressamos demonstram, em parte, como pensamos. Se somos obrigados a mudar a forma como pensamos, deve haver uma razão especial para isso. Quando somos levados a repensar falas que eram muitas vezes racistas, LGBTfóbicas e até classistas, isso era um bom ponto. Todavia estamos entrando em um caminho em que precisamos revisar crenças em prol de uma crença que não é mais sobre uma simples convivência civilizada, mas uma imposição de um padrão de pensamento.


Veja que combater a meritocracia em todas as instâncias não é justo. Se uma pessoa defende a igualdade de oportunidades para que as pessoas possam de fato competir, ela seria uma pessoa defendendo um ponto de vista odioso? Uma pessoa pode, a partir disso, ser obrigada a lingüísticamente ter um discurso que defende a "igualdade absoluta" em todos os campos e em todos os termos apenas para não ser encarada como uma portadora de um "discurso de ódio". Isso não é apenas uma forma de não proferir um discurso ofensivo, é uma forma de sustentar um discurso que está contra o que ela crê.


Toda essa engenharia comportamental sútil não pode ser encarada como essencial para a convivência social e para a preservação da democracia. Já que ela já ultrapassou a barreira da civilidade e adentrou no domínio do pensamento. Esses novos códigos podem levar a destruição da democracia e a um totalitarismo que se implanta lentamente, mas de forma consistente.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 7)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


O estudo psicológico revelou uma série de termos que serviam para o ataque de grupos socialmente desfavorecidos e como esses termos eram usualmente utilizados para o ataque desses grupos. Além disso, demonstraram o impacto psicológico das assim chamadas "micro-agressões" – termos pejorativos rotineiramente utilizados – e como elas influenciavam a vida das minorias ou grupos desfavorecidos.


O problema é que essa boa intenção inicial trouxe uma outra série de termos. Alguns faziam bastante sentido, outros perderam o significado inicial. Isto é, alguns termos já não estavam mais no sentido histórico em que anteriormente eram encarados. Outros representavam algo diferente. Pode-se dizer que quase ninguém em sã consciência utilizaria a palavra "denegrir" no sentido racista no século XXI, mesmo com todo o alarde que se faz acerca desse termo. Além do termo "esclarecer" num sentido eugenista.


Se os termos passados no parágrafo anterior poderiam ser "questionáveis", embora objeto de uma discussão sobre a sua natureza racista ou não, outros termos surgem. Esses termos são frases como "acredito que todo mundo que se esforce consegue ascender socialmente". Essa seria uma frase racista? Onde está, dentro dessa frase, uma colocação racista? Aí é que está: há toda uma teoria que afirma que a sociedade não tem uma igualdade de oportunidades suficientemente boa entre pessoas de diferentes raças para a meritocracia ser considerada como algo justo – o que, de fato, é uma verdade –, mas julgar essa frase como racista exige um esforço teórico muito grande.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 6)


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Um dos principais debates que rolam no ambiente acadêmico americano – e também no Brasil, que importa o conteúdo da nova esquerda – é o chamado "safe space".  O "safe space" seria um local seguro, longe de toda e qualquer opressão. Uma frase maravilhosa e, tal como toda e qualquer frase maravilhosa, esconde algo por trás.


É interessante como a distorção narrativa apresenta muitas finalidades. Hoje em dia, até mesmo um discurso liberal – o antigo liberalismo, não o novo –, pode ser censurado com a premissa de que ele é um discurso "fascista, misógino, racista". Por mais que eu discorde prontamente da meritocracia, apontá-la como um discurso "neofascista" é o extremo que ocorre em alguns campos universitários. Além disso, a própria relativização terminológica do fascismo coloca uma série de discursos não fascistas como algo fascista.


Tal como toda política e ação política, existe um planejamento por trás disso. Uma simples ação esconde uma estratégia sutil, deliberadamente provocada, para a construção de longo prazo de um objetivo concreto. Por exemplo, a ausência de proporções, a rigor, beneficia aquele que distorce as proporções para a justificação narrativa.  A relatividade ambigua de certas palavras constrói, pouco a pouco, uma possível ação estratégica. Tudo atua, por fim, como numa esoguerra – uma mescla de um esoterismo comportamental e atitude guerreira.


Todo objetivo, supostamente simples em sua criação, pode ser distorcido por uma tática de manipulação sutil. Se anteriormente os "safe space" serviam para o encontro de minorias marginalizadas, hoje o "safe space" tem o objetivo de calar toda e qualquer oposição. Como já foi esmiuçado, o sentimento que define se algo é politicamente incorreto ou politicamente correto. Basta alguém "se sentir" ferido. Só que, bastando alguém se sentir ferido, há todo um pretexto para que isso seja usado para criminalizar, dentro do campo universitário, toda uma série de posicionamentos com base nesse sentimento.


Um exemplo disso é: o que de fato faz alguém ser verdadeiramente ofendido e até que ponto ser ofendido deve ser uma preocupação séria? Todos estamos sujeitos a sermos ofendidos. Só que há um porém: se um estudante se sente ofendido por um professor que, numa aula sobre o liberalismo, passa pensadores liberais no período da ascensão e concepção do movimento liberal, o que podemos fazer? O aluno pode alegar que isso é uma redução eurocêntrica, que marginaliza as suas visões ao não contemplar uma série de outros movimentos históricos em outros locais do mundo. Ora, é um fato que o estudo deve estar aberto e esmiuçar toda uma série de complexidades, só que isso não abre contexto para uma outra posição? A partir de uma perspectiva histórica de que o liberalismo é, em si mesmo, um movimento de exploração e destruição, então o próprio liberalismo, em sua forma clássica, pode ser proibido para não "ofender" os sentimentos subjetivos de ninguém.


Uma alegação provável, conforme uma série de estudos, pode nos fazer crer que não deveríamos estudar a história européia ou norte-americana. Já que essa seria a visão histórica dos opressores e colonizadores. O correto seria, por sua vez, estudar a história da África. É evidente que os fatores de exploração, além do colonialismo, deveriam ser abordados em sala de aula. Só que não é estranho quando essa visão decai num maniqueísmo? Hoje em dia, estudar a história das assim chamadas "grandes civilizações" pode ser interpretada como uma espécie de "apito de cachorro" e uma comprovação, por si mesma, de uma mentalidade colonialista. A visão da história americana deve ser, por exemplo, ruim em todos os pontos possíveis. Não há momentos de glória e nem de avanço em liberdades hoje tidas por primordiais. O próprio fato de que os Estados Unidos da América terem inaugurado o que seria uma "nação moderna", com aquele progressismo liberal, é desconsiderado.


É evidente que garantir a segurança na faculdade é uma parte importante. Só que a segurança física, um local acolhedor, está servindo junto com um outro propósito: o de proteger as pessoas do debate entre diferentes ideias. A faculdade deve proteger as pessoas dentro dela, só que ela deve proteger o debate até mesmo assegurando que ele ocorra para o seu próprio bem. Somente assim poderemos ver a frutificação da verdadeira democracia: o espírito do debate entre diferentes ideias de forma metódica e civilizada.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 4)

 


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Se houvesse uma palavra que definisse a retórica das universidades americanas e o seu programa, essa palavra seria: diversidade. Evidentemente não é uma "diversidade" de pensamento. A diversidade são entre as diferentes colorações de vermelho e as diferentes versões de liberalismo. Sem nunca adentrar, é claro, numa tonalidade mais azul ou conservadora.


Quando John Stuart Mill falava de liberdade, ele falava de uma liberdade diferente. Essa liberdade seria uma liberdade em que a própria liberdade do outro, apesar de indigesta para nós em muitos casos, era considerada. Já que a liberdade também é a liberdade de antagonismo, embora não seja a liberdade de destruição. O debate, quando saudável, aprimora os dois debatentes mesmo quando não há um consenso sobre determinado ponto.


Em vez do livre-exame e da livre argumentação, temos o exato oposto. Pessoas esperando para serem ofendidas e, logo que ofendidas, esperando a oportunidade para a destruição do adversário. Seja por meios legais, seja por meio do grito e da violência das hordas. Esse desenvolvimento pareceria improvável num ambiente ditado pelo debate como é a academia. A mesma academia que fala sobre a "cruel censura" da Igreja Católica nos tempos da Idade Média e da "mentalidade repressora" da inquisição.


O fundamento da democracia não é o que consideramos mais puro e belo em nosso próprio coração. O fundamento da democracia é aquilo que está dentro de nós em diálogo com o outro. A sociedade aberta, por assim dizer, prospera quando estamos numa posição dialógica e dialética. É o debate e a fala que constituem, a rigor, a democracia. A democracia é um esforço de abertura, não um conjunto de pessoas esclarecidas que se creem abertas e, por tal razão, não se abrem ao debate.


Anteriormente se havia estabelecido o que seria uma linguagem de ódio e o que seria uma linguagem mais "comum". Hoje temos uma abordagem que fica a mercê de um mero sentimento. Todo discurso, a depender do grupo favorecido, pode ser encarado como "ofensivo" a depender não mais de classificações precisas, mas de prosaicos sentimentos.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 3)


 Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


O movimento da nova esquerda americana começou com a defesa da liberdade de expressão. Isso pode parecer errado ou, no mínimo, irônico. Hoje em dia, a nova esquerda americana vai se tornando, pouco a pouco, uma traidora de todos os valores que a fundaram. A nova esquerda começou com pautas envolvendo a descentralização, a liberdade de expressão, a busca por uma sociedade menos autoritária. Hoje em dia, ela caminha lentamente para o oposto disso.


Estamos caminhando para um ponto em que um discurso descaradamente racista e um discurso meramente "liberal" – não no sentido americano, mas no sentido geral – não apresentam diferença alguma em "ofensividade" para certos grupos. Pode ser que, num futuro, a própria criminalização prévia de emissão de opinião seja uma prática comum.


Se torna cada vez mais comum atos de violência dentro do ambiente universitário. Esses atos de violência usualmente são cometidos por pessoas que se creem, notoriamente, contra todo tipo de violência e a favor do amor e da empatia. Todavia é muito difícil crer em tal crença, haja visto a própria neoinquisição que surge nos centros mais supostamente civilizados do planeta – as universidades.


A última missão da universidade é a exposição as mais diversas formas de pensamento. Ao proibirmos os mais diversos pontos de vista em virtude de uma crença que acreditamos ser melhor, decaímos enquanto acadêmicos. Ademais, sem uma abertura epistemológica, não se é possível aumentar a liberdade de escolha. As universidades correm o risco de se tornarem estéreis em nome das boas intenções.


A educação em país livre requer uma liberdade discursiva. O livre debate é um dos requisitos fundamentais do autogoverno. Sem ele, é impossível falar de liberdade e de democracia dentro de um país. Em que país há democracia efetiva sem que exista, por assim dizer, um livre debate que possibilita a própria escolha democrática? Dentro dos academias, o livre debate é essencial. Não há pesquisa real sem liberdade de investigação, de pensamento,  de debate.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 3)


 Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


Em primeiro lugar, se exige que todo mundo tenha uma "opinião". Depois disso, se ataca quem tem uma "opinião" contrária aos que exigiram, em primeiro lugar, que todo mundo tivesse uma opinião. Em todos os tempos, existem períodos de relativa liberdade e tempos de relativa censura. Os tempos de relativa censura precedem usualmente um período de estagnação.


O fundamento do autogoverno é a mútua liberdade expressiva e a mútua compreensão de que o outro não pode cessar de existir. O fundamento da autocracia, pelo.contrário, é a inexistência do outro. Se não há o outro, há o império de algum grupo. Esse grupo, para obter todo poder, precisa do controle da "emissão de opinião".


O objetivo de destruição sistemática se torna cada vez mais presente. Hoje em dia, pouco se vê que a crítica sistemática não é uma forma saudável de democracia e tampouco é uma forma saudável de crítica. Quando pessoas se juntam para criticar toda a matemática por ser supostamente branca temos uma forma de histeria coletiva. Podemos aprimorar conceitos, negar parcialmente ideias, alterar algumas formulações de pensamentos, mas a negação sistemática de algo é uma forma por demasiado tola e irracional de se pensar.


Quando um grupo se torna hegemônico e manipula a sociedade para que ela seja modelada aos seus gostos, interesses e ideias, esse mesmo grupo comete um crime contra a sua própria inteligência. Ao longo prazo, a própria capacidade desse grupo de ter ideias críticas se perde. A ausência de divergência também é a ausência de aprimoramento no próprio pensamento, pois é o pensamento que nos move para o desenvolvimento. A ausência de antagonismo também é a ausência de dificuldade. Hoje em dia, podemos ver um mundo sem grandes debates ou com diferentes seitas tendo "ideomonólogos" entre si.


Ora, se a verdade está fragmentada e espalhada pela realidade, são os diferentes pontos de vista que possibilitam uma visão parcialmente mais correta. A ausência de diferentes visões contrárias não significa a unidade perfeita das ideias e um mundo melhor, o que se sucede é o autoritarismo e, depois disso, o início de uma sociedade totalitária.

domingo, 20 de outubro de 2024

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 2)

 


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


A exclusão sistemática de vozes divergentes nas universidades americanas se tornou uma prática comum, quando não aplaudida, por setores progressistas da academia. Não raro, conservadores são expulsos, calados, cancelados e agredidos. Uma realidade de profunda intolerância em um país conhecido amplamente por sua cultura liberal e liberdade de expressão.


Uma das principais argumentações que "justificariam" tal comportamento é a acusação de neofascismo. Hoje em dia, o chamado "neofascismo" é algo ambíguo. A relatividade conceitual na aplicação desse termo leva a uma perda da própria noção do que foi o fascismo enquanto movimento histórico e em suas principais crenças enquanto movimento. Usualmente a militância antifascista cai em ações flagrantemente fascistas para combater o fascismo. O que se pode dizer sobre o fascismo é que ele tinha determinadas características peculiares: um governo centralizado, autocrático, um forte controle social e econômico e, por fim, a supressão da oposição.


Atualmente existe uma deturpação contínua dos termos para uma justificação de determinadas ações e ideologias. Junto com o fechamento do debate e o cerceamento do discurso. Essa correlação leva a um desenvolvimento mononarrativo que leva ao apagamento contínuo da liberdade intelectual dentro das academias. Essa ação consequentemente leva a um prejuízo da riqueza discursiva. Temos o risco de cair em um consenso e não chegar nunca a uma possibilidade de debate razoável.


O automatismo mental que vem se desenvolvido nas faculdades não permite graus de conhecimento maiores. A própria capacidade dialética se perde conforme a unanimidade cresce. As perseguições não são o único problema, existe também a exclusão social e também a agressão física. Em um ambiente assim, a faculdade é monopolizada para fins cada vez mais questionáveis.

Acabo de ler "Campus Battlefield" de Charlie Kirk (lido em inglês/Parte 1)

 


Nome:

CAMPUS BATTLEFIELD

HOW CONSERVATIVES CAN WIN THE BATTLE ON CAMPUS AND WHY IT MATTERS


Autor:

Charlie Kirk


O excepcionalismo americano, doutrina pouco conhecida pelo brasileiro médio, afirma que os Estados Unidos da América possuem uma missão única nesse mundo. Visto que os Estados Unidos da América foram a primeira nação moderna do mundo, já que nasceram da primeira grande revolução. Essa é uma visão que permeia o imaginário de muitos americanos.


Se os Estados Unidos da América foram fundados por grandes valores liberais, no que eles se transformaram ao longo dos anos? Atualmente se fala muito da repressão que estudantes mais a direita do espectro político vem sofrido. Eles chegam a necessitar de agentes de segurança para simplesmente falaram nas universidades. Algo está confuso: esse não era o país da liberdade de expressão? O país foi fundado pela liberdade de expressão, só que essa liberdade é atacada dia a dia.


Nos Estados Unidos da América se fala de muitos assuntos, mas um dos principais assuntos conversados é a tal da guerra cultural. Não muito recentemente, tal assunto se tornou pauta no Brasil e estamos patinando nesse tema. No entanto, nos Estados Unidos da América esse assunto já é um pouco mais sólido e conta com um debate um tanto mais intenso.


As brigas que aparecem nas faculdades americanas estão dando o que falar. Só que faculdades não podem ser locais de autoritarismo. As faculdades precisam de diversos pontos de vista para que possam ter um debate rico. Os Estados Unidos são um país em que a liberdade econômica e liberdade de fala sempre foram pautas supremas.


Um dos fatores que causaram espantamento no autor foi o fato de que muitos acreditam que os Estados Unidos não são um bom país. Ora, isso não é injustificado? Apesar das mazelas, os Estados Unidos são um país criativo, onde milhões de migrantes vivem, onde vários migrantes ilegais tentam adentrar ano após ano. Com todos os seus problemas – nenhum país é destituído deles –, os Estados Unidos ainda são grandiosos e importantes.


Os Estados Unidos foram fundados sobre algumas perspectivas. Uma dessas perspectivas era do autogoverno. Não seria a elite – ou a hierarquia – que definiria o rumo do país. Quem definiria o rumo do país seria o próprio povo. Para que esse povo pudesse discutir o rumo do país, seria necessário algo que chamamos de "liberdade de expressão". É a liberdade de expressão que possibilita uma livre discussão. Sem uma livre discussão, como o povo poderia saber sobre quais políticas podem adotar? A liberdade de expressão é boa pois a verdade, ou um fragmento de verdade, pode estar e poder vir de qualquer lugar.


O debate possui um enorme risco. Até hoje não sabemos definir precisamente o que é a liberdade de expressão. Todavia corremos o risco, cada ver maior, de uma cultura tecno-autoritária em que o discurso do cidadão comum se veja cerceado ao mesmo tempo em que apenas alguns setores da academia, da burocracia e das corporações sejam capazes de expressarem as suas visões. Enquanto o poder comum decresce, o poder de dados setores da sociedade – inclusive na capacidade de modelar essa mesma sociedade – cresce.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Acabo de ler "The Agony of the American Left" de Christopher Lasch (lido em inglês/Parte 6 - Final)

 


Os Estados Unidos se tornou um local mais radical e dividido. Olhando as condições dessa sociedade já fragmentada e com problemas sempre crescentes, não era de se duvidar que tal problemática uma hora crescesse. A ausência de resolução para problemas estruturais foi se acumulando, tempo após tempo, ano após ano. O que sobrou? Uma mentalidade cada vez mais repressiva de um lado, uma mentalidade cada vez mais radical de outro lado.

O contato dos antigos liberais com os chamados "liberais radicais" nos Estados Unidos é meio tenso, para não dizer ingrato. A realização das pautas dos liberais radicais requer que se faça algo contra grandes corporações estadounidenses. Incapazes de resolverem a questão, aumentam o Estado de bem-estar social como forma de paliativo. Eles não podem simplesmente não manterem o contato com os radicais, visto que a base social dos antigos liberais não mais existe e eles dependem dessa nova base.

Em relação ao socialismo ou da possibilidade socialista, o americano médio não se vê "tentado" a essa hipótese. Ele vê o socialismo como uma série de ditaduras burocráticas em países pobres de terceiro mundo. É evidente que não existe base para o socialismo em um país avançado, visto que o socialismo se instalou em países pobres e subdesenvolvidos.

A nova esquerda, por assim dizer, crê num socialismo descentralizado e fragmentado. Todavia não apresentou ainda uma solução satisfatória que consiga suprir os problemas sociais de forma geral. Não há um sistema que seja "bom o suficiente" para substituir o atual – inclusive sem falir os Estados Unidos no processo.

Os Estados Unidos, sendo uma nação avançada, poderia ter as condições necessárias para um socialismo democrático. A questão que entra é: como apagar da memória dos americanos as noções do socialismo autoritário do século XX? Ademais, como criar uma nova cultura que absorva a antiga cultura, mas que também supere essa antiga cultura? Talvez essa seja a grande questão da nova esquerda.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Acabo de ler "The Agony of the American Left" de Christopher Lasch (lido em inglês/Parte 5)

 


O fim das ideologias, as arrogâncias utópicas, era algo bastante comentado. Aparentemente os devaneios totalitários perderam o seu poder persuasivo ante às massas. Tal ideia só poderia ser irrisória: a humanidade não aprende de forma permanente e nem tem seu legado transmitido de forma automatizada.


As instituições de ensino superior, agora massificadas, tinham a missão de darem pessoas tecnicamente capazes a uma sociedade tecnicalizada. Embora houvesse toda uma propaganda dizendo que a faculdade – o ensino superior, no geral – lhes daria uma educação humanista. Todavia esse humanismo deveria ser integrado a um interesse corporativo sem o qual a própria massificação do ensino superior seria impossível.


As universidades americanas criaram os estudantes enquanto classe. Essa classe era psicologicamente adulta, mas sociologicamente adolescente. Essa classe detém uma visão extremamente crítica do mundo, sendo incapaz de se integrar a ele devido a sua ultra criticidade. Essa ficou conhecida como a "nova esquerda" e tinha uma visão romântica acerca da violência e do conflito.


Essa "nova esquerda" via com maus olhos as autoridades, como também via com maus olhos a burocracia e a hierarquia. Eles acreditavam que a sociedade estadounidense lhes retirava a autenticidade. Para viver uma vida mais autêntica, eles fizeram frente as instituições que julgavam padronizadoras. Com tal mentalidade, a nova esquerda fez vários protestos e esses protestos tomaram várias formas e proporções.


Um dos fatos que mais ligam a nova esquerda é a sua atuação antiguerra. Inclusive, seu movimento antiguerra foi protagônico no rumo político dos Estados Unidos da América durante a guerra do Vietnã. De qualquer forma, após tanto e tanto tempo, tantas e tantas revoltas, o movimento da nova esquerda não foi capaz de resolver problemas estruturais da sociedade estadounidense.


Pensando em todas essas aspirações humanistas não realizadas, podemos pensar na estrutura econômica dos Estados Unidos. Ainda hoje se pode afirmar que os Estados Unidos é caracterizado por grandes corporações de alta tecnologia, por um lado, e pelo mercado tradicional, por outro lado. Os intelectuais – cientistas, acadêmicos, técnicos – são empregados no setor de alga tecnologia. Só que existem aqueles que ficam de fora.


Numa sociedade onde a alta tecnologia é o foco e todos os setores da sociedade depositam sua esperança na formação de intelectuais, o principal foco político não é outro se não a própria universidade. Muitos vão a ela esperando que ela crie condições melhores, mas recebem um mundo perdido em troca do seu ato de boa fé. São incapazes de cumprirem aquilo que a própria sociedade lhes exige ao mesmo tempo que a universidade não lhes dá o futuro garantido que ela mesma prometeu enquanto instituição.


A instituição universitária, por sua vez, está corrompida pela a sua ligação com quem a financia. As corporações e o governo querem que ela tenha uma utilidade que é contrária aos anseios democráticos e humanitários dos seus próprios alunos. Isso a faz tornar o palco de um conflito que sempre aumenta.

Acabo de ler "The Agony of the American Left" de Christopher Lasch (lido em inglês/Parte 4)

 


Christopher Lasch não poupa ninguém em sua análise. Como podemos ver, a esquerda americana sempre amarga em derrotas e ele explica a razão delas falharem. Aqui ele fala mais sobre o racismo e os movimentos pelos direitos civis dos negros. As questões raciais nos Estados Unidos sempre foram tensas.


As relações raciais nos Estados Unidos, tal como no Brasil, variam de local para local. As relações raciais no sul do país não são as mesmas que no norte do país. Particularmente no sul, a integração da comunidade negra – em vez da dissolução no todo social – criou um forte sentimento coletivo e disciplina interna. O que favoreceu fortemente uma política negra.


A relação dos negros no sul era fortemente guiada pelas igrejas. Essas tinham como base a paciência, o sofrimento e o endurecimento. Por mais incrível que pareça ao leitor de visões mais modernas, essa ação foi mais politicamente bem sucedida do que a adaptação a modernidade capitalista. A adoração ao sistema capitalista se tornaria passaporte para o hedonismo, oportunismo, cinismo, violência e ao ódio por si mesmo. A satisfação moderna só pode dar curtos períodos de prazer em vez de uma disciplina metódica, logo é incapaz de proporcionar um movimento político de longo prazo.


O movimento negro do norte tinha uma perspectiva bem diferente. A sua cultura era mais moderna, por assim dizer. Só que essa modernidade não favorecia a sua luta política. Muito pelo contrário, a cultura deles era uma cultura de satisfação hedônica marcada pelo curto-prazismo. Essa desvantagem levou a fraqueza do movimento negro do norte. Em outras palavras, os valores materialistas não eram autossuficientes para metodologicamente gerar um movimento consistente a longo-prazo.


A existência de negros muçulmanos também é algo a ser comentado. Esses possuíam um senso que era ao mesmo tempo "místico e prático". Muitos desses se envolveram em campanhas de moralização, tentando alertar os perigos de uma vida desregrada. Esses mesmos perigosos tornavam a comunidade negra fragmentada, fraca, viciada e inconsistente.


O nacionalismo negro teria uma espécie de ressurreição. Mas preciso falar de algo antes: os irlandeses e os judeus seguiram um caminho interessante. Criariam uma comunidade separada, mas autossuficiente. É graças ao apoio mútuo que se tornaram capazes de desenvolver uma comunidade forte e potencializadora dos indivíduos que estavam dentro dela. Inicialmente fracos e marginalizados, foram pouco a pouco se tornando mais poderosos. Chegaram a se tornar iguais (em igualdade), mas distintos (separados enquanto comunidade). O movimento negro, o Black Power, queria criar uma comunidade autossuficiente de forma semelhante.


O movimento negro americano falhou em desenvolver uma comunidade forte. Infelizmente a ausência de uma percepção mais aprofundada da comunidade judaica e irlandesa foi uma das principais causas da sua derrota. O movimento negro americano perdeu tempo demais indo de ilusão para ilusão, sem nunca chegar a uma concretude, seja teórica, seja prática.

Acabo de ler "The Agony of the American Left" de Christopher Lasch (lido em inglês/Parte 3)

 


Naquela altura do campeonato, vendo o triste fim da União Soviética que estava embebida no totalitarismo, a ideia de uma construção social lógica e perfeita era impossível. Logo a possibilidade mesma de um mentalidade revolucionária era impossível. Era preciso ir além dos limites de "esquerda", "direita" e "centro". Se fazia necessário uma visão de mundo mais modesta, menos baseada em abstrações e mais pragmática em seus meios e fins.


A ideia de liberdade total ao indivíduo ou segurança total ao indivíduo eram duas totalidades opostas, uma defendida pelo liberalismo e outra defendida pelo socialismo. Essas duas abstrações marcavam a ferro e fogo o mundo. Era uma pauta muito "tolerante" para a animosidade polarista que tomava o mundo na Guerra Fria. O mundo estava dividido entre "dois grupos" e os grupos opostos tomavam todo e qualquer discurso do lado oposto como uma espécie de propaganda. A neutralidade, advogada por muitos intelectuais, parecia uma espécie de reforço a um dos lados – mesmo que essa não fosse, muitas vezes, a intenção.


O anticomunismo tinha algumas vias. Uma dessas vias era o anticomunismo reacionário, um anticomunismo mais à direita. Só que esse anticomunismo não era a única via anticomunista. Havia – e há – um anticomunista humanitário e mais ao centro ou à esquerda do espectro político. Esse anticomunismo é, muitas vezes, objeto de escárnio ou descrença. Muitos ex-comunistas eram anticomunistas e muitos deles não eram propriamente defensores do "capitalismo", mas sim de uma visão mais equilibrada de mundo, onde o dualismo ficava de fora.


A responsabilidade intelectual, em nome da busca sincera pela verdade, deveria ser maior que o otimismo e o grupalismo. O intelectual deveria estar acima dos interesses mais viscerais e dos grupos mais autolisonjeiros. Em vez disso, muitos buscavam soluções fáceis e tribalizadoras. É por isso que os intelectuais americanos queriam uma vigilância constante para não cair no atavismo. Prescrição essa muitas vezes ignoradas por tribalistas de direita ou de esquerda.


Tal situação de extremismo se tornou ainda pior quando o macarthismo se tornou a palavra de ordem dos Estados Unidos. O comportamento de Joseph McCarthy se tornou algo visceralmente doentio e a mentalidade conspiratória acusou sumariamente várias pessoas. Em nome da liberdade que era atacada pelos países comunistas, criou-se uma censura – muito semelhante a comunista – para acabar com... A conspiração comunista. Os Estados Unidos acabou cerceando a liberdade para acabar com aqueles que supostamente atacavam a liberdade.


A defesa da cultura livre, isto é, a livre discussão, a livre investigação, o livre-exame e o livre debate, eram mais do que nunca atacados numa era de extremos. Além disso, a consciência dos estados em relação aos intelectuais aumentava dia após dia. Os intelectuais são parte fundamental da sociedade, são eles que moldam a forma com que vemos o mundo e profissionalizam uma série de pessoas para várias tarefas. Os Estados queriam que os intelectuais fossem subservientes aos seus propósitos propagandísticos, deixando o "povo" mais dócil aos seus interesses. Só que há diferença entre o "intelectual puro" e o "intelectual propagandista". Um intelectual pode chegar a muitas conclusões, teses, ideias... Mas se seu dinheiro depende se algum grupo, as suas investigações são menos livres e mais condicionadas a interesses que escapam ao livre curso de seus exames.


A questão que aparece é: como que um intelectual mantém a sua vida intelectual? O exercício da sua intelectualidade requer um amparo financeiro. Esse amparo financeiro usualmente vem da burocracia e a burocracia geralmente se correlaciona ao governo – ou é o próprio governo. A ligação cada vez maior de intelectuais com o governo se demonstra mais alta. Essa correlação cria uma dependência e, quiçá, engrandece na medida em que corrompe a própria inteligência.


Vivemos no mais espetacular e grandiloquente processo de fusão entre o "intelectuariado" e a burocracia. Essa fusão está criando um elitismo acadêmico cada vez maior. Alçando o voo de uma classe que toma consciência corporativa cada vez maior. Os frutos dessa relação – além da ausência de uma cultura livre – é o engrandecimento de um poder estranho e invasivo.

Acabo de ler "The Case Against Democracy" de Mencius Moldbug (lido em inglês)

  Nome: The Case Against Democracy: Ten Red Pills Autor: Mencius Moldbug Vendo o interesse contínuo na Nova Direita Cultural e no Iluminismo...