Livro:
A UDN e o Udenismo
Autora:
Maria Victoria Benevides
A UDN teve uma derrota com a eleição de Dutra. Ela considerava que a vitória era moralmente sua. Isso traz uma importante transformação na UDN.
A autora demonstra que a UDN não nasceu como um partido, isto é, como portador de uma missão conjunta e bem determinada. Antes disso, era uma frente ampla e heterogênea, surgida por uma necessidade conjuntural.
Nesse período, a UDN marcou-se pela ambiguidade. Ela tinha a intransigência original de Virgílio de Mello Franco, a fixação juridicista de Prado Kelly e o realismo elegantemente adesista de Otávio Mangabeira e Juraci Magalhães. Tudo isso ao lado do sempre marcante eufemismo elitista e moralista.
Para superar o retorno do Getúlio Vargas e impedir uma aliança entre o PSD e o PTB, a UDN far-se-ia amigável em busca da pacificação nacional e de um plano econômico e financeiro. A incompetência política era justificada em nome da consolidação democrática. A pá de cal foi a segunda aposta no Eduardo Gomes. O retorno de Vargas estava marcado.