quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Acabo de ler "A UDN e o Udenismo" de Maria Victoria Benevides (Parte 10)


 

Livro:

A UDN e o Udenismo


Autora:

Maria Victoria Benevides


O Governo Dutra (30/01/1946 a 30/01/1951) é interpretado de forma diferente por diferentes grupos. Alguns apontam ele como o governo da união nacional, da pacificação, da estabilidade econômica, do respeito à Constituição.


A autora, por sua vez, traça uma crítica. Na verdade, o governo Dutra seria:

1. Uma coalizão partidária (PSD-UDN-PR);

2. Com intensa repressão ao movimento operário e à atuação dos comunistas;

3. Citando Paul Singer, um governo que elevou a taxa de exploração do proletariado e transferiu para a indústria uma parte substancial da exploração do campesinato;

4. Um legalismo autoritário;

5. Movido pela ordem política e econômica (entenda aqui como defesa do capitalismo).


Olhando a análise do Ricardo Maranhão, pode-se compreender o governo Dutra em dois planos:

- Plano Interno:

1. Vigor do movimento operário;

2. Crescimento do Partido Comunista.

- Plano Externo:

1. Emergência da Guerra Fria;

2. Fornecimento dos elementos ideológicos necessários para associar a infiltração comunista aos movimentos populares;

3. Justifica a repressão às manifestações operárias.


De 1946 até fins de 1947 o governo intensificou as intervenções nos sindicatos. Sofreram com isso a Confederação Geral dos Trabalhadores, MUT (Movimento Unitário dos Trabalhadores), a União das Juventudes Comunistas. Pode-se apontar também a cassação do registro eleitoral do Partido Comunista. Em 1947, o governo rompe com a União Soviética, cria também a Escola Superior de Guerra. A mesma escola que seria responsável pela Doutrina de Segurança Nacional e contra-insurreição. Essas duas últimas, dariam fruto em 1964.