Livro:
A UDN e o Udenismo
Autora:
Maria Victoria Benevides
O Governo Dutra (30/01/1946 a 30/01/1951) é interpretado de forma diferente por diferentes grupos. Alguns apontam ele como o governo da união nacional, da pacificação, da estabilidade econômica, do respeito à Constituição.
A autora, por sua vez, traça uma crítica. Na verdade, o governo Dutra seria:
1. Uma coalizão partidária (PSD-UDN-PR);
2. Com intensa repressão ao movimento operário e à atuação dos comunistas;
3. Citando Paul Singer, um governo que elevou a taxa de exploração do proletariado e transferiu para a indústria uma parte substancial da exploração do campesinato;
4. Um legalismo autoritário;
5. Movido pela ordem política e econômica (entenda aqui como defesa do capitalismo).
Olhando a análise do Ricardo Maranhão, pode-se compreender o governo Dutra em dois planos:
- Plano Interno:
1. Vigor do movimento operário;
2. Crescimento do Partido Comunista.
- Plano Externo:
1. Emergência da Guerra Fria;
2. Fornecimento dos elementos ideológicos necessários para associar a infiltração comunista aos movimentos populares;
3. Justifica a repressão às manifestações operárias.
De 1946 até fins de 1947 o governo intensificou as intervenções nos sindicatos. Sofreram com isso a Confederação Geral dos Trabalhadores, MUT (Movimento Unitário dos Trabalhadores), a União das Juventudes Comunistas. Pode-se apontar também a cassação do registro eleitoral do Partido Comunista. Em 1947, o governo rompe com a União Soviética, cria também a Escola Superior de Guerra. A mesma escola que seria responsável pela Doutrina de Segurança Nacional e contra-insurreição. Essas duas últimas, dariam fruto em 1964.