terça-feira, 11 de novembro de 2025
Memória Cadavérica #26 — Inadequação ao Debate Público Brasileiro
Memória Cadavérica #24 — ConVERsadorismo Brasileiro
Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.
Contexto: resposta a um usuário do Threads.
Conservadorismo ≠ tradicionalismo moral
Exemplo são: Rick Wilson, Stuart Stevens, Christopher Buckley, Nelson Rodrigues, Pondé, conservatários.
Pare de pegar esse reacionarismo pop e achar que tem conservadores, VOCÊ NÃO TEM. Não existe conservadorismo no Brasil, ninguém estuda múltiplas escolas conservadoras por aqui. O que há aqui é, no máximo, um conVERsadorismo de reacionários estultos e sem compreensão do que falam. A maior prova disso é: quase 100% da direita nacional atual é uma DIREITA WOKE.
Ninguém sabe SEQUER a diferença entre:
- um hamiltoniano;
- um Red Tory;
- um federalista;
- um neohamiltoniano (leia American Compass);
- um neoconservador;
- um conservatário.
Leia:
https://www.perplexity.ai/search/2a512747-8387-4cf2-89ff-20f6c03c2e60
(Política da empresa Meta para promover reacionarismo pop)
No máximo, o que há no Brasil é:
- Uma direita woke (pesquise woke right no google, termo que foi inventado pelos próprios conservadores para definir gente mau caráter que se arroga do nome "conservador" pra promover wokismo de direita);
- Um reacionarismo pop;
- Um tradicionalismo hipócrita, burro e capanga.
Ninguém aqui sabe o que é conservadorismo. Ninguém aqui leu múltiplas escolas de pensamento conservador. Ninguém aqui sabe COISA ALGUMA de conservadorismo. Ninguém sabe quem é Christopher Lasch e quem é Patrick Deneen, tampouco chegou a conhecer o conservadorismo anticapitalista que eles representam. Ninguém leu as críticas conservadoras ao Donald Trump de Rick Wilson e Stuart Stevens.
domingo, 5 de outubro de 2025
Memória Cadavérica #13 — Underground
Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.
Nunca ganhei um único centavo sendo escritor. Sempre fui escritor por hobby. Ou, talvez, por vocação. Quando vejo as pessoas dizendo: "não sei se me pociono ou deixo de me posicionar de tal forma", percebo que segui um caminho mais certo. Também pouco espero de apoio social ou financeiro.
O brasileiro está sempre quebrado, quem é independente precisa trabalhar na hora extra para não receber nenhum tostão.
Não espero fama, não espero viver bem. A única coisa que se acumula são as dores nas minhas costas e o cansaço para com o debate público. Debate público que, além de emburrecer cronicamente, piorou muito.
Tenho muitas opiniões extremamente polêmicas. Guardo comigo uma série de visões que escapam, seja do exuberante patrimonialismo intelectual brasileiro — o qual chamamos de universidades públicas —, seja da direita woke e mainstream que agora cresce que nem piolho.
Eu não espero compreensão. Muito pelo contrário, afasto-me de bandos tal como o diabo se afasta da cruz e o boêmio se afasta da carteira de trabalho.
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
Memória Cadavérica #7 — Erros Históricos
Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.
Nota: texto expandido para efeito de melhor compreensão.
A direita precisa começar a aprender com os próprios erros.
O bolsonarismo tentou trazer o neoconservadorismo, que havia sido atacado por conservadores-populistas e neohamiltonianos nos Estados Unidos. No período em que há o auge do neoconservadorismo no Brasil (Bolsonaro eleito), o neoconservadorismo é massivamente rejeitado pelos próprios ciclos conservadores americanos.
Do mesmo modo, no período da covid, o bolsonarismo trouxe a mesma prática embusteira de Reagan na gestão da AIDS: teorias conspiratórias a rodo e ausência de forte base científica em suas decisões. A mesma procedência duvidosa de uma direita que cresce a margem da academia e se ancora no populismo e no reacionarismo. Os resultados foram milhares de mortes e o afastamento de vários acadêmicos do conservadorismo.
A UDN errou a trazer um liberalismo do século XIX, datadíssimo, nas eleições contra Vargas. Quando perdeu, contestou as eleições. Isso remete ao bolsonarismo trazendo o neoconservadorismo em vez do conservadorismo populista ou neohamiltoniano e ao Aécio e Bolsonaro rejeitando os resultados das urnas. Se a UDN trouxe um liberalismo do século XIX no século XX, Bolsonaro trouxe um conservadorismo do século XX no século XXI.
Existe um nuance: o discurso bolsonarista é populista, estilo trumpista. A prática governamental é neoconservadora e a militância bolsonarista é associada à direita woke. De resto, em relação econômica, ele foge da Nova Doutrina Econômica Conservadora (American Compass), que é um retorno ao conservadorismo hamiltoniano (o chamado neohamiltonianismo).
O bolsonarismo pega os piores elementos da direita do passado e junta com os piores elementos da direita do presente.



