quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Acabo de ler "Resident Evil Vol 2: O Incidente de Caliban Cove" de S. D. Perry

 



Essa história se passa antes dos eventos do Resident Evil 2. A personagem central aqui é a Rebecca Chambers e o vilão principal é Nicolas Griffith. E se você se pergunta em qual jogo esse livro se baseia, talvez você fique um pouco decepcionado: em nenhum. Bola pra frente, vamos encarar o conteúdo do livro - que pode ser mais do que um irritante "filler" - como um universo paralelo que acrescenta na experiência em si do Resident Evil.

Esse é um livro curto e que trata duma série de personagens que surgiram da mente do próprio S. D. Perry. Ele apostou em dar uma guinada mais autêntica e original em sua criação. Parece que isso sempre ocorre quando se trata de Resident Evil. Para falar a verdade, estamos cansados dessa bagunça que se tornou um inferno caótico. Até mesmo importantes jogos são resetados, tal como Code Veronica. Fora que existem boatos que a história do Resident Evil 4 será alterada.

Vou tentar deixar a mágoa de lado e partir pra algo que seja um pouco mais preciso. A história de Caliban Cove não é ruim. Só que é um pouco desconexa com a linha de continuidade. "Zumbis" inteligentes só apareceriam com maior maestria no Resident Evil 4 e esse livro vem com eles antes do 2. O que demonstra que tudo é uma espécie de bagunça, não? Cada um opta por ir por um caminho diferente.

No livro, Dr. Griffith consegue criar um vírus superior ao T-vírus. Esse cria pessoas de aspectos manipulável, capazes de receberem ordens de um mestre. Griffith vê nisso uma espécie de redenção da humanidade, ele alteraria ela a sua imagem e semelhança como um homem convertido em deus. Um grupo formado por Rebecca e outros membros da S.T.A.R.S. fará de tudo para impedi-lo enquanto buscam provas para destruir a Umbrella.

O livro se torna bastante apreciável, sobretudo em carga dramática, lá para o final. O terreno que o autor preparou aos poucos foi excelente, ele conseguiu de fato produzir um peso dramático a obra e uma forte carga sentimental por cada personagem que lentamente trabalhou. Vale a pena não pular esse livro e dá-lo uma chance.

Acabo de zerar "Luigi's Mansion" no 3DS

 



Quando Luigi's Mansion foi lançado junto ao GameCube em vez de um jogo do Mario, os gamers tiveram uma incógnita em vez duma esperança de sucesso. Era um console da Nintendo entrando na sexta geração sem um jogo do Mario já disponível no começo de sua vida útil.

Não demorou muito para as pessoas perceberem que Luigi's Mansion não era um jogo ruim. Tanto que ele foi aclamado como uma das maiores vendas para o GameCube, ficando em quarto lugar no número de vendas. Só que a versão que joguei, como já devem ter percebido pelo título, é de 3DS e não de GameCube.

Com uma jogabilidade inovadora e expandindo o rico universo da franquia Mario, nesse jogo controlamos Luigi que busca seu irmão numa mansão mal assombrada. O jogo é focado mais na investigação e na sua capacidade de resolver enigmas do que na ação em si. Uma ótima pedida pra uma série como Mario que foca o jogador em movimentos precisos em que a ação ocorre nas plataformas desafiantes a todo momento. Se o jogo do Mario é uma jornada selvagem, o do Luigi é mais como um jogo de detetive poltergeist.

O jogo não é nem de longe tão difícil quanto um Zelda, só que nem por isso deixa de ter seu agrado. Você se divertirá inspecionando cada elemento e capturando os estranhos fantasmas que rondam a mansão. Toda essa jornada é condensada pelo espírito investigativo do jogador conjuntada a capacidade técnica de dar movimentos precisos quando necessário. Logicamente o jogo se estrutura também na pesquisa pela fraqueza dos adversários que se apresentam, tudo aqui é pensado e interativamente posto.

Ao terminar o jogo sou invadido com certa dose de felicidade. Sempre gostei mais do Luigi do que do Mario. Ver que nosso querido covarde enfrenta seus próprios medos para salvar o seu irmão dá uma dose de protagonismo ao rapaz e um pouco de diversidade de gameplay a franquia Mario como um todo. Com certeza um excelente jogo para se passar o tempo, não vai decepcionar quem busca uma nova experiência.

domingo, 21 de agosto de 2022

Acabo de ler "Resident Evil: a Conspiração Umbrella" de S. D. Perry

 



Esse segundo livro de Resident Evil que leio. O outro foi o 0, o qual li primeiro por questão de ordem cronológica da história. Então se você está vendo essa postagem e achando-a estranha, recomendo que dê uma lurkada no Instagram, Facebook ou no blog Cadáver Minimal para achar a postagem anterior. Caso ache desnecessário ou já tenha lido a análise anterior, vá em frente com a leitura.

Esse livro adapta os acontecimentos do primeiro jogo do Resident Evil. Jogo esse lançado em 1996 pro saudoso PlayStation 1 da Sony. Antes que me perguntem: não, a leitura não requer que o leitor tenha jogado os jogos da franquia. Tenham esse  livro como um "produto em si mesmo" ou como uma adaptação funcional da franquia. Tal como o jogo, esse é um livro de terror. Se você for aficionado por terror, é uma boa pedida gastar um tempinho lendo os livros da série.

A história é definida pelos planos mirabolantes da Umbrella. Assassinatos estranhos começam a ocorrer em Raccoon City e cabe a S.T.A.R.S. investigar. A suposição é que sejam malucos canibais, um tipo de seita estranha ou um grupo desorganizado de desordeiros psicopatas. E, ah, como seria mais fácil se fosse qualquer uma dessas inconveniências. Na verdade, a Umbrella sofre de um vazamento de suas armas biológicas e zumbis andam a solta por aí.

O livro vai se construindo por uma narrativa claustrofóbica pela elegante e estranha Mansão Spencer. Uma linda obra arquitetônica recheada de segredos, enigmas, armas biológicas dos mais variados tipos e obras de arte de tirar o fôlego. Talvez essa mansão tivesse sido um pouco mais aproveitável em estadia se quase tudo que estivesse lá não tivesse o objetivo primário de te matar, mas quem sou eu de questionar a genialidade do gênio fundador da Umbrella.

Ler esse livro é ser conduzido por uma gigantesca conspiração satânica de todas coisas que não deveriam existir e como os personagens tentam sobreviver a todo inferno que experienciam. Perdemos o fôlego pela série de problemas que cada um perscruta. E, se você ama histórias com zumbis, esse é um livro indicado para você.

Acabo de zerar "Castlevania: Mirror of Fate" no 3DS

 



Após um longo tempo sem jogar um metroidvania, resolvi jogar essa iguaria no 3DS. Esse jogo tinha muitas críticas mistas, uns dizendo que era muito bom e outros dizendo que era muito ruim. Graças a isso, fiquei em dúvida e resolvi tardar a gameplay desse jogo enquanto jogava jogos mais bem avaliados. Digo-lhes: esse jogo é excelente.

Juntando elementos de metroidvania com hack and slash, Castlevania Mirror of Fate propõe uma experiência surreal com gráficos fenomenais e cinematográficos. Prepare-se para batalhas épicas e uma exploração de outro nível. O jogo se sai bem em reinventar o gênero metroidvania, tornando-o ainda mais refinado e apresentando gráficos cartunescos em 2,5D. Não só o jogo em si é belo, como sua jogabilidade é surpreendentemente fluida e responsiva.

Alguns acusaram esse jogo de ser curto, porém eu creio que eles não se dedicaram a andar pelo mapa completo. Talvez se eu tivesse seguido só com a intenção de zerar, sem o objetivo de ser minucioso e platinar o game, eu também achasse o jogo curto. Esse não foi meu caso: dediquei-me a ter a experiência completa que o jogo se propõe a oferecer.

Quanto a dificuldade: achei-a razoável. O jogo requer sempre uma série de movimentos para executar todas as suas funções. Qualquer coisa feita pelo personagem exige uma certa dose de cuidado técnico e isso causa uma certa estranheza e impressão de lentidão - mesmo que isso seja muito bem executado e fluído. Essa é uma razão que irrita alguns jogadores do jogo, todavia não achei ela irritante e até apreciei essa peculiaridade como uma boa adição e uma experiência singular.

Termino o jogo sabendo que apreciei uma obra prima dentro do último console portátil da Nintendo. Além de um dos melhores gráficos para o portátil da Big N, o jogo se destaca pela sua história marcante e sistema de batalha surreal. Recomendo o jogo a todos aqueles que buscam uma narrativa épica condensada com uma beleza artística e a brutalidade dum bom sistema de luta.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Desnecessário

 Pin on Pepe

 

Suas palavras são desnecessárias, dar-nos-ão apenas o contínuo ruído sonoro do término de nosso relacionamento. Eu sei que tudo foi bem até onde poderia ser. Tudo que preciso é de uma lembrança feliz, de quando éramos homem e mulher. Lembrar-me de ti nas auroras de outrora e não do fim trágico da obra que construímos juntos. O que quero, o que preciso: está dentro de minha mente, seu sorriso feliz por ter-me ao meu lado. Eu só preciso lembrar dele e guardarei uma imagem boa de ti na perenidade de minha consciência. Tudo o mais é desnecessário, todo restante é acidental e triste, um acessório horrível àquilo que chegou a representar o nosso amor. Eu não posso consertar o que está quebrado, nem posso ouvir o concerto da melodia de uma paixão perdida.

 

Eu quero lembrar de ti num perene sorrir. Não nos choros que finquei em teu rosto. Eu sinto muito, isso é egoísta e covarde de minha parte. Escrevo-lhe como uma forma de pedido de desculpa. Eu ainda quero lembrar da maciez de seus lábios femininos, do carinho materno que nutria por mim, da tolice ingênua de meu agir de menino, de seus problemas de mulher, de seus trejeitos de menina. Meus erros rasgaram teu sorriso, meu pecado fincou-se em tua alma, meu amor extraviou-se pelo caminho e decepcionou-lhe fortemente. O que penso é só o que preciso: a tua imagem antes do ódio que lhe dei com a marca de meus erros, seu rosto risonho e tenro antes do esgar de ódio que pincelei em tua face. Não tenho tempo para gastar em meus antigos erros de um amor perdido. Não posso voltar onde não há volta. Não posso romper a barreira criada por um laço rompido. Foi melhor pra você assim, foi melhor pra mim assim.

 

Arrependo-me tão somente do paraíso perdido, sabendo que não haverá mais volta. Caminho com a fé de um dia amar de novo. Suas palavras rancorosas chegam até a mim, só que o ódio que tens por mim não chega a mim e se transforma em ódio a ti. Isso não aconteceria nem em um breve lapso temporal, isso não aconteceria nem em um milhão de anos. Se eu tivesse que odiar alguém pelo que rolou conosco, odiaria a mim mesmo - eu sei, fui eu que dei mancada, fui eu que errei, só que estava tentando te proteger.  A minha imagem obscura logo obscureceria a tua imagem de luz. Você diz lutar para não me odiar, eu luto para não lembrar que fui amado. Eu luto para não lembrar de cada erro que cometi. Eu luto pra não lembrar que te fiz chorar. Eu luto para não lembrar que não há mais volta e que há sempre uma possibilidade para encontrar um novo amor e sentir o que um dia senti por ti.


Espero que o tempo remova a tua raiva por mim. Eu não voltarei a ti, tu não tornarás a mim. Se puderes lembrar com um carinho pelo bom tempo, sentir-me-ia mais feliz. Só que tudo bem achar que fui um merda. Tudo bem achar que minha ação foi infeliz. Tudo bem se achar que sentir seu ódio por mim lhe torna melhor e mais forte. Aceito até seu ódio por mim se isso lhe faz bem. Se te fizer melhor, pense em todos os erros que cometi repetidamente. Só que não espere o mesmo de mim. Espero que o tempo cure seu ódio, espero que encontre alguém que a ame, espero que seja feliz. No fundo, amar é desejar o bem. Desejo-lhe sempre o bem e espero que um dia deseje o mesmo para mim.

Acabo de zerar "The Legend of Zelda: Ocarina of Time" no 3DS

 



"O fluxo do tempo é sempre cruel, sua velocidade é distinta para cada pessoa, mas ninguém pode mudar isto..."

Há muito tempo, há uma frase que é dita para cada um que se interessou apaixonadamente por videogames. Uma estranha frase. Dizem as lendas que havia um jogo que era considerado a maior obra prima dos jogos - recomendado a cada gamer e programador. Esse jogo era como as sinfonias de Mozart, ele era como "Crime e Castigo" de Dostoiévski, ele era o "Dom Casmurro" de Machado de Assis. A frase dizia que "jogue Ocarina do Tempo, o melhor jogo de todos os tempos".

Jogo videogame desde meus 5 anos de idade. Não demorou muito para que eu entrasse em contato com uma série de análises e dicas de jogos. Aliás, é graças aos videogames que peguei gosto pela literatura e pela carreira de escritor e intelectual. Um mundo inimaginável construía-se perante mim e eu ia crescendo ao lado das obras que jogava. Como num passe de mágica, interessei-me por ficção, filosofia, teologia, psicologia, jornalismo. Todo esse amadurecimento foi criado pela beleza dos jogos que me marcavam na cabeça e faziam-me desejar mais ardentemente a filocalia da vida intelectual.

Tardei anos para zerar esse jogo. O menino tolo e autista que vos fala passou por várias dificuldades na vida real. Só que sempre encontrei refúgio nos livros e nos jogos, por causa disso livrei-me da pulsão suicida. Só que havia a hora de me abrir ao melhor jogo de todos os tempos, era chegada a hora de apreciar a máxima iguaria. Quando esse tempo chegou, já tinha me formado em filosofia e publicado mais de dez livros anonimamente. O menino se tornou um homem.

Joguei Ocarina do Tempo como homem feito, mas com alma daquele menino que aos 5 anos de idade jogava Sonic no Mega Drive. A experiência foi fantástica, um retorno à infância mágica dos tempos de outrora. Muitas vezes, eu terminei jogos dizendo "fantástico". Só que dessa vez, digo outra frase: "muito obrigado". Eu agradeço pela fantástica experiencia que tive. Sou eternamente grato.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Acabo de ler "Resident Evil: Hora Zero" de S. D. Perry

 



Eu decidi ler esse livro antes de qualquer outro por um simples motivo: a história dele antecede todos os outros, mesmo que tenha sido lançado depois. Logo burlei a ordem de lançamento e parti para aquele que, se não me falha a memória, foi o último a ser lançado, mas é o primeiro em ordem cronológica. Uma situação semelhante ocorre com o Resident Evil 0 lançado para aquele videogame obscuro, porém fantástico, GameCube.


Resident Evil tem uma lore maravilhosa, embora as produções audiovisuais feitas com base nele para o cinema ou até para a Netflix - em forma de série - sejam lamentáveis. Ainda existem algumas animações em forma de filme que são apreciáveis. Recomendo que deem uma boa olhada neles. Só que um bom fã da franquia não pode se furtar a ler os livros baseados nos jogos - que gozam de uma maior fidelidade ao cânon dos jogos.


Em primeiro lugar, a pergunta que vem a pessoa é: por que esse livro (tal como o jogo) se chama 0? Basicamente por sua história se passar antes do 1. Isso pode parecer banal, todavia a história do Resident Evil é profundamente rica. Para um bom entendedor, meia palavra basta. Vira um item obrigatório para quem quer se inteirar mais sobre esse mundo cercado de zumbis e armas biológicas.


Nesse livro, acompanhamos a história de Rebecca e de Billy (um fugitivo da justiça) e como se deparam com um dos fundadores da Umbrella - revivido por grotescas sanguessugas. Toda história se passa com Rebecca suportando sua primeira missão prática que abre a sua vida para um inferno insuportável de zumbis e toda uma série de bichos modificados geneticamente. A trama conta mais um pouco da história da Umbrella (essa maravilhosa fabricadora dos maiores pesadelos de toda humanidade sã).


A sensação que tive lendo esse livro é um pouco de estranheza. Não estou muito habituado a pensar no Resident Evil como um zoológico do terror. Porém com o tempo me afeiçoei a forma distinta pela qual operaram o terror sombrio da obra. Por fim, simpatizei-me mais com vários personagens, até mesmo com os diabólicos vilões. Valeu-me muitíssimo a pena imaginar cada detalhe, a sensação psicológica foi diferenciada.