sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Memória Cadavérica #6 — Se Deus não existe...

 

Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.

Se Deus não existe, nada é permitido


Deus, quem ousa dizer o nome dele? Quando um rico dizia o seu nome, queria sair da riqueza. Quando um pobre dizia seu nome, queria sair da pobreza. Deus É o princípio relativizante do real. Ele serve para relativizar as coisas. Toda vez, na história, que clamaram o seu nome: ele serviu para relativizar o que existia. Isto é, ele serviu para que o que existia não apagasse o que poderia existir. Deus é isso: aquele que relativiza o que existe em função do que virá  a existir. É por isso que Deus é um deus da história. É por isso que Deus É: Deus é Deus em função de apagar os imperativos sociais que presentemente existem. É por isso que, se Deus não existe, virá a existir. E se Deus não virá a existir, somos todos escravos.

Memória Cadavérica #5 — Sobre Republicanismo e Conservadorismo

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Nota: expandi algumas sessões para dar mais clareza.


Os Republicanos Rockefeller eram defensores do estado de bem-estar social e dos direitos iguais. Transfaridos para o momento atual, defenderiam os LGBTs. Mary Dent Crisp era até feminista. Eisenhower fez um excelente governo. Alexander Hamilton também foi um excelente estrategista conservador. Eu me identifico muito mais com essa visão pragmática do conservadorismo, ligada a pessoas como Rick Wilson, Christopher Buckley e Stuart Stevens. Sou favorável ao aborto e a legalização das drogas. Reagan, Trump e Bolsonaro são o câncer do movimento.

Memória Cadavérica #4 — Massas Acéfalas

 



Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


O problema da direita brasileira sempre foi a ausência de intelectuais responsáveis e sérios em um nível majoritário. Cita-se muito Nelson Rodrigues, mas poucos leram as suas obras teatrais. Já existem outros que se perdem completamente: Gustavo Corção, Leonel Franca, José Guilherme Merquior, Bruno Tolentino, nenhum deles é lido ou citado. Há uma diferença enorme entre o conservadorismo/liberalismo letrado e as massas acéfalas que seguem em sua galerosidade de massa de manobra.

Memória Cadavérica #3 — Emburrecimento Reacionário

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Eu estou vendo a história da UDN pela Maria Victoria Benevides (a UDN e o udenismo), posso lhe afirmar que a direita nacional era mais culta em outros períodos, porém sempre cresceu lado a lado com massas reacionários (tal como a direita americana, como demonstrado pelo livro "American Psychosis"). A diferença é que agora só sobrou a massa reacionária. O período de transição entre a direita que se identificava com o PSDB e a direita bolsonarista foi um período de emburrecimento reacionário.

Memória Cadavérica #2 — Direita Brasileira e Mainstream

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Se a direita brasileira fosse:

Red Tory = em políticas sociais e programas de bem-estar social;

Libertária = em posicionamentos culturais;

Hamiltoniana = em economia;

Rurbanista = seguindo a ideia de Gilberto Freyre para diminuir a desigualdade regional;

Distributista = para melhorar a distribuição de propriedade;

Pró-BRICS = para sustentar um desenvolvimento econômico soberano.

Ela seria INFINITAMENTE MAIS MAINSTREAM.

Memória Cadavérica #1 — Piadas Traquinas sobre Política

 


Memórias Cadávericas: um acervo de textos aleatórios que resolvi salvar (no blogspot) para que essas não se perdessem.


Boa tarde, ⁨Gomes Cordeiro⁩. O senhor ⁨Leandro é presidente da Juventude Trabalhista. Um dos homens mais bem informados sobre a política nacional.

Ele tentou reformar o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), tal como a galera do Livres tentou reformar o PL (Partido Liberal) e tal como a American Compass tenta reformar o Partido Republicano.

O fato é, o PTB não foi refundado em direção a um trabalhismo mais novo, o Livres não tornou o PL em um partido liberal e apesar dos esforços da American Compass, o Partido Republicano ainda não é hamiltoniano.

(A propósito, lembra mais o Jackson [primeiro presidente democrata e populista] e uma versão confusa do jacksonianismo do que Lincoln e Hamilton).

De qualquer forma, apesar dos ventos indicarem a permanência de estruturas políticas fossilizadas de toda espécie. Além de imbecis sugerirem que a União Brasil é a Nova UDN, mas sem toda a erudição, pessoas cultas e retóricas adornadas, o Brasil parece caminhar para um impasse.

Em 2026, é provável que Lula ganhe, porém em 2030 há um impasse conjuntural. Dizem que a direita aguarda esse momento para eleger Tarcísio (de Freitas).

Entretanto, apesar de todas essas argumentações, a reunião se trata de eleger ⁨Clarice e você, ⁨Gomes Cordeiro. O ⁨Leandro⁩, pelo que se sabe, compreende a extensão da alma do fluminense e do carioca — e não, isso não é uma piada com pinto.

Ele é quase um Nelson Rodrigues, mas a sua dramaturgia é a dramatugia do trabalhismo brasileiro com o gingado carioca.

Espero que essa reunião, além da minha digressão inútil, seja proveitosa para nós quatro.

Nota de Pesquisa (NDP): livros sobre a UDN

 


A Nota de Pesquisa (NDE) são apenas pessoas, conceitos e posições para eu pesquisar depois, porém que creio que sejam úteis também para suscitar o interesse das pessoas que leem o blogspot como auxílio de pesquisa.


- "A UDN e o Udenismo: Ambiguidades do Liberalismo Brasileiro (1945-1965)" da Maria Victoria Benevides;

- "Partidos Políticos e Classes Sociais: A UDN na Guanabara" de Izabel Fontenelle Picaluga;

- "O Demolidor de Presidentes: Carlos Lacerda e a Política Brasileira" de Marina Gusmão de Mendonça;

- "A UDN e o Anti-Populismo no Brasil" de Otávio Soares Dulci;

- "O Pensamento Político do Brigadeiro Eduardo Gomes (1922-1950)" de Marcos Vinícius Furtado de Mendonça;

- "Banda de Música e Seu Maestro: Aliomar Baleeiro e o Golpe de 1964" de Martina Spohr.