terça-feira, 6 de setembro de 2022

Hoje vamos aprender um pouco do português brasileiro!

 



"Vamos modernizar o Brasil" = obras superfaturadas sem data de entrega - possivelmente eternas - e dinheiro fluindo na mão de burocratas e da elite patrimonialista. 


"Vamos privatizar" = a privatização não ocorre no Brasil, mas sim a privatarização (pirataria + privatização) em que empresas são vendidas a preço de banana e parte do dinheiro da compra é emprestado pelo próprio governo (sic).


PPP (parceria público privada) = literalmente oligopólios, monopólios e corporativismo a rodo para enriquecer políticos e empresários que estão "acima" de qualquer concorrência de mercado real.


Combate à corrupção = ataca a corrupção de outros partidos.


Partidos de situação = literalmente gente que se baseia na popularidade do governo presente e/ou que ganha dinheiro e poder para o defenderem.


Partidos governistas = tudo pelo poder. Fará de tudo para ter poder e até mesmo corromperá a máquina pública com cabides de emprego.


Partidos de oposição = são aqueles que acharam mais vantajoso a imagem de rivais do poder presente pra angariar o poder depois. A depender do lucro e das possibilidades, podem sair da oposição.


Metralhadora giratória = atira para todos os lados para pagar de outsider. 


Realpolitik (política real) = o discurso ideológico só existe para enganar trouxa, no fim, o que importa é o poder e tão somente ele. Logo qualquer tipo de contorcionismo verbal e atitudinal é válido. Relativismo retórico.


"Vou mandar mais verba para (insira qualquer coisa aqui)"  = aumentar o dinheiro que é enviado para qualquer coisa fingindo que isso aumenta a produtividade da coisa que ganhou maior "investimento" sem qualquer estratégia real e também serve para assegurar cabide de emprego dos eleitores mais famosos que sempre ganham alguma boquinha por conseguirem ganhar votos. 


Democracia/ditadura = "democracia é quando eu mando, ditadura é quando você manda".


"Grande pacto de desenvolvimento nacional" = políticos e empresários corporativistas ficarão extremamente ricos com obras superfaturadas.


"Eu não como dólar" = relativismo retórico de gente que pedia dólar baixo.


Delação premiada = corrupto entregando corrupto.


Antifascismo = movimento contra qualquer coisa que não se goste, podendo variar absolutamente conforme as modas do espaço-tempo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

TRANSFORMEI "O LIVRO DA INTENÇÃO" DE RAIMUNDO LULIO EM AUDIOLIVRO!

 



É com prazer que anúncio que acabo de transformar mais um livro em audiolivro. Sinta-se convidado(a) para ouvi-lo no Spotify ou no YouTube pelo canal "Latir contra os Grandes"!

Nesse livro, Raimundo Lulio trabalha sobre o ordenamento da vida em si e como mortificar os maus gostos e ascender na aspiração das coisas celestes. Um livro excelente a quem busca um maior relacionamento com o divino. Um grande clássico teológico da Idade Média. O livro poderá ser ouvido em estado completo no Spotify e em fragmentos no YouTube.

Spotify:

YouTube:

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Eu não quero estar vivo depois da madrugada...

 


 

    Eu não quero estar vivo depois da madrugada. Nela sou vítima de um acaso desacordado em que a vida é uma exaustão de desgaste. De tanta sobrecarga, sou obrigado a curtir o pouco do pouco em efervescência profanada. Se o que sobra é sempre menos, desgastar o que sobrou de nada é exigência da apequenada felicidade, única possível nessa cidade escravizada. Os prazeres efêmeros condizem muito com a necessidade temporal de horas condicionadas, a pseudotranscendência fez-se morada em minha alma atordoada. Nessa vida, é-se prostituta com ou sem necessidade sexualizada.


    Eu não quero estar vivo depois da madrugada. Eu não quero saber se as lebres pretas correm em corridas acirradas, elas se atropelam imersas na penumbra sem qualquer necessidade, o fazem para que haja um quê de desordem em sua vida normatizada. Elas creem que o preço da infidelidade ontológica pode ser compensado vivendo através de pequenos surtos. Surtos esses que furtam a quotidianidade de suas vidas falsificadas. Coelhos de terno amam entregar sua oferta as aranhas, assim sempre manda a proletariedade da descendência de Caim. Malditas aranhas, devoram seus filhos com parcimônia sensata, tradição das tradições dessa existência precária.  

 

    Eu não quero estar vivo depois da madrugada. Não quero andar de trem e metrô nessa cidade precária. Não quero olhar para cada morto que me olha sem saber que o tempo de partir há muito tempo se foi. Estou cansado de, em todo transporte público, esconder-me atrás de livros para não sentir a densidade atomizante da individualidade ultrajada. Estou cansado de fingir que a magia literária me livra da prisão da realidade. De círculo em círculo, repetindo ritualisticamente os erros antepassados, vivo rodando em minha senzala.

 

    Eu não quero viver depois da madrugada. Não quero me lembrar de quem realmente amo, fidedignamente me odeia. Não quero nem conjecturar pensar de novo naqueles que já se foram, pois sua partida me faz querer cada vez mais partir. Não obstante, sempre espero ver de novo aquilo que não dá mais para se ver, sempre espero ter de novo aquilo que já não posso ter, sempre sinto vontade de abraçar as pessoas que não posso mais conviver, na esperança de que o martelo do tempo tenha despregado o que pregou. O martelo do tempo nunca volta, cada prego é um imperativo categórico que a alma imortal cala.

 

    Eu não quero viver depois da madrugada. Eu sei que ela se jogou com a intenção de não sentir mais nada. Não quero lembrar de que toda vez que penso nela, vejo-a desfigurada e paralisada numa parca cama hospitalar.  Não quero sentir o gosto de nenhuma mulher, a mulher que mais eu amei me foi negada. Eu não quero pensar em cada osso dela que foi quebrado. Eu não quero saber se seu sorriso agora está deformado. Ao mesmo tempo que sinto a falta dela, tenho medo de ver como ela está em sua forma destroçada.


    Eu não quero viver depois da madrugada. Sei que sou mal-falado em cada espaço-tempo que preenchi com minha estranheza vivificada. Sei que meu gosto é o desgosto com que preenche o paladar de cada figura marcada. Eu sempre parto, eu nunca paro de partir e sempre que parto sei que é o melhor que posso dar a cada pessoa com quem estive em algum momento. Aliviar o desprazer de minha companhia é o melhor caminho que tomo, já que sou um desastroso canalha. Eu posso até sofrer com isso, conquanto sei que a frase: "eles ficarão melhor sem mim", sempre me acalma. E de fato o negrume de minha sombra priva o Sol das pessoas que encontraram-se com minha tragédia imanentizada.


    Eu não quero viver depois da madrugada. Sinto tanto de tanto sentir. Minha consciência toma como fardo o meu existir. Não quero pesar, nem para mim e nem para outrem. É por isso que eu não posso viver depois da madrugada. Estou cansado de noites dormidas em claro. Farto de acordar e pensar: "tudo bem, foi só mais um pesadelo". Estou cansado de cansar, cansado de estar cansado. O pesadelo do sonho precede o pesadelo de minha existência terrificada, dia após dia sinto a insanidade macular o que sobra do fragmento do que um dia já fui. E o mais triste disso, é que nunca fui nada. Sou cada vez mais a sombra dum passado de vanglória, então eu não quero viver depois da madrugada.

TRANSFORMEI "VÍCIOS NÃO SÃO CRIMES" EM AUDIOLIVRO!

 



Decidi que meu primeiro empenho de publicação de audiolivro no canal Latir contra os Grandes (YouTube, Spotify e Anchor) seria o de narrar um clássico do pensamento anarquista individualista. E esse livro foi "Vícios Não São Crimes".

No livro que transformei em áudio, vocês poderão se deparar com uma série de argumentos em que o autor defende que o vício é diferente de um crime. Nele poderemos ver um pensar bastante diferente daquilo que é habitual e entendermos um ponto de vista divergente quanto a relação de vícios e crimes, além dos meios regulativos do governo e da sociedade para com isso.

Spotify:
(No Spotify, todo livro encontra-se unido num único local)

YouTube:
(No YouTube, o livro foi dividido em 22 fragmentos)

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Acabo de ler "Resident Evil Vol 2: O Incidente de Caliban Cove" de S. D. Perry

 



Essa história se passa antes dos eventos do Resident Evil 2. A personagem central aqui é a Rebecca Chambers e o vilão principal é Nicolas Griffith. E se você se pergunta em qual jogo esse livro se baseia, talvez você fique um pouco decepcionado: em nenhum. Bola pra frente, vamos encarar o conteúdo do livro - que pode ser mais do que um irritante "filler" - como um universo paralelo que acrescenta na experiência em si do Resident Evil.

Esse é um livro curto e que trata duma série de personagens que surgiram da mente do próprio S. D. Perry. Ele apostou em dar uma guinada mais autêntica e original em sua criação. Parece que isso sempre ocorre quando se trata de Resident Evil. Para falar a verdade, estamos cansados dessa bagunça que se tornou um inferno caótico. Até mesmo importantes jogos são resetados, tal como Code Veronica. Fora que existem boatos que a história do Resident Evil 4 será alterada.

Vou tentar deixar a mágoa de lado e partir pra algo que seja um pouco mais preciso. A história de Caliban Cove não é ruim. Só que é um pouco desconexa com a linha de continuidade. "Zumbis" inteligentes só apareceriam com maior maestria no Resident Evil 4 e esse livro vem com eles antes do 2. O que demonstra que tudo é uma espécie de bagunça, não? Cada um opta por ir por um caminho diferente.

No livro, Dr. Griffith consegue criar um vírus superior ao T-vírus. Esse cria pessoas de aspectos manipulável, capazes de receberem ordens de um mestre. Griffith vê nisso uma espécie de redenção da humanidade, ele alteraria ela a sua imagem e semelhança como um homem convertido em deus. Um grupo formado por Rebecca e outros membros da S.T.A.R.S. fará de tudo para impedi-lo enquanto buscam provas para destruir a Umbrella.

O livro se torna bastante apreciável, sobretudo em carga dramática, lá para o final. O terreno que o autor preparou aos poucos foi excelente, ele conseguiu de fato produzir um peso dramático a obra e uma forte carga sentimental por cada personagem que lentamente trabalhou. Vale a pena não pular esse livro e dá-lo uma chance.

Acabo de zerar "Luigi's Mansion" no 3DS

 



Quando Luigi's Mansion foi lançado junto ao GameCube em vez de um jogo do Mario, os gamers tiveram uma incógnita em vez duma esperança de sucesso. Era um console da Nintendo entrando na sexta geração sem um jogo do Mario já disponível no começo de sua vida útil.

Não demorou muito para as pessoas perceberem que Luigi's Mansion não era um jogo ruim. Tanto que ele foi aclamado como uma das maiores vendas para o GameCube, ficando em quarto lugar no número de vendas. Só que a versão que joguei, como já devem ter percebido pelo título, é de 3DS e não de GameCube.

Com uma jogabilidade inovadora e expandindo o rico universo da franquia Mario, nesse jogo controlamos Luigi que busca seu irmão numa mansão mal assombrada. O jogo é focado mais na investigação e na sua capacidade de resolver enigmas do que na ação em si. Uma ótima pedida pra uma série como Mario que foca o jogador em movimentos precisos em que a ação ocorre nas plataformas desafiantes a todo momento. Se o jogo do Mario é uma jornada selvagem, o do Luigi é mais como um jogo de detetive poltergeist.

O jogo não é nem de longe tão difícil quanto um Zelda, só que nem por isso deixa de ter seu agrado. Você se divertirá inspecionando cada elemento e capturando os estranhos fantasmas que rondam a mansão. Toda essa jornada é condensada pelo espírito investigativo do jogador conjuntada a capacidade técnica de dar movimentos precisos quando necessário. Logicamente o jogo se estrutura também na pesquisa pela fraqueza dos adversários que se apresentam, tudo aqui é pensado e interativamente posto.

Ao terminar o jogo sou invadido com certa dose de felicidade. Sempre gostei mais do Luigi do que do Mario. Ver que nosso querido covarde enfrenta seus próprios medos para salvar o seu irmão dá uma dose de protagonismo ao rapaz e um pouco de diversidade de gameplay a franquia Mario como um todo. Com certeza um excelente jogo para se passar o tempo, não vai decepcionar quem busca uma nova experiência.

domingo, 21 de agosto de 2022

Acabo de ler "Resident Evil: a Conspiração Umbrella" de S. D. Perry

 



Esse segundo livro de Resident Evil que leio. O outro foi o 0, o qual li primeiro por questão de ordem cronológica da história. Então se você está vendo essa postagem e achando-a estranha, recomendo que dê uma lurkada no Instagram, Facebook ou no blog Cadáver Minimal para achar a postagem anterior. Caso ache desnecessário ou já tenha lido a análise anterior, vá em frente com a leitura.

Esse livro adapta os acontecimentos do primeiro jogo do Resident Evil. Jogo esse lançado em 1996 pro saudoso PlayStation 1 da Sony. Antes que me perguntem: não, a leitura não requer que o leitor tenha jogado os jogos da franquia. Tenham esse  livro como um "produto em si mesmo" ou como uma adaptação funcional da franquia. Tal como o jogo, esse é um livro de terror. Se você for aficionado por terror, é uma boa pedida gastar um tempinho lendo os livros da série.

A história é definida pelos planos mirabolantes da Umbrella. Assassinatos estranhos começam a ocorrer em Raccoon City e cabe a S.T.A.R.S. investigar. A suposição é que sejam malucos canibais, um tipo de seita estranha ou um grupo desorganizado de desordeiros psicopatas. E, ah, como seria mais fácil se fosse qualquer uma dessas inconveniências. Na verdade, a Umbrella sofre de um vazamento de suas armas biológicas e zumbis andam a solta por aí.

O livro vai se construindo por uma narrativa claustrofóbica pela elegante e estranha Mansão Spencer. Uma linda obra arquitetônica recheada de segredos, enigmas, armas biológicas dos mais variados tipos e obras de arte de tirar o fôlego. Talvez essa mansão tivesse sido um pouco mais aproveitável em estadia se quase tudo que estivesse lá não tivesse o objetivo primário de te matar, mas quem sou eu de questionar a genialidade do gênio fundador da Umbrella.

Ler esse livro é ser conduzido por uma gigantesca conspiração satânica de todas coisas que não deveriam existir e como os personagens tentam sobreviver a todo inferno que experienciam. Perdemos o fôlego pela série de problemas que cada um perscruta. E, se você ama histórias com zumbis, esse é um livro indicado para você.