segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Acabo de ler "O Tolo e seu Inimigo" de Jeffrey Nyquist




O autor desse presente livro elenca uma série de questões das quais sou variadamente favorável, contra ou simplesmente incapaz de, no presente momento, ter alguma postulação plausível. De tal forma, a leitura realizou-se de forma mista.


É um fato de que nossos contemporâneos acham-se hierarquicamente superiores às gerações predecessoras. Essa arrogância surge duma má compreensão da natureza do conhecimento humano. Crê-se erroneamente que o progresso cultural se dá em igual velocidade e da mesma forma que o conhecimento científico. O que não poderia ser mais falso. Tal preconceito é o assentamento principal da porca miséria cultural presente.


Por outro lado, a busca por inimigos de forma generalizada é de natureza simplificadora e não serve para analisar a complexidade do real. Atribuir a certos grupos uma hostilidade e/ou um projeto de destruição da civilização ocidental é redondamente enganador, sobretudo quando essa não é encarada em vias de graus e atos inconscientes ou simplesmente por uma mudança de paradigma cultural.


O autor acerta em explicar que vivemos dentro duma sociedade arrogante que julga-se superior a todas as outras, sobretudo as que vieram antes. Mas erra ao radicalizar muito a sua crítica, visto que a sua radicalização torna a sua crítica ingênua.

domingo, 27 de novembro de 2022

Acabo de zerar "Castlevania Portrait of Ruin" (modo Richter) no DS (pelo 2DS)

 





Ah, lá estamos nós com mais uma análise de Castlevania. Dessa vez, zerei novamente o Portrait of Ruin, todavia no modo Richter. Sim, o mesmo Richter que aparece no Castlebania Symphony of the Night e Rondo of Blood. Nesse jogo, você poderá também jogar com Maria Renard - ela é criança.


Para ser bem sincero, o modo Richter foi mais divertido e desafiante. O modo irmãos usa e abusa da tela de toque do DS, mas devido a capacidade delas atacarem a longa distância, perde-se a dificuldade do jogo - que não é tão alta quanto a do Order of Ecclesia. Além disso, cada uma das irmãs tinha um único ataque e a jogabilidade era pouco variada. Nesse modo, pode-se aproveitar mais do jogo.


O melhor de tudo mesmo é desbravar o castelo do Drácula com personagens diferentes. Apesar de não ter tido uma história a ser contada, o acréscimo nunca é desvantajoso. O jogo está mais para um bônus recompensatório que aumenta em muito o fator replay. Dessa vez, upei meus personagens até o nível máximo (99).


Jogar Castlevania é sempre adentrar num universo a parte. Eu tenho honra de dizer que não só zerei esse jogo, como o platinei. Até agora não conheci ninguém que odeie ou desgoste do Castlevania como franquia, muito pelo contrário: todos se enchem de brilho nos olhos para comentar sobre essa gigante franquia do mundo dos games.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Acabo de zerar Sonic Rivals no PSP

 



Quando comprei o PSP não sabia qual seria o primeiro jogo que zeraria nele. Pensar que seria um jogo do Sonic nem passaria em minha cabeça, haja vista que eu não sou muito fã da franquia do porco espinho azul mais rápido do mundo.


O jogo chegou a vir junto com o videogame. Em minha sanha de selecionar apenas os jogos com eu tinha mais afinidade, deixei-o de soslaio. Não esperava absolutamente nada desse jogo.  Pela minha sorte, e um tapa na cara de minha arrogância, acabei por jogar o jogo e já na primeira fase me encantei profundamente com ele.


Sim, esse jogo do Sonic é um diamante oculto. Vejo pouquíssimas pessoas comentarem sobre ele. Mas o fato é que o jogo tem uma jogabilidade excelente, um estilo de arte muito bem feito, detalhes no mapa que saltam aos olhos devido ao cuidado extremo que os desenvolvedores tiveram em cada parte. Fora que mesmo o jogo apresentando poucas fases, todas são bem feitas e viciantes, não deixando nunca o jogador entediado.


Tenho grande felicidade em saber que meu jogo de estréia no PSP foi um jogo do Sonic, haja vista que mais de dez anos não zerava nenhum. E recomendo qualquer fã médio de videogames a jogá-lo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Acabo de ler "Esperança Além da Crise" de Mark Finley

 



Falar sobre esperança num período de crise global é algo meio comum, quiçá até mesmo entendiante de tantas vezes que essa palavra se repete no discurso público, todavia anunciar a esperança é um dever urgente e necessário. Sobretudo num cenário de covid e de guerra que destroem vidas, famílias, sociedades, economias. Vivemos numa fragilidade sistemática.


Agora, se você se pergunta o que é esperança, parafresearei Paul Tichilli. Explicou certa vez Paul Tillich que a esperança nada mais é que uma forma de "sonhar andante". Tudo que existe, pré-existiu anteriormente ou era dalguma maneira gerado pela ação humana de forma prévia para que no futuro viesse a existir. Essa é, notoriamente, a esperança cristã: um caminhar que antecipa o futuro beatífico. Para os cristãos, vivemos nas dores de um parto dum novo mundo.


O livro em questão fala muito sobre esperança e como mantê-la num período tão conturbado quanto o nosso. Um exemplo magnânimo disso na literatura bíblica é quando Jesus andou sobre as águas e Pedro foi caminhar com ele. Numa percepção simbólica: a água, a liquicidade, representa a mutabilidade do mundo imprevisível. Já a esperança, não se deixar afogar, é a persistência na realização dos sonhos. Dito isto, todo homem pode andar pelas águas.


Um livro pequeno, mas encantador. Leitura agradável, simplicidade e objetividade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Acabo de ler "O Mistério da Profecia" de Mark Finley e Loron Wade

 



Esse é o primeiro livro focado em teologia adventista que leio. O que foi, para mim, um choque divertido. Os vários pontos que se intercalam de forma diversa com as múltiplas linhas teológicas que tinha mais contato foram bons para eu ampliar meus conhecimentos no âmbito da teologia cristã.

O livro conta com um trabalho gráfico maravilhoso, contando com uma série de imagens e ilustrações. Além da capa grossa que adiciona um valor ainda mais na beleza do livro. Usualmente não sou de elogiar tal aspecto, mas como esse livro é de beleza sobressaltante, convinha elogiar essa parte.

Em relação ao conteúdo do livro, os autores trabalham os mais diversos pontos da teologia adventista dando um ar notoriamente sistemático. Essa capacidade e esse esforço demonstra um certo primor intelectual. Dificilmente alguém poderia apresentar uma obra que fosse, ao mesmo tempo, simples e sistemática.

Só que não só nessa parte o livro se destaca. As narrativas encontradas dentro do livro aumentam em muito a qualidade da obra. Tiram um pouco do peso da rigorosidade técnica e tornam a leitura mais fluída sem, contanto, diminuir o valor técnico da obra.

Considero um livro especialmente interessante em muitos detalhes. O conjunto geral da obra me encantou bastante.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Acabo de ler "A Metamorfose" de Franz Kafka

 




Poucos livros me deram tensões sentimentais tão grandes quanto esse. Lê-lo é terrível e, contraditoriamente, apaixonante. A expressão "incompreensível" é o que marca o sentimento que nutro. Ao mesmo tempo em que me horrorizava, tornava-me mais e mais expectante do resto da história.

Se um dos princípios reguladores da vida social é a comunicação, o que fazer quando nos tornamos incomunicáveis? A própria capacidade das pessoas de nos entenderem se perde. Tornamo-nos, quase que ao todo, ininteligíveis. A vida precisa de uma previsibilidade que dê seguridade ao campo comum. Sem isso, entramos numa zona de conflito desconcertante pois já não sabemos o que esperar.

O personagem central, Gregor Samsa, torna-se um incompreendido atado a própria subjetividade que se torna uma maldição inerente. A família passa a vê-lo como um fardo e, depois, como um perigo. Isso me passou uma terrível impressão psicológica, dando-me mais e mais desespero enquanto eu lia o livro. Era-me aterrador a ideia de tornar-me um monstro - mesmo que isso seja objetivamente impossível.

O livro é uma obra de terror. Um terror que adentrará no imaginário do leitor e o tirará da esfera do compreensível em todo momento e sempre se desdobrará num inesperado que logo engata outro inesperado. Por um lado, torna-se fascinante. Por outro, leva-nos a um questionamento acerca da nossa natureza mais íntima e sombria.

Certamente um livro horripilantemente denso, capaz de proporcionar não só um entretenimento como uma reflexão acerca  de nossa própria interioridade.

Acabo de ler "O que é Islamismo" de Jamil Almansur Haddad

 



O Islã é deveras interessante. Durante muito tempo, anteriormente ao comunismo soviético e bloco socialista, o Islã foi o maior desafio ao Ocidente e a sua identidade. Claro que não estou exortando, aqui, a rivalidade religiosa - não faz parte do minha índole.

É interessante observar que os germânicos venceram o Império Romano do Ocidente e os muçulmanos venceram o Império Romano do Oriente. Cosmovisões em conflito adquirem uma tonalidade apaixonante para qualquer um interessado em história.

O Brasil também deve muito ao Islã ao que se refere ao fim da escravidão. Foram africanos islâmicos ou islamizados que tiveram protagonismo alto e referencial nas insurreições. Evento que, por enquanto, não goza dum estudo acadêmico sistemático e de alta relevância e importância que merece.

Outro ponto a ser olhado é que: embora o cristianismo separe o poder temporal (político) e o poder espiritual (religioso), o mesmo não se dá teologicamente no Islã. Só que o tratamento jurídico dessa questão encontra-se no próprio Alcorão e é até bastante tolerante.

Com o crescimento do islamismo, possivelmente como maior religião do mundo em futuro próximo, o diálogo interreligioso e o (macro)ecumenismo tornar-se-ão cada vez mais necessários e frequentes.

Todas as questões levantadas, em época de escalada de conflito, ditarão o possível futuro que teremos. Adiar a questão, não preparar-se, seria duma insensatez brutal.